Caldeirão da Bolsa

Egoísmo nas reformas tem de acabar

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Visitante » 1/3/2005 15:10

Continuando aquilo que disse o Ulisses, penso que se pode ser mais preciso. Actualmente os deputados só podem pedir o direito à reforma ao fim de 12 anos na A.R. e recebem nesse caso 4% por cada ano ( portanto um máximo de 48% do seu vencimento de deputado). Por outro lado alguns dos bons políticos são mal pagos, comparativamente com outros empregos privados, mas este país não é suficientemente rico e as fracas contas públicas não deixam, infelizmente, pagar muito melhores vencimentos ( porque há outras regalias que tambem é preciso ter em conta). Para alem disso não me parece que o critério de selecção de muitos cargos públicos seja o adequado, com tantos directores-gerais e outros quadros de topo da Administração Pública que não lhes é dada qualquer hipotese de concorrer a cargos ( pro ex. secretarios de estado, assessores de ministros, etc, porque não são da cor política ou amigos dos ministros).
Visitante
 

por Visitante » 1/3/2005 10:59

A realidade, quanto a mim, é a seguinte:

- Os politicos são pagos a cima da média
- Os politicos têm privilégios a cima da média

Mas a situação do País, nos principais indicadores, é muito abaixo da média. Daqui só se pode tirar uma conclusão, bem ou mal pagos, a situação como está (e parece que está para ficar) não beneficia quem deveria de beneficiar, os Portugueses. É preciso mudar, aumenta ou diminuam as regalias, consoante achem melhor, mas não deixem isto ficar assim, num marasmo onde só alguns (e nem sempre os que deveriam) é que ganham!
Visitante
 

È preciso ter lata

por Col » 1/3/2005 3:33

para afirmar que a geração grisalha è previligiada, eu já sou grisalho e comecei a ser contribuinte da Segurança Social com 12 anos de idade, QUANDO ME PERMITIREM reformar aos 65 anos de idade, terei contribuido p/ esse organismo 53 anos, para me darem então 80% da média dos últimos 10 anos, se isto è previlégio, não sei o que será exploração!.
Col
 

por zé povinho » 1/3/2005 2:10

s+o mesmo para dizer que mais uma vez o Ulisses esteve bem ao intervir neste assunto

em Portugal os políticos são mal pagos e por isso temos alguns bons e muitos maus políticos.

e também dizer que aquilo que faz muita gente falar é estarem sempre a olhar para o "prato do vizinho".

quem fala mal do que aconteceu em Portugal com o 25 de Abril, certamente não faz a mínima ideia do que era a sociedade portuguesa antes.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1722
Registado: 4/11/2002 23:38

por DAXista » 28/2/2005 23:08

O problema está em que , sempre que se decidem medidas de força, estas afectam sempre os mesmos. Isto impossibilita uma convergência Nacional em torno de qualquer objectivo. é como aquele aviso :
Quando um político nos disser que estamos todos no mesmo barco, temos o dever de saber que vamos remar e ele vai ao leme. Infelizmente.

Cumps
 
Mensagens: 5
Registado: 30/11/2004 14:43
Localização: Alcacer do Sal

Políticos, padres e médicos

por Visitante » 28/2/2005 18:45

Se um político fosse aquele que defende a causa e coisa publica nem sequer se preocupava em receber
Quem vai para a política é para poder obter benesses que de outra forma não conseguiria.. Recordo-me de estudos comparativos que realçavam os vencimentos dos políticos portugueses do pós 25 de Abr muito superiores ( em valor) ao dos colegas estrangeiros e mesmo assim não tiveram capacidade para fazer evoluir este país conseguiram sim foi que ele retrocedesse...e eles políticos engordassem...

