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Ok, Rnbc, acredito que tenha sido duro na minha última intervenção, e com o que acabei de ler, encontrei lógica naquilo que escreveste, mas nota que em todas as profissões há maus exemplos, no ensino também há, mas felizmente a maioria é responsável, por vezes é incompreendida, e acredita isso levanta uma grande frustração.
Imagina-te Rnbc que na tua profissão , ao exercê-la, dás o teu máximo, acredito que o faças, mas só porque uma pequena maioria é laxista, irresponsável, procura tirar o máximo partido de um sistema que não é perfeito, consegues te identificar com essa pessoa ? claro que a resposta é não, mas olhares para a tua profissão tendo como referência, pontuais maus exemplos, também não o fazes. Eu não conheço todos os professores deste país, aliás ninguém conhece, mas conheço muitos, que tem dedicado a sua vida a esta profissão, sacrificando a sua família pela profissão, e quando aparecem intervenções, em que facilmente tudo é metido no mesmo saco, é bastante duro, incrivelmente, quem mais deveria defender os professores, ou seja a sua tutela, neste momento está-se a tornar no seu principal inimigo, com mudanças no sistema sem qq tipo de lógica num sistema democrático (mas isto ficará para outra altura e preferencialmente num local mais apropriado) quer por intervenções públicas, próprias de certos regimes, contra os quais lutamos muitos anos.
Não estou a dizer com isto que estejamos bem, é lógico que não estamos, muitas situações foram apontadas em posts anteriores, e que dão que pensar, neste momento a casa está muito desarrumada, mas penso que para se colocar tudo em ordem, não é utilizando os processos que correm na comunicação social.
Imagina-te Rnbc que na tua profissão , ao exercê-la, dás o teu máximo, acredito que o faças, mas só porque uma pequena maioria é laxista, irresponsável, procura tirar o máximo partido de um sistema que não é perfeito, consegues te identificar com essa pessoa ? claro que a resposta é não, mas olhares para a tua profissão tendo como referência, pontuais maus exemplos, também não o fazes. Eu não conheço todos os professores deste país, aliás ninguém conhece, mas conheço muitos, que tem dedicado a sua vida a esta profissão, sacrificando a sua família pela profissão, e quando aparecem intervenções, em que facilmente tudo é metido no mesmo saco, é bastante duro, incrivelmente, quem mais deveria defender os professores, ou seja a sua tutela, neste momento está-se a tornar no seu principal inimigo, com mudanças no sistema sem qq tipo de lógica num sistema democrático (mas isto ficará para outra altura e preferencialmente num local mais apropriado) quer por intervenções públicas, próprias de certos regimes, contra os quais lutamos muitos anos.
Não estou a dizer com isto que estejamos bem, é lógico que não estamos, muitas situações foram apontadas em posts anteriores, e que dão que pensar, neste momento a casa está muito desarrumada, mas penso que para se colocar tudo em ordem, não é utilizando os processos que correm na comunicação social.
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debate
A propósito da minha opinião sobre o debate (caso tenham paciência para isso) está em www.edukare.blogspot.com.
Enfim... vou concretizar. Quando eu me referia a laxismo estava a pensar em casos como estes:
1 - Um professor que volta e meia dá aulas embriagado, o que acontece anos a fio e contra o qual nada é feito porque o conselho directivo acha que "temos que ser humanos e o senhor tem problemas em casa".
2 - Uma professora que sofre de esquizofrenia e está internada vários meses seguidos durante vários anos e que não é reformada compulsivamente "porque temos que ser humanos".
3 - Um professor que dá positiva a todos os alunos, mesmo aos que não sabem rigorosamente nada da matéria, como pode ser constatado pelos colegas que vão dar aulas aos mesmos alunos no ano seguinte. O caso é discutido várias vezes durante anos mas nunca acontece nada.
Isto foi em várias escolas públicas aqui em Lisboa. Até conheço algumas das pessoas em questão... claro que não são exemplos representativos da classe, mas são exemplos representativos da tolerância concedida nalguns casos.
Coisas de que os professores se deviam queixar mais:
- Falta de gabinetes.
