Fundos desdramatizam resultado eleitoral
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CSFB sobe preço-alvo do BCP para 2,06 euros mas baixa previsões
O Credit Suisse First Boston (CSFB) subiu o preço-alvo do Banco Comercial Português de 2 para 2,06 euros, um valor que continua abaixo da actual cotação do banco de Jardim Gonçalves, que hoje terminou a sessão no valor mais elevado desde Março de 2004.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
Acções do BCP em seis meses
O Credit Suisse First Boston (CSFB) subiu o preço-alvo do Banco Comercial Português de 2 para 2,06 euros, um valor que continua abaixo da actual cotação do banco de Jardim Gonçalves, que hoje terminou a sessão no valor mais elevado desde Março de 2004.
Num estudo sobre a banca europeia de hoje, o CSFB explica que a melhoria «modesta» no preço-alvo, reflecte «as menores perdas potenciais no portfolio de participações accionistas do BCP e os créditos fiscais do banco».
O banco de investimento manteve a recomendação de «neutral» para os títulos que BCP [Cot], que hoje terminaram a subir 0,47% para os 2,14 euros, uma cotação que continua acima do novo preço-alvo definido pelo CSFB.
«Os resultados do quarto trimestre comprovam que o ‘outlook’ operacional do BCP está a melhorar», diz o CSFB, que já incorporou esta performance nas suas previsões para o maior banco privado português.
«Contudo, a maior resistência dos itens extraordinários em gerar receitas e o facto de os custos operacionais terem ficado mais elevados que o estimado, levou-nos a reduzir de forma marginal as nossas estimativas de lucros para 2005 e 2006 em 3 e 4%, respectivamente», diz o analista Mariano Colmenar.
Apesar de admitir que o «‘outlook’ operacional do BCP está a melhorar, bem como a sua posição de capital», o CSFB considera que as acções do BCP reagiram de forma exagerada às últimas notícias positivas.
O banco de investimento destaca como positivo o «’turnaround’ nos negócios internacionais do BCP, que devem agora aumentar o seu contributo para os resultados do banco e justificar «os elevados níveis de capital alocados a esses negócios».
O Credit Suisse First Boston (CSFB) subiu o preço-alvo do Banco Comercial Português de 2 para 2,06 euros, um valor que continua abaixo da actual cotação do banco de Jardim Gonçalves, que hoje terminou a sessão no valor mais elevado desde Março de 2004.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
Acções do BCP em seis meses
O Credit Suisse First Boston (CSFB) subiu o preço-alvo do Banco Comercial Português de 2 para 2,06 euros, um valor que continua abaixo da actual cotação do banco de Jardim Gonçalves, que hoje terminou a sessão no valor mais elevado desde Março de 2004.
Num estudo sobre a banca europeia de hoje, o CSFB explica que a melhoria «modesta» no preço-alvo, reflecte «as menores perdas potenciais no portfolio de participações accionistas do BCP e os créditos fiscais do banco».
O banco de investimento manteve a recomendação de «neutral» para os títulos que BCP [Cot], que hoje terminaram a subir 0,47% para os 2,14 euros, uma cotação que continua acima do novo preço-alvo definido pelo CSFB.
«Os resultados do quarto trimestre comprovam que o ‘outlook’ operacional do BCP está a melhorar», diz o CSFB, que já incorporou esta performance nas suas previsões para o maior banco privado português.
«Contudo, a maior resistência dos itens extraordinários em gerar receitas e o facto de os custos operacionais terem ficado mais elevados que o estimado, levou-nos a reduzir de forma marginal as nossas estimativas de lucros para 2005 e 2006 em 3 e 4%, respectivamente», diz o analista Mariano Colmenar.
Apesar de admitir que o «‘outlook’ operacional do BCP está a melhorar, bem como a sua posição de capital», o CSFB considera que as acções do BCP reagiram de forma exagerada às últimas notícias positivas.
O banco de investimento destaca como positivo o «’turnaround’ nos negócios internacionais do BCP, que devem agora aumentar o seu contributo para os resultados do banco e justificar «os elevados níveis de capital alocados a esses negócios».
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Mercado móvel atingirá os 2 mil milhões de utilizadores em 2005
Notícia agenciafinanceira.com
(14/02/05)-(Agência Financeira) O crescimento de assinaturas será mais acentuado nos países em vias de desenvolvimento (incluindo a Ásia e América Latina) onde os telemóveis são simultaneamente uma tecnologia transformacional e um símbolo de status.
Segundo a Deloitte, a voz continuará a ser a principal fonte de receitas e lucros ¿ em média representando mais de 80% do total de receitas; o volume de serviços de voz continuará a crescer com sustentabilidade, devido à facilidade de uso e à descida de preços. A penetração ultrapassará os 100%, à medida que mais clientes fazem segundas assinaturas para uso de dados ou para uso pessoal, os operadores estruturarão os seus planos em consonância e os serviços incluirão comutação automática de linhas, contas de voicemail múltiplas e facturação separada.
«O conteúdo mais apelativo e lucrativo continuará a girar em torno da personalização do telefone, com toques, informações e entretenimento, wallpapers e jogos básicos», acrescenta o estudo.
«Os operadores da rede fixa continuarão a colher os benefícios de uma maior qualidade de voz e fiabilidade em 2005. No entanto, vão ter que enfrentar o desafio de operadores de baixo custo, operadores móveis e Voice over IP (VoIP)», diz a Deloitte o estudo.
Sobre a banda larga a previsão da Deloitte é de que «continuará a proliferar ¿ dinamizada por desenvolvimentos tecnológicos que requerem banda larga ¿ mas a rendibilidade irá declinar.»
