O Dilema da Correlação Negativa
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Puxada deste artigo que me parece ser sempre bom LER ou RELER.
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http://gabinforme.blogspot.com/
Caro Marco António,
Gostei de ler, e fez-me recordar alguns erros que cometi, quando acabou o bull, porque até aí foi sempre a lucrar, diria que comprava á segunda e á sexta tinha 20, 30, 50% de lucro, sem AT / AF, tal era irracionalidade do mercado, e hoje digo do investidor.
O que me fez abrir a pestana!? ver os lucros diluírem-se sem razão aparente, pois os analistas diziam que os mercados iam recuperar,era uma correcção técnica! Como os lucros eram consideráveis, parei.
Até que parei para pensar, e analisar o que eram os mercados de acções.
Livros , gráficos, enfim .......mais confuso fiquei, como investir, pois para mim o dinheiro não podiam estar parado.
Um dos grandes problemas da maioria dos investidores,dinheiro parado aguardar o momento, não diria certo, mas de menor risco, para investir.
Ganhar vantagem ao mercado, ou seja fazer trades lucrativos, da-nos estabilidade e confiança, o inverso, retira lucidez e cria ansiedade para recuperar o prejuízo, logo mais probalidades de errar.
Inicialmente, achei importante escrever o diário dos trades, positivos e negativos, corrigi algos erros.
O chavão mais conhecido em bolsa " Comprar em baixa e Vender em alta" pode-se aplicar no curto, médio, longo prazo e será sempre um investimento de baixo risco, dando-nos sucesso garantido no longo prazo.
Um desabafo, de um pequeno e curioso investidor,
ate´xá
cochim
Gostei de ler, e fez-me recordar alguns erros que cometi, quando acabou o bull, porque até aí foi sempre a lucrar, diria que comprava á segunda e á sexta tinha 20, 30, 50% de lucro, sem AT / AF, tal era irracionalidade do mercado, e hoje digo do investidor.
O que me fez abrir a pestana!? ver os lucros diluírem-se sem razão aparente, pois os analistas diziam que os mercados iam recuperar,era uma correcção técnica! Como os lucros eram consideráveis, parei.
Até que parei para pensar, e analisar o que eram os mercados de acções.
Livros , gráficos, enfim .......mais confuso fiquei, como investir, pois para mim o dinheiro não podiam estar parado.
Um dos grandes problemas da maioria dos investidores,dinheiro parado aguardar o momento, não diria certo, mas de menor risco, para investir.
Ganhar vantagem ao mercado, ou seja fazer trades lucrativos, da-nos estabilidade e confiança, o inverso, retira lucidez e cria ansiedade para recuperar o prejuízo, logo mais probalidades de errar.
Inicialmente, achei importante escrever o diário dos trades, positivos e negativos, corrigi algos erros.
O chavão mais conhecido em bolsa " Comprar em baixa e Vender em alta" pode-se aplicar no curto, médio, longo prazo e será sempre um investimento de baixo risco, dando-nos sucesso garantido no longo prazo.
Um desabafo, de um pequeno e curioso investidor,
ate´xá
cochim
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Obrigado a todos os que responderam amavelmente e em especial aos que deixaram mais algumas questões. Era esse precisamente o espírito, para que cada um de nós dê um pouco da sua experiência em conhecimentos.
Agora em especial para o Jotabil,
Jotabil, o fim-de-semana está a chegar ao fim e dado que estou a limitar o tempo dedicado ao forum durante a semana não terei oportunidade de responder com a atenção que a questão merece pelo menos até ao próximo fim-de-semana. Mas fica a promessa que voltarei ao tema. De qualquer das formas deixo um cheirinho da minha resposta, que já a imagino em traços gerais e que deduzo que talvez não seja exactamente aquilo que pretende ouvir. Os critérios de avaliação são eles mutáveis ao longo do tempo, mesmo os fundamentalistas (e não é onde me sinto mais à vontade, bem longe disso) mas mesmo os fundamentalistas dizia, não são unânimes nem constantes nos seus critérios de avaliação. Se hoje dizem que os títulos ainda estão «fundamentalmente caros», ontem em plena bolha encontravam ainda razões para justificar as subidas com base noutros critérios (que na altura consideravam mais ajustados ao tempo e às novas realidades económicas).
Definir o mercado como seguindo leis determinísticas é para mim um terreno muito perigoso e do qual tenho de discordar se não em absoluto, pelo menos em grande parte e daí a dificuldade em responder como talvez o Jotabil gostasse de ouvir. No mercado mistura-se o racional com o irracional, o determinísmo com o acaso... e... qual cereja no topo do bolo... os ciclos próprios do tempo e da evolução da humanidade.
Não há uma forma, um modelo para definir o mercado, qual santo-graal, existem muitos modelos e abordagens diferentes, uns mais flexíveis outros menos, uns mais complexos outros mais simples e porventura até mais eficazes, todos eles imperfeitos e limitados. Tudo o que diz respeito ao Homem afecta a evolução dos Mercados de Capitais, afectar pesos a cada um dos <i>inputs</i> é uma tarefa vã e inglória de atribuir uma fórmula fixa a algo que está em permanente mutação.
