Paradoxo - Uma das mais baixas taxas de...
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Apesar do número crescente de licenciados, Portugal continua a ter um défice de Educação e, apesar do desemprego de pessoal mais qualificado, a formação de alto nível não é uma opção, é uma necessidade e obrigatoriedade de qualquer país com pretensões de estar na linha da frente do desenvolvimento.
Uma das razões para o alto desemprego entre licenciados é, como já foi dito, a existência de cursos que para pouco servem, ou cursos que, apesar de necessários, têm demasiadas vagas a nível nacional para as necessidades.
Outra razão é que Portugal não tem tido uma estratégia de desenvolvimento. Há uns anos atrás passamos de um desenvolvimento principalmente baseado no sector primário (agricultura, pescas, etc) para o secundário (têxteis, calçado, indústria em geral). Agora, com a competição inevitável e imbatível de países de mão de obra mais barata, só resta uma opção para Portugal, deslocar os seus recursos para o sector terciário, dos serviços de valor acrescentado. Esses sim, necessitam de mão de obra de alta qualificação.
Mas o maior problema do desemprego de pessoas mais qualificadas, têm a ver com o défice crónico de empreendedorismo em Portugal (e na Europa em geral, a coisa também podia estar bem melhor, sobretudo quando comparado com o que se passa nos EUA, a este nível). Hoje em dia, quase todos preferem sacar o canudo e depois vegetar num qualquer emprego das 9 às 18 com o salário suficiente para pagar as mensalidades do carro e da casa, do que arriscar num projecto próprio, com o potencial de um dia vir a ser empregador de outras pessoas qualificadas.
Também é certo que as condições oferecidas não são as melhores. E não é menos certo que, precisamente ao contrário do que se passa nos EUA, um negócio falhado tem na Europa conotada uma imagem de fracasso, ao invés de uma imagem de, em primeiro lugar, coragem e determinação para pelo menos tentar.
Ah, e não nos esqueçamos ainda da quantidade grande, com potenciais custos futuros enormes, de pessoal qualificado português que se encontra no estrangeiro neste momento. Nas últimas estatísticas que vi, já rondavam um quarto a um terço do total!
Felizmente (e digo isto sem qualquer parcialidade ou filiação política; bem pelo contrário, pois tenho mais tendências de centro direita, que de centro esquerda), nos últimos tempos as coisas parecem estar a preparar-se para mudar. O fio condutor que une os discursos e acções deste governo, delínea exactamente isso: o posicionamento de Portugal com uma economia assente essencialmente no sector dos serviços (e o velho turismo claro - se bem que aqui espero bem que Portugal se posicione como prestador de seviços turísticos de alto nível, pois mais uma vez, para mais barato pelo mesmo, temos os Espanhóis, recentemente a Croácia, etc), para o qual farão falta muitos recursos bem qualificados.
Mas tudo isto leva tempo, muito tempo...
Uma das razões para o alto desemprego entre licenciados é, como já foi dito, a existência de cursos que para pouco servem, ou cursos que, apesar de necessários, têm demasiadas vagas a nível nacional para as necessidades.
Outra razão é que Portugal não tem tido uma estratégia de desenvolvimento. Há uns anos atrás passamos de um desenvolvimento principalmente baseado no sector primário (agricultura, pescas, etc) para o secundário (têxteis, calçado, indústria em geral). Agora, com a competição inevitável e imbatível de países de mão de obra mais barata, só resta uma opção para Portugal, deslocar os seus recursos para o sector terciário, dos serviços de valor acrescentado. Esses sim, necessitam de mão de obra de alta qualificação.
Mas o maior problema do desemprego de pessoas mais qualificadas, têm a ver com o défice crónico de empreendedorismo em Portugal (e na Europa em geral, a coisa também podia estar bem melhor, sobretudo quando comparado com o que se passa nos EUA, a este nível). Hoje em dia, quase todos preferem sacar o canudo e depois vegetar num qualquer emprego das 9 às 18 com o salário suficiente para pagar as mensalidades do carro e da casa, do que arriscar num projecto próprio, com o potencial de um dia vir a ser empregador de outras pessoas qualificadas.
Também é certo que as condições oferecidas não são as melhores. E não é menos certo que, precisamente ao contrário do que se passa nos EUA, um negócio falhado tem na Europa conotada uma imagem de fracasso, ao invés de uma imagem de, em primeiro lugar, coragem e determinação para pelo menos tentar.
Ah, e não nos esqueçamos ainda da quantidade grande, com potenciais custos futuros enormes, de pessoal qualificado português que se encontra no estrangeiro neste momento. Nas últimas estatísticas que vi, já rondavam um quarto a um terço do total!
Felizmente (e digo isto sem qualquer parcialidade ou filiação política; bem pelo contrário, pois tenho mais tendências de centro direita, que de centro esquerda), nos últimos tempos as coisas parecem estar a preparar-se para mudar. O fio condutor que une os discursos e acções deste governo, delínea exactamente isso: o posicionamento de Portugal com uma economia assente essencialmente no sector dos serviços (e o velho turismo claro - se bem que aqui espero bem que Portugal se posicione como prestador de seviços turísticos de alto nível, pois mais uma vez, para mais barato pelo mesmo, temos os Espanhóis, recentemente a Croácia, etc), para o qual farão falta muitos recursos bem qualificados.