«A penetração da banda larga continuará a crescer em 2005, com as ligações de banda larga a ultrapassarem finalmente as «dial-up» em muitos países. Os preços continuarão a descer, originando alterações a nível de clientes, elevando os custos de aquisição e retenção, e reduzindo drasticamente os lucros», conclui.
Alda Martins
Notícia agenciafinanceira.com
(14/02/05)-(Agência Financeira) O crescimento de assinaturas será mais acentuado nos países em vias de desenvolvimento (incluindo a Ásia e América Latina) onde os telemóveis são simultaneamente uma tecnologia transformacional e um símbolo de status.
Segundo a Deloitte, a voz continuará a ser a principal fonte de receitas e lucros ¿ em média representando mais de 80% do total de receitas; o volume de serviços de voz continuará a crescer com sustentabilidade, devido à facilidade de uso e à descida de preços. A penetração ultrapassará os 100%, à medida que mais clientes fazem segundas assinaturas para uso de dados ou para uso pessoal, os operadores estruturarão os seus planos em consonância e os serviços incluirão comutação automática de linhas, contas de voicemail múltiplas e facturação separada.
«O conteúdo mais apelativo e lucrativo continuará a girar em torno da personalização do telefone, com toques, informações e entretenimento, wallpapers e jogos básicos», acrescenta o estudo.
«Os operadores da rede fixa continuarão a colher os benefícios de uma maior qualidade de voz e fiabilidade em 2005. No entanto, vão ter que enfrentar o desafio de operadores de baixo custo, operadores móveis e Voice over IP (VoIP)», diz a Deloitte o estudo.
Sobre a banda larga a previsão da Deloitte é de que «continuará a proliferar ¿ dinamizada por desenvolvimentos tecnológicos que requerem banda larga ¿ mas a rendibilidade irá declinar.»
«A penetração da banda larga continuará a crescer em 2005, com as ligações de banda larga a ultrapassarem finalmente as «dial-up» em muitos países. Os preços continuarão a descer, originando alterações a nível de clientes, elevando os custos de aquisição e retenção, e reduzindo drasticamente os lucros», conclui.
Alda Martins
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Lucro de participada brasileira da Brisa cresce 43% em 2004
Notícia agenciafinanceira.com
(14/02/05)-(Agência Financeira) Contas feitas, a Brisa vai receber 10,8 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício de 2004.
No ano passado, a CCR registou um lucro líquido de 183 milhões de reais (54,7 milhões de euros, ao câmbio actual), refere a Lusa.
O aumento do lucro líquido em 2004 foi resultado da redução do endividamento da empresa depois da valorização do real em relação ao dólar norte-americano, segundo comunicado distribuído pela empresa.
Outro factor que contribuiu com a melhoria do resultado do ano passado foi o aumento do volume de tráfego nas auto-estradas de 7,7% em relação a 2003.
As receitas líquidas da companhia aumentaram 28,4% em 2004 para 437 milhões de euros (1,463 mil milhões de reais), em relação a 2003.
O EBITDA (lucro antes de juros, depreciação e amortização) aumentou 33 por cento para 227 milhões de euros (758 milhões de reais) no período em análise.
A CCR informou igualmente que pretende disputar o concurso público que o governo brasileiro deverá realizar este ano para concessão de cerca de três mil quilómetros de auto-estradas.
O comunicado referiu ainda que a CCR vai atribuir 60,2 milhões de euros (201,5 milhões de reais) em dividendos aos seus accionistas.
Metade desse valor entretanto já foi recebida em 2004 pelos accionistas da CCR, que vai atribuir agora a outra metade, o correspondente a um real por acção.
A portuguesa Brisa receberá no total dessa operação cerca de 10,7 milhões de euros (36 milhões de reais), o equivalente à sua participação de 17,9% no capital da CCR.
Líder do sector no Brasil, a CCR administra actualmente seis concessionárias no país, num total de 1.455 quilómetros de auto-estradas.
Em Outubro de 2004, a CCR anunciou a aquisição da Vioeste, empresa que administra auto-estradas no Estado de São Paulo, por 145,2 milhões de euros (485 milhões de reais).
A CCR já controlava as concessionárias AutoBAn (São Paulo), Nova Dutra (São Paulo - Rio de Janeiro), Rodonorte (Paraná), Ponte Rio Niterói e Via Lagos (Rio de Janeiro).
A CCR tem 28,9% de seu capital no mercado bolsista e o controlo é dividido entre os grupos brasileiros Andrade Gutierrez, Camargo Correa e Serveng-Civilsan e a portuguesa Brisa.
Notícia agenciafinanceira.com
(14/02/05)-(Agência Financeira) Contas feitas, a Brisa vai receber 10,8 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício de 2004.
No ano passado, a CCR registou um lucro líquido de 183 milhões de reais (54,7 milhões de euros, ao câmbio actual), refere a Lusa.
O aumento do lucro líquido em 2004 foi resultado da redução do endividamento da empresa depois da valorização do real em relação ao dólar norte-americano, segundo comunicado distribuído pela empresa.
Outro factor que contribuiu com a melhoria do resultado do ano passado foi o aumento do volume de tráfego nas auto-estradas de 7,7% em relação a 2003.
As receitas líquidas da companhia aumentaram 28,4% em 2004 para 437 milhões de euros (1,463 mil milhões de reais), em relação a 2003.
O EBITDA (lucro antes de juros, depreciação e amortização) aumentou 33 por cento para 227 milhões de euros (758 milhões de reais) no período em análise.
A CCR informou igualmente que pretende disputar o concurso público que o governo brasileiro deverá realizar este ano para concessão de cerca de três mil quilómetros de auto-estradas.
O comunicado referiu ainda que a CCR vai atribuir 60,2 milhões de euros (201,5 milhões de reais) em dividendos aos seus accionistas.