Peço desculpa por esta resposta em cima do joelho, mas o tempo urge, só me restam 10min de fim-de-semana...
Mas prometo mais tarde voltar com mais atenção.
Atentamente,
Marco Antonio.
Agora em especial para o Jotabil,
Jotabil, o fim-de-semana está a chegar ao fim e dado que estou a limitar o tempo dedicado ao forum durante a semana não terei oportunidade de responder com a atenção que a questão merece pelo menos até ao próximo fim-de-semana. Mas fica a promessa que voltarei ao tema. De qualquer das formas deixo um cheirinho da minha resposta, que já a imagino em traços gerais e que deduzo que talvez não seja exactamente aquilo que pretende ouvir. Os critérios de avaliação são eles mutáveis ao longo do tempo, mesmo os fundamentalistas (e não é onde me sinto mais à vontade, bem longe disso) mas mesmo os fundamentalistas dizia, não são unânimes nem constantes nos seus critérios de avaliação. Se hoje dizem que os títulos ainda estão «fundamentalmente caros», ontem em plena bolha encontravam ainda razões para justificar as subidas com base noutros critérios (que na altura consideravam mais ajustados ao tempo e às novas realidades económicas).
Definir o mercado como seguindo leis determinísticas é para mim um terreno muito perigoso e do qual tenho de discordar se não em absoluto, pelo menos em grande parte e daí a dificuldade em responder como talvez o Jotabil gostasse de ouvir. No mercado mistura-se o racional com o irracional, o determinísmo com o acaso... e... qual cereja no topo do bolo... os ciclos próprios do tempo e da evolução da humanidade.
Não há uma forma, um modelo para definir o mercado, qual santo-graal, existem muitos modelos e abordagens diferentes, uns mais flexíveis outros menos, uns mais complexos outros mais simples e porventura até mais eficazes, todos eles imperfeitos e limitados. Tudo o que diz respeito ao Homem afecta a evolução dos Mercados de Capitais, afectar pesos a cada um dos <i>inputs</i> é uma tarefa vã e inglória de atribuir uma fórmula fixa a algo que está em permanente mutação.
Peço desculpa por esta resposta em cima do joelho, mas o tempo urge, só me restam 10min de fim-de-semana...
Mas prometo mais tarde voltar com mais atenção.
Atentamente,
Marco Antonio.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Caro Marco António gostei bastante...
...e é concerteza de grande utilidade para este forum!!!
Os meus parabéns!!
Abraço
Scuba
Os meus parabéns!!
Abraço
Scuba
scuba
Fear blind us the opportunity, greed blind us the danger!
Fear blind us the opportunity, greed blind us the danger!
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needs for anchors
é algo como procura de algo palpável, que dê segurança...
Parabens pelo artigo...
um abraço,
Icaro
Parabens pelo artigo...
um abraço,
Icaro
comentário
Caro triunviratista
Li com alguma atenção o que escreveste....sobre esse caminhar incerto do mercado....parece o mito de sísifo....ehehheeh...
As duas entidades que referes, o vendedor e o comprador, são na realidade dois contendores....e o mercado...é o palco da acção.
São meras acções tacticas.....a estratégia so se aplica para objectivos que têm a ver com a politica de uma determinada entidade da cena internacional......até o futebol...fala em estratégia.......quando apenas se devia referir a mera metodologia para a acção...nem sequer tactica....enfim... desculpa.
Não aceito que o mercado....não obedeça a leis mais ou menos deterministas....afinal....uma equação económica tem quase o determinismo de uma equação matemática.....esta ciência serve mesmo de instrumento à economia.....temos que desfazer o mito de que o mercado se move caprichosamente...existem factos, indícios, que determinam uma tendência ou outra.....penso que temos que começar a definir quais são esses indícios e a ordena-los confor-me a sua importancia.....considerá-los e confirma-los nas notícias e rumores que se vão obtendo
e obter a informação para a decisão...e decidir em conformidade...admitindo mesmo a instabilidade da matéria.
Sendo assim e logo que te seja possivel , elenca-me quais os indícios técnicos que significam a inversão de tendência de um mercado.
Tantos os decorrentes de uma análise fundamental como os que decorrem de uma analise tecnica da evolução das cotações.
Por exemplo..... o PER baixo indicia a boa situação de uma empresa;
o fecho dos mercados com volumes elevados
Sê sff, exaustivo e coloca por ordem da importancia que consideras....
Peço-te isto por causa de um esquema que estou a gizar......pode ser que não saia nada....mas gostava de apresentar a JAS .....um esquema...
Não sei se é pedir muito.
cumps
Li com alguma atenção o que escreveste....sobre esse caminhar incerto do mercado....parece o mito de sísifo....ehehheeh...
As duas entidades que referes, o vendedor e o comprador, são na realidade dois contendores....e o mercado...é o palco da acção.