- Faltas de material didático, como projectores, computadores, etc.
- Excessos burocráticos generalizados.
- Falta de autoridade e falta de apoio no exercicio da autoridade, tanto da parte do ministério como dos pares. Excesso de pedagogice.
- Excesso de pressão para "passar toda a gente", nomeadamente burocratizando em excesso os chumbos.
- Incapacidade do sistema em arranjar percursos alternativos para quem quer estudar profissionalmente, em vez de seguir um percurso académico. Existe mas é insuficiente.
- Falta de avaliação objectiva e externa, por exemplo para evitar situações aberrantes como as que descrevi acima bem como para promover o mérito. Só os mediocres é que receiam a avaliação!
- Excesso de mudanças curriculares.
- Excesso de "reformas do ensino". Já vamos em quantas?... Vamos a ver se esta é de vez! Duvido...
Mais sugestões?
Criticar é fácil, admito, mas o facto é que o sistema de ensino funciona mal. Seria interessante ver propostas razoaveis dos sindicatos para ir resolvendo os problemas, quando o que acontece é que os sindicatos gastam 90% do latim a atacar o ministério, 9% a defender os docentes e 1% a tentar melhorar o sistema. Assim não vamos lá...
1 - Um professor que volta e meia dá aulas embriagado, o que acontece anos a fio e contra o qual nada é feito porque o conselho directivo acha que "temos que ser humanos e o senhor tem problemas em casa".
2 - Uma professora que sofre de esquizofrenia e está internada vários meses seguidos durante vários anos e que não é reformada compulsivamente "porque temos que ser humanos".
3 - Um professor que dá positiva a todos os alunos, mesmo aos que não sabem rigorosamente nada da matéria, como pode ser constatado pelos colegas que vão dar aulas aos mesmos alunos no ano seguinte. O caso é discutido várias vezes durante anos mas nunca acontece nada.
Isto foi em várias escolas públicas aqui em Lisboa. Até conheço algumas das pessoas em questão... claro que não são exemplos representativos da classe, mas são exemplos representativos da tolerância concedida nalguns casos.
Coisas de que os professores se deviam queixar mais:
- Falta de gabinetes.
- Faltas de material didático, como projectores, computadores, etc.
- Excessos burocráticos generalizados.
- Falta de autoridade e falta de apoio no exercicio da autoridade, tanto da parte do ministério como dos pares. Excesso de pedagogice.
- Excesso de pressão para "passar toda a gente", nomeadamente burocratizando em excesso os chumbos.
- Incapacidade do sistema em arranjar percursos alternativos para quem quer estudar profissionalmente, em vez de seguir um percurso académico. Existe mas é insuficiente.
- Falta de avaliação objectiva e externa, por exemplo para evitar situações aberrantes como as que descrevi acima bem como para promover o mérito. Só os mediocres é que receiam a avaliação!
- Excesso de mudanças curriculares.
- Excesso de "reformas do ensino". Já vamos em quantas?... Vamos a ver se esta é de vez! Duvido...
Mais sugestões?
Criticar é fácil, admito, mas o facto é que o sistema de ensino funciona mal. Seria interessante ver propostas razoaveis dos sindicatos para ir resolvendo os problemas, quando o que acontece é que os sindicatos gastam 90% do latim a atacar o ministério, 9% a defender os docentes e 1% a tentar melhorar o sistema. Assim não vamos lá...
However elegant the method we should occasionally look at the results.
Caro Oeiras e demais,
Nem vou discutir se os seus argumentos são válidos ou não mas por acaso, você tem a noção a que pressão outras profissões estão igualmente sujeitas?
Em qualquer profissão, desde o calceteiro ao presidente da república, cabe a cada um de nós saber e decidir o nível de empenho que se quer dar ao seu trabalho, e cada um de nós, faz com que essa função seja melhor, ou pior desempenhada.
Quando se gosta do que se faz, suporta-se muitas coisas. Seguramente, deve encontrar vantagens e coisas boas na sua profissão, ou então não percebo porque a desempenha.
