Caldeirão da Bolsa

Petróleo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 28/8/2005 12:39

As Consequências da Crise no Petróleo
Petróleo passou barreira dos 60 dólares há 19 sessões consecutivas

Pedro Ferreira Esteves


O preço do petróleo já negoceia acima dos 60 dólares há 19 sessões consecutivas, mais precisamente desde o primeiro dia de Agosto.

Depois de ter registado um novo máximo histórico no mercado norte-americano, o preço do barril de crude sofreu uma ligeira correcção na sessão de ontem mas continuou pressionado perante as preocupações existentes em torno da passagem de tempestades tropicais pelo Golfo do México.

Em Nova Iorque, os contratos de futuros de curto prazo negociavam, ontem ao final do dia, nos 67,45 dólares por barril, depois de ter tocado por breves instantes os 68 dólares, um novo máximo desde a inauguração deste mercado em 1983. O Brent negociado em Londres seguia nos 66,24 dólares por barril, abaixo do recorde de 66,85 dólares testado no passado dia de 14 de Agosto.

Apesar das correcções, os analistas acreditam que o petróleo irá passar a fasquia dos 70 dólares a breve prazo. A última subida teve por base os receios de que as inúmeras produções petrolíferas situadas no Golfo do México sofressem uma interrupção na sequência da passagem de tempestades tropicais pela região.

“A falta de capacidade de produção adicional amplifica a reacção do preço a acontecimentos como os furacões no Golfo do México ou a interrupção da produção no Equador. Há cinco anos atrás não teria havido qualquer reacção ao problema equatoriano”, explicou ao Diário Económico, James Williams, analista norte-americano da WTRG Economics, em referência ao facto de existirem apenas um a 1,5 milhões de barris de produção adicional em termos globais.

Esta semana, os responsáveis da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) alertaram para os problemas de refinação e tensões geopolíticas na base da subida do preço do petróleo, sublinhando que estão a produzir o suficiente para cobrir as necessidades actuais dos mercados internacionais. Para James Williams, a explicação dos preços altos não está apenas na questão da refinação. “É mais o medo de um inverno rigoroso que está a conduzir o mercado. Os ‘stocks’ de distilados e crude estão mais fortes do que é habitual nesta época. As refinarias nos EUA estão a 93% da sua capacidade total, enquanto que o petróleo mundial encontra-se acima de 98% da sua capacidade”, explicou este especialista, acrescentando que “se houvesse mais dois a três milhões de barris por dia em produção excedentária os preços estariam abaixo dos 50 dólares por barril”.
 
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por marafado » 28/8/2005 12:30

No Financial Times
Preços do petróleo penalizam consumidores

FT


As manchas de óleo podem não ser más de todo. Segundo o Citigroup, o peso actual das empresas energéticas no índice S&P 500 significa, antes de mais, que a escalada dos preços do crude acabou por impulsionar as receitas.

O banco estima, aliás, que só as receitas das energéticas norte-americanas ultrapassam, significativamente, os custos inerentes ao consumo de energia para as empresas cotadas no S&P. Os valores em jogo poderão crescer ainda mais devido à forte exposição do índice a sectores de baixo consumo de energia, como é o caso dos serviços financeiros, saúde e tecnologia.

A economia norte-americana, sendo mais abrangente revela outra realidade. Embora as empresas energéticas sejam responsáveis por cerca de 14% do total de receitas do S&P, apenas representam 4,5% dos lucros empresariais gerais dos EUA. É verdade que a subida dos preços do petróleo pode estimular os lucros brutos no curto prazo, no entanto, corre o risco de mitigar as margens de certas empresas, empolando as pressões inflacionistas sobre a economia e transformando-se, na prática, num imposto adicional para os consumidores.

Para o Citigroup, a subida dos preços do petróleo vai subtrair 70 mil milhões de dólares à carteira dos consumidores só em 2005, isto é, o equivalente a 17% do aumento esperado ao nível do rendimento disponível. Por ora, os elevados custos da energia ainda não afectaram severamente o crescimento da despesa dos consumidores nem a economia em geral. Todavia, o verdadeiro teste só se irá colocar se as facturas energéticas continuarem a aumentar e as taxas de juro coincidirem com um período de contracção no sector imobiliário. Ora, se isso assustar os consumidores norte-americanos, então, os investidores têm todos os motivos para se preocupar.
 
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por marafado » 27/8/2005 10:31

Globalização está a sofrer o seu primeiro choque petrolífero

DE com Lusa


O economista-chefe da Morgan Stanley, Stephen Roach, sustentou hoje que "a era moderna da globalização está a sofrer o seu primeiro choque petrolífero", em artigo divulgado no endereço electrónico da instituição.

Significa isto que a transmissão internacional dos choques na economia resultantes do aumento do preço do petróleo está mais complicada do que no passado.

