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Portugal Telecom vai a «exame» na quinta-feira
Esta semana é marcada pelo regresso às aulas um pouco por todas as escolas do país e na bolsa, a Portugal Telecom tem já um verdadeiro «exame» na quinta-feira. A operadora de telecomunicações apresenta resultados semestrais, um teste à capacidade da empresa em mostrar uma retoma na actividade e quebrar em bolsa a barreira dos oito euros. Os analistas antecipam uma queda de 60% nos lucros da primeira metade do ano.
Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt


Esta semana é marcada pelo regresso às aulas um pouco por todas as escolas do país e na bolsa, a Portugal Telecom tem já um verdadeiro «exame» na quinta-feira. A operadora de telecomunicações apresenta resultados semestrais, um teste à capacidade da empresa em mostrar uma retoma na actividade e quebrar em bolsa a barreira dos oito euros. Os analistas antecipam uma queda de 60% nos lucros da primeira metade do ano.

2005 não tem sido fácil para a Portugal Telecom. Quando faltam já menos de quatro meses para o ano terminar, as acções da operadora apresentam a pior performance no índice DJ Stoxx para o sector das telecomunicações na Europa.

A descida de 14,62% acumulada desde 1 de Janeiro também faz com que a Portugal Telecom seja o terceiro título do PSI-20 com pior «performance». Só a Reditus e a PT Multimédia fizeram pior. A tendência negativa na bolsa reflecte vários factores, como o ambiente de maior concorrência em Portugal, a redução de tarifas imposta pela Anacom, várias decisões contrárias do regulador, o continuado abrandamento da economia portuguesa e a deterioração das margens da Vivo no Brasil.

Por tudo isto, os resultados que a empresa vai divulgar na quinta-feira, referentes ao primeiro semestre, revestem-se de uma importância fulcral para determinar o comportamento das acções da companhia até ao final do ano.

O início de 2005 até foi auspicioso para as acções da PT, que transaccionaram de forma consistente acima da barreira dos 9 euros. As más notícias vieram no final de Maio, com a empresa a emitir um «profit-warning» na unidade de telecomunicações móveis, devido ao abrandamento no crescimento do sector e ao facto de ter decidido regressar à subsidiação de telemóveis, para massificar o UMTS.

Na altura, os títulos desceram abruptamente abaixo da barreira dos oito euros, um nível que a empresa nunca conseguiu recuperar. Desde então, apenas em sessões esporádicas a PT transaccionou acima deste valor, mas nunca mostrou força para o superar de forma sustentada.

Os analistas, após o «profit warning» na TMN, «castigaram» a PT com uma «chuva» de revisões em baixa de recomendações e preços-alvo, de que a empresa ainda não conseguiu recuperar.

Se os resultados da PT surpreenderem pela positiva, então as opiniões dos analistas poderão mudar e levar a empresa a recuperar o terreno perdido este ano, o que contribuirá também para os ganhos anuais do PSI-20 se aproximarem do verificado noutros índices europeus.

Assim, 15 de Setembro, dia oficial para a abertura do ano lectivo, a PT começa logo com um «exame» decisivo. Esta semana também a PTM, Reditus e a Inapa apresentam resultados semestrais.