Por outro lado, não deverão ser todos metidos no mesmo saco, porque como em todo o lado, existem bons e existem maus. Felizmente, da minha vida académica (desde a primária), recordo muitos e bons professores - e também sei quem foram os maus - e não foi assim à tanto tempo que perdi o contacto com eles.
Mas agora pergunto também, existindo 60000 professores que ficaram de fora, eles quando concorrem todos os anos, qual a razão pela qual o fazem? Pelas razões que enumerou?
Eu não digo que não tenham razão numa série de argumentos que usam (por exemplo, longe de mim pensar que a educação dos meus filhos deva ser dada pelos professores. Deve ser é complementada).
Mas pergunto também, qual a seriedade com que se revindica algo, quando se marca greves para o meio de feriados?!?!?! Dá jeito? É este tipo de situações associada a tantas outras, que retira credibilidade às vossas lutas.
Compreenda-se o problema do país (e não estou a dizer que são só vocês que o têm que resolver, são TODAS AS PROFISSÔES, umas mais que outras talvez, não sei, e cada um individualmente usando simplesmente o BOM SENSO), e façam propostas com o objectivo de em conjunto melhorar isto.
E olhe que digo isto a uma boa série de membros da família e amigos, que exercem a profissão, a começar pela minha mãe.
1 ab
Nem vou discutir se os seus argumentos são válidos ou não mas por acaso, você tem a noção a que pressão outras profissões estão igualmente sujeitas?
Em qualquer profissão, desde o calceteiro ao presidente da república, cabe a cada um de nós saber e decidir o nível de empenho que se quer dar ao seu trabalho, e cada um de nós, faz com que essa função seja melhor, ou pior desempenhada.
Quando se gosta do que se faz, suporta-se muitas coisas. Seguramente, deve encontrar vantagens e coisas boas na sua profissão, ou então não percebo porque a desempenha.
Por outro lado, não deverão ser todos metidos no mesmo saco, porque como em todo o lado, existem bons e existem maus. Felizmente, da minha vida académica (desde a primária), recordo muitos e bons professores - e também sei quem foram os maus - e não foi assim à tanto tempo que perdi o contacto com eles.
Mas agora pergunto também, existindo 60000 professores que ficaram de fora, eles quando concorrem todos os anos, qual a razão pela qual o fazem? Pelas razões que enumerou?
Eu não digo que não tenham razão numa série de argumentos que usam (por exemplo, longe de mim pensar que a educação dos meus filhos deva ser dada pelos professores. Deve ser é complementada).
Mas pergunto também, qual a seriedade com que se revindica algo, quando se marca greves para o meio de feriados?!?!?! Dá jeito? É este tipo de situações associada a tantas outras, que retira credibilidade às vossas lutas.
Compreenda-se o problema do país (e não estou a dizer que são só vocês que o têm que resolver, são TODAS AS PROFISSÔES, umas mais que outras talvez, não sei, e cada um individualmente usando simplesmente o BOM SENSO), e façam propostas com o objectivo de em conjunto melhorar isto.
E olhe que digo isto a uma boa série de membros da família e amigos, que exercem a profissão, a começar pela minha mãe.
1 ab
O que é um cínico? É aquele que sabe o preço de tudo, mas que não sabe o valor de nada.
pedras11 Escreveu:Oeiras Escreveu:em qq dos casos não sou a pessoa indicada para justificar os 60.000 que ficaram de fora, mas se fizeres um esforço superior à tua capacidade de intervenção, vais descobrir que muitas coisas não são tão terra a terra.
Caro Oeiras eu penso que não preciso de esforço superior para pensar que professores desmotivados podem dar lugar a outros com maior motivação. Pois segundo consta 60000 candidatos ficaram de fora. Só isso!!
Então se te queres dar ao tabalho, lê a proposta do novo ECD http://br.geocities.com/avatares2/recd.pdf, proposto pelo ME, e depois diz-me se alguém se sente motivado para trabalhar e olhar para o futuro nestas condições.
Um abraço
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Oeiras Escreveu:em qq dos casos não sou a pessoa indicada para justificar os 60.000 que ficaram de fora, mas se fizeres um esforço superior à tua capacidade de intervenção, vais descobrir que muitas coisas não são tão terra a terra.
