Fusões e Aquisições
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Energia, competitividade e criação de riqueza (II)
Aníbal Lamy*
Que a EDP não fosse bem sucedida à custa da competitividade da economia nacional foi o pedido que deixei no artigo anterior. Pois bem, a concorrência aí está. A GALP entra na produção e quiçá na distribuição eléctrica.
Mas, confesso, as questões levantadas em torno destas duas grandes empresas portuguesas é sempre e tão só em torno delas próprias e dos seus matrimónios. Perde-se, a meu ver, o horizonte mais vasto em que estas empresas devem servir os consumidores.
Afinal, quem se preocupa com a empresa A ou B onde gás e electricidade representam 8% dos custos operacionais em vez de 4% em empresas similares noutros países? E quem se preocupa com o custo da energia num Portugal de más construções, onde as casas perdem energia por todo o lado e se resolvem estes problemas com o ar condicionado, lareiras, fogões de sala e etc?
Todos temos consciência que Portugal está a mudar: a nossa mão-de-obra já não é competitiva para justificar a presença industrial em sectores tradicionais que vão deixando de ser protegidos por barreiras alfandegárias.
Precisamos, por isso, de inovar, pesquisar, diversificar. Em resumo: de um choque tecnológico que arraste inovação e iniciativa endógena, em rede com outros países, aplicável, industrializável, que implique qualificação. Mas a tecnologia é sempre exigente da energia, mesmo quando a economiza: a tecnologia requer energia eficiente, fiável, de preferência a baixo custo, e em segurança de abastecimento.
Ora, isto não temos como devíamos.
Quase podemos resumir o problema e as soluções energéticas para Portugal num quadro muito simples.
Custo elevado de produção, distribuição e comercialização de electricidade
• O crescimento da concorrência em Portugal nas diferentes fases da cadeia de valor irá obrigar a ganhos de eficiência no principal operador nacional e empurrará para baixo os preços da electricidade;
• As ligações físicas de transporte de electricidade entre Portugal e Espanha são óptimas (ao contrário do que consta), pelo que o fornecimento de electricidade de Espanha a preços mais baixos já é, em si, uma forma de aumentar a concorrência;
Assegurar a existência e o crescimento das nossas empresas EDP e GALP.
Preocupo-me agora com a EDP:
• Para lá do Brasil e dos países de expressão portuguesa, existe a Europa, com redes contínuas no caso da electricidade, com regras do jogo conhecidas (embora nem sempre cumpridas, como é o nosso caso);
• Para exemplo, a Iberdrola investe na Europa, onde tem neste momento 1 GW de eólicas em ‘due diligence’ e inclui Portugal nesse mercado de investimento prioritário;
• A ENEL investe na Europa, como sucedeu com a tomada de 60% da Eléctrica Eslovaca, com acordos com a Endesa, com a compra de 80% da Unión Fenosa Renováveis, com acordos com a EDF...
• Porque é que a EDP não faz o mesmo? Com a quantidade de pontos de ligação para ciclo combinado que recebeu, pode realizar mais valias e investir noutros países, sozinha ou em parceria, com todas as vantagens que decorrem da internacionalização.
Dependência energética portuguesa
• As únicas formas de reduzir esta dependência são:
– produzir energia endógena, através de fontes renováveis, ou por recurso ao nuclear;
– através de maior eficiência na utilização da energia;
– através de maior eficiência na produção de electricidade (e de calor) a partir de fontes convencionais.
Segurança de abastecimento no país
• Quanto maior for a produção endógena maior será a segurança de abastecimento energético no Pais;
• Quanto mais distribuída e localizada estiver a produção, maior é a segurança relativamente a falhas de transporte e a potenciais cataclismos e conflitos.
Fiabilidade
• Na produção disseminada e localizada junto aos consumidores, a fiabilidade atinge potencialmente os 99,999%.
• Face à necessidade de transporte e distribuição, Portugal carece de sistemas de gestão de redes, aqui incluindo equipamentos, ‘software’, capacidade de modelação previsional de consumos e de produções, gestão integrada, etc.
Eficiência energética
• Este é quase um paradigma cultural que afecta a nossa sociedade. As nossas construções não são eficientes energeticamente, salvo raras excepções, tais como habitação, para fábricas, para comércio e serviços.
• As soluções terão de ser de dois tipos:
– Uma solução de iniciativa governamental do género de ”cenoura agora e futuramente pau” para introduzir melhorias na construção civil e obras públicas;
– Uma solução similar, mais difícil de implementar, certamente, ao nível dos consumidores familiares.
Falamos de uma oportunidade para desenvolvimento e produção endógena de riqueza. Algumas tecnologias de produção de energia renovável estão em fase crucial do seu desenvolvimento: precisam de grandes projectos para quebrarem o nó górdio do seu desenvolvimento e comercialização. É possível obter belíssimas contrapartidas por estes projectos.
É óbvio que as energias renováveis, por carecerem de um preço majorado para venda à rede, têm reflexos no custo da electricidade paga por todos nós. Mas, que pode muito bem ser compensado com um aumento da eficiência da EDP, uma redução de preços por aumento da concorrência no sector e por adquirirmos capacidade exportadora sustentável e incorporarmos valor acrescentado nacional pelo menos em 50% do produto aqui fabricado.
*Empresário
Aníbal Lamy*
Que a EDP não fosse bem sucedida à custa da competitividade da economia nacional foi o pedido que deixei no artigo anterior. Pois bem, a concorrência aí está. A GALP entra na produção e quiçá na distribuição eléctrica.
Mas, confesso, as questões levantadas em torno destas duas grandes empresas portuguesas é sempre e tão só em torno delas próprias e dos seus matrimónios. Perde-se, a meu ver, o horizonte mais vasto em que estas empresas devem servir os consumidores.
Afinal, quem se preocupa com a empresa A ou B onde gás e electricidade representam 8% dos custos operacionais em vez de 4% em empresas similares noutros países? E quem se preocupa com o custo da energia num Portugal de más construções, onde as casas perdem energia por todo o lado e se resolvem estes problemas com o ar condicionado, lareiras, fogões de sala e etc?
Todos temos consciência que Portugal está a mudar: a nossa mão-de-obra já não é competitiva para justificar a presença industrial em sectores tradicionais que vão deixando de ser protegidos por barreiras alfandegárias.
Precisamos, por isso, de inovar, pesquisar, diversificar. Em resumo: de um choque tecnológico que arraste inovação e iniciativa endógena, em rede com outros países, aplicável, industrializável, que implique qualificação. Mas a tecnologia é sempre exigente da energia, mesmo quando a economiza: a tecnologia requer energia eficiente, fiável, de preferência a baixo custo, e em segurança de abastecimento.
Ora, isto não temos como devíamos.
Quase podemos resumir o problema e as soluções energéticas para Portugal num quadro muito simples.
Custo elevado de produção, distribuição e comercialização de electricidade
• O crescimento da concorrência em Portugal nas diferentes fases da cadeia de valor irá obrigar a ganhos de eficiência no principal operador nacional e empurrará para baixo os preços da electricidade;
• As ligações físicas de transporte de electricidade entre Portugal e Espanha são óptimas (ao contrário do que consta), pelo que o fornecimento de electricidade de Espanha a preços mais baixos já é, em si, uma forma de aumentar a concorrência;
Assegurar a existência e o crescimento das nossas empresas EDP e GALP.
Preocupo-me agora com a EDP:
• Para lá do Brasil e dos países de expressão portuguesa, existe a Europa, com redes contínuas no caso da electricidade, com regras do jogo conhecidas (embora nem sempre cumpridas, como é o nosso caso);
• Para exemplo, a Iberdrola investe na Europa, onde tem neste momento 1 GW de eólicas em ‘due diligence’ e inclui Portugal nesse mercado de investimento prioritário;
• A ENEL investe na Europa, como sucedeu com a tomada de 60% da Eléctrica Eslovaca, com acordos com a Endesa, com a compra de 80% da Unión Fenosa Renováveis, com acordos com a EDF...
• Porque é que a EDP não faz o mesmo? Com a quantidade de pontos de ligação para ciclo combinado que recebeu, pode realizar mais valias e investir noutros países, sozinha ou em parceria, com todas as vantagens que decorrem da internacionalização.
Dependência energética portuguesa
• As únicas formas de reduzir esta dependência são:
– produzir energia endógena, através de fontes renováveis, ou por recurso ao nuclear;
– através de maior eficiência na utilização da energia;
– através de maior eficiência na produção de electricidade (e de calor) a partir de fontes convencionais.
Segurança de abastecimento no país
• Quanto maior for a produção endógena maior será a segurança de abastecimento energético no Pais;
• Quanto mais distribuída e localizada estiver a produção, maior é a segurança relativamente a falhas de transporte e a potenciais cataclismos e conflitos.
Fiabilidade
• Na produção disseminada e localizada junto aos consumidores, a fiabilidade atinge potencialmente os 99,999%.
• Face à necessidade de transporte e distribuição, Portugal carece de sistemas de gestão de redes, aqui incluindo equipamentos, ‘software’, capacidade de modelação previsional de consumos e de produções, gestão integrada, etc.
Eficiência energética
• Este é quase um paradigma cultural que afecta a nossa sociedade. As nossas construções não são eficientes energeticamente, salvo raras excepções, tais como habitação, para fábricas, para comércio e serviços.
• As soluções terão de ser de dois tipos:
– Uma solução de iniciativa governamental do género de ”cenoura agora e futuramente pau” para introduzir melhorias na construção civil e obras públicas;
– Uma solução similar, mais difícil de implementar, certamente, ao nível dos consumidores familiares.
Falamos de uma oportunidade para desenvolvimento e produção endógena de riqueza. Algumas tecnologias de produção de energia renovável estão em fase crucial do seu desenvolvimento: precisam de grandes projectos para quebrarem o nó górdio do seu desenvolvimento e comercialização. É possível obter belíssimas contrapartidas por estes projectos.
É óbvio que as energias renováveis, por carecerem de um preço majorado para venda à rede, têm reflexos no custo da electricidade paga por todos nós. Mas, que pode muito bem ser compensado com um aumento da eficiência da EDP, uma redução de preços por aumento da concorrência no sector e por adquirirmos capacidade exportadora sustentável e incorporarmos valor acrescentado nacional pelo menos em 50% do produto aqui fabricado.
*Empresário
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BPI sobe recomendação da Sonae para 'Comprar'
DE com Reuters
Os analistas do Banco BPI anunciaram hoje a revisão em alta da sua recomendação dos títulos da empresa de Belmiro de Azevedo de 'Acumular' para 'Comprar', devido vários factores positivos para o papel.
Segundo uma nota de research do BPI datada de sexta-feira e hoje citada pela agência Reuters, a revisão em alta da recomendação da Sonae ficou a dever-se à "atractiva história do título, o qual combina um potencial de valorização a nível fundamental, aumento da visibilidade dos lucros e melhor remuneração dos dividendos".
O documento adianta ainda que o BPI aumentou igualmente o seu preço-alvo da Sonae de 1,31 para 1,45€ por acção.
DE com Reuters
Os analistas do Banco BPI anunciaram hoje a revisão em alta da sua recomendação dos títulos da empresa de Belmiro de Azevedo de 'Acumular' para 'Comprar', devido vários factores positivos para o papel.
Segundo uma nota de research do BPI datada de sexta-feira e hoje citada pela agência Reuters, a revisão em alta da recomendação da Sonae ficou a dever-se à "atractiva história do título, o qual combina um potencial de valorização a nível fundamental, aumento da visibilidade dos lucros e melhor remuneração dos dividendos".
O documento adianta ainda que o BPI aumentou igualmente o seu preço-alvo da Sonae de 1,31 para 1,45€ por acção.
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Grandes consumidores confiantes que medidas do Governo vão baixar preços
DE com Lusa
A Associação Portuguesa dos Industriais Grandes Consumidores de Energia Eléctrica (APIGCEE) está confiante que a nova regulamentação anunciada pelo ministro da Economia para o sector eléctrico permita optimizar o sistema e baixar os preços.