Metade desse valor entretanto já foi recebida em 2004 pelos accionistas da CCR, que vai atribuir agora a outra metade, o correspondente a um real por acção.
A portuguesa Brisa receberá no total dessa operação cerca de 10,7 milhões de euros (36 milhões de reais), o equivalente à sua participação de 17,9% no capital da CCR.
Líder do sector no Brasil, a CCR administra actualmente seis concessionárias no país, num total de 1.455 quilómetros de auto-estradas.
Em Outubro de 2004, a CCR anunciou a aquisição da Vioeste, empresa que administra auto-estradas no Estado de São Paulo, por 145,2 milhões de euros (485 milhões de reais).
A CCR já controlava as concessionárias AutoBAn (São Paulo), Nova Dutra (São Paulo - Rio de Janeiro), Rodonorte (Paraná), Ponte Rio Niterói e Via Lagos (Rio de Janeiro).
A CCR tem 28,9% de seu capital no mercado bolsista e o controlo é dividido entre os grupos brasileiros Andrade Gutierrez, Camargo Correa e Serveng-Civilsan e a portuguesa Brisa.
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Compromisso Portugal desafia partidos a elaborar lista de medidas urgentes
Lusa
O movimento Compromisso Portugal identificou nos programas eleitorais do PS e PSD 20 prioridades comuns aos dois partidos, defendendo que estas sejam integradas numa lista de medidas a aplicar nos primeiros meses de governação pelo partido vencedor.
Entre elas, destacam-se a aposta no crescimento económico, a redução do peso do Estado na economia e do número de funcionários públicos, bem como o combate à fuga e evasão fiscal e a necessidade de fazer convergir os regimes da protecção social da função pública com o regime geral da Segurança Social, referiu hoje Alexandre Relvas, director-geral da Logoplast e um dos gestores que integra o grupo Compromisso Portugal.
Na apresentação pública da apreciação do Compromisso Portugal aos programas eleitorais do PS e PSD, Alexandre Relvas e António Carrapatoso (presidente da Vodafone Portugal) desafiaram hoje os partidos realizar uma lista de decisões "para os primeiros 100 dias".
Tratando-se de medidas "relativamente às quais há coincidência de opiniões" entre os dois partidos, os gestores consideram não existir "razões objectivas para que importantes e urgentes mudanças não sejam apoiadas por ambos", independentemente de quem venha a ganhar as eleições.
"O perfil de Portugal pode mudar" se estas medidas forem tomadas, defendeu Alexandre Relvas.
Carrapatoso e Relvas salientaram que Portugal necessita de "estabilidade política" e de um Governo "com credibilidade" que possa pôr em prática as reformas necessárias ao país, pelo que é "fundamental" a existência de uma "maioria coesa no Parlamento".
Defendendo que esta poderá resultar ou de uma maioria absoluta ou de um acordo para a legislatura, frisaram que a sua existência permitirá que os actos do Governo "melhor sejam julgados" pela opinião pública e pelo sistema político, garantindo assim que os compromissos assumidos nos programas eleitorais são cumpridos.
Lusa
O movimento Compromisso Portugal identificou nos programas eleitorais do PS e PSD 20 prioridades comuns aos dois partidos, defendendo que estas sejam integradas numa lista de medidas a aplicar nos primeiros meses de governação pelo partido vencedor.
Entre elas, destacam-se a aposta no crescimento económico, a redução do peso do Estado na economia e do número de funcionários públicos, bem como o combate à fuga e evasão fiscal e a necessidade de fazer convergir os regimes da protecção social da função pública com o regime geral da Segurança Social, referiu hoje Alexandre Relvas, director-geral da Logoplast e um dos gestores que integra o grupo Compromisso Portugal.
Na apresentação pública da apreciação do Compromisso Portugal aos programas eleitorais do PS e PSD, Alexandre Relvas e António Carrapatoso (presidente da Vodafone Portugal) desafiaram hoje os partidos realizar uma lista de decisões "para os primeiros 100 dias".
Tratando-se de medidas "relativamente às quais há coincidência de opiniões" entre os dois partidos, os gestores consideram não existir "razões objectivas para que importantes e urgentes mudanças não sejam apoiadas por ambos", independentemente de quem venha a ganhar as eleições.
"O perfil de Portugal pode mudar" se estas medidas forem tomadas, defendeu Alexandre Relvas.
Carrapatoso e Relvas salientaram que Portugal necessita de "estabilidade política" e de um Governo "com credibilidade" que possa pôr em prática as reformas necessárias ao país, pelo que é "fundamental" a existência de uma "maioria coesa no Parlamento".
Defendendo que esta poderá resultar ou de uma maioria absoluta ou de um acordo para a legislatura, frisaram que a sua existência permitirá que os actos do Governo "melhor sejam julgados" pela opinião pública e pelo sistema político, garantindo assim que os compromissos assumidos nos programas eleitorais são cumpridos.
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Cajastur e Iberdrola Disputam Liderança na EDP
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
A Cajastur reforçou a sua posição na EDP para continuar à frente da Iberdrola. O parceiro de referência da "eléctrica" portuguesa em Espanha está em fase de expansão
Lurdes Ferreira
De décima em décima, a Cajastur e a Iberdrola têm competido pela liderança do capital espanhol na EDP. Desde há duas semanas que a caixa de poupança das Astúrias tem uma posição accionista (5,75 por cento) ligeiramente superior à da segunda maior eléctrica espanhola (5,7 por cento).