Caro Oeiras eu penso que não preciso de esforço superior para pensar que professores desmotivados podem dar lugar a outros com maior motivação. Pois segundo consta 60000 candidatos ficaram de fora. Só isso!!
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"
Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges
Site porreiro para jogar (carregar em Arcade) : www.gamespt.net
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rnbc Escreveu:Sendo os meus pais ambos professores posso desmentir quase tudo o que a senhora professora disse aqui em cima. O nível de laxismo é alto em boa parte das escolas. Demasiado alto! A maioria de nós, numa empresa privada, está sujeita a um rigor bem maior.
Pois eu sendo professor concordo em pleno com o que a senhora disse, RNBC, os teus pais é que devem ter um estatudo muito especial na escola, algo que não acontece na minha, pois professor que se atrase, já sabe com o que conta. Que me lembro em 18 anos de carreira, nunca sai de uma sla de aula enquanto a mesma decorria, como também, nunca disse aos alunos que ia beber um café e só voltaria na melhor das hipóteses meia hora depois. Portanto acredito que os teus pais gozem de um estatudo tão especial que acabem por denegrir a classe docente e aí percebo, as intervenções do Incógnitos, ou então, escondem-te parte de uma realidade, que acaba por envergonhar a classe.
PEDRAS 11
Como as coisas estão, acredito que no futuro vão faltar professores, daqui a uns anos pode ser que tenha a demonstração, em qq dos casos não sou a pessoa indicada para justificar os 60.000 que ficaram de fora, mas se fizeres um esforço superior à tua capacidade de intervenção, vais descobrir que muitas coisas não são tão terra a terra.
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rnbc,
peço desculpa pela franqueza, mas os seus pais serão casos muito especiais de professores... se tiver o cuidado de falar com 50, 100 pessoas que conheçam de perto o trabalho que os professores desenvolvem vai ver que está bastante enganado...
mas para ficar mesmo bem esclarecido aconselho-o a experimentar dar aulas no ensino obrigatório... depois disso venha cá dizer que é fácil e que não se trabalha...
já agora... não dou aulas a esse nível de ensino... mas tenho exemplos muito próximos e vou vendo que cada vez a nossa sociedade está precisada de professores e cada vez mais se caminha no sentido inverso (a generalização do desconhecimento e da crítica fácil ao que desconhecemos...)
peço desculpa pela franqueza, mas os seus pais serão casos muito especiais de professores... se tiver o cuidado de falar com 50, 100 pessoas que conheçam de perto o trabalho que os professores desenvolvem vai ver que está bastante enganado...
mas para ficar mesmo bem esclarecido aconselho-o a experimentar dar aulas no ensino obrigatório... depois disso venha cá dizer que é fácil e que não se trabalha...
já agora... não dou aulas a esse nível de ensino... mas tenho exemplos muito próximos e vou vendo que cada vez a nossa sociedade está precisada de professores e cada vez mais se caminha no sentido inverso (a generalização do desconhecimento e da crítica fácil ao que desconhecemos...)
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Oeiras Escreveu:Gostei de ler isto e espelha o que vai na alma de muitos professores:
Podem dar o lugar aos 60000 que ficaram de fora.
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"
Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges
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Sendo os meus pais ambos professores posso desmentir quase tudo o que a senhora professora disse aqui em cima. O nível de laxismo é alto em boa parte das escolas. Demasiado alto! A maioria de nós, numa empresa privada, está sujeita a um rigor bem maior.
Quanto à indisciplina dos alunos, que é o grande óbice ao exercicio cabal da profissão:
Em última análise os responsáveis pela indisciplina na escola são os professores. Nas escola aplica-se a lei portuguesa, coisa que é sistematicamente esquecida em nome do laxismo. Além disso os sindicatos só fazem greve por melhores salários, nunca por condições efectivas de ensino! A maioria dos sindicalistas é aliás adepta de métodos pedagógicos que levam ao descalabro.
