Caldeirão da Bolsa

O que é uma Economia competitiva?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Visitante » 5/3/2005 14:24

Kore ,gostei desta frase:«Temos que acolher e aplaudir a riqueza e não cobiça-la»


Mesmo que os nabos enriqueçam à nossa custa aplaudi-los é a nossa missão?
Visitante
 

Re: Não concordo

por Kore » 5/3/2005 14:17

Caro amigo,

Não podia deixar de subscrever na TOTALIDADE as tuas palavras. Estou completamente de acordo contigo.

O que falta na nossa sociedade são os valores básicos para um ambiente (em todas as vertentes) com saúde:

    Iniciativa
    Honra
    Honestidade
    Responsabilidade
    Coragem
    Persistência


Enquanto tivermos uma maioria de pessoas com uma cultura de pagar a XXX dias - quando pagam -, de subscrição de dívidas constante até para viagens de lazer, e que quando há um problema (nacional ou não) em vez de assumirem a iniciativa para a resolução do mesmo preferem olhar «para cima» há procura que «sabe-se lá quem» lhes resolva o problema, este País não passará da cepa torta.

Precisamos de uma liderança forte e de uma cultura forte. Temos que deixar de ser fracos e/ou passivos. Temos que acolher e aplaudir a riqueza e não cobiçá-la. Temos que ser honestos. Temos que ser responsáveis e saber exigir responsabilidade aos outros.

Nada vem sem esforço próprio. Nada.
Coragem e Persistência frente à adversidade.

Abraço,
Kore


Flying Turtle Escreveu:O que mais falta à nossa sociedade é um verdadeiro espírito de auto-responsabilização, que a faça verdadeiramente assumir, ao nível geral e individual, o princípio "no pain, no gain". O nosso problema não é falta de espírito empreendedor nem falta de ideias, é falta de responsabilidade, de organização, de vontade de trabalhar de forma sistemática e persistente e de estabelecer estratégias e perseguir objectivos de médio e longo prazo.

Em Portugal, a culpa de todos os males é sempre do vizinho (o nosso PM cessante levou esta lógica de pensamento ao expoente máximo), a nossa relação com o Estado é doentia (queremos tudo mas não nos dispomos a investir para depois colher), somos lestos a aplicar a nossa esperteza saloia para ver se ganhamos muito, depressa e com pouco esforço, raramente nos preocupamos em olhar um pouco mais longe, estamos sempre à espera que algo ou alguém nos livre das enrascadas e só somos verdadeiramente bons, somos mesmo dos melhores, quando as barbas já nos estão aarder. Até lá, reina a máxima "enquanto dura, vida doçura"...

Não é por acaso que Portugal é um dos países que, ao mesmo tempo, mais ignorantes produz nas escolas e onde mais pessoas apostam no Euromilhões, isso traduz bem a nossa mentalidade nacional...

Tudo o que está no artigo é verdade. O problema vem é muito mais de trás...

Um abraço
FT

Vicking Escreveu:Desculpe mas não concordo com isso!
Desculpar a ineficácia da nossa Economia com a atitude geral dos trabalhadores, não me parece correcto. Talvez o exemplo tenha de vir de cima, ou não?


Presumo que se trata de uma reacção ao que escrevi. Não falei em lado algum na atitude geral dos "trabalhadores" (entendidos como os assalariados imagino), referi-me isso sim à nossa atitude geral enquanto povo ou enquanto Nação.

Quanto ao exemplo ter de vir de cima é, a meu ver, uma falsa questão. Por duas razões:

Primeiro, porque é mais uma daquelas atitudes de ficar à espera que os outros façam (ou mandem?) para então fazermos aquilo que sabemos que tem de ser feito. Corresponde à falta de auto responsabilização (ou à auto desculpabilização) de que eu falava a qual, associada às tradicionais impunidade e ineficácia do sistema de justiça a que assistimos, dá no que dá. A culpa é sempre do vizinho, neste caso dos "de cima"... O raciocínio acaba por ser do género "se os de cima não prestam, porque hei-de prestar eu?" Isto é o nivelamento por baixo, faz-me lembrar o menino mal comportado que se desculpa sempre dizendo que não era o único...

Segundo, os "de cima" não passam do reflexo dos "de baixo" (há excepções claro, falo em termos gerais). Se os "de baixo" não mudam, não há que esperar que os "de cima" o façam. Afinal, são os "de baixo" que os põem "em cima"... Temos maus governantes e maus dirigentes? De quem é a culpa? Deles, claro. Mas não será nossa antes de mais?

Para mim o exemplo tem claramente de vir de baixo.

Bom, mas este é um daqueles assuntos que dão para longas e estéreis discussões e eu não costumo entrar nelas portanto quedo-me por aqui.

Um abraço
FT
[[]]'s,
Kore

P.S.: Este texto reflete apenas a opinião do autor. Não é, nem pretende ser, um conselho de investimento.
 
Mensagens: 222
Registado: 4/11/2002 22:57

Re: Não concordo

por Flying Turtle » 5/3/2005 13:46

Vicking Escreveu:Desculpe mas não concordo com isso!
Desculpar a ineficácia da nossa Economia com a atitude geral dos trabalhadores, não me parece correcto. Talvez o exemplo tenha de vir de cima, ou não?


Presumo que se trata de uma reacção ao que escrevi. Não falei em lado algum na atitude geral dos "trabalhadores" (entendidos como os assalariados imagino), referi-me isso sim à nossa atitude geral enquanto povo ou enquanto Nação.

