Crise do petróleo: o que sempre quis saber!
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Descida do CRUDE é actualmente uma oportunidade de compra
Aqui fica uma das acçoes mais indicadas ja que é especializada no offshore (zonas de dificil acesso onde effectivamente ainda existem reservas significativas). Baixou recentemente o que propicia um ponto de entrada interressante ja que o crude sobe de novo depois da acalmia da semana passada:
Olhando para o longo prazo apenas algo de estructuralmente forte devera mudar a tendencia... mas infelizmente as energias alternativas estao longe de satisfazer a procura...
Penso que é um titulo a guardar a Longo Prazo
Business summary:
Stolt Offshore S.A., a holding company, engages in the design, procurement, building, installation, and servicing of offshore surface and subsurface infrastructure for the global oil and gas industry. The company also procures or fabricates and installs equipment used in field development. This equipment includes the above-water topsides and platforms used for processing recovered oil and gas, pipelines, and electrical and hydraulic cables, which are used to control subsea wells. It installs pipelines used to transport oil and gas underwater, as well as to the production and processing facilities at the surface. The company operates in four segments: Subsea Construction, Umbilicals, Risers, and Flowlines (SURF); Conventional; Inspection, Maintenance, and Repair; and Trunklines. The SURF segment engineers and constructs work relating to oil and gas fields that are developed subsea. This includes tieback projects, which involve pipelaying, umbilical installation, and trenching or ploughing to connect a new additional subsea development to an existing production facility. The Conventional segment consists of engineering and construction activities relating to platforms attached to the seabed and their associated pipelines. Conventional activities include design, construction, and installation of fixed platforms. The Inspection, Maintenance, and Repair segment’s activities include platform surveys, debris removal, and pipeline inspections. The company’s Trunklines segment comprises offshore installation of pipelines used to carry oil or gas over long distances. Stolt Offshore was founded by Jacob Stolt-Nielsen in 1973. The company was formerly known as Stolt Comex Seaway S.A. and changed its name Stolt Offshore S.A. in 2000. Stolt Offshore is based in Sunbury-on-Thames, England.
Stolt Offshore (SOSA) - nasdaq:
Olhando para o longo prazo apenas algo de estructuralmente forte devera mudar a tendencia... mas infelizmente as energias alternativas estao longe de satisfazer a procura...
Penso que é um titulo a guardar a Longo Prazo
Business summary:
Stolt Offshore S.A., a holding company, engages in the design, procurement, building, installation, and servicing of offshore surface and subsurface infrastructure for the global oil and gas industry. The company also procures or fabricates and installs equipment used in field development. This equipment includes the above-water topsides and platforms used for processing recovered oil and gas, pipelines, and electrical and hydraulic cables, which are used to control subsea wells. It installs pipelines used to transport oil and gas underwater, as well as to the production and processing facilities at the surface. The company operates in four segments: Subsea Construction, Umbilicals, Risers, and Flowlines (SURF); Conventional; Inspection, Maintenance, and Repair; and Trunklines. The SURF segment engineers and constructs work relating to oil and gas fields that are developed subsea. This includes tieback projects, which involve pipelaying, umbilical installation, and trenching or ploughing to connect a new additional subsea development to an existing production facility. The Conventional segment consists of engineering and construction activities relating to platforms attached to the seabed and their associated pipelines. Conventional activities include design, construction, and installation of fixed platforms. The Inspection, Maintenance, and Repair segment’s activities include platform surveys, debris removal, and pipeline inspections. The company’s Trunklines segment comprises offshore installation of pipelines used to carry oil or gas over long distances. Stolt Offshore was founded by Jacob Stolt-Nielsen in 1973. The company was formerly known as Stolt Comex Seaway S.A. and changed its name Stolt Offshore S.A. in 2000. Stolt Offshore is based in Sunbury-on-Thames, England.
Stolt Offshore (SOSA) - nasdaq:
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... if you feel like doubling up a profitable position, slam your finger in a drawer until the feeling goes away !
