Caldeirão da Bolsa

BCP e Sonae vão subir preços das OPAs ao BPI e à PT

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por DOW » 13/4/2006 17:11

Tenho muitas duvidas que a Sonae aumente o preço oferecido pela PT, é mais que o baixem... :lol:
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por pedras11 » 13/4/2006 14:42

Caro clínico, a minha opinião é de que esta OPA irá sempre beneficiar a Sonae, quer se realize ou não. Se porventura a Sonae subir a oferta(obrigada por uma contra opa) só o fará com a fusão Optimus\Tmn e todos nós já sabemos quais as sinergias possíveis. Depois as mensagens para o mercado têm sido bastante claras no que diz respeito á venda de activos da PT e possíveis "alianças" com parceiros internacionais. Pagar acima de 9,5 e ficar com a PT como um todo é que quanto a mim num claro cenário de subida de juros seria bastante arriscado.

Abraço.
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sonae

por Clinico » 13/4/2006 14:23

Obrigado pela notícia. Não costumo ler o Semanário, mas a notícia parece~me muito interessante.
1) Apesar de tudo o que a sonae tem dito, não acredito que não tenham já alvitrado e estudado a hipótese de ter de subir o preço.
2) se a sonae desistir da OPA, o que me parece pouco provável, a cotação da PT desmorona-se, pois pelos vistos ninguem a quer.
3) A sonae tem agora alguma margem para negociaçaõ. pode aumentar o preço mas "non tropo" para acalmar acionistas PT, mas tem que demonstrar aos investidores da sonae que aumentando o preço pela PT não vai destabilizar muito mais as suas contas. (vender activos da PT etc.)

Eu acredito no sucesso da OPA sonae-PT, mas vamos a ver qual a reacção do mercado. Por agora estamos de Quaresma 8-) e como se vê, o volume sonae é baixissimo.
O meu amigo Pedras11 tambem podia dar a sua opinião
Boa Páscoa
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BCP e Sonae vão subir preços das OPAs ao BPI e à PT

por pedras11 » 13/4/2006 13:13

BCP e Sonae vão subir preços das OPAs ao BPI e à PT
2006-04-13 12:10

As OPAs à PT e ao BPI encaminham-se para soluções nacionais, mas os oferentes terão que subir o preço. O BCP terá que aumentar o "cash" e Belmiro terá que negociar com a Telefonica o Brasil e com o BES eventualmente a TV Cabo. Os fundos para já estão fora e João Pereira Coutinho, apesar de ter conseguido os financiamentos do Dubai, não está para fazer de lebre num negócio que é muito arriscado.
A Portugal Telecom está a perder 30 mil clientes por mês no fixo, e o negócio das telecomunicações passou de moda para os investidores. Já não é o que foi na década de noventa do século passado.

Depois da concertação de mais de 50% dos accionistas do BPI, esta semana comunicada à CMVM, e da resposta de Artur Santos Silva à OPA do BCP e, ao contrário do que disse a Caixa Investimento, os meios financeiros admitem que a fusão das duas instituições está mais próxima, mas Paulo Teixeira Pinto vai ter que subir o preço. A concertação entre os accionistas do BPI, tal como aconteceu entre Belmiro de Azevedo e João Oliveira no caso do BPA, apenas visa obrigar o Banco de Paulo Teixeira Pinto a pagar caro pelo BPI. Mas a operação está feita e o BCP, apenas, aguardará o momento oportuno para levantar o preço e tornar a OPA efectiva.
A história teve evoluções esta semana, com a troca de acusações, entre o BPI e o BCP, nomeadamente acusando Artur Santos Silva o BCP de ter gerado menos valor para os accionistas que o BPI nos últimos dez anos. Por outro lado, para criar um ambiente de maior antagonismo, o BPI pediu à CMVM para exigir ao BCP que notifique o mercado de que já terá pelo menos 5% do BPI. Trata-se de um requerimento obviamente ofensivo, já que, no mercado, ninguém admite que o BCP possa ser imprudente ao ponto de, nesta altura, se dar ao luxo de deixar de fazer uma comunicação relevante ao mercado.


BCP vai subir preço em "cash"

Basicamente a leitura do alegado agravamento das relações entre os dois bancos indicia exactamente a vontade de fazer subir o preço. E, nesse sentido, Artur Santos Silva está mais uma vez a defender brilhantemente os interesses dos seus accionistas, obrigando o BCP a pagar mais.
Inicialmente o mercado chegou a admitir que o BCP fosse pagar mais aos accionistas do BPI que se passassem para o capital do BCP, mas rapidamente se verificou que nem o Itaú nem a La Caixa estão interessados em colocar as mais-valias no BCP, pelo que ganhos adicionais terão que ser em "cash". Ou seja, no mercado financeiro é já não só certo que a operação se vai mesmo fazer, como aliás o SEMANÁRIO sempre disse, só que o BCP vai ter que pagar mais, o que o SEMANÁRIO também escreveu logo no primeiro dia da OPA, e que esse acrescento de preço, sabe-se agora, só pode ser feito em "cash". Ou seja, há agora a convicção que Paulo Teixeira Pinto não pode fazer outra coisa que não seja aumentar o "cash", o que é mais simples e facilita raciocínios futuros.
Na óptica do BCP, a consolidação faz todo o sentido, mesmo pagando caro pelo BPI. Evita a entrada de um grande "player" ibérico no mercado nacional e sobretudo cresce quase sem risco. E com uma equação muito rentável, em especial na gestão de fundos e sobretudo nas antigas colónias (30% dos resultados do BPI são actualmente oriundos de Angola, onde o BCP a semana passada abriu um novo banco com Fernando Nogueira como presidente), o preço é quase irrelevante podendo sempre a absorção ser feita não em dois anos, mas em quatro, o que não é muito para uma fatia de mercado equivalente ao peso nacional do BPI. E vender acima deste preço já seria extraordinário para os accionistas do BPI. Só que o BPI quer mais e o BCP provavelmente pode dar mais. É exactamente isso que o mercado irá antecipar nas próximas semanas.
Mas seja como for, mais-valias de mais de 600 milhões, como aquelas que a La Caixa vai obter na venda da sua posição no BPI, não são dispiciendas e, portanto, tudo tem os seus limites, comenta-se.