O presidente da associação, Clemente Pedro Nunes, afirmou hoje que o ministro da Economia, Manuel Pinho, numa reunião com a APIGCEE, "mostrou grande preocupação" relativamente às tarifas pagas pelos industriais portugueses quando comparadas com as de Espanha.
"O Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) tornou mais gritante a desarticulação existente" entre o consumo e a produção em Portugal, afirmou o responsável, que considera "indispensável" que o Governo tome medidas para optimizar o sistema eléctrico.
A APIGCEE tem manifestado por várias ocasiões a "insustentabilidade" do actual sistema tarifário para a indústria portuguesa.
O ajuste trimestral efectuado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) em Abril, resultante da variação dos encargos com a aquisição de combustíveis, provocou aumentos entre os 5,59 e 9,82% para os clientes industriais.
Em Espanha, o aumento anual aprovado foi de 1,61% e o Governo espanhol mantém o objectivo de não aumentar, até 2010, as tarifas acima dos 2%.
O Livro Branco sobre o sector, que está em preparação, deverá propor também a optimização tarifária.
O ministro da Economia afirmou, em entrevista ao jornal Público na semana passada, que vai anunciar em breve uma nova regulamentação para o sector que permitirá atenuar os aumentos de custos de electricidade para os grandes consumidores.
Clemente Pedro Nunes afirma que os grandes consumidores não pretendem "subsidiação" das tarifas mas sim a "optimização do sistema" que passará pela possibilidade de contratos de "interruptibilidade rápida" e de aumento do consumo nas "horas de vazio e super-vazio", a preços mais baratos.
O mecanismo de "interruptibilidade rápida" permite cortes de fornecimento de electricidade de curta duração e com pré-aviso aos grandes consumidores industriais, mediante contrapartidas tarifárias.
Este mecanismo visa fazer uma gestão em tempo real do sistema eléctrico e flexibilizar a gestão da carga do lado da procura.
O objectivo é atingir o equilíbrio entre a produção e consumo, através de cortes de electricidade feitos aos consumidores industriais, não superiores a 45 minutos e com pré-aviso.
Esta gestão integrada permite reduzir os custos do lado da produção e, em contrapartida, oferecer aos clientes industriais que adiram ao mecanismo, compensações económicas que se traduzem numa redução da factura energética.
As propostas foram apresentadas pela Rede Eléctrica Nacional (REN) à ERSE, aguardando-se o parecer do regulador e a decisão do Governo.
A APIGCEE tem marcado para este mês uma reunião com a ERSE para discutir o assunto.
A APIGCEE inclui as maiores indústrias portuguesas, correspondentes aos principais sectores produtivos nacionais, responsáveis por 8% do consumo total do país e 20% do consumo industrial total.
São responsáveis por cerca de 10% do Produto Interno Bruto industrial e o custo da electricidade atinge, nalguns casos, 50% do total dos custos de produção.
DE com Lusa
A Associação Portuguesa dos Industriais Grandes Consumidores de Energia Eléctrica (APIGCEE) está confiante que a nova regulamentação anunciada pelo ministro da Economia para o sector eléctrico permita optimizar o sistema e baixar os preços.
O presidente da associação, Clemente Pedro Nunes, afirmou hoje que o ministro da Economia, Manuel Pinho, numa reunião com a APIGCEE, "mostrou grande preocupação" relativamente às tarifas pagas pelos industriais portugueses quando comparadas com as de Espanha.
"O Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) tornou mais gritante a desarticulação existente" entre o consumo e a produção em Portugal, afirmou o responsável, que considera "indispensável" que o Governo tome medidas para optimizar o sistema eléctrico.
A APIGCEE tem manifestado por várias ocasiões a "insustentabilidade" do actual sistema tarifário para a indústria portuguesa.
O ajuste trimestral efectuado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) em Abril, resultante da variação dos encargos com a aquisição de combustíveis, provocou aumentos entre os 5,59 e 9,82% para os clientes industriais.
Em Espanha, o aumento anual aprovado foi de 1,61% e o Governo espanhol mantém o objectivo de não aumentar, até 2010, as tarifas acima dos 2%.
O Livro Branco sobre o sector, que está em preparação, deverá propor também a optimização tarifária.
O ministro da Economia afirmou, em entrevista ao jornal Público na semana passada, que vai anunciar em breve uma nova regulamentação para o sector que permitirá atenuar os aumentos de custos de electricidade para os grandes consumidores.
Clemente Pedro Nunes afirma que os grandes consumidores não pretendem "subsidiação" das tarifas mas sim a "optimização do sistema" que passará pela possibilidade de contratos de "interruptibilidade rápida" e de aumento do consumo nas "horas de vazio e super-vazio", a preços mais baratos.
O mecanismo de "interruptibilidade rápida" permite cortes de fornecimento de electricidade de curta duração e com pré-aviso aos grandes consumidores industriais, mediante contrapartidas tarifárias.
Este mecanismo visa fazer uma gestão em tempo real do sistema eléctrico e flexibilizar a gestão da carga do lado da procura.
O objectivo é atingir o equilíbrio entre a produção e consumo, através de cortes de electricidade feitos aos consumidores industriais, não superiores a 45 minutos e com pré-aviso.
Esta gestão integrada permite reduzir os custos do lado da produção e, em contrapartida, oferecer aos clientes industriais que adiram ao mecanismo, compensações económicas que se traduzem numa redução da factura energética.
As propostas foram apresentadas pela Rede Eléctrica Nacional (REN) à ERSE, aguardando-se o parecer do regulador e a decisão do Governo.
A APIGCEE tem marcado para este mês uma reunião com a ERSE para discutir o assunto.
A APIGCEE inclui as maiores indústrias portuguesas, correspondentes aos principais sectores produtivos nacionais, responsáveis por 8% do consumo total do país e 20% do consumo industrial total.
São responsáveis por cerca de 10% do Produto Interno Bruto industrial e o custo da electricidade atinge, nalguns casos, 50% do total dos custos de produção.
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MIBEL não será transparente sem harmonização tarifária e regulatória
Lusa
O presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), José Penedos, afirmou hoje que o Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) não será transparente enquanto não forem eliminadas as assimetrias tarifárias e de regulação com Espanha.
"Não podemos ter um MIBEL completamente transparente senão eliminarmos as assimetrias que existem entre a totalidade dos grandes consumidores dos dois países e não existir uma harmonização tendencial da estrutura tarifária e regulatória", afirmou José Penedos à agência Lusa.
"Podemos arrancar sem a harmonização global, mas temos que ter um quadro de evolução de dois a três anos para que ela seja feita e isso ter que ser assumido por todos como uma necessidade", sublinhou.
O presidente da REN está convencido que os responsáveis pela elaboração do Livro Branco em Espanha condenem a subsidiação de tarifas praticada no país vizinho para alguns sectores de actividade considerados estratégicos.
Admite, contudo, que essa prática não acabe de imediato mas seja definido um horizonte temporal para o fim da "especificidade espanhola".
"Nesse caso, o que aconselho é que nesse período de manutenção da especificidade espanhola e enquanto as assimetrias se mantiverem, se encontre um modelo que torne justa a concorrência entre os produtores de electricidade dos dois países", defendeu.
José Penedos está ainda confiante de que, com o funcionamento do MIBEL, os preços baixem em Portugal por estarem menos sujeitos a pressões altistas.
"O que os consumidores de energia eléctrica podem esperar com um mercado mais liquido e transparente é tarifas sujeitas a uma menor pressão altista", afirmou.
"Num processo de construção de um mercado mais amplo, o que é de esperar é que Espanha, onde as tarifas são mais baixas, passe a influenciar os preços do mercado, baixando-os", acrescentou.
José Penedos considera ainda que a data de 30 de Junho para o início do MIBEL é relativa pois o mercado já está em curso.
"Tenho uma relativização absoluta em relação à data porque o mercado é uma realidade dinâmica que não é compatível com datas", afirmou.
"O processo do MIBEL já está em curso. Os nossos operadores de rede e de mercado estão a organizar tudo para conseguirem cumprir o horizonte de 2007 e esta data é que tem de ser respeitada", acrescentou.
Depois do início do MIBEL, marcado para Junho deste ano, está prevista que a fusão dos dois pólos de mercado - OMIP e OMEL - ocorra até 30 de Junho de 2007.
Lusa
O presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), José Penedos, afirmou hoje que o Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) não será transparente enquanto não forem eliminadas as assimetrias tarifárias e de regulação com Espanha.
"Não podemos ter um MIBEL completamente transparente senão eliminarmos as assimetrias que existem entre a totalidade dos grandes consumidores dos dois países e não existir uma harmonização tendencial da estrutura tarifária e regulatória", afirmou José Penedos à agência Lusa.
"Podemos arrancar sem a harmonização global, mas temos que ter um quadro de evolução de dois a três anos para que ela seja feita e isso ter que ser assumido por todos como uma necessidade", sublinhou.
O presidente da REN está convencido que os responsáveis pela elaboração do Livro Branco em Espanha condenem a subsidiação de tarifas praticada no país vizinho para alguns sectores de actividade considerados estratégicos.
Admite, contudo, que essa prática não acabe de imediato mas seja definido um horizonte temporal para o fim da "especificidade espanhola".
"Nesse caso, o que aconselho é que nesse período de manutenção da especificidade espanhola e enquanto as assimetrias se mantiverem, se encontre um modelo que torne justa a concorrência entre os produtores de electricidade dos dois países", defendeu.
José Penedos está ainda confiante de que, com o funcionamento do MIBEL, os preços baixem em Portugal por estarem menos sujeitos a pressões altistas.
"O que os consumidores de energia eléctrica podem esperar com um mercado mais liquido e transparente é tarifas sujeitas a uma menor pressão altista", afirmou.
"Num processo de construção de um mercado mais amplo, o que é de esperar é que Espanha, onde as tarifas são mais baixas, passe a influenciar os preços do mercado, baixando-os", acrescentou.
José Penedos considera ainda que a data de 30 de Junho para o início do MIBEL é relativa pois o mercado já está em curso.
"Tenho uma relativização absoluta em relação à data porque o mercado é uma realidade dinâmica que não é compatível com datas", afirmou.
"O processo do MIBEL já está em curso. Os nossos operadores de rede e de mercado estão a organizar tudo para conseguirem cumprir o horizonte de 2007 e esta data é que tem de ser respeitada", acrescentou.
Depois do início do MIBEL, marcado para Junho deste ano, está prevista que a fusão dos dois pólos de mercado - OMIP e OMEL - ocorra até 30 de Junho de 2007.
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PT compra 3,23% do capital através de contratos de 'equity swap'
DE com Lusa
A Portugal Telecom (PT) anunciou hoje a aquisição de 3,23 por cento do próprio capital, no âmbito do programa de recompra de acções aprovado em assembleia geral.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT anuncia que adquiriu 37 628 550 acções, numa operação realizada fora de bolsa, a 9 de Maio, ao preço unitário de 8,57 euros.
"A aquisição de acções próprias resultou do exercício, pela PT, do direito de liquidação física, previsto em contratos de 'equity swap' que haviam sido celebrados com o ABN AMRO BANK e CitiGroup Global Markets Limited", explica a empresa.
DE com Lusa
A Portugal Telecom (PT) anunciou hoje a aquisição de 3,23 por cento do próprio capital, no âmbito do programa de recompra de acções aprovado em assembleia geral.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT anuncia que adquiriu 37 628 550 acções, numa operação realizada fora de bolsa, a 9 de Maio, ao preço unitário de 8,57 euros.
"A aquisição de acções próprias resultou do exercício, pela PT, do direito de liquidação física, previsto em contratos de 'equity swap' que haviam sido celebrados com o ABN AMRO BANK e CitiGroup Global Markets Limited", explica a empresa.