um abraço
mcarvalho
Visitante
 

É um facto

por Visitante » 28/2/2005 18:42

que os politicos trabalhadores[b] e competentes são escandalosamente mal pagos. E é também um facto que, se queremos os melhores, o seu salário deveria ser a última das preocupações. Mas, sem demagogias, o problema está no sistema politico, em que actualmente, apenas uns quantos cumprem os requesitos minimos exigidos para as funções, e os Portugueses não podem andar a manter um monte de "parasitas" ( que me desculpem os animais que não tem culpa), só porque se tem que pagar bem a quem merece.
A solução está à vista de todos e é bem simples: reforme-se o sistema politico de alto a baixo e deixemo-nos de 25's de Abris que já é bem tempo disso.
Haja coragem, e os politicos de verdadeiro valor e competencia deixem caír (provavelmente no desemprego) os ditos "parasitas".

Cumprimentos.
Visitante
 

por Ulisses Pereira » 28/2/2005 18:31

Os políticos não têm a reforma completa ao fim de 12 anos. Recebem menos de 50% do valor do seu ordenado. Mas como é habitual em Portugal, uma mentira repetida tantas vezes transforma-se em verdade.

Continue-se a atacar os vencimentos dos políticos que cada vez teremos lá pessoas menos competentes.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

Clickar para ver o disclaimer completo
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 31013
Registado: 29/10/2002 4:04
Localização: Aveiro

por Visitante » 28/2/2005 18:29

Os politicos que vão para deputados deviam de ser muito bem pagos, talvez melhor do que agora são. O problema é que não podiam ir para deputados qualquer um, como actualmente. Reduzia-se para metade o nº e chegava!
Visitante
 

A reforma dos politicos

por Visitante » 28/2/2005 18:22

A carreira dos políticos é efêmera e dependente de votações eleitorais por isso têm que ter algumas contrapartidas financeiras ou outras. Caso cotrário muitos não se deslocariam da situação que tinham antes de serem políticos situação essa muitas vezes mais compensadora economicamente e menos exposta a críticas profissionais e pessoais. Além disso se queremos gente inteligente e competente na política para governarem o "grande" barco tem que se lhe pagar e bem. Não devemos ter inveja de pessoas competentes que por isso são diferentes e têm que ter mordomias. Quando é que compreenderemos que pessoas diferentes têm que ter tratamento diferente. Infelizemente só vemos o verniz e aquilo que queremos ver...
Visitante
 

por Visitante » 28/2/2005 17:42

Anonymous Escreveu:Alguém me consegue explicar como é que os politicos têm a reforma completa ao fim de 12 anos e NINGUEM fala disso?? mas onde é que anda a igualdade de direitos que a constituição tanto fala?


Fácil. É uma profissão de desgaste rápido. Desgatam rapidamente os bancos da assembleia, os telefones nas chamadas particulares, os bancos dos aviões nas viagens fantasma, os jornais da AR, etc...
Visitante
 

Conspiração do silêncio...

por Boris » 28/2/2005 17:25

este é um tema tabu, porque a grande desigualdade actual é exactamente na idade e no valor das reformas. O poder grisalho faz bem em defender os seus privilégios porque dominou as corporações e conquistou o poder, os novos que não se interessam pela política e infelizmente (os mais lúcidos) os que poderiam fazer algo, mas enveredam pelas drogas, em vez de lutar pela mudança... vão ter o que merecem : viver às custas da sopa dos pais, dos recibos verdes e da subserviência...
Boris
 

por Verdinho » 28/2/2005 12:20

Têm a reforma completa ao fim de 8 anos como deputados, inclusive os que andam lá só para levantar o braço...
 
Mensagens: 194
Registado: 15/3/2004 21:30
Localização: Charneca da Caparica

por tava3 » 28/2/2005 12:17

Eles é que têm a faca e o queijo na mão. Quem parte e reparte e nao fica com a melhor parte...