Explica aí......
o porquê da tua explicação, afinal o fórum serve é para isso, e não para vires prá qui mandar bitaites sem qualquer fundamento credivel. 
Mais vale um pássaro na mão que dois a voar
www.ac-investor.blogspot.com - Now with trade Alerts for US stocks
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Apesar de reconhecer os méritos de Nuno Ribeiro da Silva nesta matéria, e de estar de acordo com ele em alguns pontos, discordo dele no que diz respeito ao efeito dos especuladores e da oferta e procura no preço do petróleo.
Especulação
Sabe-se, de facto, que apenas cerca de 1% da negociação em Bolsa corresponde a trocas físicas. Sendo então 99% do mercado negócio financeiro, no meu entender é perfeitamente plausível que este seja dominante relativamente à negociação da matéria-prima propriamente dita. Isto é, a matéria-prima acaba por constituir apenas um 'pretexto' para garantir a existência do negócio financeiro dos contratos de crude, que como disse é dominante.
Há quem argumente que, se os preços estão financeiramente inflacionados, então os produtores poderiam aproveitar os preços altos e colocar petróleo no mercado fazendo equilibar os preços. Esta situação não se verifica devido à monstruosa diferença de escala entre o negócio físico e o financeiro (cerca de 1 para 100).
O erro de Nuno Ribeiro da Slva é não ter percebido que existem dois mercados a funcionar em paralelo: o físico e o financeiro. Este último obedece a regras muito próprias como é do conhecimento geral dos frequentadores do fórum. Pode evoluir por si, muitas vezes de forma irracional, sem ter explicação nos fundamentais. As vulgares acções são um exemplo paradigmático disso.
Oferta e procura
Neste ponto também é preciso distinguir de que tipo de oferta e procura estamos a falar. Se da relacionada com a matéria-prima, se com os contratos de futuros para especulação.
No que se relaciona com a matéria-prima, Nuno Ribeiro da Silva parece ter misturado a oferta e procura de gasolina (produto final refinado, que inclui os intermediários de transporte, refinação e distribuição) com oferta e procura de crude. Mas como não sou especialista nesta área não me vou alongar. No entanto, partilho em parte da opinião de Ferreira de Oliveira, antigo presidente da Petrogal, que diz que o problema dos preços altos do crude não tem que ver com oferta e procura real de crude, trata-se de um problema de percepção de que a oferta e procura se venham a desequilibrar no futuro, principalmente devido a instabilidades políticas no médio oriente.
Não será este um argumento excelente para alimentar a especulação financeira?...
Especulação
Sabe-se, de facto, que apenas cerca de 1% da negociação em Bolsa corresponde a trocas físicas. Sendo então 99% do mercado negócio financeiro, no meu entender é perfeitamente plausível que este seja dominante relativamente à negociação da matéria-prima propriamente dita. Isto é, a matéria-prima acaba por constituir apenas um 'pretexto' para garantir a existência do negócio financeiro dos contratos de crude, que como disse é dominante.
Há quem argumente que, se os preços estão financeiramente inflacionados, então os produtores poderiam aproveitar os preços altos e colocar petróleo no mercado fazendo equilibar os preços. Esta situação não se verifica devido à monstruosa diferença de escala entre o negócio físico e o financeiro (cerca de 1 para 100).
O erro de Nuno Ribeiro da Slva é não ter percebido que existem dois mercados a funcionar em paralelo: o físico e o financeiro. Este último obedece a regras muito próprias como é do conhecimento geral dos frequentadores do fórum. Pode evoluir por si, muitas vezes de forma irracional, sem ter explicação nos fundamentais. As vulgares acções são um exemplo paradigmático disso.
Oferta e procura
Neste ponto também é preciso distinguir de que tipo de oferta e procura estamos a falar. Se da relacionada com a matéria-prima, se com os contratos de futuros para especulação.