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BPP aumenta posição na Jerónimo Martins para 15,88%
DE com Lusa
O Banco Privado Português (BPP), através da sociedade Zenith, reforçou para 15,88% a sua participação na Jerónimo Martins, anunciou hoje o grupo retalhista, em comunicado.
A Zenith adquiriu em bolsa, na sessão de segunda-feira, 63.918 acções da Jerónimo Martins, pelo que, juntamente com as acções já detidas, ficou com 2,54 milhões de papéis, ou 2,023% dos direitos de voto.
Esta participação deve ser imputada ao BPP, bem como aquelas detidas pelas sociedades Strand Ventures, Fitron Management e Multiplus Investments, pelo que o banco detém, no conjunto, 15,88% da Jerónimo Martins.
DE com Lusa
O Banco Privado Português (BPP), através da sociedade Zenith, reforçou para 15,88% a sua participação na Jerónimo Martins, anunciou hoje o grupo retalhista, em comunicado.
A Zenith adquiriu em bolsa, na sessão de segunda-feira, 63.918 acções da Jerónimo Martins, pelo que, juntamente com as acções já detidas, ficou com 2,54 milhões de papéis, ou 2,023% dos direitos de voto.
Esta participação deve ser imputada ao BPP, bem como aquelas detidas pelas sociedades Strand Ventures, Fitron Management e Multiplus Investments, pelo que o banco detém, no conjunto, 15,88% da Jerónimo Martins.
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PT pode reforçar posição dominante no mercado com aprovação de oferta grossista
DE com Lusa
A Oni receia que a aceitação da Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações da oferta grossista da Portugal Telecom (PT) para a Internet de banda larga reforce o poder dominante da operadora de telecomunicações.
Em comunicado, a empresa controlada pela EDP diz que a "posição dominante do grupo PT (cerca de 90% de quota de mercado nos acessos de banda larga ADSL) que já não tem paralelo em mais nenhum país da União Europeia (15), pode ser potenciada pela anunciada migração dos seus clientes "de modo gratuito e automático" para a nova classe de 2Mbps".
O regulador do mercado, Anacom, anunciou hoje que deu "luz verde à oferta grossista Rede ADSL PT, que alarga as classes de acesso local a débitos de 2 mbps, 4 mbps e 8 mbps, poderá entrar em vigor no próximo dia 19" apesar de impor condições, nomeadamente de preço.
A Oni considera, no entanto, que continuará o esmagamento de margens das operadoras alternativas, "com redução da mesma [margem] de 30%, para 16%".
"A conclusão relativa à inexistência de esmagamento de margens da oferta de 2 Mbps face à anterior oferta de 512 Kbps, cujo preço retalhista a PT Comunicações anunciou manter, assenta em considerações especulativas sobre os níveis de utilização dos novos acessos a 2 Mbps, baseadas em resultados e observações preliminares de um piloto ou de ofertas destinadas a mercados de nicho", diz.
"Caso se não confirmem essas hipóteses o esmagamento da margem será inevitável", adianta.
Por outro lado, a Oni afirma não poder aceitar que a PT "possa fazer entrar em vigor a nova oferta grossista, e provavelmente fazer a promoção comercial das novas ofertas retalhistas, dentro de cerca de 10 dias, quando só agora há um pronunciamento por parte da Anacom, o que inviabiliza completamente o lançamento de ofertas concorrentes atento o prazo necessário para a sua construção, distribuição e promoção".
DE com Lusa
A Oni receia que a aceitação da Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações da oferta grossista da Portugal Telecom (PT) para a Internet de banda larga reforce o poder dominante da operadora de telecomunicações.
Em comunicado, a empresa controlada pela EDP diz que a "posição dominante do grupo PT (cerca de 90% de quota de mercado nos acessos de banda larga ADSL) que já não tem paralelo em mais nenhum país da União Europeia (15), pode ser potenciada pela anunciada migração dos seus clientes "de modo gratuito e automático" para a nova classe de 2Mbps".
O regulador do mercado, Anacom, anunciou hoje que deu "luz verde à oferta grossista Rede ADSL PT, que alarga as classes de acesso local a débitos de 2 mbps, 4 mbps e 8 mbps, poderá entrar em vigor no próximo dia 19" apesar de impor condições, nomeadamente de preço.
A Oni considera, no entanto, que continuará o esmagamento de margens das operadoras alternativas, "com redução da mesma [margem] de 30%, para 16%".
"A conclusão relativa à inexistência de esmagamento de margens da oferta de 2 Mbps face à anterior oferta de 512 Kbps, cujo preço retalhista a PT Comunicações anunciou manter, assenta em considerações especulativas sobre os níveis de utilização dos novos acessos a 2 Mbps, baseadas em resultados e observações preliminares de um piloto ou de ofertas destinadas a mercados de nicho", diz.
"Caso se não confirmem essas hipóteses o esmagamento da margem será inevitável", adianta.
Por outro lado, a Oni afirma não poder aceitar que a PT "possa fazer entrar em vigor a nova oferta grossista, e provavelmente fazer a promoção comercial das novas ofertas retalhistas, dentro de cerca de 10 dias, quando só agora há um pronunciamento por parte da Anacom, o que inviabiliza completamente o lançamento de ofertas concorrentes atento o prazo necessário para a sua construção, distribuição e promoção".
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Negócio mundial representou 52% das receitas na área de serviços em 2003
DE com Lusa
A vice-presidente para a Europa do Sul da tecnológica CGI, Gloria Cansado, afirmou hoje que o fornecimento de serviços externos (outsourcing) representou em 2003 mais de metade do negócio gerado pela área de serviços de tecnologias.
No final de 2003, o negócio mundial de serviços ascendeu a 568,9 mil milhões de dólares (442,2 mil milhões de euros), dos quais 52% corresponderam a outsourcing.
Para 2008, a responsável estimou que a facturação da área de serviços de tecnologias de informação ascenda a 762,2 mil milhões de dólares (592,5 mil milhões de euros), representando o outsourcing 56% do total.
A responsável falava hoje em Lisboa, na conferência subordinada ao outsourcing, organizada pela consultora IDC.
De acordo com um estudo hoje divulgado pela Stylus Systems, a redução dos custos operacionais das empresas, seguida da focagem nas actividades estratégicas de negócio, são os factores determinantes para a subcontratação de serviços (outsourcing).
O presidente da empresa fornecedora de tecnologias de informação Stylus Systems, sedeada na Índia, Jacob William citou um estudo de 2002 que revela que mais de um terço (36%) das empresas inquiridas apontaram a redução de custos como principal razão para o recurso ao outsourcing, enquanto 32% destacaram o foco nas actividades estratégicas.
Das empresas inquiridas, 13% salientaram ainda a possibilidade de criar uma estrutura de custos variável, mas Jacob William afirmou que um número crescente de empresas considera que a opção pela subcontratação permite melhorar a qualidade.
Para o presidente da Stylus, a definição de outsourcing é a contratação de actividades que não fazem parte do negócio central da empresa a outras entidades especializadas nessas actividades.
O mesmo responsável apontou como um dos primeiros exemplos de outsourcing a subcontratação dos serviços de limpeza a empresas especializadas, que hoje se generalizou.
Jacob William afirmou que a decisão de fazer outsourcing estratégico deve passar por identificar as funções e processos que não são estratégicos para o negócio, definir a estratégia de subcontratação, avaliar empresas a subcontratar, negociar e implementar o contrato e fazer a transição gradual dos serviços para a empresa subcontratada.
William estimou que um outsourcing estratégico pode produzir aumentos de produtividade de 15% e os benefícios de um contrato a 10 anos devem permitir uma redução de cerca de um terço dos custos.
O presidente da Stylus afirmou que a subcontratação de serviços externos nem sempre dá resultados positivos, porque deve haver uma correcta identificação do que deve ser subcontratado, para não haver ruptura de processos, os níveis de serviço acordados devem ser claros e deve haver uma adequada gestão das relações de parceria com a empresa subcontratada.
Manuel Corria, director da HP Portugal, salientou que o contrato de outsourcing deve ser flexível para se adaptar à mudança das necessidades do cliente e permitir uma relação duradoura, acompanhando os níveis de serviço de que o cliente precisa e os objectivos que pretende atingir.
Os oradores salientaram que os processos de outsourcing são cada vez mais complexos, que a subcontratação pode ser feita com empresas do mesmo país ou de países distantes e que esta opção é uma reacção a um processo de globalização e intensificação da concorrência, que obriga a reduções de custos e a melhorar os níveis de serviços e as práticas de negócios.
Os mesmos intervenientes recordaram que a subcontratação não se restringe aos serviços, apontando os casos do vestuário e calçado, em que empresas que detêm o design e a marca e subcontratam a produção fabril
DE com Lusa
A vice-presidente para a Europa do Sul da tecnológica CGI, Gloria Cansado, afirmou hoje que o fornecimento de serviços externos (outsourcing) representou em 2003 mais de metade do negócio gerado pela área de serviços de tecnologias.
No final de 2003, o negócio mundial de serviços ascendeu a 568,9 mil milhões de dólares (442,2 mil milhões de euros), dos quais 52% corresponderam a outsourcing.
Para 2008, a responsável estimou que a facturação da área de serviços de tecnologias de informação ascenda a 762,2 mil milhões de dólares (592,5 mil milhões de euros), representando o outsourcing 56% do total.
A responsável falava hoje em Lisboa, na conferência subordinada ao outsourcing, organizada pela consultora IDC.
De acordo com um estudo hoje divulgado pela Stylus Systems, a redução dos custos operacionais das empresas, seguida da focagem nas actividades estratégicas de negócio, são os factores determinantes para a subcontratação de serviços (outsourcing).
O presidente da empresa fornecedora de tecnologias de informação Stylus Systems, sedeada na Índia, Jacob William citou um estudo de 2002 que revela que mais de um terço (36%) das empresas inquiridas apontaram a redução de custos como principal razão para o recurso ao outsourcing, enquanto 32% destacaram o foco nas actividades estratégicas.
Das empresas inquiridas, 13% salientaram ainda a possibilidade de criar uma estrutura de custos variável, mas Jacob William afirmou que um número crescente de empresas considera que a opção pela subcontratação permite melhorar a qualidade.
Para o presidente da Stylus, a definição de outsourcing é a contratação de actividades que não fazem parte do negócio central da empresa a outras entidades especializadas nessas actividades.
O mesmo responsável apontou como um dos primeiros exemplos de outsourcing a subcontratação dos serviços de limpeza a empresas especializadas, que hoje se generalizou.
Jacob William afirmou que a decisão de fazer outsourcing estratégico deve passar por identificar as funções e processos que não são estratégicos para o negócio, definir a estratégia de subcontratação, avaliar empresas a subcontratar, negociar e implementar o contrato e fazer a transição gradual dos serviços para a empresa subcontratada.
William estimou que um outsourcing estratégico pode produzir aumentos de produtividade de 15% e os benefícios de um contrato a 10 anos devem permitir uma redução de cerca de um terço dos custos.
O presidente da Stylus afirmou que a subcontratação de serviços externos nem sempre dá resultados positivos, porque deve haver uma correcta identificação do que deve ser subcontratado, para não haver ruptura de processos, os níveis de serviço acordados devem ser claros e deve haver uma adequada gestão das relações de parceria com a empresa subcontratada.
Manuel Corria, director da HP Portugal, salientou que o contrato de outsourcing deve ser flexível para se adaptar à mudança das necessidades do cliente e permitir uma relação duradoura, acompanhando os níveis de serviço de que o cliente precisa e os objectivos que pretende atingir.
Os oradores salientaram que os processos de outsourcing são cada vez mais complexos, que a subcontratação pode ser feita com empresas do mesmo país ou de países distantes e que esta opção é uma reacção a um processo de globalização e intensificação da concorrência, que obriga a reduções de custos e a melhorar os níveis de serviços e as práticas de negócios.