Agora, pormenoriza Roach, os países - cujas economias estão mais integradas - são afectados directamente pelos crescentes custos energéticos, mas também indirectamente pelos efeitos destes aumentos nas economias dos seus parceiros.

No sentido em que os consumidores da economia dos EUA permanecem o principal motor de crescimento do consumo mundial, as economias que dependem das exportações para os EUA serão "hiper-sensíveis" a qualquer redução do consumo norte-americano.

Roach entende que o consumidor norte-americano apresenta um conjunto de vulnerabilidades que pode ditar mesmo a redução do seu consumo.

São os casos de uma taxa de poupança igual a zero, de excessivos gastos discricionários - bens duradouros e habitação representaram 14,3% do produto interno bruto em 2004 - e de pressões crescentes dos preços da energia nos orçamentos familiares mais agudas que no passado.

Dada a triplicação do preço do petróleo desde o fim da última recessão nos EUA, que acabou no fim de 2001, Roach considera que "a vulnerabilidade do consumidor norte-americano, excessivamente endividado, não pode ser lida de forma leve".

Em consequência da prevista perda de velocidade do consumo nos EUA, Roach antecipa "choques especialmente fortes" na região mundial com maior crescimento económico - a Ásia, excepção feita ao Japão.

A força do choque resulta da combinação da ineficiência do consumo de energia, devido à tecnologia que têm disponível, com uma "dependência excessiva" do consumidor norte-americano, o que é ainda agravado com a política de subsidiar o preço dos combustíveis.

"Um ajustamento do consumo norte-americano pode ter efeitos poderosos no complexo produtivo [asiático] centrado na China", sintetiza.
 
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Petróleo

por marafado » 26/8/2005 19:50

Petróleo
OPEP alerta para subida contínua dos preços nos próximos dois anos

Pedro Ferreira Esteves


Problemas de refinação nos países consumidores e tensões geopolíticas são as principais causas do preço alto do crude.

Os preços do petróleo vão continuar a subir até 2007, uma vez que só nessa altura é que os países consumidores conseguirão ter capacidade para refinar o crude disponível no mercado. Este é o cenário traçado pelo secretário geral interino da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Adnan Shihab-Eldin, que assegura que o cartel tem petróleo suficiente para cobrir o aumento da procura previsto para o último trimestre deste ano.

“Existe um défice de refinação no curto prazo. Não é relevante a quantidade do petróleo que se injecta no mercado, porque o crude não chega ao consumidor se não houver refinarias para o processar”, explicou Shihab-Eldin numa entrevista ao jornal austríaco Kurier. “Já sugerimos à China e aos EUA para investir mais na refinação, porque os investimentos baixaram muito nos últimos anos com a queda das margens de lucro. Apenas em 2007 haverá uma ‘almofada’ de capacidade adicional”, acrescentou, sugerindo que neste contexto “os preços não permanecerão só altos, vão mesmo continuar a subir”.

Para este especialista, a OPEP não é responsável pela subida de 65% do petróleo desde o início do ano. “Os mercados estão bem aprovisionados. O fornecimento supera as necessidades actuais e permite a acumulação de reservas armazenadas para o Inverno”, adiantou.

A OPEP produz actualmente 30,3 milhões de barris por dia e, de acordo com Shihab-Eldin, tem uma capacidade de produção adicional de dois milhões, o suficiente para cobrir o esperado crescimento da procura pelo petróleo do cartel no quarto trimestre do ano, que deverá cifrar-se em três milhões para um total de 30,5 milhões de barris por dia.

O perito kuwaitiano referiu ainda que o custo da matéria-prima está elevado também devido “às tensões geopolíticas como as verificadas no Iraque ou o controverso programa nuclear no Irão”.

“A OPEP é uma organização económica. A resolução das turbulências políticas está tão para além das nossas competências como a melhoria das capacidades de refinação nos países consumidores”, acrescentou.

A OPEP está a produzir petróleo no nível mais alto dos últimos 26 anos e, segundo os seus responsáveis, está a investir em exploração de forma a aumentar a capacidade de produção para os 33 milhões de barris por dia até ao final do próximo ano. Por outro lado, no prazo de cinco anos a produção total do cartel deverá atingir entre 38 e 39 milhões de barris por dia.

Crude reaproxima-se dos 66 dólares por barril
O petróleo negociado em Londres regressou ontem às subidas, reaproximando-se um pouco mais do máximo histórico de 66,85 dólares testado recentemente. O Brent subiu mais de 60 cêntimos para os 65,3 dólares por barril. Em Nova Iorque assistiu-se a uma evolução semelhante, com os contratos de futuros do WTI a subirem para os 66,45 dólares, mais próximo do recorde de 67,10 dólares por barril. Na base desta evolução estiveram as notícias de uma eventual interrupção da produção no Golfo do México devido à passagem de tempestades tropicais pela região. Por outro lado, os investidores mostraram-se preocupados com a queda mais forte do esperado dos ‘stocks’ de gasolina nos EUA.
 
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