No que se relaciona com a matéria-prima, Nuno Ribeiro da Silva parece ter misturado a oferta e procura de gasolina (produto final refinado, que inclui os intermediários de transporte, refinação e distribuição) com oferta e procura de crude. Mas como não sou especialista nesta área não me vou alongar. No entanto, partilho em parte da opinião de Ferreira de Oliveira, antigo presidente da Petrogal, que diz que o problema dos preços altos do crude não tem que ver com oferta e procura real de crude, trata-se de um problema de percepção de que a oferta e procura se venham a desequilibrar no futuro, principalmente devido a instabilidades políticas no médio oriente.
Não será este um argumento excelente para alimentar a especulação financeira?...
Cumprimentos,
Touro
Touro
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- Localização: Porto
Crise do petróleo: o que sempre quis saber!
19 Agosto 2005 13:59
Nuno Ribeiro da Silva
Crise do petróleo: o que sempre quis saber!
--------------------------------------------------------------------------------
A crise do petróleo iniciada há um ano, ganhou nova expressão com os preços a atingirem valores «record», em termos nominais, já que em termos reais ainda estamos a alguma distância dos 40 USD por barril de 1979/1980.
Em tempo de férias, com tantas más notícias sobre a economia, a seca, os fogos, etc., não me apetece «bater mais no ceguinho»?
A crise do petróleo iniciada há um ano, ganhou nova expressão com os preços a atingirem valores «record», em termos nominais, já que em termos reais ainda estamos a alguma distância - já não muito longe - dos 40 dólares por barril de 1979/1980.
Isto tem levado a fazerem-me muitas perguntas e a escrever-se muito sobre o assunto, quase sempre abordando aspectos parcelares, o que lança confusão na avaliação do problema.
Por isso, decidi tentar definir alguns conceitos e explicações básicas que ajudem o leitor a melhor entender o(s) problema(s).
Tentarei explicar algumas ferramentas para melhor percebermos o que se está a passar.
1. O petróleo está a acabar? As reservas dão para quantos anos?
A confusão entre recursos petrolíferos e reservas petrolíferas é a fonte da maior confusão.
Vamos por partes. Claro que o petróleo «vai acabando» porque levou milhões de anos a formar-se, logo, não é renovável no horizonte útil das nossas sociedades e do nosso tempo histórico.
Recursos petrolíferos serão todo o petróleo que existe no planeta. Mas, deste, só uma pequena parte é recuperável: são as reservas, um subconjunto dos recursos.
Para além de muitos recursos não terem ainda sido identificados - nomeadamente nos oceanos (offshore) - muito do petróleo conhecido não pode ser explorado por razões económicas, políticas ou ambientais. Por exemplo, ninguém vai iniciar a exploração de petróleo num país em guerra e a protecção do ambiente não permite (ainda) extrair petróleo do Alasca.
Mas, a questão económica é a mais relevante para que os recursos possam ser «promovidos» a reservas. É um processo muito dinâmico que depende dos custos de produção - por sua vez dependentes, entre outros factores, da tecnologia disponível para extrair petróleo - e do preço que o mercado está disposto a pagar por um barril.
Assim, quando a cotação do petróleo aumenta, aumentam as reservas petrolíferas, já que reservatórios «marginais» passam a ser interessantes sob o ponto de vista económico.
Foi isto que levou a explorar o Mar do Norte depois dos choques dos preços em 1972/3 e 1979/80 e que hoje permite - com o avanço tecnológico - ir buscar petróleo nos oceanos a mais de 2 km de profundidade.
Dito isto, nas condições actuais de preço, da tecnologia e ao ritmo do consumo actual, teremos reservas petrolíferas para mais 40 anos.
Extrair um barril hoje, custa menos de meio dólar em muitas regiões do Médio Oriente, até 15 dólares em zonas inóspitas - offshore, zonas geladas, pântanos ou florestas densas.
O «resto» dos custos são royalties pagos aos países produtores e, claro, margem das companhias e a conta a outras despesas para fazer chegar o barril - que tem 159 litros de «outro negro» - aos postos de expedição.