Na sequência do aumento de capital da EDP, em Novembro, foi anunciado que a Cajastur, seu parceiro de referência para Espanha, era também o maior accionista estrangeiro da eléctrica, com 5,64 por cento. Porém, alguns dias depois, a Iberdrola reclamava ser detentora de uma maior posição, de 5,72 por cento, valor que corrigiu no dia seguinte para 5,7 por cento.
A EDP já teve uma parceria com a Iberdrola, que fracassou e denunciou, tendo saído do seu capital. A Iberdrola é também o operador mais agressivo a funcionar na parte liberalizada do mercado eléctrico português.
Em vésperas da assembleia-geral da EDP, o presidente executivo da Hidrocantábrico, Manuel Menéndez, afirmava ao PÚBLICO que "o importante não é ter umas décimas a mais ou menos que nós, mas com que vocação se está presente na empresa". No dia da assembleia, a 31 de Janeiro, a Cajastur anunciou ter elevado a sua posição accionista para 5,75 por cento na EDP.
Na semana passada, o vice-presidente executivo da Iberdrola optou também por relativizar a participação na EDP, dizendo que "continua no congelador até que as circunstâncias aconselhem outra coisa".
A nova aliança entre a EDP e a Cajastur tem como braço estratégico a Hidrocantábrico, a quarta maior eléctrica de Espanha e veículo de expansão da eléctrica portuguesa no país vizinho. Para a Cajastur, por seu lado, a EDP representa a primeira posição accionista fora do mercado doméstico e do seu negócio financeiro.
Expansão das Astúrias
Com sede em Oviedo e com 43 por cento do mercado de poupança asturiano, segundo estimativas da confederação patronal das caixas de poupança (CECA), a Cajastur iniciou há apenas três anos um plano de expansão para fora da província. Com 200 sucursais dentro das Astúrias e 30 no resto do país, dentro de três anos quer ter mais 100, nomeadamente em Madrid, Andaluzia, Levante e Catalunha, nos segmentos que representam o seu principal mercado: PME e doméstico.
A valores de Junho de 2004, estimados pela CECA, os 7300 milhões de euros de activos deram à Cajastur a 21ª posição entre as 46 caixas de poupança em actividade em Espanha, que constituem um pilar do sistema financeiro do país vizinho. No "ranking" liderado pela La Caixa da Catalunha, recentes análises de publicações especializadas atribuem à Cajastur desempenhos positivos.
Segundo a revista "Nuevo Lunes", a caixa asturiana, com uma dimensão média no sector, foi a segunda mais rentável do país em 2003, com um benefício sobre activos (ROE) de 1,46 por cento, tendo sido a primeira no ano seguinte, de acordo com cálculos do jornal "Expansión", com 1,66 por cento. A segunda foi a Caja Ávila, com 1,6 por cento, enquanto a média do sector ficou em 0,82 por cento.
Em termos de lucros, o jornal "Expansión" calculou que, no final do primeiro semestre do ano passado, encontrava-se em 13º lugar, com 46,7 milhões de euros, tendo chegado ao final do ano com 120 mil milhões de euros de resultados positivos.
A Cajastur está enraizada numa das regiões menos ricas de Espanha, em termos de rendimento 'per capita', e que conta com um longo e difícil processo de reconversão industrial. Em 15 anos, passou de 25 mil para cinco mil mineiros e de 26 mil para oito mil trabalhadores siderúrgicos. As tradicionais indústrias mineira e do aço deram agora lugar a uma economia baseada na metalomecânica e no turismo, entre os principais sectores
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
A Cajastur reforçou a sua posição na EDP para continuar à frente da Iberdrola. O parceiro de referência da "eléctrica" portuguesa em Espanha está em fase de expansão
Lurdes Ferreira
De décima em décima, a Cajastur e a Iberdrola têm competido pela liderança do capital espanhol na EDP. Desde há duas semanas que a caixa de poupança das Astúrias tem uma posição accionista (5,75 por cento) ligeiramente superior à da segunda maior eléctrica espanhola (5,7 por cento).
Na sequência do aumento de capital da EDP, em Novembro, foi anunciado que a Cajastur, seu parceiro de referência para Espanha, era também o maior accionista estrangeiro da eléctrica, com 5,64 por cento. Porém, alguns dias depois, a Iberdrola reclamava ser detentora de uma maior posição, de 5,72 por cento, valor que corrigiu no dia seguinte para 5,7 por cento.
A EDP já teve uma parceria com a Iberdrola, que fracassou e denunciou, tendo saído do seu capital. A Iberdrola é também o operador mais agressivo a funcionar na parte liberalizada do mercado eléctrico português.
Em vésperas da assembleia-geral da EDP, o presidente executivo da Hidrocantábrico, Manuel Menéndez, afirmava ao PÚBLICO que "o importante não é ter umas décimas a mais ou menos que nós, mas com que vocação se está presente na empresa". No dia da assembleia, a 31 de Janeiro, a Cajastur anunciou ter elevado a sua posição accionista para 5,75 por cento na EDP.
Na semana passada, o vice-presidente executivo da Iberdrola optou também por relativizar a participação na EDP, dizendo que "continua no congelador até que as circunstâncias aconselhem outra coisa".
A nova aliança entre a EDP e a Cajastur tem como braço estratégico a Hidrocantábrico, a quarta maior eléctrica de Espanha e veículo de expansão da eléctrica portuguesa no país vizinho. Para a Cajastur, por seu lado, a EDP representa a primeira posição accionista fora do mercado doméstico e do seu negócio financeiro.
Expansão das Astúrias
Com sede em Oviedo e com 43 por cento do mercado de poupança asturiano, segundo estimativas da confederação patronal das caixas de poupança (CECA), a Cajastur iniciou há apenas três anos um plano de expansão para fora da província. Com 200 sucursais dentro das Astúrias e 30 no resto do país, dentro de três anos quer ter mais 100, nomeadamente em Madrid, Andaluzia, Levante e Catalunha, nos segmentos que representam o seu principal mercado: PME e doméstico.