São meras acções tacticas.....a estratégia so se aplica para objectivos que têm a ver com a politica de uma determinada entidade da cena internacional......até o futebol...fala em estratégia.......quando apenas se devia referir a mera metodologia para a acção...nem sequer tactica....enfim... desculpa.
Não aceito que o mercado....não obedeça a leis mais ou menos deterministas....afinal....uma equação económica tem quase o determinismo de uma equação matemática.....esta ciência serve mesmo de instrumento à economia.....temos que desfazer o mito de que o mercado se move caprichosamente...existem factos, indícios, que determinam uma tendência ou outra.....penso que temos que começar a definir quais são esses indícios e a ordena-los confor-me a sua importancia.....considerá-los e confirma-los nas notícias e rumores que se vão obtendo
e obter a informação para a decisão...e decidir em conformidade...admitindo mesmo a instabilidade da matéria.
Sendo assim e logo que te seja possivel , elenca-me quais os indícios técnicos que significam a inversão de tendência de um mercado.
Tantos os decorrentes de uma análise fundamental como os que decorrem de uma analise tecnica da evolução das cotações.
Por exemplo..... o PER baixo indicia a boa situação de uma empresa;
o fecho dos mercados com volumes elevados
Sê sff, exaustivo e coloca por ordem da importancia que consideras....
Peço-te isto por causa de um esquema que estou a gizar......pode ser que não saia nada....mas gostava de apresentar a JAS .....um esquema...
Não sei se é pedir muito.
cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
Sun Tzu
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Caro triunviratista
Li com alguma atenção o que escreveste....sobre esse caminhar incerto do mercado....parece o mito de sísifo....ehehheeh...
As duas entidades que referes, o vendedor e o comprador, são na realidade dois contendores....e o mercado...é o palco da acção.
São meras acções tacticas.....a estratégia so se aplica para objectivos que têm a ver com a politica de uma determinada entidade da cena internacional......até o futebol...fala em estratégia.......quando apenas se devia referir a mera metodologia para a acção...nem sequer tactica....enfim... desculpa.
Não aceito que o mercado....não obedeça a leis mais ou menos deterministas....afinal....uma equação económica tem quase o determinismo de uma equação matemática.....esta ciência serve mesmo de instrumento à economia.....temos que desfazer o mito de que o mercado se move caprichosamente...existem factos, indícios, que determinam uma tendência ou outra.....penso que temos que começar a definir quais são esses indícios e a ordena-los confor-me a sua importancia.....considerá-los e confirma-los nas notícias e rumores que se vão obtendo
e obter a informação para a decisão...e decidir em conformidade...admitindo mesmo a instabilidade da matéria.
Sendo assim e logo que te seja possivel , elenca-me quais os indícios técnicos que significam a inversão de tendência de um mercado.
Tantos os decorrentes de uma análise fundamental como os que decorrem de uma analise tecnica da evolução das cotações.
Por exemplo..... o PER baixo indicia a boa situação de uma empresa;
o fecho dos mercados com volumes elevados
Sê sff, exaustivo e coloca por ordem da importancia que consideras....
Peço-te isto por causa de um esquema que estou a gizar......pode ser que não saia nada....mas gostava de apresentar a JAS .....um esquema...
Não sei se é pedir muito.
cumps
Li com alguma atenção o que escreveste....sobre esse caminhar incerto do mercado....parece o mito de sísifo....ehehheeh...
As duas entidades que referes, o vendedor e o comprador, são na realidade dois contendores....e o mercado...é o palco da acção.
São meras acções tacticas.....a estratégia so se aplica para objectivos que têm a ver com a politica de uma determinada entidade da cena internacional......até o futebol...fala em estratégia.......quando apenas se devia referir a mera metodologia para a acção...nem sequer tactica....enfim... desculpa.
Não aceito que o mercado....não obedeça a leis mais ou menos deterministas....afinal....uma equação económica tem quase o determinismo de uma equação matemática.....esta ciência serve mesmo de instrumento à economia.....temos que desfazer o mito de que o mercado se move caprichosamente...existem factos, indícios, que determinam uma tendência ou outra.....penso que temos que começar a definir quais são esses indícios e a ordena-los confor-me a sua importancia.....considerá-los e confirma-los nas notícias e rumores que se vão obtendo
e obter a informação para a decisão...e decidir em conformidade...admitindo mesmo a instabilidade da matéria.
Sendo assim e logo que te seja possivel , elenca-me quais os indícios técnicos que significam a inversão de tendência de um mercado.
Tantos os decorrentes de uma análise fundamental como os que decorrem de uma analise tecnica da evolução das cotações.
Por exemplo..... o PER baixo indicia a boa situação de uma empresa;
o fecho dos mercados com volumes elevados
Sê sff, exaustivo e coloca por ordem da importancia que consideras....
Peço-te isto por causa de um esquema que estou a gizar......pode ser que não saia nada....mas gostava de apresentar a JAS .....um esquema...
Não sei se é pedir muito.
cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
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Para allen...