2. Quem puxa pelo consumo?
Os chineses têm as costas largas. O aumento do consumo da China foi de 900 mil barris dia. O total do consumo, para 1,2 mil milhões de pessoas é de 6,6 milhões de barris dia. A Índia só aumentou a procura em 100 mil barris dia e mais de mil milhões de pessoas consomem 2,5 milhões de barris dia. Já os EUA aumentaram o seu consumo em 500 mil barris dia e cerca de 260 milhões de pessoas consomem 20,5 milhões de barris dia!!.
O «resto» do Mundo aumentou o consumo em 2004 em 1 milhão de barris dia.
3. A culpa é dos especuladores?
Ouve-se muito dizer que os preços sobem porque aumenta o número de especuladores e respectivos capitais especulativos que giram em torno das principais bolsas de petróleo.
Trata-se de uma explicação pobre.
Primeiro porque os «especuladores» não são parvos. Se transferem capitais para a commoditie petróleo, em vez de os aplicarem em qualquer outra área, é porque sabem que estão reunidas condições no mercado que lhes abrem a perspectiva de realizarem mais-valias. Portanto, como em qualquer outro mercado, a «especulação» não é a causa. Será, quanto muito, o efeito.
E sabe que, desde há muitos anos, que as transacções feitas em bolsa são em 99% de compra e venda de «petróleo branco», ou seja, em que menos de 1% corresponde a trocas físicas e efectivas?
Enfim, quando Bush invade o Iraque ou ameaça o Irão, «faz mais» pela especulação que todos os especuladores juntos, limitando-se a interpretarem os «sinais dos tempos»?
4. O que pagamos no litro de combustível?
O custo da matéria-prima não chega a «pesar» - mesmo a 67 dólares o barril - em 10% no preço de venda ao público da gasolina ou gasóleo. Muito menos, como vimos, os custos de extracção do petróleo do subsolo.
O «resto» dos custos estão no transporte, na refinação, na distribuição e, sobretudo, nos impostos pagos aos Estados na venda final, que chegam a 40% no gasóleo e mais de 60% nas gasolinas.
O que também tem estado a «correr mal», contribuindo para o encarecimento do abastecimento, é que ao aumento dos preços da matéria prima somam-se, pela primeira vez, aumento nos fretes de transporte e nas margens das refinarias.
É tudo a puxar para o mesmo lado!
Tal resulta da oferta e da procura. Durante duas décadas abateram-se navios e refinarias por razões de margem do negócio, ambientais, entre outras. Agora há escassez de oferta nestas etapas todos da «fieira» do petróleo, logo os preços aumentam.
5. Até quando é que isto vai durar?
Muito tempo, talvez para sempre!
A verdade é que todos os «fundamentais» que contam na formação dos preços estão a «puxar para cima» - procura elevada, sub-investimento no arriscado negócio da prospecção e pesquisa, estados mais exigentes na cedência de concessões, escassez de navios, de refinarias, etc.
Não tem qualquer fundamento dizer que os preços da matéria-prima chegarão a y ou 3y. Ninguém sabe e, nos últimos 25 anos, vi afirmarem-se os maiores disparates.
O que sabemos é que a procura é muito rígida - logo, pouco sensível ao aumento dos preços -, que descobrir e pôr a funcionar um novo reservatório pode levar mais de cinco anos, que conceber, licenciar e construir uma refinaria leva facilmente 10 anos, que construir e operar novos navios com as actuais especificações de segurança leva 5 anos.
6. Que fazer?
Prepare-se para gastar mais dinheiro com o seu carro. Pode começar a utilizar mais o transporte público?
Prepare-se ainda para trocar o seu carro por uma tecnologia mista ou «revolucionária» nos próximos anos. O velho motor de explosão alimentado a derivados do petróleo tem os dias contados.
Já agora, em termos macroeconómicos, tenha presente que cada dólar de aumento só na matéria-prima, petróleo, custa ao país 110 milhões de dólares!