A valores de Junho de 2004, estimados pela CECA, os 7300 milhões de euros de activos deram à Cajastur a 21ª posição entre as 46 caixas de poupança em actividade em Espanha, que constituem um pilar do sistema financeiro do país vizinho. No "ranking" liderado pela La Caixa da Catalunha, recentes análises de publicações especializadas atribuem à Cajastur desempenhos positivos.
Segundo a revista "Nuevo Lunes", a caixa asturiana, com uma dimensão média no sector, foi a segunda mais rentável do país em 2003, com um benefício sobre activos (ROE) de 1,46 por cento, tendo sido a primeira no ano seguinte, de acordo com cálculos do jornal "Expansión", com 1,66 por cento. A segunda foi a Caja Ávila, com 1,6 por cento, enquanto a média do sector ficou em 0,82 por cento.
Em termos de lucros, o jornal "Expansión" calculou que, no final do primeiro semestre do ano passado, encontrava-se em 13º lugar, com 46,7 milhões de euros, tendo chegado ao final do ano com 120 mil milhões de euros de resultados positivos.
A Cajastur está enraizada numa das regiões menos ricas de Espanha, em termos de rendimento 'per capita', e que conta com um longo e difícil processo de reconversão industrial. Em 15 anos, passou de 25 mil para cinco mil mineiros e de 26 mil para oito mil trabalhadores siderúrgicos. As tradicionais indústrias mineira e do aço deram agora lugar a uma economia baseada na metalomecânica e no turismo, entre os principais sectores
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Merrill Lynch aconselha investimentos em acções
DE
O banco de investimento Merrill Lynch aconselha o investimento em acções, em detrimento do investimento em obrigações ou instrumentos de maior liquidez, de acordo com a análise de 'research' "Posicionamento Estratégico" de Fevereiro.
"Continuamos a preferir as acções relativamente a obrigações e liquidez", pode ler-se no documento, numa altura em que os preços das obrigações estão perto de máximos de vários meses e num cenário de expectativa de subida das taxas de juro.
Os analistas da Merrill Lynch antecipam que a actividade de fusões e aquisições por motivos de liquidez seja a causa da maior parte das mais-valias accionistas durante 2005.
Perspectivam uma desvalorização no segmento da dívida pública e estão 'neutrais' relativamente ao investimento em obrigações não governamentais.
Com a esperada subida das taxas de juro por parte da Fed e um possível aumento do preço do dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE), as obrigações devem ver os seus preços recuarem.
Os depósitos a prazo ou outros instrumentos de maior liquidez também podem vir a ser prejudicados, já que quem os compre agora pode ser confrontado com melhores rentabilidades nos meses seguintes.
No mercado accionista, a Merrill Lynch favorece o investimento nos EUA, Reino Unido, Japão e Ásia Pacífico e desaconselha o investimento na Europa e nos mercados emergentes.
Alerta para os perigos da valorização do euro contra o dólar e recorda que os indicadores económicos nipónicos apontam para sinanis de melhoria.
Por sectores, as maiores valorizações potenciais são na área da energia, do software de tecnologias de informação e da indústria.
Num prazo mais curto, os analistas da Merrill Lynch entendem que os sectores dos materiais (que inclui minérios) e da banca são "a forma mais viável de aproveitar a recuperação" económica.
Desaconselham a aplicação de poupanças em empresas de serviços públicos e de hardware de tecnologias de informação.
DE
O banco de investimento Merrill Lynch aconselha o investimento em acções, em detrimento do investimento em obrigações ou instrumentos de maior liquidez, de acordo com a análise de 'research' "Posicionamento Estratégico" de Fevereiro.
"Continuamos a preferir as acções relativamente a obrigações e liquidez", pode ler-se no documento, numa altura em que os preços das obrigações estão perto de máximos de vários meses e num cenário de expectativa de subida das taxas de juro.
Os analistas da Merrill Lynch antecipam que a actividade de fusões e aquisições por motivos de liquidez seja a causa da maior parte das mais-valias accionistas durante 2005.
Perspectivam uma desvalorização no segmento da dívida pública e estão 'neutrais' relativamente ao investimento em obrigações não governamentais.
Com a esperada subida das taxas de juro por parte da Fed e um possível aumento do preço do dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE), as obrigações devem ver os seus preços recuarem.
Os depósitos a prazo ou outros instrumentos de maior liquidez também podem vir a ser prejudicados, já que quem os compre agora pode ser confrontado com melhores rentabilidades nos meses seguintes.
No mercado accionista, a Merrill Lynch favorece o investimento nos EUA, Reino Unido, Japão e Ásia Pacífico e desaconselha o investimento na Europa e nos mercados emergentes.
Alerta para os perigos da valorização do euro contra o dólar e recorda que os indicadores económicos nipónicos apontam para sinanis de melhoria.
Por sectores, as maiores valorizações potenciais são na área da energia, do software de tecnologias de informação e da indústria.
Num prazo mais curto, os analistas da Merrill Lynch entendem que os sectores dos materiais (que inclui minérios) e da banca são "a forma mais viável de aproveitar a recuperação" económica.
Desaconselham a aplicação de poupanças em empresas de serviços públicos e de hardware de tecnologias de informação.
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Vocento apresenta proposta para compra da Lusomundo Media
DE
A empresa espanhola Vocento anunciou hoje que apresentou "sozinha" uma proposta para comprar a Lusomundo Media, do grupo Portugal Telecom, embora manifeste interesse em encontrar um parceiro português para o negócio.