Diga-se também em abono da verdade que a indisciplina actual começou em grande parte ainda no antigo regime, no tempo do Veiga Simão. Na altura ninguém podia fazer nada contra as novas directrizes pedagógicas, mas depois passaram a poder, e nada fizeram. Aliás, é um assunto que continua a nem estar em cima da mesa de discussão! Fala-se, mas não se exige. Fala-se mas não se propõe.
Não me vou alongar mais para não ser insultuoso...
Quanto à indisciplina dos alunos, que é o grande óbice ao exercicio cabal da profissão:
Em última análise os responsáveis pela indisciplina na escola são os professores. Nas escola aplica-se a lei portuguesa, coisa que é sistematicamente esquecida em nome do laxismo. Além disso os sindicatos só fazem greve por melhores salários, nunca por condições efectivas de ensino! A maioria dos sindicalistas é aliás adepta de métodos pedagógicos que levam ao descalabro.
Diga-se também em abono da verdade que a indisciplina actual começou em grande parte ainda no antigo regime, no tempo do Veiga Simão. Na altura ninguém podia fazer nada contra as novas directrizes pedagógicas, mas depois passaram a poder, e nada fizeram. Aliás, é um assunto que continua a nem estar em cima da mesa de discussão! Fala-se, mas não se exige. Fala-se mas não se propõe.
Não me vou alongar mais para não ser insultuoso...
However elegant the method we should occasionally look at the results.
Gostei de ler isto e espelha o que vai na alma de muitos professores:
Aspectos que toda a gente parece ignorar sobre a profissão de professor e que será bom esclarecer:
1º. Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha (em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.
2º. É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso com 5 dias de antecedência?)
3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo "hoje preciso de sair meia hora mais cedo", ou o corriqueiro "volto já" justificando a porta fechada em horas de expediente.
4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou quaisquer das ' ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME (quem duvida?) ou na transparente AR.
5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, nem de longe, caso "único, circunscrito e controlado"!
6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo "patrão" que, passe a metáfora económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus "empregados" perante o "cliente", mais não faz do que inviabilizar a "venda do produto"
7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …
8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, até 6 filhos...)
9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. (Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido (da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …
10º. Ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!
Assim, é bom que a "cara opinião pública" comece a perceber por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão a trabalhar :
- no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não contabilizadas do obrigatório "trabalho de escola"….
Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.
AUTORA: Uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar , não arrisca identificar-se…
Aspectos que toda a gente parece ignorar sobre a profissão de professor e que será bom esclarecer:
1º. Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha (em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.
2º. É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso com 5 dias de antecedência?)
3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo "hoje preciso de sair meia hora mais cedo", ou o corriqueiro "volto já" justificando a porta fechada em horas de expediente.
4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou quaisquer das ' ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME (quem duvida?) ou na transparente AR.
5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, nem de longe, caso "único, circunscrito e controlado"!
6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo "patrão" que, passe a metáfora económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus "empregados" perante o "cliente", mais não faz do que inviabilizar a "venda do produto"
7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …
8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, até 6 filhos...)
9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. (Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido (da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …
10º. Ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!
Assim, é bom que a "cara opinião pública" comece a perceber por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão a trabalhar :
- no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não contabilizadas do obrigatório "trabalho de escola"….
Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.
AUTORA: Uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar , não arrisca identificar-se…
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rnbc Escreveu:Bem... o lider da fenprof produziu poesia em abundância, mas não o ouvi dizer nada de concreto ou ter sequer um discurso seguido, claro e coerente...
Infelizmente, só peca por continuar a nãr ser surpresa.
Continuo a considerar que os sindicatos cá em Portugal são maus representantes dos trabalhadores (salvo raras excepções de que não se ouvem falar), sendo a principal entorpia à economia nacional.
Deviam ver os exemplos alemães e aprenderem algo com isso.
Ou deviam perceber que, muitas das vezes, defender os interesses de alguém não é somente fazendo-o cegamente sem olhar para os lados, sob pena de nada conseguirem.
Se não conseguem perceberem a realidade que os rodeia, tal esquizófrenia não os permite defender os interesses de quem representam.
No fim, todos ficaremos a perder, como corolário lógico de desiquilíbrio tão grande.