Belmiro vai ter que acertar acordo
com Telefónica e Ricardo Salgado

O mesmo parece estar a acontecer na Portugal Telecom, depois desta semana começar a ser claro que provavelmente não haverá OPAs concorrentes à da Sonae. Ricardo Salgado e a Telefónica têm-se multiplicado em contactos para ver se conseguem que os "private equity" se juntem a Miguel Paes do Amaral, ou se João Pereira Coutinho avança, mas esta semana tudo parece ter recuado.
Do lado dos fundos internacionais há quatro razões para neste momento não irem ao negócio. Em primeiro lugar, as telecomunicações já passaram de moda e não há mais-valias para se conseguir, a não ser com racionalização do mercado e despedimentos. É um sector sem interesse e os fundos não querem comprar agora para ficarem agarrados daqui a cinco anos, sem que ninguém lhes recompre a posição, nem mesmo a espanhola Telefónica, que tem mercados mais rentáveis que o português. Por outro lado, os fundos têm medo do risco Portugal. Despedir quatro mil funcionários na PT é muito difícil e sobretudo muito caro. Há o problema político do envolvimento do Governo no negócio e a oposição dos sindicatos. Mas, sobretudo, os fundos sabem que a Portugal Telecom é um campo minado, cheio de capelas em autogestão, sobre o qual só se aguentava Miguel Horta e Costa, exactamente porque nunca quis mandar e manteve equilíbrios em vez de olhar para o rendimento da empresa.


Fundos com medo da Portugal Telecom
e do risco português

À saída, esta semana, o CEO da PT enviou cartas aos amigos accionistas e banqueiros que com ele partilharam os anos à frente da PT. E aí Miguel Horta e Costa não encerrava a porta ao seu futuro, podendo sempre aparecer como porta-voz de um grupo nacional ou internacional. Com boa imagem, o seu nome seria credível junto dos fundos de investimento, mas neste momento está tudo com muito medo da Portugal Telecom. Para já desse lado não virá uma OPA concorrente à da Sonae, apurou o SEMANÁRIO. Mas, dentro de mês e meio, os fundos podem ser tentados, sobretudo se houver garantias da Telefónica, que respalda a operação e que garante bom relacionamento com o Governo de Lisboa e Bruxelas.
Igualmente do lado de João Pereira Coutinho, depois de ter assegurado financiamentos do Dubai para a operação, a vontade de avançar esmoreceu. O empresário dos automóveis sempre quis entrar nas telecomunicações e comprou a falida Jazztel, ficando depois com o negócio na AR Telecon, com interesses especiais na internet. Para Pereira Coutinho não faz sentido nenhum comprar a PT, a não ser para fazer um "frete" a Ricardo Salgado, assegurando mais-valias na venda da PT. Faz muito mais sentido que se candidate à compra da PTM, caso Belmiro de Azevedo depois da compra da PT avance para a venda dessa empresa para reduzir o preço.
O certo é que, a este preço, o BES e a Telefónica não vão vender, ou seja, vão bloquear a desblindagem dos estatutos na próxima Assembleia Geral da Portugal Telecom, o que significa que a OPA será votada ao insucesso.


Portugal Telecom está a perder
30 mil clientes por mês

Para conseguir comprar a PT, a Sonae, mesmo sem OPAs concorrentes dos fundos ou de João Pereira Coutinho, vai ter que subir o preço. A Sonae não comprará a Portugal Telecom abaixo dos 10 a 10,5 euros por acção, comenta-se nos meios financeiros. A alternativa é a negociação de uma "solução patriótica". Ou seja, a Sonae fica com a PT como quer o Governo de José Sócrates, mas vai ter que contentar os accionistas actuais. E, se não quiser colocar dinheiro, vai ter que acertar a venda de posições. Esta solução tem um "timing" para ser feita, mas, pelo que o SEMANÁRIO apurou, até ao momento, ainda não houve qualquer movimento.
A solução passa pelo acerto da venda à Telefónica da operação da PT no Brasil, a Vivo e, por outro lado, a redução do financiamento em 2,5 mil milhões com a venda da PTM. Belmiro de Azevedo não vai querer vender a PTM, até porque o seu potencial é grande, mesmo depois do Governo ter dito que as redes de cabo e de cobre terão que ser separadas. A Portugal Telecom está neste momento a perder 30 mil clientes por mês no telefone fixo e não consegue inverter a situação, pelo que o cabo começa a ser mesmo muito melhor negócio que a obsoleta Portugal Telecom da rede fixa. Mas, nos meios financeiros, Belmiro de Azevedo acabará sempre por vender essa área da empresa, exactamente para reduzir o endividamento e poder assim pagar mais a Ricardo Salgado e aos outros accionistas de referência.


http://www.semanario.pt/noticia.php?ID=2745
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