Caldeirão da Bolsa

Ordenados dos políticos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por BullPower » 25/6/2006 17:14

Boas. É sempre assim, quem está num cargo público pensa sempre que ganha pouco, quem está na actividade privada pensa que os políticos ganham muito. Eu penso que alguns políticos ganham demais para aquilo que fazem, para o pouco sentido de responsabilidade, baixa eficiência e fraca capacidade que demonstram. Quanta vezes vemos imagens do parlamento em que metade dos deputados faltaram? Isto é uma ofensa a quem trabalha na actividade privada e sustenta os ordenados de quem tem cargos públicos. Houve um ano em que o Carlos Carvalhas faltou quase 90 dias. E para espanto nosso, só três vezes não foram justificadas. Alguém na actividade privada pode faltar ao emprego 90 dias num ano com justificação? É ridículo.

E se o país tem que apertar o cinto sem que daí resultem melhorías significativas, então apertamos todos e não apenas os mesmos.

Abraço e BN.
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por pedras11 » 25/6/2006 16:08

Pata-Hari Escreveu:Este tipo de artigo revolta-me, o que querem...!?


Sim, também foi por esse motivo que o coloquei aqui no Caldeirão. :wink:
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

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por Pata-Hari » 24/6/2006 16:10

Aliás, e para pegar no exemplo que o jornalista pegou (o de Paulo Macedo) e tentar usar a lógica que usou, vá-se então buscar para político gente com provas dadas e valor acima do valor de mercado (como Paulo Macedo) a quem pagaremos, naturalmente, acima do valor de mercado, para gerir o país e para fazer o que o jornalista propõe: fazer o melhor de si mesmos partindo do principio que já serão os melhores que temos. Afinal de contas ambicionamos ser e ambicionamos para líderes deste país não a média do que temos mas o melhor do que somos.

A usar o remédio do jornalista teremos mais do que já temos: politicos mediocres, resultados mediocres, com custos comparativamente superiores aos dos países onde os resultados existem!! Mais do mesmo, e pior e mais caro do que o que temos, não, obrigado! já estamos mal que chegue.
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por Pata-Hari » 24/6/2006 15:44

Os ordenados não podem ser comparados em valores absolutos, têm que ser ajustados para a PPC. Se as pessoas todas ganham menos cá que na Noruega, Dinamarca, Bélgica, França, Irlanda, Alemanha ou Reino Unido, porque carga de água os politicos deveriam ganhar tanto quanto lá fora? porque são melhores profissionais que os politicos dos outros países? (é aqui que se dá a gargalhada).


Se fossem remunerados em função dos resultados, justificar-se-ia que a mais crescimento correspondesse maiores ordenados. De qualquer modo, mesmo que fosse possivel medir em tempo real os resultados das políticas e remunerar em função dos resultados conseguidos, esse argumento se aplicaria aos nossos políticos que deveriam então ganhar ainda menos porque os resultados produzidos são catastróficos e em nada comparaveis com os países citados.

Depois vem o exemplo do Paulo Macedo que não poderia ser mais ridículo e desajusto. FIco com a impressão que o jornalista ou é imbecil ou acha que somos todos parvos. Paulo Macedo saíu de um lugar no privado onde já tinha dado provas, com um ordenado que demonstra o seu valor. Ganhou o direito ao ordenado pelas provas que deu ANTES de ter aceite o cargo público. É portanto normal que o seu ordenado se mantenha, pelo menos, no nível anterior (partindo do principio que seria suficientemente burro para sair das funções anteriores para ganhar o mesmo tendo novas responsabilidades). O que o jornalista sugere é que pelo simples facto de se conseguir o tacho de politico, se merece o ordenado: não é função das competências, não é pelo facto de ter provado valor, não é por nada, é pelo simples facto de existir. :evil: :evil: :evil:

Este tipo de artigo revolta-me, o que querem...!?
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Ordenados dos políticos

por pedras11 » 24/6/2006 14:26

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Ordenados dos políticos


09-06-2006, Francisco Ferreira da Silva



Ganha-se mais como ministro ou secretário de Estado na Holanda, Noruega, Dinamarca, Bélgica, França, Irlanda, Alemanha ou Reino Unido que em Portugal. Esta é a conclusão que se retira de um estudo do Hay Group que compara a remuneração dos políticos na Europa. José Sócrates tem um salário inferior ao dos primeiros ministros de todos aqueles países e ainda ao da Grécia, que aufere quase o dobro do vencimento do chefe do Governo português (ver pag. 36). Com efeito, Kostas Karamanlis recebe anualmente 180 mil euros, contra os 99,4 mil de Sócrates. Ao nível de primeiros ministros, Portugal só ultrapassa mesmo a República Checa, Polónia e Eslováquia. Sabe-se lá até quando? Em resumo, até os membros do Governo ganham mal em Portugal.
Este estudo vem reabrir a discussão em redor dos vencimentos dos titulares de cargos públicos. Em relação a este tema existe uma corrente que, talvez influenciada pela moral da humildade e do sacrifício, defende que os membros do Governo estão muito bem pagos, uma vez que estão a fazer trabalho para a sociedade. Mas, também existe uma outra que defende o pagamento justo em função das responsabilidades que lhes são cometidas. Sou, claramente, a favor desta última. Os titulares de cargos públicos não podem ser sacrificados só porque são ministros ou secretários de Estado (o mesmo se aplicando aos gestores de empresas de capitais públicos).
O estudo agora apresentado pelo Hay Group poderá até vir a ser atacado por não estar calculado em função das paridades de poder de compra, mas não há forma de comparar a responsabilidade de um ministro ou de um secretário de Estado em Portugal com um homólogo irlandês, belga, alemão ou norueguês. Um primeiro ministro tem, em qualquer sítio do mundo, a responsabilidade de governar um país. Deve, por isso, ser convenientemente remunerado. Tal como os ministros, secretários de Estado e até directores-gerais, para se poder subir o nível dessas entidades e não termos nos Governos, como já aconteceu, pessoas com manifesta falta de qualificações para os cargos. O caso do director geral de impostos é paradigmático. Paulo Macedo, foi criticado por ir ganhar o mesmo que auferia no sector privado, ou seja alguns milhares de contos, mas o certo é que pôs o sistema fiscal a funcionar muito melhor do que antes e já cobrou ou recuperou para os cofres do Estado verbas suficientes para pagar o seu ordenado durante milhares de anos. Por isso, mais do que invejarmos os vencimentos dos titulares de cargos públicos, devemos querer que eles, como todos os outros, sejam pagos em função da responsabilidade e do que lhes queremos e devemos exigir: o melhor de si mesmos. Talvez a melhor forma de remunerar os políticos fosse através do cumprimento de objectivos. No final de cada ano e em função dos resultados obtidos seriam estipulados prémios, que constituiriam a remuneração variável do político. Quanto melhores fossem os resultados, maior seria o prémio. Se não atingisse os objectivos devia ser penalizado. Como já vai acontecendo em alguma iniciativa privada.


http://www.semanarioeconomico.com/edito ... index.html
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