Caldeirão da Bolsa

País, vende-se

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

As pessoas deste país

por Barra » 29/6/2005 19:26

Não havia de ser assim, mas é ao que chegámos infelizmente.

è o país com os poliíticos e com as pessoas que temos. para o bem e para o mal.

Infelizmente não se incentiva o empreendorismo.
Burocracia e Justiça lenta, são os principais entraves, que apenas desanimam quem tenta fazer algo de novo, com imaginação e muito trabalho.

Talvez os meus netos ou trisnetos tenham a vida mais facilitada neste campo, mas sinceramente, NÂO ACREDITO.

E não sou pessimista. A realidade é esta. Só não vê quem não quer.
 
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por zé povinho » 29/6/2005 15:28

já o meu avô dizia: numa casa onde não há pão...todos ralham sem razão.

o país anda a atravessar um ciclo de depressão e agora toda a gente vê tudo mal quando há 5 anos atrás eram tudo maravilhas.

nem tanto à terra, nem tanto ao mar (tamb´
em era o meu avÕ que dizia), e nestas altura de depressão colectiva é preciso que se saiba manter a cabeça fresca e não deixar que o desânimo, e o calor, nos toldem o raciocínio.

é dificil investir e ter êxito em Portugal? com certeza que é

ter sucesso é sempre dificil, em todo o lado e em todas as alturas.

mas não podemos entrar nesta onda, e criar um desânimo colectivo que só serve para piorar tudo.

pelo artigo transcrito, só falta dizer: o último a saír que apague as luzes

eu fico por cá
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também acho Garfield

por Karamba » 29/6/2005 15:20

o homem passou-se , só pode ...

Boas
 
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por Garfield » 29/6/2005 14:46

Bem o teclado hoje não está a colaborar...

Queria dizer:

- tornar a justiça célere por forma a que más praticas NÃO sejam vantajosas e distorçam as regras do mercado

Ufa agora sim :)
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por Garfield » 29/6/2005 14:44

peço desculpa...

onde se lê " se tornem vantajosas " deve-se obviamente ler " NAO se tornem "!
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por Garfield » 29/6/2005 14:42

Lamento mas não considero esse texto pedagógico. De facto o empreendorismo em Portugal não é rentavel e não justifica as dificuldades pelas quais todos os empresários passam.

Mas a solução não pode nem deve ser a de abandonar o barco como os "ratos".

A solução passa sim por fazer desaparecer as dificuldades que atrapalham diariamente os empresarios e as empresas.

Nomeadamente :

- reduzir a burocracia por forma a simplificar a constituição de empresas e o seu inicio de actividade

- reduzir a carga fiscal principalmente nos primeiros anos de vida das empresas

- dinamizar o associativismo com o objectivo de minimizar custos comuns e não apenas para a defesa de "status quo"

- promover a imagem de Portugal no estrangeiro a todos os níveis e não apenas no do Turismo

- tornar a justiça célere por forma a que más praticas sejam vantajosas e distorçam as regras do mercado

Enfim, poderia-se continuar a enumerar imensas situações que o nosso país necessita ver resolvidas.

Todas juntas aumentariam a produtividade do país pela simples redução da actual inércia em que vivemos.
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País, vende-se

por Jameson » 29/6/2005 14:32

José Diogo Madeira

País, vende-se
(29-06-2005 - 13:59)

País, vende-se

Eu acredito que as pessoas, quando acedem a informação económica e financeira, querem mesmo é saber como se ganha dinheiro e como se pode poupar nos impostos, juros, rendas e afins. Temas mais institucionais, estilo Orçamento Rectificativo, interessam apenas a uma reduzida «clique» de líderes empresariais e políticos. E, ainda assim, nem as publicações especializadas em «finanças pessoais» vendem grande coisa. É pouca a cultura de investimento, num País onde os rendimentos não permitem poupanças e onde o Estado continua tão previdente. Mas, desgraças à parte, o português até tem jeito para o negócio. Onde há oportunidade, lá encontramos um tuga. Para confirmar isto, basta lembrar as filas intermináveis para trocar as últimas moedas de escudo em euros e as numerosas sociedades de amigos, que se formam para preencher os boletins do Euromilhões.