Não se investe só na BVLP (gráficos da Pata)... algumas das pessoas aqui presentes investem noutros mercados... e as vistas em posts com gráficos são muitas vezes aumentados por pessoas que veem o mesmo post mais de 1 vez...se bem que na minha mensagem não houve resposta (toda a gente só viu 1 vez) e pelo menos cerca de 80+ pessoas devem ter visto o gráfico.... 
sem duvida
Absolutamente brilhante os escritos agora apresentados , levantando um numero infindável de interrogações .
Por muitos que sejam os desejos de intervenção são diminutos os espaços reais de realização de transação e são imensos os momentos em que por incapacidade de apreciação da realidade envolvente, um trader se transforma em investidor : compra , não tem momento para vender e guarda o título esperando melhores dias . Única consolação : se detiver um numero elevado de açoes , é convocado para as assembleias gerais
Perante a desgraça , a ansiedade de inerente ao perder , relega-se para o subconsciente os momentos de desespero , espera-se por melhores dias e le-se tudo o que se encontra , dando uma importância a tudo o que potência a razão que não tivemos ou a quem nos promete um “ el-dourado “
Tudo isto é resultado de um trabalho que nunca acaba , de uma ponderação e reavaliação infindável . Não creio que muitos estejam dispostos para isto . E melhor esperar pela fada com varinha magica . Já reparam que ate hoje so pouco mais de 65 pessoas tinham feito o download das cotações colocadas pela Pata – Hari . Comparem esse valor com o numero de visitas aos post com grafico ! Mas sera que existe outra forma de contactar com o mercado que não seja pela confrontação com um gráfico de barras e volume ? Existe de facto : idolatrar os guardiões do templo
AS
Por muitos que sejam os desejos de intervenção são diminutos os espaços reais de realização de transação e são imensos os momentos em que por incapacidade de apreciação da realidade envolvente, um trader se transforma em investidor : compra , não tem momento para vender e guarda o título esperando melhores dias . Única consolação : se detiver um numero elevado de açoes , é convocado para as assembleias gerais
Perante a desgraça , a ansiedade de inerente ao perder , relega-se para o subconsciente os momentos de desespero , espera-se por melhores dias e le-se tudo o que se encontra , dando uma importância a tudo o que potência a razão que não tivemos ou a quem nos promete um “ el-dourado “
Tudo isto é resultado de um trabalho que nunca acaba , de uma ponderação e reavaliação infindável . Não creio que muitos estejam dispostos para isto . E melhor esperar pela fada com varinha magica . Já reparam que ate hoje so pouco mais de 65 pessoas tinham feito o download das cotações colocadas pela Pata – Hari . Comparem esse valor com o numero de visitas aos post com grafico ! Mas sera que existe outra forma de contactar com o mercado que não seja pela confrontação com um gráfico de barras e volume ? Existe de facto : idolatrar os guardiões do templo
AS
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Conforme te li, Marco, duas ideias que me vieram à cabeça:
A primeira acerca da utilidade de análise fundamental na determinação do que é o preço de referência ( e que pode não ter nada a ver com valores passados),
Por outro lado, relembrou-me de um dos meus grandes defeitos como trader (aliás, até me recordou de vários, entre eles a teimosia) e que tenho tentado corrigir porque já me custou já muitos ticks, é a tentação de reagir/comprar/vender ANTES de ver sinais efectivos de mudança de tendência/swing agarrada a referências de indicadores ou de quedas percentuais. Ou seja, acho fundamental conseguir a abstracção dos valores de referência passados pelo seguinte: é fácil dizer que a acção está muito sobre-vendida e que "terá" que reagir nos próximos tempos. A tentação de se comprar nesse momento é gigante. Só que, apesar de já ter caido uma exorbitância percentualmente, apesar dos indicadores já gritarem todos "correcção!", a acção consegue muitas vezes cair muitos pontos percentuais antes de iniciar essa correcção, e a correcção é por vezes inferior à perda entre a identificação do excesso e o inicio do rebound. As referências são portanto um enorme entrave à (minha)performance e não uma ajuda.
A primeira acerca da utilidade de análise fundamental na determinação do que é o preço de referência ( e que pode não ter nada a ver com valores passados),
Por outro lado, relembrou-me de um dos meus grandes defeitos como trader (aliás, até me recordou de vários, entre eles a teimosia) e que tenho tentado corrigir porque já me custou já muitos ticks, é a tentação de reagir/comprar/vender ANTES de ver sinais efectivos de mudança de tendência/swing agarrada a referências de indicadores ou de quedas percentuais. Ou seja, acho fundamental conseguir a abstracção dos valores de referência passados pelo seguinte: é fácil dizer que a acção está muito sobre-vendida e que "terá" que reagir nos próximos tempos. A tentação de se comprar nesse momento é gigante. Só que, apesar de já ter caido uma exorbitância percentualmente, apesar dos indicadores já gritarem todos "correcção!", a acção consegue muitas vezes cair muitos pontos percentuais antes de iniciar essa correcção, e a correcção é por vezes inferior à perda entre a identificação do excesso e o inicio do rebound. As referências são portanto um enorme entrave à (minha)performance e não uma ajuda.
