O que andam a fazer?...
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convenhamos também que não convém "sacudir a água do capote"...
concordo com tudo o que é dito, mas existe muita falta de preparação dos professores... conheci muitos e acompanhei-os durante parte da minha vida, e era recorrente andarem aos papeis antes de uma aula porque não tinham preparado nada. Algumas vezes até diziam: "o que vale é que dei isto no ano passado, senão tava lixado"
o meter a baixa para qualquer coisa...
o volta e meia ter férias enquanto o resto do país trabalha para melhorar a produtividade....
o ter uma reforma choruda e assegurada pelo estado
concordo com tudo o que é dito, mas existe muita falta de preparação dos professores... conheci muitos e acompanhei-os durante parte da minha vida, e era recorrente andarem aos papeis antes de uma aula porque não tinham preparado nada. Algumas vezes até diziam: "o que vale é que dei isto no ano passado, senão tava lixado"
o meter a baixa para qualquer coisa...
o volta e meia ter férias enquanto o resto do país trabalha para melhorar a produtividade....
o ter uma reforma choruda e assegurada pelo estado
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- Registado: 2/8/2004 0:10
O que andam a fazer?...
O que andam a fazer?...
Jorge A. Vasconcellos e Sá
“Os senhores professores que expliquem o que andam a fazer”, solicitou o sr. Presidente da República, por ocasião de um programa da SIC, que perguntava a tabuada aos estudantes do I. Superior Técnico.
Dos 14 entrevistados apenas 3 acertaram nas contas (21%). Entre 27 perguntas apenas 9 têm respostas correctas (33%), sendo que quase todas são de 2 alunos (14%). Nada de surpreendente dados os resultados dos estudos internacionais da OCDE, como muito bem notou o dr. M. Frasquilho (um dos melhores economistas portugueses).
O que andam os srs. professores a fazer? Eu informo o sr. Presidente da República. E desde já peço desculpa se não gostar da resposta.
Os srs. professores estão a trabalhar com os alunos (?) que têm na frente. E a fazer aquilo para que os incentivaram.
O que têm os professores pela frente? Alunos que não deviam ter passado, mas houve um ministro da educação que eliminou os exames nacionais até ao 9º ano. Alunos que deviam ter seguido cursos comerciais ou industriais mas não o fizeram porque houve outro ministro que acabou com eles por entender que todos deviam ser doutores. Alunos que nunca deviam ter entrado para o ensino superior mas fazem-no porque houve um 3º ministro que acabou com os números clausus e deixou proliferar as privadas em nome da “democratização” (?) do ensino.
Tudo isto em parte fruto da superficialidade de comparar o incomparável, i.é. o nº de licenciados em Portugal com outros países europeus, quando nestes os cursos são curtos, técnicos, vocacionais e orientados para o mercado de trabalho.
Depois os srs. professores fazem (com excepções) aquilo que os incentivaram a fazer: “diálogo” com os alunos (a exemplo de alguns ex-ministros); não reprovar para 1) não apanhar de novo com o aluno, 2) não ficar mal nas estatísticas, 3) além do que as universidades concorrem para ter alunos; e finalmente a “olhar demasiado para os outros” (sobretudo em alguns meios) para nivelar por baixo (o salário é o mesmo e há que não ficar mal na fotografia comparativa). Em síntese: facilitismo; e laxismo. Aquilo que se incentiva é aquilo que se obtém.
Acresce que os professores (não universitários) são mal pagos mas “isso não é importante porque os professores não são mercenários” – ex-ministro ‘dixit’). Logo, muitos dos melhores afastam-se do ensino para oferecer melhores condições às suas famílias.
Está-se pois naturalmente a colher aquilo que se semeou. E só se deve admirar quem não mede as consequências dos seus actos. Porque o que se passa é natural. Trágico, mas natural. É o resultado simplesmente da falta de 1) rigor (exames nacionais), 2) condições (salariais e selecção dos alunos) e 3) incentivos para a qualidade (de ensino e investigação).
