E no entanto, move-se
2 mensagens
|Página 1 de 1
E no entanto, move-se
Publicado 4 Agosto 2005 13:59
Pedro S. Guerreiro
E no entanto, move-se
psg@mediafin.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Não se passa nada. Mais: é pura especulação. Mais ainda: a especulação nem sequer é nova, há cinco anos que se fala no boato de que o BPI vai ser alvo de uma investida, de uma oferta pública de aquisição.
Sim, que é um mero boato, que parte de duas premissas teóricas e, por silogismo, conclui: 1) a estrutura accionista do BPI é vulnerável a um ataque accionista e 2) o espanhol BBVA está interessado em crescer no exterior por aquisição, incluindo em Portugal, 3) logo as acções do BPI vão ser alvo de uma oferta hostil. Tudo isto é, portanto, velho e extemporâneo. E no entanto as acções do BPI não param de subir. E no entanto o BPI valorizou 12% nas últimas oito sessões de bolsa. E no entanto as cotações estão no máximo desde Março de 2001. E no entanto os volumes negociados estão no dobro da média dos últimos meses.
Das duas, uma: ou alguém no mercado sabe mais do que o resto do mercado; ou o mercado inteiro está a posicionar-se para uma probabilidade de OPA, por baixa que seja. A diferença entre uma coisa e outra é a diferença entre ter informação e dar ouvidos a um boato; entre investir e apostar. É, talvez, também uma esperança numa especulação que anime um mercado anémico, um tédio de anos, valorizações miseráveis.
Estranha esperança. A banca é um dos sectores de que Portugal mais se pode orgulhar, embora seja dos que mais se endemoninha. Mesmo alguns «liberalões», que defendem a negociação sem fronteiras de empresas, mesmo com o «bicho papão Espanha», avisam que a banca é diferente e que vender a estrangeiros uma fatia maior da banca (a fatia do Santander nunca fez mossa a Portugal) é mais perigoso para o país que vender mais uma fatia de «media», retalho ou turismo. E é diferente. Governo e Banco de Portugal serão sempre resistentes. Os investidores não. Estes apostam. Nos casinos, a probabilidade de perder é sempre maior. O jogador sabe-o. Mas volta a jogar.
Pedro S. Guerreiro
E no entanto, move-se
psg@mediafin.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Não se passa nada. Mais: é pura especulação. Mais ainda: a especulação nem sequer é nova, há cinco anos que se fala no boato de que o BPI vai ser alvo de uma investida, de uma oferta pública de aquisição.
Sim, que é um mero boato, que parte de duas premissas teóricas e, por silogismo, conclui: 1) a estrutura accionista do BPI é vulnerável a um ataque accionista e 2) o espanhol BBVA está interessado em crescer no exterior por aquisição, incluindo em Portugal, 3) logo as acções do BPI vão ser alvo de uma oferta hostil. Tudo isto é, portanto, velho e extemporâneo. E no entanto as acções do BPI não param de subir. E no entanto o BPI valorizou 12% nas últimas oito sessões de bolsa. E no entanto as cotações estão no máximo desde Março de 2001. E no entanto os volumes negociados estão no dobro da média dos últimos meses.
Das duas, uma: ou alguém no mercado sabe mais do que o resto do mercado; ou o mercado inteiro está a posicionar-se para uma probabilidade de OPA, por baixa que seja. A diferença entre uma coisa e outra é a diferença entre ter informação e dar ouvidos a um boato; entre investir e apostar. É, talvez, também uma esperança numa especulação que anime um mercado anémico, um tédio de anos, valorizações miseráveis.
Estranha esperança. A banca é um dos sectores de que Portugal mais se pode orgulhar, embora seja dos que mais se endemoninha. Mesmo alguns «liberalões», que defendem a negociação sem fronteiras de empresas, mesmo com o «bicho papão Espanha», avisam que a banca é diferente e que vender a estrangeiros uma fatia maior da banca (a fatia do Santander nunca fez mossa a Portugal) é mais perigoso para o país que vender mais uma fatia de «media», retalho ou turismo. E é diferente. Governo e Banco de Portugal serão sempre resistentes. Os investidores não. Estes apostam. Nos casinos, a probabilidade de perder é sempre maior. O jogador sabe-o. Mas volta a jogar.
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
- Mensagens: 1700
- Registado: 26/11/2004 23:00
- Localização: Belém-Lisboa
2 mensagens
|Página 1 de 1
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Akinfiev, Ano nimus, As_paus , Burbano, darkreflection, eurowire.financeiro, fosgass2020, Google [Bot], Google Adsense [Bot], iniciado1, leao, Lisboa_Casino, m-m, malakas, MR32, nunorpsilva, O Magriço, OCTAMA, OffTheRecord, PAULOJOAO, Pedro1974, PMP69, SerCyc, serdom, Simplório, trilhos2006, turbo team e 112 visitantes