Preferiria deixar as conclusões para aqueles que tiverem a paciência de ler o meu texto até ao fim. O melhor prémio que me podem dar, é saber que lhes dei algo em que pensar e que o que escrevi lhes foi minimamente útil. A forma de estar no mercado depende muito de cada um de nós e portanto, as conclusões ao meu texto poderão divergir muito de caso para caso. Posso sugerir algumas conclusões, mas como costumo referir, «o que resulta comigo, pode não resultar com o investidor do lado». Assim sendo, a formúla mais útil é aquela em que o leitor é levado a retirar as suas próprias conclusões ou a adaptar a leitura à sua experiência pessoal. Melhor prémio, ainda, era receber algumas respostas...
Mas sensibilizado com o pedido do Cem, a quem eu não posso negar um pedido destes pelo respeito que me merece dada a sua postura imaculado nos foruns e a qualidade das suas participações, aqui ficam então algumas conclusões, da minha autoria.
Um princípio correcto de nada vale sem estratégia e sem um plano delineado de acordo com a estratégia. De nada vale basearmos as nossas decisões em critérios que não se aplicam ao nosso <i>time-frame</i> ou à nossa estratégia. Se vamos ser criteriosos nos motivos de entrada, então que esses critérios encaixem na nossa estratégia. Ou criemos uma estratégia de acordo com esses critérios.
Não estamos no mercado para ter razão, mas para obter retornos positivos. A razão no momento errado é um prémio demasiado pequeno quando o ojectivo é obter rendibilidades positivas. Se esperarmos o tempo suficiente, a razão há-de chegar quase inevitavalmente porque os mercados, mais cedo ou mais tarde, invertem. O problema é que pode ser... tarde demais.
Duas estratégias opostas podem ambas basear-se em fundamentos opostos mas verdadeiros. Cada vez que se efectua um negócio entre dois intervenientes, não temos necessariamente um vencedor e um perdedor de cada lado. Podemos ter dois vencedores... ou dois perdedores.
Mais importante que o momento de entrada, é o momento de saída. Os investidores tendem a sobrevalorizar a entrada e à posteriori a toma-la como referência, esquecendo-se que uma vez «dentro», o valor de entrada perdeu todo o seu significado. A única decisão relevante de ora em diante é a de saída. É a única que poderá aumentar ou diminuir as rendibilidades futuras.
Investir é um constante dilema. Mais importante do que o que pensamos, é como agimos. Se procurarmos bem, encontramos sempre razões (aparentemente) válidas para justificarmos os nossos investimentos. Os critérios, mesmo os mais avalizados, são sempre relativos e subjectivos. Se não pensarmos, agimos como idiotas caindo constamente nos mesmos erros. Se pensarmos demais, corremos o risco de laborar em erros de análise ou em critérios falaciosos, temporais/temporários ou subjectivos.
E por aqui me fico, com a certeza de ter deixado ainda muito pano para mangas... para quem quiser pegar no giz e na tesoura, que eu, a esta hora, já é mais fronha e almofada!
Um grande abraço Cem, e obrigado pela tua atenta resposta a estas altas horas da matina.
Mas sensibilizado com o pedido do Cem, a quem eu não posso negar um pedido destes pelo respeito que me merece dada a sua postura imaculado nos foruns e a qualidade das suas participações, aqui ficam então algumas conclusões, da minha autoria.
E por aqui me fico, com a certeza de ter deixado ainda muito pano para mangas... para quem quiser pegar no giz e na tesoura, que eu, a esta hora, já é mais fronha e almofada!
Um grande abraço Cem, e obrigado pela tua atenta resposta a estas altas horas da matina.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Um artigo com uma excelente fluidez ...
... a colocar um dilema permanente ao investidor.
Gostei particularmente do tema sobre a metodologia "saltitante" que o Curare introduziu em tempos. Nos primeiros anos de aprendizagem isso é um facto bem real. A poeira só vai assentando e estabilizando quando detectamos as rentabilidades próprias a subir de forma consistente, pois isto dos mercados oferece desafios permanentes e coloca dúvidas a todo o instante, em especial nas alturas em que os nossos capitais são confrontados com perdas.
Um tema muito interessante, pena que o Marco não tenha feito um esforço suplementar para tirar umas conclusões, os conhecimentos que indubitavelmente tem sobre estas matérias mereciam esse pequeno esforço adicional. Mas também não é menos verdade que, numa abordagem que envolve psicologia, numa ciência não perfeita e algo insípida em que cada um é dono das suas teorias muito pessoais e próprias, reconheço não ser fácil a tarefa de nos colocarmos no papel abstracto da "multidão" e "deles", os tais que regem na sombra os mercados...
Um abraço, parabéns e vê lá se fazes um esforço adicional para terminar esta interessante temática,
Cem
Gostei particularmente do tema sobre a metodologia "saltitante" que o Curare introduziu em tempos. Nos primeiros anos de aprendizagem isso é um facto bem real. A poeira só vai assentando e estabilizando quando detectamos as rentabilidades próprias a subir de forma consistente, pois isto dos mercados oferece desafios permanentes e coloca dúvidas a todo o instante, em especial nas alturas em que os nossos capitais são confrontados com perdas.
