Off Topic: Novo Português - Autor desconhecido
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E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
pois mas provavelmente uma criada de antigamente vivia num quarto em casa da " senhora" e hoje tem casa propria e provavelmente com todos os electrodomesticos ...
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de 'delegados da propaganda médica'.
Pois pois mas olha que alguns devem ganhar bastante mais do que por exemplo um gestor contabilista que trata da papelada das empresas e olha que em alguns laboratorios andam muito bem montados ... carrinhas megane 1,8 etc etc
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante
especialmente nos licenciados ...
Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação', os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
... não será bom sinal ?
, que se dirijam ao bordel mais próximoÀ margem da revolução semântica ficaram as @@@@@@@. As desgraçadas são ainda agora quem melhor cultiva a língua. Da porta do quarto para dentro, não há 'politicamente correcto' que lhes dobre o modo de expressão ou lhes imponha a terminologia nova. Os amantes do idioma pátrio, se o quiserem ouvir pleno de vernaculidade
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
Off Topic: Novo Português - Autor desconhecido
As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas' e preparam-se agora para receber menção de 'auxiliares de apoio doméstico'.
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos'; passaram todos 'auxiliares da acção educativa'.
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de 'delegados da propaganda médica'. E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas'.
Os drogados transformaram-se em 'toxicodependentes' (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'; os gangues étnicos são 'grupos de jovens'; os operários fizeram-se de repente 'colaboradores'; e as fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha da música pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'. Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação', os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente, mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
À margem da revolução semântica ficaram as @@@@@@@. As desgraçadas são ainda agora quem melhor cultiva a língua. Da porta do quarto para dentro, não há 'politicamente correcto' que lhes dobre o modo de expressão ou lhes imponha a terminologia nova. Os amantes do idioma pátrio, se o quiserem ouvir pleno de vernaculidade, que se dirijam ao bordel mais próximo. Aí sim, um pénis de 25 centímetros é um 'car**** enorme' e nunca um 'órgão sexual masculino sobredimensionado'; assim como dos impotentes, coitados, dizem elas castiçamente que 'não levantam o pau', e não que
sofrem de 'disfunção eréctil'.
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos'; passaram todos 'auxiliares da acção educativa'.
Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de 'delegados da propaganda médica'. E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas'.
Os drogados transformaram-se em 'toxicodependentes' (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez'; os gangues étnicos são 'grupos de jovens'; os operários fizeram-se de repente 'colaboradores'; e as fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha da música pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'. Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação', os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente, mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
À margem da revolução semântica ficaram as @@@@@@@. As desgraçadas são ainda agora quem melhor cultiva a língua. Da porta do quarto para dentro, não há 'politicamente correcto' que lhes dobre o modo de expressão ou lhes imponha a terminologia nova. Os amantes do idioma pátrio, se o quiserem ouvir pleno de vernaculidade, que se dirijam ao bordel mais próximo. Aí sim, um pénis de 25 centímetros é um 'car**** enorme' e nunca um 'órgão sexual masculino sobredimensionado'; assim como dos impotentes, coitados, dizem elas castiçamente que 'não levantam o pau', e não que
sofrem de 'disfunção eréctil'.
Todo o Homem tem um preço, nem que seja uma lata de atum
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