"A Vocento confirma que, no último dia para apresentar propostas de aquisição do grupo Lusomundo, formalizou uma, sozinha", refere o grupo, em comunicado.
A empresa acrescenta "o desejo e interesse em abordar, no futuro, esta operação com um sócio português que está ainda por determinar".
A Vocento reitera que "a sua proposta corresponde ao interesse que manifestou no grupo Lusomundo e que assume a proposta de aquisição sozinha na fase actual como prova do seu compromisso e interesse naquele grupo de comunicação".
O prazo para entrega das propostas vinculativas termina hoje.
Sete empresas mostraram-se interessadas na compra da Lusomundo Media, tendo apresentado propostas não vinculativas até ao final de Janeiro.
A Cofina, a Media Capital, a Sonaecom, a Olivedesportos e os espanhóis da Vocento e da Prisa, e o consórcio João Pereira Coutinho/Recoletos foram as empresas que entraram na corrida.
A PT Multimédia anunciou, no final da semana passada, que cinco entidades tinham recebido informação adicional sobre a empresa de media do grupo, que lhes permitia passar à fase seguinte do concurso.
João Pereira Coutino confirmou à agência Lusa que foi excluído da segunda fase do concurso, alegadamente por a sua proposta não ter sido considerada financeiramente vantajosa.
O empresário reitera, no entanto, o interesse na empresa de media da PT e acredita que o "processo está parado, mas não fechado".
A Lusomundo Media tem três jornais generalistas diários, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e 24 Horas, a rádio TSF, além de revistas especializadas, como a Grande Reportagem e a Volta ao Mundo.
DE
A empresa espanhola Vocento anunciou hoje que apresentou "sozinha" uma proposta para comprar a Lusomundo Media, do grupo Portugal Telecom, embora manifeste interesse em encontrar um parceiro português para o negócio.
"A Vocento confirma que, no último dia para apresentar propostas de aquisição do grupo Lusomundo, formalizou uma, sozinha", refere o grupo, em comunicado.
A empresa acrescenta "o desejo e interesse em abordar, no futuro, esta operação com um sócio português que está ainda por determinar".
A Vocento reitera que "a sua proposta corresponde ao interesse que manifestou no grupo Lusomundo e que assume a proposta de aquisição sozinha na fase actual como prova do seu compromisso e interesse naquele grupo de comunicação".
O prazo para entrega das propostas vinculativas termina hoje.
Sete empresas mostraram-se interessadas na compra da Lusomundo Media, tendo apresentado propostas não vinculativas até ao final de Janeiro.
A Cofina, a Media Capital, a Sonaecom, a Olivedesportos e os espanhóis da Vocento e da Prisa, e o consórcio João Pereira Coutinho/Recoletos foram as empresas que entraram na corrida.
A PT Multimédia anunciou, no final da semana passada, que cinco entidades tinham recebido informação adicional sobre a empresa de media do grupo, que lhes permitia passar à fase seguinte do concurso.
João Pereira Coutino confirmou à agência Lusa que foi excluído da segunda fase do concurso, alegadamente por a sua proposta não ter sido considerada financeiramente vantajosa.
O empresário reitera, no entanto, o interesse na empresa de media da PT e acredita que o "processo está parado, mas não fechado".
A Lusomundo Media tem três jornais generalistas diários, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e 24 Horas, a rádio TSF, além de revistas especializadas, como a Grande Reportagem e a Volta ao Mundo.
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Wall Street fecha sem tendência definida
DE
Os mercados norte-americanos fecharam hoje sem tendência definida, com a Apple a suportar o Nasdaq e o American International Group a arrastar o Dow Jones.
Assim, o Nasdaq Composite fechou a subir 0,3% para 2.082,91 pontos, depois de ter fechado na sexta-feira a ganhar 1,15% para 2.076,66 pontos.
O Dow Jones Industrial Average terminou o dia a perder ligeiros 0,05% para 10.791,13 pontos, após ter encerrado a subir 0,43% para 10.796,31 pontos, na sessão anterior.
Numa sessão sem quaisquer indicadores, os investidores voltaram a concentrar-se nas empresas.
O Nasdaq foi suportado pelo sector tecnológico, com a Apple à cabeça, depois de a casa de investimento UBS ter subido as previsões de ganhos e o preço-alvo sobre o fabricante do leitor de música iPod.
O Dow Jones foi arrastado pelo sector segurador, depois de o maior grupo dessa área, o American International Group, ter recebido citações para uma investigação, da parte da Securities and Exchange Comission, regulador do mercado bolsista, e de Eliot Spitzer, procurador-geral de Nova Iorque.
Na terça-feira, os investidores estarão atentos à divulgação de vários indicadores e aos resultados da Applied Materials.
DE
Os mercados norte-americanos fecharam hoje sem tendência definida, com a Apple a suportar o Nasdaq e o American International Group a arrastar o Dow Jones.
Assim, o Nasdaq Composite fechou a subir 0,3% para 2.082,91 pontos, depois de ter fechado na sexta-feira a ganhar 1,15% para 2.076,66 pontos.
O Dow Jones Industrial Average terminou o dia a perder ligeiros 0,05% para 10.791,13 pontos, após ter encerrado a subir 0,43% para 10.796,31 pontos, na sessão anterior.
Numa sessão sem quaisquer indicadores, os investidores voltaram a concentrar-se nas empresas.
O Nasdaq foi suportado pelo sector tecnológico, com a Apple à cabeça, depois de a casa de investimento UBS ter subido as previsões de ganhos e o preço-alvo sobre o fabricante do leitor de música iPod.
O Dow Jones foi arrastado pelo sector segurador, depois de o maior grupo dessa área, o American International Group, ter recebido citações para uma investigação, da parte da Securities and Exchange Comission, regulador do mercado bolsista, e de Eliot Spitzer, procurador-geral de Nova Iorque.