Mas tudo isto leva tempo, muito tempo...
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- Registado: 8/11/2002 12:16
Vieira, também o meu comentário
Pode também passar por aqui, embora haja muitas pessoas, nestas condições, e que são mais valias a ter conta nas empresas.
O que acontece é na visão "pequenina" de muitos empresários, é preferível contratar 2 pessoas com menor formação e que podem ganhar 600 eur/mês cada, do que pagar 1500 eur a alguém com mais formação e que pode ser realmente uma mais valia que faça a diferença...
Vieira Escreveu:Isso só acontece e continuará a acontecer porque não consegues mandar embora/pra casa aquela população activa com mais de 50 cheia de vicios, que entope todos os lugares nas empresas.
Pode também passar por aqui, embora haja muitas pessoas, nestas condições, e que são mais valias a ter conta nas empresas.
O que acontece é na visão "pequenina" de muitos empresários, é preferível contratar 2 pessoas com menor formação e que podem ganhar 600 eur/mês cada, do que pagar 1500 eur a alguém com mais formação e que pode ser realmente uma mais valia que faça a diferença...
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.(Aristóteles)
Boa tarde
DM, aqui estamos de acordo:
Mas a simples existência destes cursos não implica que as pessoas neles se inscrevam...sabendo que tem a saída que se sabe??
O problema não será só com os Licenciados destas áreas...é também com aqueles que optaram pelas Tecnologias e Engenharias. Existem profissionais destas áreas a ganhar 700 eur/mês!! Com contratos precários apesar de teoricamente termos um defict de Licenciados nestas áreas...
Isto é que não se entende...
Cps
DM, aqui estamos de acordo:
DM Escreveu:O problema é o facto de existirem centenas de cursos superiores que não têm qualquer saída profissional. Todos os anos as universidades portuguesas formam milhares de pessoas nas áreas de Humanidades, Ensino, Direito, Sociologias, etc que vão direitinhas para o fundo de desemprego.
Mas a simples existência destes cursos não implica que as pessoas neles se inscrevam...sabendo que tem a saída que se sabe??
O problema não será só com os Licenciados destas áreas...é também com aqueles que optaram pelas Tecnologias e Engenharias. Existem profissionais destas áreas a ganhar 700 eur/mês!! Com contratos precários apesar de teoricamente termos um defict de Licenciados nestas áreas...
Cps
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.(Aristóteles)
Isso só acontece e continuará a acontecer porque não consegues mandar embora/pra casa aquela população activa com mais de 50 cheia de vicios, que entope todos os lugares nas empresas. E não consegues porque a indemnização a pagar é alta e as empresas preferem terem-nos lá a arrastarem-se.
Ora se esses não saem, os mais novos não entram.
Ora se esses não saem, os mais novos não entram.
O problema é o facto de existirem centenas de cursos superiores que não têm qualquer saída profissional. Todos os anos as universidades portuguesas formam milhares de pessoas nas áreas de Humanidades, Ensino, Direito, Sociologias, etc que vão direitinhas para o fundo de desemprego. Em contraste, formam-se muito poucas pessoas nas áreas da Ciência, Engenharia, Economia. Os cursos superiores oferecidos pelas universidades têm de se adaptar às necessidades do mercado de trabalho, e não o inverso.
- Mensagens: 21
- Registado: 18/8/2003 22:04
Paradoxo - Uma das mais baixas taxas de...
Boa noite a todos!
Deixo esta ideia para reflexão:
Portugal tem uma das mais baixas taxas de Licenciados da UE e, ao mesmo tempo, uma elevada taxa de Licenciados no desemprego!
As causas para este paradoxo?
Não existem empresas, com o chamado emprego Qualificado, em número suficiente para absorverem os Licenciados que saem das Universidades...assim sendo valerá a pena continuar a formar pessoas, gastando recursos, tempo e dinheiro só para termos um classe de desempregados que será certamente a mais Qualificada da UE!
Sempre li e ouvi dizer que Portugal tinha um atraso em termos de Qualificação dos trabalhadores em geral, nos tempos mais recentes, essa realidade tem mudado (existem n Universidades públicas, privadas e politecnicos...) mas parece-me que as empresas em geral é que não acompanharam esta Mudança.
Cps
Deixo esta ideia para reflexão:
Portugal tem uma das mais baixas taxas de Licenciados da UE e, ao mesmo tempo, uma elevada taxa de Licenciados no desemprego!
As causas para este paradoxo?
Não existem empresas, com o chamado emprego Qualificado, em número suficiente para absorverem os Licenciados que saem das Universidades...assim sendo valerá a pena continuar a formar pessoas, gastando recursos, tempo e dinheiro só para termos um classe de desempregados que será certamente a mais Qualificada da UE!
Sempre li e ouvi dizer que Portugal tinha um atraso em termos de Qualificação dos trabalhadores em geral, nos tempos mais recentes, essa realidade tem mudado (existem n Universidades públicas, privadas e politecnicos...) mas parece-me que as empresas em geral é que não acompanharam esta Mudança.
Cps
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.(Aristóteles)
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