Os mesmos intervenientes recordaram que a subcontratação não se restringe aos serviços, apontando os casos do vestuário e calçado, em que empresas que detêm o design e a marca e subcontratam a produção fabril
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Aumento do preço do petróleo arrasta Wall Street para o vermelho
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em baixa, penalizados por nova subida dos preços do petróleo e por notícias negativas para os sectores segurador e financeiro.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,85% para 1962,77 pontos, enquanto que o Dow Jones Industrial Average encerrou a cair 0,99% para 10 281,11 pontos.
Os preços do petróleo voltaram hoje a subir, ficando acima dos 53 dólares por barril, voltando a agitar o receio de que os altos custos da energia penalizem os resultados das empresas e diminuam o rendimento disponível no bolso dos
consumidores.
O sector financeiro caiu após o director executivo da Morgan Stanley ter admitido que a actividade de banca de investimento abrandou no segundo trimestre.
Nos seguros, a pressão foi exercida por uma notícia do Wall Street Journal, de que os "arranjos" contabilísticos no American International Group (AIG), maior seguradora do mundo, foram praticados por mais directores do que o conhecido até aqui.
Os investidores estão muito expectantes face aos resultados da Cisco Systems, que serão conhecidos após o fecho e poderão determinar a tendência do mercado na abertura de quarta-feira
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em baixa, penalizados por nova subida dos preços do petróleo e por notícias negativas para os sectores segurador e financeiro.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,85% para 1962,77 pontos, enquanto que o Dow Jones Industrial Average encerrou a cair 0,99% para 10 281,11 pontos.
Os preços do petróleo voltaram hoje a subir, ficando acima dos 53 dólares por barril, voltando a agitar o receio de que os altos custos da energia penalizem os resultados das empresas e diminuam o rendimento disponível no bolso dos
consumidores.
O sector financeiro caiu após o director executivo da Morgan Stanley ter admitido que a actividade de banca de investimento abrandou no segundo trimestre.
Nos seguros, a pressão foi exercida por uma notícia do Wall Street Journal, de que os "arranjos" contabilísticos no American International Group (AIG), maior seguradora do mundo, foram praticados por mais directores do que o conhecido até aqui.
Os investidores estão muito expectantes face aos resultados da Cisco Systems, que serão conhecidos após o fecho e poderão determinar a tendência do mercado na abertura de quarta-feira
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Liberalização ajuda controlo do aumento dos custos
DE com Lusa
A liberalização da venda dos medicamentos sem receita constitui uma medida dos governos europeus para debelar a taxa de inflação anual de 12% no sector da saúde, afirmou hoje um especialista britânico.
Falando em Lisboa numa conferência sobre "Promoção e Mudanças na Indústria Farmacêutica" face às estratégias preconizadas pela União Europeia para a liberalização do comércio de medicamentos sem receita (OTC), Nick May, explicou que tais medidas visam debelar a escalada anual nas despesas comparticipadas na saúde.
Segundo o especialista, as despesas comparticipadas na Saúde pelo Estado registam uma inflação anual de 12%, contra apenas um por cento de crescimento do PIB português e dois por cento no resto da União Europeia, sendo uma forma de reduzir custos.
Em contrapartida, a liberalização dos medicamentos sem receita deverá provocar na Alemanha o encerramento de mais de 8 mil farmácias, das 16 mil existentes, sublinha Nick May, que é um dos presidentes das três conferências anuais do "Economist International Pharmaceutical".
Na Alemanha, a liberalização foi implementada em 2003 e os efeitos acentuaram-se em 2005, receando-se que o negócio deixe de ser rentável, adianta.
Em 2004, a facturação do mercado farmacêutico alemão, incluindo medicamentos com receita e sem receita foi de 20,2 mil milhões euros, mais 0,6% face a 2003, para 1,5 mil milhões de unidades/embalagens, menos 10,1%.
No caso especifico dos medicamentos com receita, as vendas foram de 12,7 mil milhões de euros, menos 11,7% face a 2003, e para 628 milhões de unidades/embalagens, menos 23%.
No Reino Unido, onde a liberalização ocorreu há 15 anos, as farmácias conseguiram manter a sua rentabilidade, "porque se organizaram em redes de supermercados farmacêuticos", onde também vendem perfumes, cremes, objectos de beleza e produtos de conveniência.
May salienta que indústria farmacêutica mudou mais nos últimos 12 meses do que nos últimos 30 anos, mudança que, diz, "vai prosseguir a uma ritmo alucinante".
Por outro lado, os laboratórios farmacêuticos também estão a ser pressionados para baixarem os preços dos medicamentos, mas precisam de lucros para investir em novos medicamentos.
Esta situação ambivalente vai suscitar, diz Nick May, uma espécie de "guerra futura", entre governos e multinacionais farmacêuticas, prolongando-se a toda a cadeia de produção e distribuição de medicamentos.
Voltando ao exemplo "assustador da Alemanha", reside no facto de os médicos terem limites anuais no valor dos medicamentos que podem receitar.
"E tem acontecido que alguns chegam a Novembro e já não podem receitar mais, porque se o médico ultrapassar tem de pagar a multa do seu próprio bolso", comenta.
Em Portugal, diz o especialista, também vai haver as mesmas pressões e a "liberalização é um primeiro passo para controlar o custo da saúde".
Nick May aponta, ainda, que os governos europeus vão atrasar a aprovação de novos medicamentos para determinadas doenças e limitar o seu preço, o que os laboratórios poderão recusar, como sucedeu na Alemanha.
DE com Lusa
A liberalização da venda dos medicamentos sem receita constitui uma medida dos governos europeus para debelar a taxa de inflação anual de 12% no sector da saúde, afirmou hoje um especialista britânico.
Falando em Lisboa numa conferência sobre "Promoção e Mudanças na Indústria Farmacêutica" face às estratégias preconizadas pela União Europeia para a liberalização do comércio de medicamentos sem receita (OTC), Nick May, explicou que tais medidas visam debelar a escalada anual nas despesas comparticipadas na saúde.
Segundo o especialista, as despesas comparticipadas na Saúde pelo Estado registam uma inflação anual de 12%, contra apenas um por cento de crescimento do PIB português e dois por cento no resto da União Europeia, sendo uma forma de reduzir custos.
Em contrapartida, a liberalização dos medicamentos sem receita deverá provocar na Alemanha o encerramento de mais de 8 mil farmácias, das 16 mil existentes, sublinha Nick May, que é um dos presidentes das três conferências anuais do "Economist International Pharmaceutical".
Na Alemanha, a liberalização foi implementada em 2003 e os efeitos acentuaram-se em 2005, receando-se que o negócio deixe de ser rentável, adianta.
Em 2004, a facturação do mercado farmacêutico alemão, incluindo medicamentos com receita e sem receita foi de 20,2 mil milhões euros, mais 0,6% face a 2003, para 1,5 mil milhões de unidades/embalagens, menos 10,1%.
No caso especifico dos medicamentos com receita, as vendas foram de 12,7 mil milhões de euros, menos 11,7% face a 2003, e para 628 milhões de unidades/embalagens, menos 23%.
No Reino Unido, onde a liberalização ocorreu há 15 anos, as farmácias conseguiram manter a sua rentabilidade, "porque se organizaram em redes de supermercados farmacêuticos", onde também vendem perfumes, cremes, objectos de beleza e produtos de conveniência.
May salienta que indústria farmacêutica mudou mais nos últimos 12 meses do que nos últimos 30 anos, mudança que, diz, "vai prosseguir a uma ritmo alucinante".
Por outro lado, os laboratórios farmacêuticos também estão a ser pressionados para baixarem os preços dos medicamentos, mas precisam de lucros para investir em novos medicamentos.
Esta situação ambivalente vai suscitar, diz Nick May, uma espécie de "guerra futura", entre governos e multinacionais farmacêuticas, prolongando-se a toda a cadeia de produção e distribuição de medicamentos.
Voltando ao exemplo "assustador da Alemanha", reside no facto de os médicos terem limites anuais no valor dos medicamentos que podem receitar.
"E tem acontecido que alguns chegam a Novembro e já não podem receitar mais, porque se o médico ultrapassar tem de pagar a multa do seu próprio bolso", comenta.
Em Portugal, diz o especialista, também vai haver as mesmas pressões e a "liberalização é um primeiro passo para controlar o custo da saúde".
Nick May aponta, ainda, que os governos europeus vão atrasar a aprovação de novos medicamentos para determinadas doenças e limitar o seu preço, o que os laboratórios poderão recusar, como sucedeu na Alemanha.
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Lucro da Cisco Systems cresce 16,5%
DE com Lusa
O lucro da Cisco Systems, maior fabricante mundial de equipamentos de redes informáticas, cresceu 16,5% no seu terceiro trimestre fiscal, ligeiramente acima do esperado pelos analistas, anunciou hoje a empresa.
A empresa lucrou 1,41 mil milhões de dólares (1,09 mil milhões de euros), ou 21 cêntimos por acção.
Excluindo factores excepcionais, o lucro ficou nos 23 cêntimos por acção, acima dos 22 cêntimos por acção esperados pelos analistas ouvidos pela Bloomberg.
As vendas cresceram 10%, para 6,19 mil milhões de dólares (4,81 mil milhões de euros), sendo este o menor aumento das vendas dos últimos seis trimestres, devido à quebra da procura por parte das grandes empresas.
A Cisco, que tem uma capitalização bolsista de 118 mil milhões de dólares (91,68 mil milhões de euros), é a maior do seu sector e é vista pelo mercado como um indicador para a evolução da indústria de redes informáticas.
Na sessão de hoje da bolsa de Nova Iorque, as acções da Cisco Systems fecharam inalteradas, nos 18,21 euros.
DE com Lusa
O lucro da Cisco Systems, maior fabricante mundial de equipamentos de redes informáticas, cresceu 16,5% no seu terceiro trimestre fiscal, ligeiramente acima do esperado pelos analistas, anunciou hoje a empresa.
A empresa lucrou 1,41 mil milhões de dólares (1,09 mil milhões de euros), ou 21 cêntimos por acção.
Excluindo factores excepcionais, o lucro ficou nos 23 cêntimos por acção, acima dos 22 cêntimos por acção esperados pelos analistas ouvidos pela Bloomberg.
As vendas cresceram 10%, para 6,19 mil milhões de dólares (4,81 mil milhões de euros), sendo este o menor aumento das vendas dos últimos seis trimestres, devido à quebra da procura por parte das grandes empresas.
A Cisco, que tem uma capitalização bolsista de 118 mil milhões de dólares (91,68 mil milhões de euros), é a maior do seu sector e é vista pelo mercado como um indicador para a evolução da indústria de redes informáticas.
Na sessão de hoje da bolsa de Nova Iorque, as acções da Cisco Systems fecharam inalteradas, nos 18,21 euros.
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Alemanha
Economia alemã crescerá apenas 1% no próximo ano
L.R.R.
A economia alemã vai crescer apenas 1% em 2006, indicou ontem o Instituto para a Economia Alemã (IW), que assim se tornou no mais pessimista dos institutos de conjuntura germânicos.
O IW, sedeado em Colónia, também reviu em baixa a previsão para o produto deste ano, que em vez de crescer 1,5% deverá expandir-se apenas 0,75%. No passado dia 26 de Abril, os seis principais institutos de análise macroeconómica do país (DIW, HWWA, Ifo, IfW, IWH e RWI) baixaram a meta para o crescimento do PIB deste ano até aos 0,7%, valor que fica em linha com a previsão da Comissão Europeia (0,8%).
Já o mesmo não se pode dizer em relação a 2006, período em relação ao qual Bruxelas inscreveu uma recuperação de 1,6% e os seis institutos de 1,5%.
Num comunicado ontem difundido, o presidente do IW, Michael Huether, explica que “não antevemos, de momento, qualquer recuperação marcante durante a segunda metade do ano”. “Há, evidentemente, um problema de confiança” que está a afectar bastante as decisões de investimento dos empresários, constata.