Na terça-feira, os investidores estarão atentos à divulgação de vários indicadores e aos resultados da Applied Materials.
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PT em alta mas com avaliações negativas
Helena Garrido, António Costa e Vasco Noronha
A Portugal Telecom está no grupo das dez maiores valorizações europeias nas telecomunicações.
O seu desempenho bolsistasupera o índice do sector e é melhor que o registado pela sua rival Telefónica. O título da maior empresa de telecomunicações portuguesa subiu 5,7% desde o início do ano, tendo sido determinante, a par do BCP, para os máximos de quatro anos atingidos pelo PSI 20. Este bom desempenho da PT está, contudo, a ser acompanhado por recomendações pouco favoráveis de algumas casas de investimento. Morgan Stanley, Deutsche Bank e Citi Group pronuniciaram-se desfavoravelmente sobre o título, apoiadas fundamentalmente na expectativa de resultados, relativos ao quarto trimestre de 2004, pouco animadores. A PT parece, contudo, indiferente às recomedações. A perspectiva de concretização do negócio da Lusomundo pode ser uma das razões para este bom desempenho do título PT, ainda que não seja claro o que vai acontecer, nem sequer se de facto a parte de media vai ser vendida. Estando as grandes casas de investimento a reajustar em baixa as suas recomendações para a PT e não existindo outra racionalidade para esta alta do título, resta a explicação da irracionalidade que marca, por vezes, o curto prazo. Helena Garrido
Helena Garrido, António Costa e Vasco Noronha
A Portugal Telecom está no grupo das dez maiores valorizações europeias nas telecomunicações.
O seu desempenho bolsistasupera o índice do sector e é melhor que o registado pela sua rival Telefónica. O título da maior empresa de telecomunicações portuguesa subiu 5,7% desde o início do ano, tendo sido determinante, a par do BCP, para os máximos de quatro anos atingidos pelo PSI 20. Este bom desempenho da PT está, contudo, a ser acompanhado por recomendações pouco favoráveis de algumas casas de investimento. Morgan Stanley, Deutsche Bank e Citi Group pronuniciaram-se desfavoravelmente sobre o título, apoiadas fundamentalmente na expectativa de resultados, relativos ao quarto trimestre de 2004, pouco animadores. A PT parece, contudo, indiferente às recomedações. A perspectiva de concretização do negócio da Lusomundo pode ser uma das razões para este bom desempenho do título PT, ainda que não seja claro o que vai acontecer, nem sequer se de facto a parte de media vai ser vendida. Estando as grandes casas de investimento a reajustar em baixa as suas recomendações para a PT e não existindo outra racionalidade para esta alta do título, resta a explicação da irracionalidade que marca, por vezes, o curto prazo. Helena Garrido
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O regresso das fusões
Pedro Marques Pereira
As fusões e aquisições parecem ter regressado à ordem do dia.
A nível internacional, o ano não podia estar a correr melhor para os bancos de investimento que montam estas operações já que, tal como em Portugal, este início de ano foi o mais produtivo desde 2000. As operações anunciadas no mercado norte-americano em Janeiro totalizaram 150 mil milhões de dólares, segundo dados da agência Bloomberg. A aquisição da Gillette pela Procter & Gamble, por 57 mil milhões de dólares, uma das operações anunciadas em Janeiro, será a 15ª maior aquisição de sempre.
Em Portugal, a onda arrancou no ano passado, em que ocorreram algumas das maiores aquisições de que há memória, como a compra da Portucel pela Semapa, ou o aumento de posição da EDP na Hidroeletrica del Cantabrico, que já controlava em Espanha. Embora não tenha ainda havido nenhum anúncio espectacular no nosso País desde o final de Dezembro, o ritmo de aquisições - como se aborda no jornal de hoje - está já ao nível de 2000, o ano em que estalou a crise mas em que, apesar de tudo, as fusões e aquisições, sobretudo de empresas ligadas às novas tecnologias, ainda estava na moda. E está já bem adiantada a venda da Lusomundo Media que, tudo indica, deverá ficar concluída nas próximas semanas.
O regresso desta moda, retratado na penúltima edição da revista The Economist, é mais um sinal de retoma. Significa que a prioridade das empresas deixou de ser o controle de custos e que muitas já começam a preocupar-se mais com as oportunidades de crescimento. É um bom sinal para o mercado, sobretudo porque após a razia dos últimos anos, em que a moda se revelou bastante cara, só arrisca o seu dinheiro quem está seguro de conseguir obter um bom retorno das suas apostas. Os investidores, a julgar pela recuperação recente da Bolsa, também acreditam que a fase ascendente do ciclo económico está a iniciar-se - embora a um ritmo lento.
Apesar destes dados, é prematuro entrar em euforias. Até porque a retoma económica ainda não chegou aos bolsos das familias. Se é um facto que muitas empresas estão preparadas para voltar a investir, a verdade é que a maioria dos consumidores ainda não está em condições de consumir. E esse é um factor decisivo para que os ganhos resultantes das fusões e aquisições se materializem.
pmpereira@economicasgps.com
Pedro Marques Pereira
As fusões e aquisições parecem ter regressado à ordem do dia.
A nível internacional, o ano não podia estar a correr melhor para os bancos de investimento que montam estas operações já que, tal como em Portugal, este início de ano foi o mais produtivo desde 2000. As operações anunciadas no mercado norte-americano em Janeiro totalizaram 150 mil milhões de dólares, segundo dados da agência Bloomberg. A aquisição da Gillette pela Procter & Gamble, por 57 mil milhões de dólares, uma das operações anunciadas em Janeiro, será a 15ª maior aquisição de sempre.