Apostou-se no diálogo e massificação. Donde 6x8 (1º rapaz)?: 64; 6x7 (2º rapaz)?: 41... aiii; Raiz quadrada de 1?: Sei lá; 97-24?: Eh pá sei lá agora assim...; 8x6?: Ai (risos)... 74... eh pá, sei lá; 9x6?: 36; 8x5?: Não sei; 7x9?: Dá... 90, 89, 78, não, ao contrário... 80, 91, 82, 73... 73, não, 64, 64, é isso é isso; 97-24?: Não faço a menor ideia; 3x8?: Ai, ai, ai.
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Jorge A. Vasconcellos e Sá
Jorge A. Vasconcellos e Sá
“Os senhores professores que expliquem o que andam a fazer”, solicitou o sr. Presidente da República, por ocasião de um programa da SIC, que perguntava a tabuada aos estudantes do I. Superior Técnico.
Dos 14 entrevistados apenas 3 acertaram nas contas (21%). Entre 27 perguntas apenas 9 têm respostas correctas (33%), sendo que quase todas são de 2 alunos (14%). Nada de surpreendente dados os resultados dos estudos internacionais da OCDE, como muito bem notou o dr. M. Frasquilho (um dos melhores economistas portugueses).
O que andam os srs. professores a fazer? Eu informo o sr. Presidente da República. E desde já peço desculpa se não gostar da resposta.
Os srs. professores estão a trabalhar com os alunos (?) que têm na frente. E a fazer aquilo para que os incentivaram.
O que têm os professores pela frente? Alunos que não deviam ter passado, mas houve um ministro da educação que eliminou os exames nacionais até ao 9º ano. Alunos que deviam ter seguido cursos comerciais ou industriais mas não o fizeram porque houve outro ministro que acabou com eles por entender que todos deviam ser doutores. Alunos que nunca deviam ter entrado para o ensino superior mas fazem-no porque houve um 3º ministro que acabou com os números clausus e deixou proliferar as privadas em nome da “democratização” (?) do ensino.
Tudo isto em parte fruto da superficialidade de comparar o incomparável, i.é. o nº de licenciados em Portugal com outros países europeus, quando nestes os cursos são curtos, técnicos, vocacionais e orientados para o mercado de trabalho.
Depois os srs. professores fazem (com excepções) aquilo que os incentivaram a fazer: “diálogo” com os alunos (a exemplo de alguns ex-ministros); não reprovar para 1) não apanhar de novo com o aluno, 2) não ficar mal nas estatísticas, 3) além do que as universidades concorrem para ter alunos; e finalmente a “olhar demasiado para os outros” (sobretudo em alguns meios) para nivelar por baixo (o salário é o mesmo e há que não ficar mal na fotografia comparativa). Em síntese: facilitismo; e laxismo. Aquilo que se incentiva é aquilo que se obtém.
Acresce que os professores (não universitários) são mal pagos mas “isso não é importante porque os professores não são mercenários” – ex-ministro ‘dixit’). Logo, muitos dos melhores afastam-se do ensino para oferecer melhores condições às suas famílias.
Está-se pois naturalmente a colher aquilo que se semeou. E só se deve admirar quem não mede as consequências dos seus actos. Porque o que se passa é natural. Trágico, mas natural. É o resultado simplesmente da falta de 1) rigor (exames nacionais), 2) condições (salariais e selecção dos alunos) e 3) incentivos para a qualidade (de ensino e investigação).
Apostou-se no diálogo e massificação. Donde 6x8 (1º rapaz)?: 64; 6x7 (2º rapaz)?: 41... aiii; Raiz quadrada de 1?: Sei lá; 97-24?: Eh pá sei lá agora assim...; 8x6?: Ai (risos)... 74... eh pá, sei lá; 9x6?: 36; 8x5?: Não sei; 7x9?: Dá... 90, 89, 78, não, ao contrário... 80, 91, 82, 73... 73, não, 64, 64, é isso é isso; 97-24?: Não faço a menor ideia; 3x8?: Ai, ai, ai.
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Jorge A. Vasconcellos e Sá
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