Um tema muito interessante, pena que o Marco não tenha feito um esforço suplementar para tirar umas conclusões, os conhecimentos que indubitavelmente tem sobre estas matérias mereciam esse pequeno esforço adicional. Mas também não é menos verdade que, numa abordagem que envolve psicologia, numa ciência não perfeita e algo insípida em que cada um é dono das suas teorias muito pessoais e próprias, reconheço não ser fácil a tarefa de nos colocarmos no papel abstracto da "multidão" e "deles", os tais que regem na sombra os mercados...
Um abraço, parabéns e vê lá se fazes um esforço adicional para terminar esta interessante temática,
Cem
-
Cem
O Dilema da Correlação Negativa
<b>O Dilema da Correlação Negativa</b>
Quando aborda o mercado, o investidor menos experiente é tentado a comprar o que lhe parece «barato». Ora, se mesmo os mais experientes e os mais formados falham ou discordam na avaliação do que é o «barato», aspecto altamente subjectivo e significado altamente variável ao longo do tempo, o investidor menos conhecedor ou mais inexperiente corre o sério risco de apostar a sua compra num critério altamente perigoso. Tanto mais que normalmente, este investidor deduz que o título está barato com base nos valores passados, a referência mais visível e mais acessível que tem...
Este tipo de conclusão deriva de algo que os psicólogos designam de <i>Need for Anchors</i> (em português, qualquer coisa como «necessidade de uma âncora). Se não for isto ou tiver outro nome mais apropriado e alguém com formação em psicologia me estiver a ler, agradecia que me corrigisse, pois todos ganharíamos com isso. No entanto, li certa vez acerca de uma experiência interessante que era algo como isto: questionaram um grupo de pessoas acerca de um fenómeno qualquer sobre o qual não tinham qualquer formação específica (digamos que sería o equivalente no nosso caso ao mercado de capitais, que na realidade é o resultado da acção de milhões de intervenientes dos quais a maioria não tem formação económica específica) e pediam-lhes que fornecessem um valor relacionado com o fenómeno (por exemplo, um nível de radiação) após fazerem girar uma roleta com valores entre 0 e 100. O resultado da experiência foi que se verificou uma correlação entre os valores respondidos pelos indivíduos e o valor que lhes saíu na roleta. Ou seja, sem qualquer formação específica sobre o assunto, os indivíduos eram levados a basearem-se na única referência que tinham... a roleta.
Se na roleta saia 75, os indivíduos respondiam mais facilmente 75 ou 55... e dificilmente diriam algo como 5 ou 10. Se na roleta saísse 10, diriam muito facilmente 15 ou 20.
O que é que isto tem a ver com o mercado?... Tudo. Hoje um título cota a 20 euros e parece-nos impensável que o título atinja os 5 euros no curto prazo... E se porventura isso acontecer, somos tentados a dizer que o título está «barato». A referência que temos são os 20 euros e perante esse valor, o título está aparentemente barato. Aliás, a questão das referências coloca-se ainda noutro aspecto talvez ainda mais preocupante: não é menos comum os investidores tomarem como referência o seu preço de compra. Um investidor compra o título XPTO a 8 euros e a «coisa» corre mal. Mais tarde, vê-se agarrado a esse título nos 6 euros e a dizer para consigo «a este preço não vendo, tem de voltar pelo menos aos 8 euros, acima de 8 euros eu vendo». Porque é que o valor de compra é uma referência, porque é que o investidor vende mais facilmente se estiver a ganhar do que se estiver a perder?... Se a facilidade com que vende varia com o facto de estar a ganhar ou a perder em detrimento de um critério de expectativas de ganhos ou perdas (vender se lhe parece que vai perder (ainda) mais, por exemplo), isso acontece por duas ordens de razões: dificuldade em assumir uma perda (e um erro) e por tomar como ponto de referência, ainda que inconscientemente, o ponto de entrada... Como se não houvesse milhares de outros pontos de entrada de outros tantos investidores, com o mesmo significado... nenhum!
Temo estar a desviar-me do meu real objectivo... Retorno então aos motivos «arriscados» que nos levam a comprar títulos «baratos». Mas porque somos tentados a comprar o que está «barato»?... Porque partimos da assumpção de que, o que cai, tem de subir... E que o que mais cai (o que está mais barato) mais tem de subir. Bem, o que é estatísticamente verdade. Mas...
Mas, também é verdade que, o que mais cai, mais tendência tem para continuar a cair. Algumas regras básicas do trading dizem-nos que devemos apostar no que apresenta firmeza relativa e vender o que apresenta fraqueza relativa. Apostar no tem força, deixar «rolar os ganhos» e desapostar no que não tem força, «curtar as perdas». Que essa estratégia é mais vantajosa e mais consistente a longo-prazo. Bem, e estatísticamente também é verdade.
Então, onde está a coerência?... Ou a falta dela?