Uma má notícia, tendo em conta que mais restrições ao investimento significam menor criação de postos de trabalho, o que consolida a ideia de que o alto nível de desemprego da Alemanha veio para ficar por mais algum tempo, apesar da ligeira quebra registada em Abril. Este ano o desemprego deverá atingir um total de 4,8 milhões de pessoas ou 11,1% da população activa, segundo os dados dos seis institutos, nível que está muito próximo dos máximos do pós-guerra. Segundo as contas de Bruxelas, o nível de desemprego subirá até aos 9,7%, a terceira pior marca da zona euro.
Economia alemã crescerá apenas 1% no próximo ano
L.R.R.
A economia alemã vai crescer apenas 1% em 2006, indicou ontem o Instituto para a Economia Alemã (IW), que assim se tornou no mais pessimista dos institutos de conjuntura germânicos.
O IW, sedeado em Colónia, também reviu em baixa a previsão para o produto deste ano, que em vez de crescer 1,5% deverá expandir-se apenas 0,75%. No passado dia 26 de Abril, os seis principais institutos de análise macroeconómica do país (DIW, HWWA, Ifo, IfW, IWH e RWI) baixaram a meta para o crescimento do PIB deste ano até aos 0,7%, valor que fica em linha com a previsão da Comissão Europeia (0,8%).
Já o mesmo não se pode dizer em relação a 2006, período em relação ao qual Bruxelas inscreveu uma recuperação de 1,6% e os seis institutos de 1,5%.
Num comunicado ontem difundido, o presidente do IW, Michael Huether, explica que “não antevemos, de momento, qualquer recuperação marcante durante a segunda metade do ano”. “Há, evidentemente, um problema de confiança” que está a afectar bastante as decisões de investimento dos empresários, constata.
Uma má notícia, tendo em conta que mais restrições ao investimento significam menor criação de postos de trabalho, o que consolida a ideia de que o alto nível de desemprego da Alemanha veio para ficar por mais algum tempo, apesar da ligeira quebra registada em Abril. Este ano o desemprego deverá atingir um total de 4,8 milhões de pessoas ou 11,1% da população activa, segundo os dados dos seis institutos, nível que está muito próximo dos máximos do pós-guerra. Segundo as contas de Bruxelas, o nível de desemprego subirá até aos 9,7%, a terceira pior marca da zona euro.
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G-10
China é o melhor e o pior da economia mundial
Luís Reis Ribeiro com agências
A China e o preço do petróleo são os temas centrais da reunião do G-10.
A China é o exemplo do que de melhor e de pior há na economia mundial, deram ontem a entender os banqueiros centrais dos dez países mais ricos do mundo (G10), reunidos em Basileia, na Suíça.
Para Jean-Claude Trichet, o líder do Banco Central Europeu (BCE), que presidiu à mesa do encontro do G10, o grupo das economias emergentes, e principalmente a China pela sua “magnitude”, “está a contribuir de forma muito significativa para o crescimento” da economia mundo. Por outro lado, o elevado dinamismo destas economias (China, Índia e outras economias asiáticas) está a sustentar amplamente a forte subida do preço do petróleo, ontem assumido, uma vez mais, como um dos riscos maiores ao crescimento global.
Os banqueiros centrais confirmaram que, este ano, o PIB mundial vai crescer em linha com as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que no mês passado anteviu uma expansão de 4,3% para o corrente ano. Este valor compara com o crescimento recorde de 2004 (5,1%), o mais elevado dos últimos 30 anos.
Citado pela Reuters, Trichet revelou ainda que “não houve qualquer mudança de fundo na análise que fizemos há dois meses”, isto é, preços do petróleo em torno dos 50 dólares por barril “têm um efeito depressivo na economia global”.
O BCE admitiu num estudo, incluído no boletim mensal de Abril, que o preço do petróleo poderá ficar nos 50 dólares por barril até ao final de 2007, sustentado pelo ambiente de grande volatilidade, tornando-se assim num dos maiores riscos à recuperação das economias europeias. A Comissão Europeia também assumiu cenários significativamente mais desfavoráveis face ao relatório de Outono, actualizando as suas previsões para os 50,9 dólares em 2005 e 48 dólares no próximo ano.
Finalmente, o FMI divulgou um estudo onde alertou para a progressiva dependência dos países consumidores no período de 2010 a 2030, com a cotação média do barril de crude a poder atingir os 67 a 96 dólares em termos nominais.
A China, a sexta maior economia do mundo, que cresce a um ritmo superior a 9%, também tem vindo a ser pressionada no sentido de liberalizar o regime de paridade cambial do iuan (a moeda nacional) face ao dólar. As autoridades norte-americanas defendem que a divisa chinesa está artificialmente sub-avaliada mas, para já, Pequim argumenta que primeiro precisa de reformar o sistema financeiro e só depois permitirá uma maior flexibilização do regime. Ontem, Trichet limitou-se a remeter para a declaração do G7, que defende “maior flexibilidade nas taxas de câmbio”.
Reunião do G-10
Preços do petróleo em torno dos 50 dólares têm um efeito depressivo sobre a economia global;
Não houve qualquer mudança na análise que fizemos há dois meses. O ambiente é favorável ao crescimento em termos globais. Contudo, há riscos, em alta e em baixa;
A China é uma economia emergente de grande magnitudo, que está a contribuir de forma muito significativa para o crescimento [mundial];
Nos Estados Unidos o crescimento é substancial, na Europa o ritmo é mais lento;
Existem números [indicadores conjunturais] que apontam para diferentes direcções e isso é particularmente verdade nos Estados Unidos.
China é o melhor e o pior da economia mundial
Luís Reis Ribeiro com agências
A China e o preço do petróleo são os temas centrais da reunião do G-10.
A China é o exemplo do que de melhor e de pior há na economia mundial, deram ontem a entender os banqueiros centrais dos dez países mais ricos do mundo (G10), reunidos em Basileia, na Suíça.
Para Jean-Claude Trichet, o líder do Banco Central Europeu (BCE), que presidiu à mesa do encontro do G10, o grupo das economias emergentes, e principalmente a China pela sua “magnitude”, “está a contribuir de forma muito significativa para o crescimento” da economia mundo. Por outro lado, o elevado dinamismo destas economias (China, Índia e outras economias asiáticas) está a sustentar amplamente a forte subida do preço do petróleo, ontem assumido, uma vez mais, como um dos riscos maiores ao crescimento global.
Os banqueiros centrais confirmaram que, este ano, o PIB mundial vai crescer em linha com as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que no mês passado anteviu uma expansão de 4,3% para o corrente ano. Este valor compara com o crescimento recorde de 2004 (5,1%), o mais elevado dos últimos 30 anos.
Citado pela Reuters, Trichet revelou ainda que “não houve qualquer mudança de fundo na análise que fizemos há dois meses”, isto é, preços do petróleo em torno dos 50 dólares por barril “têm um efeito depressivo na economia global”.
O BCE admitiu num estudo, incluído no boletim mensal de Abril, que o preço do petróleo poderá ficar nos 50 dólares por barril até ao final de 2007, sustentado pelo ambiente de grande volatilidade, tornando-se assim num dos maiores riscos à recuperação das economias europeias. A Comissão Europeia também assumiu cenários significativamente mais desfavoráveis face ao relatório de Outono, actualizando as suas previsões para os 50,9 dólares em 2005 e 48 dólares no próximo ano.
Finalmente, o FMI divulgou um estudo onde alertou para a progressiva dependência dos países consumidores no período de 2010 a 2030, com a cotação média do barril de crude a poder atingir os 67 a 96 dólares em termos nominais.
A China, a sexta maior economia do mundo, que cresce a um ritmo superior a 9%, também tem vindo a ser pressionada no sentido de liberalizar o regime de paridade cambial do iuan (a moeda nacional) face ao dólar. As autoridades norte-americanas defendem que a divisa chinesa está artificialmente sub-avaliada mas, para já, Pequim argumenta que primeiro precisa de reformar o sistema financeiro e só depois permitirá uma maior flexibilização do regime. Ontem, Trichet limitou-se a remeter para a declaração do G7, que defende “maior flexibilidade nas taxas de câmbio”.
Reunião do G-10
Preços do petróleo em torno dos 50 dólares têm um efeito depressivo sobre a economia global;
Não houve qualquer mudança na análise que fizemos há dois meses. O ambiente é favorável ao crescimento em termos globais. Contudo, há riscos, em alta e em baixa;
A China é uma economia emergente de grande magnitudo, que está a contribuir de forma muito significativa para o crescimento [mundial];
Nos Estados Unidos o crescimento é substancial, na Europa o ritmo é mais lento;
Existem números [indicadores conjunturais] que apontam para diferentes direcções e isso é particularmente verdade nos Estados Unidos.
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Titularização
Venda de créditos ao Citigroup já custou 0,8% do PIB ao Estado
Filipe Charters de Azevedo* com B.P.
O Estado português já substituiu 1.148 milhões de euros da carteira de dívida titularizada ao Citigroup.
Os números, revelados por fonte oficial do Ministério das Finanças, mostram que o Estado já teve de entregar novas dívidas no valor de 0,8% do PIB, penalizando a execução orçamental presente. Este montante representa também mais de metade dos 505 milhões de euros de créditos que foram entretanto cobrados pelos serviços do fisco e da Segurança Social.
Os dados das Finanças mostram que 528 milhões de euros são referentes aos créditos substituídos entre Setembro de 2003 e 31 de Agosto de 2004, a que se juntam 620 milhões de dívidas que vão de Agosto do ano transacto até ao final de Fevereiro de 2005.
Esta receita extraordinária foi desenhado por Ferreira Leite e consistia na antecipação de receita de valores em dívida ao fisco e à Segurança Social através da venda dos direitos de cobrança a uma entidade financeira. Porém, no caso de se verificar que o Estado não tinha direito aos créditos titularizados, o fisco tinha de substituir esses montantes em falta por nova dívida.
O valor agora conhecido é superior ao divulgado pelo DE à algumas semanas atrás, visto que com os dados disponíveis só se podia avaliar o saldo entre a divida cobrada e os novos valores.
Venda de créditos ao Citigroup já custou 0,8% do PIB ao Estado
Filipe Charters de Azevedo* com B.P.
O Estado português já substituiu 1.148 milhões de euros da carteira de dívida titularizada ao Citigroup.
Os números, revelados por fonte oficial do Ministério das Finanças, mostram que o Estado já teve de entregar novas dívidas no valor de 0,8% do PIB, penalizando a execução orçamental presente. Este montante representa também mais de metade dos 505 milhões de euros de créditos que foram entretanto cobrados pelos serviços do fisco e da Segurança Social.
Os dados das Finanças mostram que 528 milhões de euros são referentes aos créditos substituídos entre Setembro de 2003 e 31 de Agosto de 2004, a que se juntam 620 milhões de dívidas que vão de Agosto do ano transacto até ao final de Fevereiro de 2005.
Esta receita extraordinária foi desenhado por Ferreira Leite e consistia na antecipação de receita de valores em dívida ao fisco e à Segurança Social através da venda dos direitos de cobrança a uma entidade financeira. Porém, no caso de se verificar que o Estado não tinha direito aos créditos titularizados, o fisco tinha de substituir esses montantes em falta por nova dívida.
O valor agora conhecido é superior ao divulgado pelo DE à algumas semanas atrás, visto que com os dados disponíveis só se podia avaliar o saldo entre a divida cobrada e os novos valores.
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Venda da Portgás permite à Galp anular 10% da dívida bancária
Hermínia Saraiva
A venda desta participação gerou uma mais valia de 48 milhões de euros para a Galp, com influência directa nos lucros de 162 milhões.
A mais valia de 48 milhões de euros obtida pela Galp Energia com a venda da sua participação na Portgás à EDP permitiu-lhe mais do que quadruplicar os lucros durante o primeiro trimestre deste ano. A empresa alcançou no referido período um resultado líquido de 162 milhões de euros, valor que compara com os 32 milhões conseguidos no período homologo.