Quanto ao exemplo ter de vir de cima é, a meu ver, uma falsa questão. Por duas razões:

Primeiro, porque é mais uma daquelas atitudes de ficar à espera que os outros façam (ou mandem?) para então fazermos aquilo que sabemos que tem de ser feito. Corresponde à falta de auto responsabilização (ou à auto desculpabilização) de que eu falava a qual, associada às tradicionais impunidade e ineficácia do sistema de justiça a que assistimos, dá no que dá. A culpa é sempre do vizinho, neste caso dos "de cima"... O raciocínio acaba por ser do género "se os de cima não prestam, porque hei-de prestar eu?" Isto é o nivelamento por baixo, faz-me lembrar o menino mal comportado que se desculpa sempre dizendo que não era o único...

Segundo, os "de cima" não passam do reflexo dos "de baixo" (há excepções claro, falo em termos gerais). Se os "de baixo" não mudam, não há que esperar que os "de cima" o façam. Afinal, são os "de baixo" que os põem "em cima"... Temos maus governantes e maus dirigentes? De quem é a culpa? Deles, claro. Mas não será nossa antes de mais?

Para mim o exemplo tem claramente de vir de baixo.

Bom, mas este é um daqueles assuntos que dão para longas e estéreis discussões e eu não costumo entrar nelas portanto quedo-me por aqui.

Um abraço
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3240
Registado: 25/10/2002 17:26
Localização: Oeiras/Lisboa

Não concordo

por Vicking » 5/3/2005 11:58

Desculpe mas não concordo com isso!
Desculpar a ineficácia da nossa Economia com a atitude geral dos trabalhadores, não me parece correcto. Talvez o exemplo tenha de vir de cima, ou não?
Vicking
 

por Flying Turtle » 4/3/2005 10:07

O que mais falta à nossa sociedade é um verdadeiro espírito de auto-responsabilização, que a faça verdadeiramente assumir, ao nível geral e individual, o princípio "no pain, no gain". O nosso problema não é falta de espírito empreendedor nem falta de ideias, é falta de responsabilidade, de organização, de vontade de trabalhar de forma sistemática e persistente e de estabelecer estratégias e perseguir objectivos de médio e longo prazo.

Em Portugal, a culpa de todos os males é sempre do vizinho (o nosso PM cessante levou esta lógica de pensamento ao expoente máximo), a nossa relação com o Estado é doentia (queremos tudo mas não nos dispomos a investir para depois colher), somos lestos a aplicar a nossa esperteza saloia para ver se ganhamos muito, depressa e com pouco esforço, raramente nos preocupamos em olhar um pouco mais longe, estamos sempre à espera que algo ou alguém nos livre das enrascadas e só somos verdadeiramente bons, somos mesmo dos melhores, quando as barbas já nos estão aarder. Até lá, reina a máxima "enquanto dura, vida doçura"...

Não é por acaso que Portugal é um dos países que, ao mesmo tempo, mais ignorantes produz nas escolas e onde mais pessoas apostam no Euromilhões, isso traduz bem a nossa mentalidade nacional...

Tudo o que está no artigo é verdade. O problema vem é muito mais de trás...

Um abraço
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3240
Registado: 25/10/2002 17:26
Localização: Oeiras/Lisboa

cada um no seu lugar

por JP II » 4/3/2005 9:36

Bom dia

Parece-me uma teoria bem suportada, mas teremos que po-la em prática. Concordo TraderAT, acho que realmente a nossa sociedade tem um grande falta de empreendorismo, sem o qual não se avança no sentido apontado...

8-)
JP II
 

por Bigodes de Aço » 4/3/2005 0:49

Essa "biblia" é muito competitiva nas palavras. Não falta teoria aos nossos entendidos. Sentados a uma secretária e dedilhando no computador criam riqueza até a dar "com pau"
Bigodes de Aço
 

Pois é................

por Pop » 4/3/2005 0:34

:? O pior é que faltam as outras duas!

Boas
Pop
 

O que é uma Economia competitiva?

por TraderAT » 4/3/2005 0:27

:wink: Boa noite a todos...já algum tempo que não participava de forma activa aqui no Caldeirão por isso hoje decidi voltar a faze-lo e deixo aqui partes de um artigo de opnião publicado hoje no DE sobre Economias competitivas:

"…Uma economia competitiva é aquela que assegura o emprego da respectiva população activa em condições que lhe permitem validar ou aumentar, de forma sustentada, o seu nível de vida. Uma economia competitiva é aquela que, simultaneamente, assegura emprego, aumenta a produtividade e cria valor. Uma economia que preserva o nível de emprego e/ou garante o escoamento da sua produção de bens e serviços à custa do nível de salários e do nível de vida da população é uma economia em processo de declínio e, portanto, uma economia não competitiva….

.A chave da competitividade da economia portuguesa chama-se INOVAÇÃO. Inovação de processos e inovação de produtos e serviços…..

…Isto é, a competitividade da economia portuguesa pressupõe a consolidação de um sistema que importa/adapta ou produz conhecimento como factor de produção e vende/exporta bens e serviços baseados em conhecimento. Uma competitividade que assenta em três vértices:
• No conjunto de instituições e processos que produzem, captam ou disseminam novos conhecimentos e novas ideias – o Sistema Nacional de Inovação;
• No conjunto das organizações empresariais e na sua capacidade para captar, descodificar, assimilar e aplicar novos conhecimentos e novas ideias – o tecido empresarial;
• Nos valores, nas atitudes e nos comportamentos dos empresários e, de uma forma mais geral, da população portuguesa – o potencial empreendedor da sociedade portuguesa."


Concordando ou não com o economista Carlos Costa (autor do artigo) o que se passa muitas vezes é que infelizmente falta exactamente este ultimo ponto que ele refere: O potencial empreendedor da nossa Sociedade!
Cumprimentos
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.(Aristóteles)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 496
Registado: 15/1/2005 20:12
Localização: Centro Portugal


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Nenhum utilizador registado e 1044 visitantes