1 ab
O que é um cínico? É aquele que sabe o preço de tudo, mas que não sabe o valor de nada.
rnbc, como pode um representante da fenprof produzir um discurso claro? O que ele defende ele sabe bem que é indefensável, que não convém dizer em público.
Ele defende que tudo fique como está, que todos os professores cheguem ao topo de carreira (independentemente de serem bons ou maus), que faltar não faça diferença, que haja mais professores (mesmo quando já temos um excesso brutal face a qualquer país desenvolvido) e mais uma série de brutalidades. Ele não pode defender isso em público...
Ele defende que tudo fique como está, que todos os professores cheguem ao topo de carreira (independentemente de serem bons ou maus), que faltar não faça diferença, que haja mais professores (mesmo quando já temos um excesso brutal face a qualquer país desenvolvido) e mais uma série de brutalidades. Ele não pode defender isso em público...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein
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Bem... o lider da fenprof produziu poesia em abundância, mas não o ouvi dizer nada de concreto ou ter sequer um discurso seguido, claro e coerente...
A ministra, concorde-se ou não com ela, teve o mérito de falar bastante melhor.
A ministra, concorde-se ou não com ela, teve o mérito de falar bastante melhor.
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Não vi
Professores mais faltosos terão mais trabalho depois das aulas
Os professores que menos faltaram ao longo do ano lectivo serão beneficiados pelos conselhos executivos na distribuição do trabalho que tem de ser realizado nas escolas depois de terminarem as aulas, determinou o Ministério da Educação (ME).
Numa carta enviada esta sexta-feira aos conselhos executivos pelas Direcções Regionais de Educação, a tutela dá às escolas orientações a nível da distribuição de tarefas como a supervisão de exames e os trabalhos de preparação do próximo ano lectivo.
A ideia é que os conselhos executivos «tenham em consideração a assiduidade e a sobrecarga de trabalho que alguns docentes tiveram ao longo do ano lectivo», beneficiando-os em relação aos mais faltosos.
Na prática, os professores mais assíduos ficarão menos «carregados» de trabalho do que os outros, o que significa que terão de ir menos vezes à escola, depois de acabarem as aulas.
O Ministério justifica esta orientação com o facto de alguns professores faltarem ao longo do ano ao abrigo de um artigo do Estatuto da Carreira Docente que permite justificar a ausência, desde que a mesma seja descontada no período de férias.
«O docente que já gozou parte dos seus dias de férias ao longo do ano não pode voltar a usufruir de uma situação de facto cumulativa», alega o ME, que determina por isso que a distribuição de tarefas deve sobretudo «sobrar» para estes professores.
Se a distribuição de trabalho que as escolas têm anualmente de realizar depois das aulas, que se prolonga durante todo o mês de Julho, fosse igualitária, isso constituiria, segundo a tutela, «uma manifesta injustiça para os docentes que procuraram ser assíduos às actividades lectivas», conclui o documento.
Diário Digital / Lusa
09-06-2006 18:38:00
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"
Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges
Site porreiro para jogar (carregar em Arcade) : www.gamespt.net
Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges
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Frente a frente às 10 na Sic notícias - Ministra - frenprof.
Palpita-me que se arranham e... falta lá o incognitus senão, com a pedalada que está hoje...
Bem a coisa promete aquecer. É que a proposta do Estatuto da Carreira Docente para além de penalizar fortemente todos os professores tem ainda um condimento especial:Quase obriga (indirectamente) todos os prof destacados (sindicatos, ministério, direcções regionais) a sair. Só mesmo os que estão no topo não perdem se ficarem. Imagino que é esta a parte que vai cair.
Vamos acompanhando.
Palpita-me que se arranham e... falta lá o incognitus senão, com a pedalada que está hoje...
Bem a coisa promete aquecer. É que a proposta do Estatuto da Carreira Docente para além de penalizar fortemente todos os professores tem ainda um condimento especial:Quase obriga (indirectamente) todos os prof destacados (sindicatos, ministério, direcções regionais) a sair. Só mesmo os que estão no topo não perdem se ficarem. Imagino que é esta a parte que vai cair.
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