:)
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Visitante » 28/2/2005 12:11

Alguém me consegue explicar como é que os politicos têm a reforma completa ao fim de 12 anos e NINGUEM fala disso?? mas onde é que anda a igualdade de direitos que a constituição tanto fala?
Visitante
 

Egoísmo nas reformas tem de acabar

por Visitante » 28/2/2005 4:25

Egoísmo nas reformas tem de acabar

Jorge Paula


O ex-secretário de Estado de António Guterres, Fernando Ribeiro Mendes, lançou o livro ‘Conspiração Grisalha’, onde defende uma reforma urgente da Segurança Social. O economista considera que se devem alargar de imediato, mas de forma gradual, os anos de carreira contributiva para efeitos de cálculo das pensões.






Correio da Manhã – A ‘geração grisalha’ é uma geração privilegiada no sistema de Segurança Social?

Fernando Ribeiro Mendes – Eu próprio faço parte dessa ‘geração grisalha’, dos que têm 50 anos e mais e que têm ainda até aos 65 tempo para preparar a reforma. Há um problema de sustentabilidade a médio prazo do sistema e vai ter de haver uma pequena alteração e uma partilha mais equitativa dos problemas dos encargos para aguentarmos um sistema público de pensões que proteja todos sem penalizar gerações futuras. Quem tem 30 anos agora não sabe qual o encargo que vai ter de suportar e a contribuição que vai ter de pagar para aguentar as reformas das pessoas da minha idade.

– Qual é a tábua de salvação?

– No imediato há que iniciar um ajustamento da pensão, que a torne menos generosa na aplicação das regras, de uma forma equilibrada e gradual, aumentando o número de anos que são utilizados para calcular a pensão média. Nós hoje calculamos pelos dez melhores anos dos últimos 15 e penso que esse valor tem de ser alterado imediatamente e começar por cada ano civil a contar-se não os dez, mas primeiro os 11 anos, depois 13 anos no ano seguinte e por aí fora.

– Só isso resolve o problema?

– Não. É uma medida imediata que terá um valor simbólico: dar um sinal de solidariedade entre gerações e quebrar este egoísmo das gerações mais velhas. Mas o problema é mais complexo e é necessário aumentar o financiamento através da componente fiscal, designadamente através do IVA, e criar um esquema associado à evolução da esperança de vida e da economia.

– Esta fórmula pode vir a ser usada pelo novo governo socialista?

– Se assim o entenderem. Eu pelo menos procurei contribuir para o debate.

– E poderá ser o senhor a pô-la em prática?

– Não. Eu estou na vida académica, onde me sinto muito bem.

– É a favor do alargamento da idade da reforma?

– Não sou simpatizante dessa medida e penso que pode até ter efeitos perversos, como empurrar pessoas para o desemprego sem uma protecção adequada devido à pressão da reestruturação das empresas. Deve-se é criar incentivos para que as pessoas queiram ficar mais tempo no mercado de trabalho.

– Acha que o sistema da Administração Pública devia aproximar-se do sistema do privado?

– Eu próprio sou funcionário público e não vejo por que razão me hei--de reformar aos 65 anos, com o meu último vencimento. Eu contribui na base de toda uma carreira e comecei obviamente com valores mais baixos que os actuais. Por que razão é que havia de ficar com o meu último salário? Portanto, sou a favor de uma partilha equitativa de encargos e de algum sacrifício da minha geração também na função pública.

PERFIL

Fernando Ribeiro Mendes, 53 anos, é professor no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Economista, realizou os estudos superiores em Portugal e França, nos anos 80. Doutorou-se no Institut d’Etudes Politiques de Paris, com uma tese sobre as pensões de reforma e a equidade entre gerações.

Integrou dois governos socialistas, entre 1995 e 2002, tendo sido secretário de Estado da Segurança Social até 1999 e, posteriormente, secretário de Estado da Indústria e Comércio. Preside à RSE Portugal (Responsabilidade Social das Empresas).
Denise Fernandes
Visitante
 


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: aaugustobb_69, Bing [Bot] e 454 visitantes