Em lado nenhum. A diferença está no <i>time-frame</i>, no plano temporal. E na diferença entre «razão» e «rendibilidade» (ou por outras palavras, a diferença entre «acertar» e «acertar no momento certo»).
O segundo pressuposto aplica-se essencialmente ao curto/médio-prazo, onde se verifica estatísticamente uma correlação positiva no comportamento futuro da cotação com o comportamento passado, ou seja, um título que subiu nos dois ou três últimos meses tem uma maior probabilidade de subir no próximo(s) mes(es) do que de inverter a tendência.
O primeiro pressuposto aplica-se essencialmente no longo-prazo, onde se verifica estatísticamente uma correlação negativa entre o comportamento futuro e o comportamento passado, ou seja, um título que sobe há um ano, tem maior probabilidade de inverter a tendência, muito maior do que um título que sobe apenas há três ou quatro meses.
Infelizmente, deixados à nossa sorte, principalmente se a experiência não impera (e a experiência no mercado é bem difícil de conseguir... ainda recentemente, um outro participante do fórum, creio que o Curare, deixou um artigo interessante sobre a questão da tentativa-erro e como os investidores «perdedores» entravam em ciclos viciosos, nunca deixando os seus métodos amadurecerem, nunca ganhando a experiência necessária para os melhor, saltando de método em método, de estratégia em estratégia, o que me pareceu uma descrição muito interessante e realista), o investidor é levado a optar pela estratégia B (comprar o que mais caiu), porque a estratégia A vai contra o senso-comum, dado que o que subiu parece-lhe «caro» (voltamos à questão das referências). Assim, opta por comprar o que caiu (muito). E normalmente... sai a perder.
Porquê?... Porque comprou pelos motivos errados, no momento errado. Provavelmente não comprou num momento em que a probabilidade de inversão é elevada (o que é difícil de determinar, principalmente sem conhecimentos e sem experiência) e provavelmente não vai ter paciência de esperar pela inversão vendendo na véspera do dia em que fatidicamente o título inverte... Ou porque no dia em que a inversão se dá, já não há inversão que lhe valha, o ponto de entrada está muito lá em cima... E como esse ponto de entrada é uma referência para o nosso investidor, provavelmente este não terá o discernimento de aproveitar um <i>rebound</i> para vender «menos barato» (e com menores perdas). Não aproveita a oportunidade que o mercado lhe dá...
Chego ao ponto em que normalmente se apresenta a Moral da História. Bem... não há Moral nenhuma. No mercado não há lugar a Moral... assim, tirem as vossas conclusões, se é que este meu texto merece alguma conclusão. Eu lembro-me de algumas, mas prefiro deixar a promessa de vos maçar com mais alguns textos desajeitados como este onde tentarei dar o meu contributo com o pouco que aprendi no mercado ao longo destes cerca de três anos de intenso acompanhamento, onde fui brindado com um dos mais duros <i>bears</i> que o mercado já teve. Sorte a minha, de ter entrado para o mercado num período tão duro... e excelente para aprender.
Quando aborda o mercado, o investidor menos experiente é tentado a comprar o que lhe parece «barato». Ora, se mesmo os mais experientes e os mais formados falham ou discordam na avaliação do que é o «barato», aspecto altamente subjectivo e significado altamente variável ao longo do tempo, o investidor menos conhecedor ou mais inexperiente corre o sério risco de apostar a sua compra num critério altamente perigoso. Tanto mais que normalmente, este investidor deduz que o título está barato com base nos valores passados, a referência mais visível e mais acessível que tem...
Este tipo de conclusão deriva de algo que os psicólogos designam de <i>Need for Anchors</i> (em português, qualquer coisa como «necessidade de uma âncora). Se não for isto ou tiver outro nome mais apropriado e alguém com formação em psicologia me estiver a ler, agradecia que me corrigisse, pois todos ganharíamos com isso. No entanto, li certa vez acerca de uma experiência interessante que era algo como isto: questionaram um grupo de pessoas acerca de um fenómeno qualquer sobre o qual não tinham qualquer formação específica (digamos que sería o equivalente no nosso caso ao mercado de capitais, que na realidade é o resultado da acção de milhões de intervenientes dos quais a maioria não tem formação económica específica) e pediam-lhes que fornecessem um valor relacionado com o fenómeno (por exemplo, um nível de radiação) após fazerem girar uma roleta com valores entre 0 e 100. O resultado da experiência foi que se verificou uma correlação entre os valores respondidos pelos indivíduos e o valor que lhes saíu na roleta. Ou seja, sem qualquer formação específica sobre o assunto, os indivíduos eram levados a basearem-se na única referência que tinham... a roleta.
Se na roleta saia 75, os indivíduos respondiam mais facilmente 75 ou 55... e dificilmente diriam algo como 5 ou 10. Se na roleta saísse 10, diriam muito facilmente 15 ou 20.