À venda da participação na Portgás acresce uma “boa ‘performance’ ao nível dos ‘cash flows’ operacionais dos vários negócios”, permitindo à Galp, de acordo com o comunicado emitido pela empresa, reduzir a dívida bancária em 145 milhões de euros, o equivalente a 10% do valor total.
Além dos resultados extraordinários alcançados via Portgás, a Galp destaca durante o primeiro trimeste a ‘performance’ operacional da actividade de refinação, com os volumes processados pelas refinarias a crescer 48% relativamente a igual período de 2004. Também as margens de refinação, que registaram um crescimento de 72%, contribuíram para a melhoria dos resultados operacionais da empresa.
Ao nível da operação comercial, o negócio ficou marcado pela recessão do consumo no mercado nacional e pela instabilidade dos preços do petróleo a nível internacional. Assim, Espanha – que apresentou um crescimento de 2% face ao primeiro trimestre de 2004 – foi o principal impulsionador do retalho de combustíveis, enquanto em Portugal foi possível manter o mesmo volume de vendas, apesar de existirem menos 11 postos do que os que existiam no primeiro trimestre de 2004.
Também no segmento empresas, a actividade em Espanha foi o principal motor de crescimento, com as vendas no mercado de combustíveis a crescerem 29%, contra 20% em Portugal. No gás natural, as vendas da empresa registaram um crescimento de 11%.
O negócio do gás natural registou um aumento de 14% em termos de volume, o equivalente a mais 133 milhões de metros cúbicos, com destaque para a quota do sector eléctrico que aumentou o consumo de gás em 36% nos primeiros três meses do ano. Na distribuição, e apesar da eliminação dos activos da Portgás, o número de clientes cresceu 8% e o consumo registou um aumento de 13%.
A actividade de exploração e produção estive parada durante os três primeiros meses do ano, tendo sido reactivada em Abril, com a venda de 900 mil barris.
Hermínia Saraiva
A venda desta participação gerou uma mais valia de 48 milhões de euros para a Galp, com influência directa nos lucros de 162 milhões.
A mais valia de 48 milhões de euros obtida pela Galp Energia com a venda da sua participação na Portgás à EDP permitiu-lhe mais do que quadruplicar os lucros durante o primeiro trimestre deste ano. A empresa alcançou no referido período um resultado líquido de 162 milhões de euros, valor que compara com os 32 milhões conseguidos no período homologo.
À venda da participação na Portgás acresce uma “boa ‘performance’ ao nível dos ‘cash flows’ operacionais dos vários negócios”, permitindo à Galp, de acordo com o comunicado emitido pela empresa, reduzir a dívida bancária em 145 milhões de euros, o equivalente a 10% do valor total.
Além dos resultados extraordinários alcançados via Portgás, a Galp destaca durante o primeiro trimeste a ‘performance’ operacional da actividade de refinação, com os volumes processados pelas refinarias a crescer 48% relativamente a igual período de 2004. Também as margens de refinação, que registaram um crescimento de 72%, contribuíram para a melhoria dos resultados operacionais da empresa.
Ao nível da operação comercial, o negócio ficou marcado pela recessão do consumo no mercado nacional e pela instabilidade dos preços do petróleo a nível internacional. Assim, Espanha – que apresentou um crescimento de 2% face ao primeiro trimestre de 2004 – foi o principal impulsionador do retalho de combustíveis, enquanto em Portugal foi possível manter o mesmo volume de vendas, apesar de existirem menos 11 postos do que os que existiam no primeiro trimestre de 2004.
Também no segmento empresas, a actividade em Espanha foi o principal motor de crescimento, com as vendas no mercado de combustíveis a crescerem 29%, contra 20% em Portugal. No gás natural, as vendas da empresa registaram um crescimento de 11%.
O negócio do gás natural registou um aumento de 14% em termos de volume, o equivalente a mais 133 milhões de metros cúbicos, com destaque para a quota do sector eléctrico que aumentou o consumo de gás em 36% nos primeiros três meses do ano. Na distribuição, e apesar da eliminação dos activos da Portgás, o número de clientes cresceu 8% e o consumo registou um aumento de 13%.
A actividade de exploração e produção estive parada durante os três primeiros meses do ano, tendo sido reactivada em Abril, com a venda de 900 mil barris.
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Carrefour é o mais bem posicionado para comprar Sonae em São Paulo
Sónia Santos Pereira
A empresa portuguesa de distribuição explora 24 unidades comerciais em São Paulo, 18 são hipermercados.
Os activos da Sonae Distribuição Brasil (SDB) no Estado de S. Paulo poderão interessar ao Carrefour, que neste momento responde por uma quota de mercado de 20% naquela região brasileira. Analistas contactados pelo DE apontam o grupo de distribuição francês como sendo o operador melhor posicionado para a aquisição dos 18 hipermercados Big da Sonae em S. Paulo. A empresa portuguesa, que responde por uma quota de 4% naquele Estado, conta ainda no seu portfolio com seis unidades Big Eletroeletrónico.
Para Catarina Sousa, do BPI, a venda dos activos na área do retalho que a Sonae detém em S. Paulo continua a ser uma possibilidade. Neste cenário, o Carrefour poderá ser um potencial interessado dada a sua posição no mercado brasileiro (segundo a nível nacional) e o seu relacionamento com a Sonae. Segundo as estimativas do BPI, as vendas das lojas de S. Paulo valem 18% da facturação da empresa portuguesa no Brasil. O BPI considera que o total dos activos da SDB vale 577 milhões de euros.
Segundo um analista de mercado que solicitou anonimato, o Carrefour e a Wal-Mart são os retalhistas com mais possibilidades de firmarem negócio com a SDB. A mesma fonte considera que potencialmente seria mais interessante para o Carrefour a aquisição dos activos. Recorde-se que a empresa portuguesa já admitiu a possibilidade de alienar os activos em S. Paulo, devido à fraca performance do parque de lojas e ao excesso de concorrência.
O negócio poderá também ser atractivo para a Wal-Mart, embora o grupo norte-americano tenha em S. Paulo um conceito diferente de lojas. Para a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), líder no retalho alimentar, a aquisição das lojas da SDB não será muito interessante, sendo que a empresa responde por uma quota de 40% naquela região brasileira.
A SDB registou vendas brutas de 4,36 milhões de reais (cerca de 1,214 milhões de euros) no ano passado com a operação retalhista no Brasil. O analista estima que as unidades comerciais de S. Paulo terão contribuído com 21% para a facturação da Sonae no Brasil.
A empresa no Brasil
No primeiro trimestre deste ano, as 171 lojas da Sonae registaram vendas líquidas de 286 milhões de euros, mais 32% que no homólogo de 2004;
A empresa opera com as insígnias Big (hipermercado), Big Eletroeletronico (comércio de electrodomésticos), Maxxi (grossista), Nacional e Mercadorama (supermercados) e Hello (vestuário);
No Rio Grande do Sul gere um parque de 100 unidades, em Santa Catarina conta com onze lojas, no Paraná é responsável por 36 espaços comerciais e em S. Paulo possui 24 lojas;
Ocupa a quarta posição no ranking do sector, sendo líder nos Estados do Rio Grande do Sul e Paraná.
Sónia Santos Pereira
A empresa portuguesa de distribuição explora 24 unidades comerciais em São Paulo, 18 são hipermercados.
Os activos da Sonae Distribuição Brasil (SDB) no Estado de S. Paulo poderão interessar ao Carrefour, que neste momento responde por uma quota de mercado de 20% naquela região brasileira. Analistas contactados pelo DE apontam o grupo de distribuição francês como sendo o operador melhor posicionado para a aquisição dos 18 hipermercados Big da Sonae em S. Paulo. A empresa portuguesa, que responde por uma quota de 4% naquele Estado, conta ainda no seu portfolio com seis unidades Big Eletroeletrónico.
Para Catarina Sousa, do BPI, a venda dos activos na área do retalho que a Sonae detém em S. Paulo continua a ser uma possibilidade. Neste cenário, o Carrefour poderá ser um potencial interessado dada a sua posição no mercado brasileiro (segundo a nível nacional) e o seu relacionamento com a Sonae. Segundo as estimativas do BPI, as vendas das lojas de S. Paulo valem 18% da facturação da empresa portuguesa no Brasil. O BPI considera que o total dos activos da SDB vale 577 milhões de euros.
Segundo um analista de mercado que solicitou anonimato, o Carrefour e a Wal-Mart são os retalhistas com mais possibilidades de firmarem negócio com a SDB. A mesma fonte considera que potencialmente seria mais interessante para o Carrefour a aquisição dos activos. Recorde-se que a empresa portuguesa já admitiu a possibilidade de alienar os activos em S. Paulo, devido à fraca performance do parque de lojas e ao excesso de concorrência.
O negócio poderá também ser atractivo para a Wal-Mart, embora o grupo norte-americano tenha em S. Paulo um conceito diferente de lojas. Para a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), líder no retalho alimentar, a aquisição das lojas da SDB não será muito interessante, sendo que a empresa responde por uma quota de 40% naquela região brasileira.
A SDB registou vendas brutas de 4,36 milhões de reais (cerca de 1,214 milhões de euros) no ano passado com a operação retalhista no Brasil. O analista estima que as unidades comerciais de S. Paulo terão contribuído com 21% para a facturação da Sonae no Brasil.
A empresa no Brasil
No primeiro trimestre deste ano, as 171 lojas da Sonae registaram vendas líquidas de 286 milhões de euros, mais 32% que no homólogo de 2004;
A empresa opera com as insígnias Big (hipermercado), Big Eletroeletronico (comércio de electrodomésticos), Maxxi (grossista), Nacional e Mercadorama (supermercados) e Hello (vestuário);
No Rio Grande do Sul gere um parque de 100 unidades, em Santa Catarina conta com onze lojas, no Paraná é responsável por 36 espaços comerciais e em S. Paulo possui 24 lojas;
Ocupa a quarta posição no ranking do sector, sendo líder nos Estados do Rio Grande do Sul e Paraná.
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Medicamentos
Controlo da gestão trava acordo na Polónia
M.A.F./L.V./M.B.
A disputa pelo controlo da gestão da operação que ia juntar a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Jerónimo Martins (JM) inviabilizou o acordo entre estas duas entidades para a venda de medicamentos nas lojas do grupo na Polónia.
Depois de um contacto inicial conduzido pela JM, a ANF exigiu o controlo das operações, o que foi rejeitado por Soares dos Santos.
O acordo, segundo afirmou Soares dos Santos ao Diário Económico, previa a abertura de cerca de 250 pontos de venda num ano, directamente virados para a rua, e a funcionar também no período nocturno. Estas unidades funcionariam em ligação com as lojas de ‘hard-discount’ Biedronka. Ao todo, existem mais de 730 lojas do grupo português na Polónia. “Não chegámos a acordo sobre o controlo da gestão, cada uma tinha a sua estratégia”, afirmou ao DE o presidente da ANF, João Cordeiro. Por outro lado, o ‘chairman’ da JM revelou ao DE que rejeita a ideia de uma parceria com a ANF em Portugal. Para Alexandre Soares dos Santos, a venda de medicamentos nos hipermercados pode ser inviável se obrigar a muitas alterações ao nível logístico e nos pontos de venda. O presidente do grupo, que detém o Pingo Doce e Feira Nova, explica que a legislação que irá regular a venda dos medicamentos sem a receita médica poderá impor condições, como a presença de um farmacêutico, demasiado exigentes para serem adoptadas nos supermercados e hipermercados.
Controlo da gestão trava acordo na Polónia
M.A.F./L.V./M.B.
A disputa pelo controlo da gestão da operação que ia juntar a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Jerónimo Martins (JM) inviabilizou o acordo entre estas duas entidades para a venda de medicamentos nas lojas do grupo na Polónia.
Depois de um contacto inicial conduzido pela JM, a ANF exigiu o controlo das operações, o que foi rejeitado por Soares dos Santos.
