Como se combate o populismo? "Com eleições", responde Fukuyama

[luiz22]

OPINIÃO Publicado 22 Maio 2006 13:59
Fernando Sobral
Arquive-se!
fsobral@mediafin.pt
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Há poucos políticos que não escondem as suas ideias por detrás de uma máscara. Muitas vezes típica de um Carnaval prometido e nunca concretizado.
David Cameron, o líder dos conservadores britânicos e considerado por muitos o plausível próximo primeiro-ministro, disse surpreendentemente à «Spectator» esta coisa inimaginável: «Não podemos mudar sem chatear as pessoas». Imaginemos isto aplicado a Portugal. Os candidatos a chefes do executivo geralmente prometem o céu quando sabem que a única coisa que podem garantir é um inferno menos quente. Ninguém consegue ser realista ao ponto de dizer que o país está com febre e que, por isso, necessita de grandes doses de aspirina. Poucos conseguem acrescentar que o caos é tão generalizado que só a ordem pode mudar algo para que, num futuro próximo, alguém possa respirar. Portugal tem medo de enfrentar as dificuldades. Gosta de touradas mas detesta encontrar inimigos no campo de batalha. Desvia-se dos problemas. O país é um bandarilheiro. Não é um matador. A crise do país começa pela incapacidade de tomar decisões. O Governo faz equilibrismo. A oposição treina-se como malabarista do Chapitô. A justiça, para além da celeridade de descobrir o que tinha acontecido com o célebre «envelope 9», nunca chega a conclusão que um qualquer parecer, como no «Apito Dourado», não emperre. Portugal é o país em que os problemas são arquivados. Até à próxima geração.