O que é que isto tem a ver com o mercado?... Tudo. Hoje um título cota a 20 euros e parece-nos impensável que o título atinja os 5 euros no curto prazo... E se porventura isso acontecer, somos tentados a dizer que o título está «barato». A referência que temos são os 20 euros e perante esse valor, o título está aparentemente barato. Aliás, a questão das referências coloca-se ainda noutro aspecto talvez ainda mais preocupante: não é menos comum os investidores tomarem como referência o seu preço de compra. Um investidor compra o título XPTO a 8 euros e a «coisa» corre mal. Mais tarde, vê-se agarrado a esse título nos 6 euros e a dizer para consigo «a este preço não vendo, tem de voltar pelo menos aos 8 euros, acima de 8 euros eu vendo». Porque é que o valor de compra é uma referência, porque é que o investidor vende mais facilmente se estiver a ganhar do que se estiver a perder?... Se a facilidade com que vende varia com o facto de estar a ganhar ou a perder em detrimento de um critério de expectativas de ganhos ou perdas (vender se lhe parece que vai perder (ainda) mais, por exemplo), isso acontece por duas ordens de razões: dificuldade em assumir uma perda (e um erro) e por tomar como ponto de referência, ainda que inconscientemente, o ponto de entrada... Como se não houvesse milhares de outros pontos de entrada de outros tantos investidores, com o mesmo significado... nenhum!
Temo estar a desviar-me do meu real objectivo... Retorno então aos motivos «arriscados» que nos levam a comprar títulos «baratos». Mas porque somos tentados a comprar o que está «barato»?... Porque partimos da assumpção de que, o que cai, tem de subir... E que o que mais cai (o que está mais barato) mais tem de subir. Bem, o que é estatísticamente verdade. Mas...
Mas, também é verdade que, o que mais cai, mais tendência tem para continuar a cair. Algumas regras básicas do trading dizem-nos que devemos apostar no que apresenta firmeza relativa e vender o que apresenta fraqueza relativa. Apostar no tem força, deixar «rolar os ganhos» e desapostar no que não tem força, «curtar as perdas». Que essa estratégia é mais vantajosa e mais consistente a longo-prazo. Bem, e estatísticamente também é verdade.
Então, onde está a coerência?... Ou a falta dela?
Em lado nenhum. A diferença está no <i>time-frame</i>, no plano temporal. E na diferença entre «razão» e «rendibilidade» (ou por outras palavras, a diferença entre «acertar» e «acertar no momento certo»).
O segundo pressuposto aplica-se essencialmente ao curto/médio-prazo, onde se verifica estatísticamente uma correlação positiva no comportamento futuro da cotação com o comportamento passado, ou seja, um título que subiu nos dois ou três últimos meses tem uma maior probabilidade de subir no próximo(s) mes(es) do que de inverter a tendência.
O primeiro pressuposto aplica-se essencialmente no longo-prazo, onde se verifica estatísticamente uma correlação negativa entre o comportamento futuro e o comportamento passado, ou seja, um título que sobe há um ano, tem maior probabilidade de inverter a tendência, muito maior do que um título que sobe apenas há três ou quatro meses.
Infelizmente, deixados à nossa sorte, principalmente se a experiência não impera (e a experiência no mercado é bem difícil de conseguir... ainda recentemente, um outro participante do fórum, creio que o Curare, deixou um artigo interessante sobre a questão da tentativa-erro e como os investidores «perdedores» entravam em ciclos viciosos, nunca deixando os seus métodos amadurecerem, nunca ganhando a experiência necessária para os melhor, saltando de método em método, de estratégia em estratégia, o que me pareceu uma descrição muito interessante e realista), o investidor é levado a optar pela estratégia B (comprar o que mais caiu), porque a estratégia A vai contra o senso-comum, dado que o que subiu parece-lhe «caro» (voltamos à questão das referências). Assim, opta por comprar o que caiu (muito). E normalmente... sai a perder.
Porquê?... Porque comprou pelos motivos errados, no momento errado. Provavelmente não comprou num momento em que a probabilidade de inversão é elevada (o que é difícil de determinar, principalmente sem conhecimentos e sem experiência) e provavelmente não vai ter paciência de esperar pela inversão vendendo na véspera do dia em que fatidicamente o título inverte... Ou porque no dia em que a inversão se dá, já não há inversão que lhe valha, o ponto de entrada está muito lá em cima... E como esse ponto de entrada é uma referência para o nosso investidor, provavelmente este não terá o discernimento de aproveitar um <i>rebound</i> para vender «menos barato» (e com menores perdas). Não aproveita a oportunidade que o mercado lhe dá...
Chego ao ponto em que normalmente se apresenta a Moral da História. Bem... não há Moral nenhuma. No mercado não há lugar a Moral... assim, tirem as vossas conclusões, se é que este meu texto merece alguma conclusão. Eu lembro-me de algumas, mas prefiro deixar a promessa de vos maçar com mais alguns textos desajeitados como este onde tentarei dar o meu contributo com o pouco que aprendi no mercado ao longo destes cerca de três anos de intenso acompanhamento, onde fui brindado com um dos mais duros <i>bears</i> que o mercado já teve. Sorte a minha, de ter entrado para o mercado num período tão duro... e excelente para aprender.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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