O acordo, segundo afirmou Soares dos Santos ao Diário Económico, previa a abertura de cerca de 250 pontos de venda num ano, directamente virados para a rua, e a funcionar também no período nocturno. Estas unidades funcionariam em ligação com as lojas de ‘hard-discount’ Biedronka. Ao todo, existem mais de 730 lojas do grupo português na Polónia. “Não chegámos a acordo sobre o controlo da gestão, cada uma tinha a sua estratégia”, afirmou ao DE o presidente da ANF, João Cordeiro. Por outro lado, o ‘chairman’ da JM revelou ao DE que rejeita a ideia de uma parceria com a ANF em Portugal. Para Alexandre Soares dos Santos, a venda de medicamentos nos hipermercados pode ser inviável se obrigar a muitas alterações ao nível logístico e nos pontos de venda. O presidente do grupo, que detém o Pingo Doce e Feira Nova, explica que a legislação que irá regular a venda dos medicamentos sem a receita médica poderá impor condições, como a presença de um farmacêutico, demasiado exigentes para serem adoptadas nos supermercados e hipermercados.
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No Financial Times
Alemanha desanimada
FT
No mundo pouco claro das previsões económicas, a esperança e o medo andam, muitas vezes, de mãos dadas com o rigor científico.
Certamente, é esta a máxima que se aplica aos que tiveram o infortúnio de apostar na Alemanha. Acima de tudo, os acontecimentos da última década foram bastante desanimadores, perdendo-se a conta às vezes em que as esperanças de uma recuperação rapidamente caíram por terra. O último exemplo foi a informação disponibilizada, na passada sexta-feira, acerca de um aumento de encomendas na indústria transformadora. Se bem que tenha surgido no seguimento de vários indicadores mistos, este aumento dos bens de consumo foi rapidamente interpretado, pelos mais optimistas, como um indicador de que a Alemanha pode, finalmente, estar a “abrir os cordões à bolsa”, após anos de contenção.
O problema é que os consumidores alemães há muito que têm razões para conter as suas despesas. Em regra, a diminuição da carga fiscal foi sempre contrabalançada por restrições governamentais levadas a cabo noutros sectores. Anos de contenção salarial e a possibilidade de novos cortes nos benefícios sociais tiveram grande peso. O aumento dos preços da energia, assim como o aumento do custo de vida aumentou a pressão sobre as famílias alemãs. E, mesmo que estes aumentos não tivessem tido lugar, é possível imaginar um cenário de uma Alemanha “imergida” numa deflação. Em alguns sectores, e no que se refere a determinados produtos, isto seria como que um incentivo extra para que as famílias evitassem grandes gastos.
Além disso, qualquer diminuição nas exportações faria com que os consumidores ficassem ainda mais “irritados”, e retiraria qualquer incentivo aos principais parceiros económicos alemães. A taxa de poupança privada de 10,8%, pode parecer bastante positiva segundo os padrões norte-americanos mas, na verdade, está 2 pontos percentuais abaixo dos níveis registados no início da década de 90.
Tudo isto indica que os políticos e os empresários alemães - assim como os analistas -, não devem ficar sensibilizados por picos ocasionais. A questão fulcral é saber se o país está a começar a “colher os frutos” da reforma estrutural. Infelizmente, a resposta a esta questão tende a ser particularmente mais complexa, pelo que não é provável que faça manchete no curto prazo.
Alemanha desanimada
FT
No mundo pouco claro das previsões económicas, a esperança e o medo andam, muitas vezes, de mãos dadas com o rigor científico.
Certamente, é esta a máxima que se aplica aos que tiveram o infortúnio de apostar na Alemanha. Acima de tudo, os acontecimentos da última década foram bastante desanimadores, perdendo-se a conta às vezes em que as esperanças de uma recuperação rapidamente caíram por terra. O último exemplo foi a informação disponibilizada, na passada sexta-feira, acerca de um aumento de encomendas na indústria transformadora. Se bem que tenha surgido no seguimento de vários indicadores mistos, este aumento dos bens de consumo foi rapidamente interpretado, pelos mais optimistas, como um indicador de que a Alemanha pode, finalmente, estar a “abrir os cordões à bolsa”, após anos de contenção.
O problema é que os consumidores alemães há muito que têm razões para conter as suas despesas. Em regra, a diminuição da carga fiscal foi sempre contrabalançada por restrições governamentais levadas a cabo noutros sectores. Anos de contenção salarial e a possibilidade de novos cortes nos benefícios sociais tiveram grande peso. O aumento dos preços da energia, assim como o aumento do custo de vida aumentou a pressão sobre as famílias alemãs. E, mesmo que estes aumentos não tivessem tido lugar, é possível imaginar um cenário de uma Alemanha “imergida” numa deflação. Em alguns sectores, e no que se refere a determinados produtos, isto seria como que um incentivo extra para que as famílias evitassem grandes gastos.
Além disso, qualquer diminuição nas exportações faria com que os consumidores ficassem ainda mais “irritados”, e retiraria qualquer incentivo aos principais parceiros económicos alemães. A taxa de poupança privada de 10,8%, pode parecer bastante positiva segundo os padrões norte-americanos mas, na verdade, está 2 pontos percentuais abaixo dos níveis registados no início da década de 90.
Tudo isto indica que os políticos e os empresários alemães - assim como os analistas -, não devem ficar sensibilizados por picos ocasionais. A questão fulcral é saber se o país está a começar a “colher os frutos” da reforma estrutural. Infelizmente, a resposta a esta questão tende a ser particularmente mais complexa, pelo que não é provável que faça manchete no curto prazo.
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Oferta sobre a BNL é “magnífica”
J.P.L
O director-executivo do BBVA refutou a hipótese de o banco aumentar a sua oferta sobre o restante capital da Banca Nazionale del Lavoro (BNL).
Na apresentação do relatório de contas do primeiro trimestre José Goirigolzarri, director-executivo do banco, afirmou que a oferta era “magnífica” e desmentiu a possibilidade de o BBVA estar a tentar convencer individualmente os accionistas da BNL a aceitar a OPA.
José Goirigolzarri sublinhou que o BBVA “não negoceia com particulares, pois esta é uma oferta igual para todos os accionistas”. Neste grupo estão incluídos a Generali, que tem uma participação no BBVA, e o Monti dei Paschi di Siena, que também votou a favor da OPA.
Quanto à actuação do Banco de Itália, o director-executivo do banco espanhol afirma que “está a ter um comportamento extraordinariamente profissional”. “As coisas estão a correr como o esperado”, sustentou Goirigolzarri, confessando estar “mais optimista que no início” sobre o desenlace da operação, o qual espera que aconteça no terceiro trimestre do ano.
Para financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BNL, avaliada em 6,2 mil milhões de euros, o director-executivo desmentiu ainda a hipótese de o BBVA alienar um dos seus activos da carteira industrial.
J.P.L
O director-executivo do BBVA refutou a hipótese de o banco aumentar a sua oferta sobre o restante capital da Banca Nazionale del Lavoro (BNL).
Na apresentação do relatório de contas do primeiro trimestre José Goirigolzarri, director-executivo do banco, afirmou que a oferta era “magnífica” e desmentiu a possibilidade de o BBVA estar a tentar convencer individualmente os accionistas da BNL a aceitar a OPA.
José Goirigolzarri sublinhou que o BBVA “não negoceia com particulares, pois esta é uma oferta igual para todos os accionistas”. Neste grupo estão incluídos a Generali, que tem uma participação no BBVA, e o Monti dei Paschi di Siena, que também votou a favor da OPA.
Quanto à actuação do Banco de Itália, o director-executivo do banco espanhol afirma que “está a ter um comportamento extraordinariamente profissional”. “As coisas estão a correr como o esperado”, sustentou Goirigolzarri, confessando estar “mais optimista que no início” sobre o desenlace da operação, o qual espera que aconteça no terceiro trimestre do ano.
Para financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BNL, avaliada em 6,2 mil milhões de euros, o director-executivo desmentiu ainda a hipótese de o BBVA alienar um dos seus activos da carteira industrial.
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México impulsiona resultados do BBVA
M.J.G.
Os resultados líquidos do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) cresceram 20% nos primeiros três meses deste ano, totalizando 815 milhões de euros.
Esta progressão reflectiu, em grande parte, o aumento de 50% dos lucros do Bancomer.
A progressão verificada no banco mexicano permitiu que a operação do BBVA no continente Americano tenha obtido resultados de 334 milhões (mais 61% do que no período homólogo). Já os resultados da banca de retalho em Portugal e Espanha subiram 13,2%, para 403 milhões.
O aumento da actividade, que também se verificou em Espanha e em Portugal, foi visível no aumento de 7,2% na margem de intermediação e de 14,3% na margem de exploração, para 1,54 e 1,43 mil milhões de euros, respectivamente. Apesar de, nos últimos 12 meses, o banco ter lançado uma oferta pública de aquisição (OPA) para controlar a totalidade do Bancomer e ter adquirido uma instituição mexicana especializada em crédito à habitação, os custos com pessoal aumentaram apenas 3,3%, para 838 milhões. Já as restantes despesas administrativas subiram 7,3%, para 479 milhões.
Uma vez que os resultados do grupo, liderado por Francisco González, foram calculados de acordo com as novas normas internacionais de contabilidade (NIC), as participações accionistas na Telefónica, Repsol, Iberdrola e Sogecable, passaram a ser contabilizadas como posições alienáveis. No final de Março, estas participações estavam avaliadas em 6,1 mil milhões de euros, apresentando uma mais-valia de 1,2 mil milhões.
M.J.G.
Os resultados líquidos do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) cresceram 20% nos primeiros três meses deste ano, totalizando 815 milhões de euros.
Esta progressão reflectiu, em grande parte, o aumento de 50% dos lucros do Bancomer.
A progressão verificada no banco mexicano permitiu que a operação do BBVA no continente Americano tenha obtido resultados de 334 milhões (mais 61% do que no período homólogo). Já os resultados da banca de retalho em Portugal e Espanha subiram 13,2%, para 403 milhões.
O aumento da actividade, que também se verificou em Espanha e em Portugal, foi visível no aumento de 7,2% na margem de intermediação e de 14,3% na margem de exploração, para 1,54 e 1,43 mil milhões de euros, respectivamente. Apesar de, nos últimos 12 meses, o banco ter lançado uma oferta pública de aquisição (OPA) para controlar a totalidade do Bancomer e ter adquirido uma instituição mexicana especializada em crédito à habitação, os custos com pessoal aumentaram apenas 3,3%, para 838 milhões. Já as restantes despesas administrativas subiram 7,3%, para 479 milhões.
Uma vez que os resultados do grupo, liderado por Francisco González, foram calculados de acordo com as novas normas internacionais de contabilidade (NIC), as participações accionistas na Telefónica, Repsol, Iberdrola e Sogecable, passaram a ser contabilizadas como posições alienáveis. No final de Março, estas participações estavam avaliadas em 6,1 mil milhões de euros, apresentando uma mais-valia de 1,2 mil milhões.
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Petróleo regressará aos máximos no terceiro trimestre
Pedro Ferreira Esteves
Preço deverá continuar a negociar em torno dos 50 dólares por barril durante os meses do Verão.
O preço do petróleo regressou às subidas nas últimas sessões, depois de uma forte correcção aos máximos testados no início de Abril. No entanto, os analistas desvalorizam este aumento recente, prevendo que o regresso aos níveis recorde aconteça apenas no terceiro trimestre do ano.
“Os preços deverão manter-se em torno da fasquia dos 50 dólares por barril durante os próximos meses, porque os ‘stocks’ de crude nos EUA estão a crescer moderadamente”, explicou ao DE, Adam Sieminski, analista do Deutsche Bank em Londres. “No entanto, quando se confirmar o crescimento da procura no terceiro trimestre, cujo vigor está dependente da manutenção do ritmo de crescimento económico nos EUA e China, os preços deverão voltar a registar valores recorde”, acrescentou.