Os preços pagos pelo barril foram de 38 dólares, em média, em 2004. Este ano serão superiores a 50, digamos 55 USD.
Como o Euro não tem estado a ajudar, face ao dólar, significa que a factura petrolífera de Portugal irá custar em 2005 mais cerca de 2 mil milhões de dólares?
É uma ponte sobre o Tejo, mais uma sobre o Douro que saem, a mais, do País!
Nuno Ribeiro da Silva
Crise do petróleo: o que sempre quis saber!
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A crise do petróleo iniciada há um ano, ganhou nova expressão com os preços a atingirem valores «record», em termos nominais, já que em termos reais ainda estamos a alguma distância dos 40 USD por barril de 1979/1980.
Em tempo de férias, com tantas más notícias sobre a economia, a seca, os fogos, etc., não me apetece «bater mais no ceguinho»?
A crise do petróleo iniciada há um ano, ganhou nova expressão com os preços a atingirem valores «record», em termos nominais, já que em termos reais ainda estamos a alguma distância - já não muito longe - dos 40 dólares por barril de 1979/1980.
Isto tem levado a fazerem-me muitas perguntas e a escrever-se muito sobre o assunto, quase sempre abordando aspectos parcelares, o que lança confusão na avaliação do problema.
Por isso, decidi tentar definir alguns conceitos e explicações básicas que ajudem o leitor a melhor entender o(s) problema(s).
Tentarei explicar algumas ferramentas para melhor percebermos o que se está a passar.
1. O petróleo está a acabar? As reservas dão para quantos anos?
A confusão entre recursos petrolíferos e reservas petrolíferas é a fonte da maior confusão.
Vamos por partes. Claro que o petróleo «vai acabando» porque levou milhões de anos a formar-se, logo, não é renovável no horizonte útil das nossas sociedades e do nosso tempo histórico.
Recursos petrolíferos serão todo o petróleo que existe no planeta. Mas, deste, só uma pequena parte é recuperável: são as reservas, um subconjunto dos recursos.
Para além de muitos recursos não terem ainda sido identificados - nomeadamente nos oceanos (offshore) - muito do petróleo conhecido não pode ser explorado por razões económicas, políticas ou ambientais. Por exemplo, ninguém vai iniciar a exploração de petróleo num país em guerra e a protecção do ambiente não permite (ainda) extrair petróleo do Alasca.
Mas, a questão económica é a mais relevante para que os recursos possam ser «promovidos» a reservas. É um processo muito dinâmico que depende dos custos de produção - por sua vez dependentes, entre outros factores, da tecnologia disponível para extrair petróleo - e do preço que o mercado está disposto a pagar por um barril.
Assim, quando a cotação do petróleo aumenta, aumentam as reservas petrolíferas, já que reservatórios «marginais» passam a ser interessantes sob o ponto de vista económico.
Foi isto que levou a explorar o Mar do Norte depois dos choques dos preços em 1972/3 e 1979/80 e que hoje permite - com o avanço tecnológico - ir buscar petróleo nos oceanos a mais de 2 km de profundidade.
Dito isto, nas condições actuais de preço, da tecnologia e ao ritmo do consumo actual, teremos reservas petrolíferas para mais 40 anos.
Extrair um barril hoje, custa menos de meio dólar em muitas regiões do Médio Oriente, até 15 dólares em zonas inóspitas - offshore, zonas geladas, pântanos ou florestas densas.
O «resto» dos custos são royalties pagos aos países produtores e, claro, margem das companhias e a conta a outras despesas para fazer chegar o barril - que tem 159 litros de «outro negro» - aos postos de expedição.
2. Quem puxa pelo consumo?
Os chineses têm as costas largas. O aumento do consumo da China foi de 900 mil barris dia. O total do consumo, para 1,2 mil milhões de pessoas é de 6,6 milhões de barris dia. A Índia só aumentou a procura em 100 mil barris dia e mais de mil milhões de pessoas consomem 2,5 milhões de barris dia. Já os EUA aumentaram o seu consumo em 500 mil barris dia e cerca de 260 milhões de pessoas consomem 20,5 milhões de barris dia!!.
