Como se combate o populismo? "Com eleições", responde Fukuyama

[C.N.]

Ola,

De facto Djovarius, com as ferias e/ou feriados e com o Caldeirao em KO mode, o disparo dos 1.18 para os 1.21 nao ficou inscrito na memoria de elefante do Forum. Os mercados agora esperam mais uma subida de 0.25% em 31 de Janeiro, mas estao indecisos em relacao a 28 de Marco. Sera que o Bernanke vai continuar a apertar ou nao?

Entretanto o Asian Wall Street Journal publicou na edicao de 3 de Janeiro, o forecasting survey para 2006. Os resultados dos 51 participantes estao assim distribuidos:

Em Junho de 2006 o EUR/USD estara em

Maximo - 1.34
Minimo - 0.85
Media - 1.19

Como os mesmos 51 participantes ja tinham feito um forecast para Dezembro de 2006 seis meses antes, resolvi escolher os que tinha previsto que a cotacao do EUR/USD em final de Dezembro seria entre os 1.16 e 1.20, visto que a cotacao em final de Dezembro foi de 1.18, e ver entao quais os maximos, minimos e media da previsao para Junho 2006. Ficou entao assim a classificacao dos 18 melhores:

Maximo - 1.22
Minimo - 0.85
Media - 1.16

Previsoes so depois do jogo, claro, mas parece-me que vamos ter um ano bem interessante

Abraco

CN - em Hangzhou, de malas aviadas para Ho Chi Min City

[djovarius]

Viva,

Os EUA estão um pouco numa situação ingrata. Se aumentam os juros em demasia, arriscam-se a provocar uma recessão interna e, provavelmente, global. Se aumentarem os juros de uma forma cautelosa, como até agora, talvez possam arrefecer um pouco a Economia, sem risco de recessão. Só que nesta 2ª hipótese, há o risco de falta de eficácia. É que restringir o facilitismo monetário sem qualquer tipo de choque, mesmo mínimo, deixa a sensação de que tudo fica na mesma. Portanto, um aperto gradual é ineficaz, devido à passagem do tempo. O mercado tem tempo e espaço para fazer "hedge" contra a subida dos juros. Isto significa, que, por agora, deveremos estar mesmo perto do fim deste ciclo de alta de juros, mas ainda é cedo para falar em descidas.

Assim, há liquidez suficiente. Provavelmente, até demasiada, o que pode voltar a trazer tensões no mercado das "commodities". Novamente, virão ao de cima discussões sobre o nível dos juros de curto prazo.

Finalmente, em 2006, neste quadro mais restritivo ao nível de juros, mas ainda com muita margem de manobra, pode-se esperar um bom desempenho (ainda) das commodities a nível global. Penso que poderá haver uma aposta na zona Euro, mas também no Japão /Ásia e respectivas divisas e mercados.

Até já

dj

[Pé Grande]

Gosto disto, mas como percebo pouco, ficam algumas perguntas...

Há liquidez abundante, e as subidas de juros nos EUA parecem estar a chegar ao fim, então essa liquidez vai continuar, não é?

Se o petróleo continuar a subir, vai haver esse arrefecimento económico, talvez voltem a baixar os juros, que vai originar um aumento da liquidez

Mas em 2005, como devia ter baixado um bocadinho a liquidez, investiu-se em zonas no mundo com melhor potencial de crescimento.

Em 2003 e 2004 investiu-se mais nos mercados domésticos
Então em 2006 deveríamos ter mais investimento nos nossos mercados.
É isto, não é?

[djovarius]

Devido aos problemas técnicos do nosso Caldeirão, não foi debater aqui o tiro que levou o par desde a casa de 1.18xx onde havia adormecido durante algum tempo até à casa de 1.21xx num movimento que é exactamente igual ao do ano de 2005, embora no sentido inverso.

Ao longo do fim de semana poderei certamente elaborar outro tipo de comentário.
Por agora, fica este tópico para discutir o que se vai passar hoje devido à divulgação dos dados do emprego norte-americano. Há a expectativa da criação (liquida) de mais de 200K empregos e manutenção da taxa de desemprego nos 5%.
Vai ser muito interessante a reacção no forex e nos diversos mercados. Penso que poderão surgir mais pistas sobre o que esperar de 2006.
Mas, pelo que vejo... diria que o mercado está de regresso ao passado mais ou menos recente (mais de 12 meses, em rigor)... há a percepção de que a absorção de liquidez nos mercados não é nada do outro mundo.
Mais: há liquidez em abundância e não são as subidas de juros que a combatem eficazmente.
Um arrefecimento económico será o suficiente para interromper essa subida de juros, antevendo uma maior liquidez.
Nesse caso, para os mercados teríamos um 2006 mais próximo do que se passou em 2003 e 2004, do que do que ocorreu em 2005, onde havia a certeza da diminuição da liquidez, pelo que os capitais procuravam sobretudo juros mais elevados ou zonas do mundo de elevado potencial de crescimento.

Posto isto, vamos aguardar pelos próximos capitulos, que serão bastante didácticos.

Abraço
djovarius