Isto a propósito da dificuldade em construir negócios rentáveis em Portugal. Anda meio mundo a revolver o cérebro na busca daquela ideia fantástica, com o fito de se tornar milionário. Ora a questão é que, nos dias que correm, muito dificilmente compensa investir na economia real portuguesa. Basta atentar a uma qualquer tabela de rendibilidades de fundos de investimento internacionais para notar que há uma série de fundos de acções de mercados emergentes que apresentam rendibilidades anualizadas acima dos 40%. Idem, idem para fundos de acções de pequenas e médias companhias europeias, para fundos que investem em acções de companhias petrolíferas, etc e etc. Daqui resulta uma questão mortífera: qual é o louco que vai meter um chavo numa empresa portuguesa, quando pode ganhar 30 ou 40% ao ano, com um investimento inteligente nos mercados bolsistas? E sem ter que enfrentar burocracias, complicações fiscais, problemas laborais e sabe-se lá que mais desventuras.

Um exemplo mais claro. Imagine que ganha 100 mil euros num qualquer sorteio da Santa Casa. O que vai fazer ao dinheiro? Abrir o seu próprio restaurante? Um franchising? Montar uma pequena empresa na área de serviços? Ah, sente-se cheio de confiança e quer arriscar! Muito bem, força, vá em frente. Co me ce por inscrever a sua empresa no RNPC, faça a escritura, inscreva-a nas Finanças. Trate de encontrar instalações, contratar os primeiros colaboradores, sair em busca dos fornecedores e dos clientes. Salte da cama todos os dias, enfrente o trânsito, combata as adversidades, os atrasos na entrega dos equipamentos, as dificuldades na cobrança de facturas, anime os empregados desmotivados... Que fascinante é, isto de ser empreendedor. Agora pense bem? alguém lhe oferece um serviço de gestão de patrimónios que, embora com algum risco, lhe permite ganhar 10, 15 ou 20% ao ano. Capitalizável. Os seus 100 mil euros, em 20 anos, podem valer mais de três milhões de euros. Pois, mais vale pensar duas vezes! Se calhar é mais prudente agarrar-se ao seu actual emprego e ir construindo, discreta e comodamente, a sua fortuna pessoal. Sem chatices, complicações e provavelmente com menos risco do que se meter num negócio que pode dar para o torto e ainda o deixar endividado.

Isto é complicado de dizer, mas é mesmo assim: vale a pena investir em Portugal? Quando se compara o trabalho, as dificuldades, os entraves que complicam a vida empresarial portuguesa, com as facilidades de multiplicar capital através de meia dúzia de cliques - o investimento «online» é uma hoje uma verdadeira «commodity» - quem é que arrisca? Às vezes, julgo que os empreendedores e empresários portugueses são uns loucos românticos. Que não fazem conta ao retorno do seu capital, que não contabilizam os cabelos brancos que estão a ganhar e que, muitas vezes, se dedicam aos seus negócios mais por carolice do que por racionalidade económica. Considerando as dificuldades porque passa, actualmente, a economia portuguesa - e que se vão manter nos próximos dois ou três anos (esta é a versão optimista) - e quando ouço os meus amigos empresários a contarem as dificuldades porque passam para conseguirem pagar os salários no final do mês, só os incentivo a venderem rapidamente as suas empresas e a porem-se ao fresco. E, quando projecto esta ideia para o plano macroeconómico, até fico a pensar que, se calhar, fazia sentido negociarmos com os espanhóis a transformação de Portugal numa Província de Madrid, desde que em contrapartida eles nos ofereçam a sua dinâmica económica. É que, ainda esta semana, o Deustche Bank veio dizer que, em 2025, a Espanha será uma nação mais rica que a Inglaterra e a Alemanha. Nós, com sorte, estaremos empatados com a Ucrânia.
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