Esta perspectiva é confirmada por Ricardo Líbano, analista da IMF-Informação de Mercados Financeiros, para quem “a subida dos últimos dias é reflexo da acção dos fundos especulativos, que não se justifica porque existe um excesso de oferta no mercado. Mas a tendência de longo prazo indica que, se o crescimento económico nos principais consumidores continuar elevado, não haverá ‘stocks’ que compensem o aumento da procura”.
Para Rodrigo Pinheiro, director do BES Investimento em Madrid, “o aumento do preço nas últimas sessões já está a antecipar uma subida mais forte no terceiro trimestre”, tendo em conta que se tratam de contratos de futuros. No entanto, nos próximos meses deverá estabilizar “entre 48 e 50 dólares por barril”.
O petróleo voltou ontem a subir numa sessão de fraca liquidez. O Brent negociado em Londres subiu ligeiramente para os 51,55 dólares por barril, ao passo que, em Nova Iorque, o crude atingiu os 51,30 dólares. Refira-se que os recordes do petróleo foram fixados nos 57,65 dólares em Londres e 58,28 dólares nos EUA.
Pedro Ferreira Esteves
Preço deverá continuar a negociar em torno dos 50 dólares por barril durante os meses do Verão.
O preço do petróleo regressou às subidas nas últimas sessões, depois de uma forte correcção aos máximos testados no início de Abril. No entanto, os analistas desvalorizam este aumento recente, prevendo que o regresso aos níveis recorde aconteça apenas no terceiro trimestre do ano.
“Os preços deverão manter-se em torno da fasquia dos 50 dólares por barril durante os próximos meses, porque os ‘stocks’ de crude nos EUA estão a crescer moderadamente”, explicou ao DE, Adam Sieminski, analista do Deutsche Bank em Londres. “No entanto, quando se confirmar o crescimento da procura no terceiro trimestre, cujo vigor está dependente da manutenção do ritmo de crescimento económico nos EUA e China, os preços deverão voltar a registar valores recorde”, acrescentou.
Esta perspectiva é confirmada por Ricardo Líbano, analista da IMF-Informação de Mercados Financeiros, para quem “a subida dos últimos dias é reflexo da acção dos fundos especulativos, que não se justifica porque existe um excesso de oferta no mercado. Mas a tendência de longo prazo indica que, se o crescimento económico nos principais consumidores continuar elevado, não haverá ‘stocks’ que compensem o aumento da procura”.
Para Rodrigo Pinheiro, director do BES Investimento em Madrid, “o aumento do preço nas últimas sessões já está a antecipar uma subida mais forte no terceiro trimestre”, tendo em conta que se tratam de contratos de futuros. No entanto, nos próximos meses deverá estabilizar “entre 48 e 50 dólares por barril”.
O petróleo voltou ontem a subir numa sessão de fraca liquidez. O Brent negociado em Londres subiu ligeiramente para os 51,55 dólares por barril, ao passo que, em Nova Iorque, o crude atingiu os 51,30 dólares. Refira-se que os recordes do petróleo foram fixados nos 57,65 dólares em Londres e 58,28 dólares nos EUA.
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Fusões e Aquisições
Fusões e Aquisições
Negócio BCP/Fortis dinamiza aquisições no primeiro trimestre
Diogo Nunes com P.F.E.
O valor das transacções concluídas ascendeu aos 815,4 milhões de euros, uma subida de 65% face ao período homólogo em 2004.
O Banco Comercial Português (BCP), através da venda da seguradora Ocidental aos belgas do Fortis, foi responsável pela maior transacção do mercado português de fusões e aquisições durante os primeiros três meses do ano, de acordo com os dados da Thomson One Deals.
Os cerca de 485 milhões de euros envolvidos no negócio impulsionaram a actividade portuguesa de fusões e aquisições, que registou uma subida homóloga de 65% entre Janeiro e Março de 2005, com o valor total a ascender aos 815,4 milhões de euros, segundo o estudo da KPMG Corporate Finance em Portugal, com base nos dados recolhidos pela Dealogic.
Apesar do aumento dos valores movimentados a nível dos negócios concluídos, verificou-se, no mesmo trimestre, uma diminuição no número destas operações face ao mesmo período do ano passado.
A análise da evolução da actividade revela que o crescimento do mercado nacional de fusões e aquisições acompanhou a tendência global de retoma, que teve início no decorrer do ano passado e que os especialistas esperam que se mantenha, pelo menos, durante os próximos dois anos.
Em Portugal, em termos da natureza das transacções, os primeiros três meses do ano demonstram um predomínio da actividade ‘cross border’ – em linha com o primeiro trimestre de 2004 –, área responsável por 73% dos valores negociados e 41% em número de transacções concluídas.
As operações transfronteiriças apresentam mesmo um acréscimo de 25% em valor e 17% em número de negócios.
Quanto às transacções anunciadas no primeiro trimestre do presente ano e que envolveram empresas portuguesas, o foco incidiu sobre a mediática aquisição da Lusomundo SGPS pelo consórcio Controlinveste, liderado por Joaquim Oliveira, por aproximadamente 310 milhões de euros.
Destaque ainda para a Brisa que comprou uma participação de 40% das Auto Estradas do Atlântico por cerca de 110,7 milhões de euros. No terceiro lugar do pódio aparece a espanhola Europac que adquiriu 36,08% do capital da Gescartão por 98 milhões de euros.
EUA na base da recuperação mundial
A actividade de fusões e aquisições a nível global no primeiro trimestre do ano mostra, segundo os dados da Dealogic, a manutenção da tendência de recuperação iniciada em 2004, graças à dinâmica das empresas norte-americanas. Em termos homólogos, entre Janeiro e Março, registou-se uma subida de 42% no total dos negócios concluídos. No número de operações verifica-se também uma tendência positiva no primeiro trimestre, com um aumento de 18% face a igual período de 2004. Assim, foram transaccionados perto de 333 mil milhões de euros nos 6.326 negócios concluídos entre Janeiro e Março a nível mundial. Já nas operações anunciadas, o ritmo de crescimento nos primeiros meses de 2005 é mais ligeiro, uma vez que algumas das grandes operações completadas no primeiro trimestre haviam sido anunciadas ainda em 2004. Desta forma, registou-se uma progressão de 14% em valor e de 5% em número de operações. As transacções nos EUA dominam a actividade global, enquanto a Europa coloca apenas duas operações na tabela dos dez principais negócios a nível mundial. Destaque para o papel assumido pelas empresas espanholas, muito activas no trimestre.
Merrill Lynch é líder nos serviços financeiros
O banco de investimento Merrill Lynch realizou, durante os primeiros quatro meses deste ano, o maior volume de negócios na área de serviços financeiros, que inclui fusões e aquisições, bem como a colocação de acções e obrigações. O Merrill Lynch chegou, desta forma, ao primeiro lugar desta lista pela primeira vez em três anos, ultrapassando os rivais Goldman Sachs, Citigroup e Morgan Stanley. De acordo com os dados compilados pela Bloomberg, o volume de negócios do banco norte-americano cifrou-se, neste período, em 564 milhões de dólares, podendo, se mantiver este ritmo de crescimento, duplicar o montante total realizado em 2004. Em segundo lugar ficou o Morgan Stanley com 503 milhões de dólares (440 milhões de euros), que realizou o maior volume na área das fusões e aquisições, pouco mais de 330 milhões. O Goldman Sachs e o Citigroup ficaram no terceiro e quarto lugares, respectivamente. No total, os dez maiores bancos de investimento registaram um volume de 3,226 mil milhões de dólares.
Negócio BCP/Fortis dinamiza aquisições no primeiro trimestre
Diogo Nunes com P.F.E.
O valor das transacções concluídas ascendeu aos 815,4 milhões de euros, uma subida de 65% face ao período homólogo em 2004.
O Banco Comercial Português (BCP), através da venda da seguradora Ocidental aos belgas do Fortis, foi responsável pela maior transacção do mercado português de fusões e aquisições durante os primeiros três meses do ano, de acordo com os dados da Thomson One Deals.
Os cerca de 485 milhões de euros envolvidos no negócio impulsionaram a actividade portuguesa de fusões e aquisições, que registou uma subida homóloga de 65% entre Janeiro e Março de 2005, com o valor total a ascender aos 815,4 milhões de euros, segundo o estudo da KPMG Corporate Finance em Portugal, com base nos dados recolhidos pela Dealogic.
Apesar do aumento dos valores movimentados a nível dos negócios concluídos, verificou-se, no mesmo trimestre, uma diminuição no número destas operações face ao mesmo período do ano passado.
A análise da evolução da actividade revela que o crescimento do mercado nacional de fusões e aquisições acompanhou a tendência global de retoma, que teve início no decorrer do ano passado e que os especialistas esperam que se mantenha, pelo menos, durante os próximos dois anos.
Em Portugal, em termos da natureza das transacções, os primeiros três meses do ano demonstram um predomínio da actividade ‘cross border’ – em linha com o primeiro trimestre de 2004 –, área responsável por 73% dos valores negociados e 41% em número de transacções concluídas.
As operações transfronteiriças apresentam mesmo um acréscimo de 25% em valor e 17% em número de negócios.
Quanto às transacções anunciadas no primeiro trimestre do presente ano e que envolveram empresas portuguesas, o foco incidiu sobre a mediática aquisição da Lusomundo SGPS pelo consórcio Controlinveste, liderado por Joaquim Oliveira, por aproximadamente 310 milhões de euros.
Destaque ainda para a Brisa que comprou uma participação de 40% das Auto Estradas do Atlântico por cerca de 110,7 milhões de euros. No terceiro lugar do pódio aparece a espanhola Europac que adquiriu 36,08% do capital da Gescartão por 98 milhões de euros.
EUA na base da recuperação mundial
A actividade de fusões e aquisições a nível global no primeiro trimestre do ano mostra, segundo os dados da Dealogic, a manutenção da tendência de recuperação iniciada em 2004, graças à dinâmica das empresas norte-americanas. Em termos homólogos, entre Janeiro e Março, registou-se uma subida de 42% no total dos negócios concluídos. No número de operações verifica-se também uma tendência positiva no primeiro trimestre, com um aumento de 18% face a igual período de 2004. Assim, foram transaccionados perto de 333 mil milhões de euros nos 6.326 negócios concluídos entre Janeiro e Março a nível mundial. Já nas operações anunciadas, o ritmo de crescimento nos primeiros meses de 2005 é mais ligeiro, uma vez que algumas das grandes operações completadas no primeiro trimestre haviam sido anunciadas ainda em 2004. Desta forma, registou-se uma progressão de 14% em valor e de 5% em número de operações. As transacções nos EUA dominam a actividade global, enquanto a Europa coloca apenas duas operações na tabela dos dez principais negócios a nível mundial. Destaque para o papel assumido pelas empresas espanholas, muito activas no trimestre.
Merrill Lynch é líder nos serviços financeiros
O banco de investimento Merrill Lynch realizou, durante os primeiros quatro meses deste ano, o maior volume de negócios na área de serviços financeiros, que inclui fusões e aquisições, bem como a colocação de acções e obrigações. O Merrill Lynch chegou, desta forma, ao primeiro lugar desta lista pela primeira vez em três anos, ultrapassando os rivais Goldman Sachs, Citigroup e Morgan Stanley. De acordo com os dados compilados pela Bloomberg, o volume de negócios do banco norte-americano cifrou-se, neste período, em 564 milhões de dólares, podendo, se mantiver este ritmo de crescimento, duplicar o montante total realizado em 2004. Em segundo lugar ficou o Morgan Stanley com 503 milhões de dólares (440 milhões de euros), que realizou o maior volume na área das fusões e aquisições, pouco mais de 330 milhões. O Goldman Sachs e o Citigroup ficaram no terceiro e quarto lugares, respectivamente. No total, os dez maiores bancos de investimento registaram um volume de 3,226 mil milhões de dólares.
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