O «resto» do Mundo aumentou o consumo em 2004 em 1 milhão de barris dia.
3. A culpa é dos especuladores?
Ouve-se muito dizer que os preços sobem porque aumenta o número de especuladores e respectivos capitais especulativos que giram em torno das principais bolsas de petróleo.
Trata-se de uma explicação pobre.
Primeiro porque os «especuladores» não são parvos. Se transferem capitais para a commoditie petróleo, em vez de os aplicarem em qualquer outra área, é porque sabem que estão reunidas condições no mercado que lhes abrem a perspectiva de realizarem mais-valias. Portanto, como em qualquer outro mercado, a «especulação» não é a causa. Será, quanto muito, o efeito.
E sabe que, desde há muitos anos, que as transacções feitas em bolsa são em 99% de compra e venda de «petróleo branco», ou seja, em que menos de 1% corresponde a trocas físicas e efectivas?
Enfim, quando Bush invade o Iraque ou ameaça o Irão, «faz mais» pela especulação que todos os especuladores juntos, limitando-se a interpretarem os «sinais dos tempos»?
4. O que pagamos no litro de combustível?
O custo da matéria-prima não chega a «pesar» - mesmo a 67 dólares o barril - em 10% no preço de venda ao público da gasolina ou gasóleo. Muito menos, como vimos, os custos de extracção do petróleo do subsolo.
O «resto» dos custos estão no transporte, na refinação, na distribuição e, sobretudo, nos impostos pagos aos Estados na venda final, que chegam a 40% no gasóleo e mais de 60% nas gasolinas.
O que também tem estado a «correr mal», contribuindo para o encarecimento do abastecimento, é que ao aumento dos preços da matéria prima somam-se, pela primeira vez, aumento nos fretes de transporte e nas margens das refinarias.
É tudo a puxar para o mesmo lado!
Tal resulta da oferta e da procura. Durante duas décadas abateram-se navios e refinarias por razões de margem do negócio, ambientais, entre outras. Agora há escassez de oferta nestas etapas todos da «fieira» do petróleo, logo os preços aumentam.
5. Até quando é que isto vai durar?
Muito tempo, talvez para sempre!
A verdade é que todos os «fundamentais» que contam na formação dos preços estão a «puxar para cima» - procura elevada, sub-investimento no arriscado negócio da prospecção e pesquisa, estados mais exigentes na cedência de concessões, escassez de navios, de refinarias, etc.
Não tem qualquer fundamento dizer que os preços da matéria-prima chegarão a y ou 3y. Ninguém sabe e, nos últimos 25 anos, vi afirmarem-se os maiores disparates.
O que sabemos é que a procura é muito rígida - logo, pouco sensível ao aumento dos preços -, que descobrir e pôr a funcionar um novo reservatório pode levar mais de cinco anos, que conceber, licenciar e construir uma refinaria leva facilmente 10 anos, que construir e operar novos navios com as actuais especificações de segurança leva 5 anos.
6. Que fazer?
Prepare-se para gastar mais dinheiro com o seu carro. Pode começar a utilizar mais o transporte público?
Prepare-se ainda para trocar o seu carro por uma tecnologia mista ou «revolucionária» nos próximos anos. O velho motor de explosão alimentado a derivados do petróleo tem os dias contados.
Já agora, em termos macroeconómicos, tenha presente que cada dólar de aumento só na matéria-prima, petróleo, custa ao país 110 milhões de dólares!
Os preços pagos pelo barril foram de 38 dólares, em média, em 2004. Este ano serão superiores a 50, digamos 55 USD.
Como o Euro não tem estado a ajudar, face ao dólar, significa que a factura petrolífera de Portugal irá custar em 2005 mais cerca de 2 mil milhões de dólares?
É uma ponte sobre o Tejo, mais uma sobre o Douro que saem, a mais, do País!
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
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