Em Portugal, a onda arrancou no ano passado, em que ocorreram algumas das maiores aquisições de que há memória, como a compra da Portucel pela Semapa, ou o aumento de posição da EDP na Hidroeletrica del Cantabrico, que já controlava em Espanha. Embora não tenha ainda havido nenhum anúncio espectacular no nosso País desde o final de Dezembro, o ritmo de aquisições - como se aborda no jornal de hoje - está já ao nível de 2000, o ano em que estalou a crise mas em que, apesar de tudo, as fusões e aquisições, sobretudo de empresas ligadas às novas tecnologias, ainda estava na moda. E está já bem adiantada a venda da Lusomundo Media que, tudo indica, deverá ficar concluída nas próximas semanas.
O regresso desta moda, retratado na penúltima edição da revista The Economist, é mais um sinal de retoma. Significa que a prioridade das empresas deixou de ser o controle de custos e que muitas já começam a preocupar-se mais com as oportunidades de crescimento. É um bom sinal para o mercado, sobretudo porque após a razia dos últimos anos, em que a moda se revelou bastante cara, só arrisca o seu dinheiro quem está seguro de conseguir obter um bom retorno das suas apostas. Os investidores, a julgar pela recuperação recente da Bolsa, também acreditam que a fase ascendente do ciclo económico está a iniciar-se - embora a um ritmo lento.
Apesar destes dados, é prematuro entrar em euforias. Até porque a retoma económica ainda não chegou aos bolsos das familias. Se é um facto que muitas empresas estão preparadas para voltar a investir, a verdade é que a maioria dos consumidores ainda não está em condições de consumir. E esse é um factor decisivo para que os ganhos resultantes das fusões e aquisições se materializem.
pmpereira@economicasgps.com
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HP põe empresas de cabeça no ar
Afonso Vaz Pinto em Bristol*
A ideia do Adaptive Enterprise resume-se, segulndo Nora Denzel, em “sincronizar para capitalizar”.
Quando a Hewlett-Packard (HP) lançou a ideia de ‘Capacity On Demand’ ainda na década de 90, poucos poderiam prever como este conceito seria importante no futuro não muito distante da indústria tecnológica. A economia encontrava-se em ciclo ascendente, o horizonte da Nova Economia lançava toques de Midas um pouco por todos os sectores e os gestores não hesitavam na hora de investir em tecnologias de informação (TI). Vários anos e o rebentamento de uma ‘bolha’ depois, o conceito foi rebaptizado de Adaptive Enterprise e encontrou na reestruturação profunda da gestão dos sistemas de informação nas empresas o melhor ponto de partida.
Não se trata de uma novidade, portanto, nem sequer de uma estratégia unilateral da HP - uma vez que companhias que operam no mesmo ambiente, como a IBM ou a Oracle, anunciaram soluções semelhantes sob designações diferenciadas. Foi isto que Carlos Leite, director da unidade de negócios de servidores e sistemas de armazenamento da HP Portugal, explicou ao Diário Económico: “são apenas nomenclaturas para uma oferta que visa a virtualização, a simplificação e a standardização das plataformas de servidores”. O responsável define a estratégia Adaptive Enterprise como “o alinhamento optimizado entre os sistemas de informação e o negócio”, referindo a importância de capitalizar na mudança, perante o imponderável (que pode surgir de alterações da conjuntura interna ou externa dos negócios).
Este conceito é, neste sentido, uma das apostas mais vincadas da HP nos últimos dois anos, o que justifica um investimento substancial na inovação, investigação e desenvolvimento. Um dos melhores exemplos desta (aposta) encontra-se nos laboratórios de pesquisa que a HP instalou em Bristol, Inglaterra, aos quais trouxe vários especialistas de Palo Alto para uma série de apresentações, durante a semana passada.
O Adaptive Enterprise surge assim da constatação que o mundo das TI está cada vez mais complexo e de que as empresas precisam cada vez mais de enfrentar as dificuldades que daí surgem. Para a HP, as empresas estão mesmo cada vez menos interessadas nesta complexidade, esteja ela relacionada com a velocidade dos processadores, com o design da sua ‘network’ ou com a quantidade de impressoras de que precisam para o seu volume de trabalho.
Nora Denzel, vice-presidente sénior e directora geral da divisão Adaptive Enterprise da HP, explicou em Bristol a estratégia que se apoia em quatro pilares “Digital, Móvel, Pessoal e Virtual” é uma “aposta na simplicidade”. A responsável explica ainda que a estratégia da empresa assenta na importância crescente dos sistemas de informação e que “nós acreditamos que o futuro está nas bases de dados”.
Esta estratégia, desenhada a pensar nas necessidades actuais do segmento empresarial, resume-se para Nora Denzel na ideia de que é necessário “integrar o negócio das empresas e os seus sistemas de TI”. “É sincronizar para capitalizar” adianta esta responsável norte-americana. Nora Denzel garante ainda que a HP é a única no mercado a fazer “comunicação horizontal”. No fundo, o que a HP oferece em termos de serviço é o ‘outsourcing’ de tudo que se relaciona com os sistemas de informação da empresa.
Virtualizar para capitalizar
A aposta estratégica da HP na ‘virtualização’ procura aumentar assim a possibilidade de partilha de centros de dados entre diversas aplicações. Para as empresas não interessará se os seus dados estão alojados num servidor algures na sede da HP, se estão algures na Internet ou na China. Só através da virtualização, no entender do gigante da informática, é que se poderá aumentar a performance e justificar o investimento que as empresas fazem em TI.
A HP espera desta forma quebrar a ligação que existe entre os centros de base de dados ‘físicos’ e aquilo que os clientes pensam que estão a usar. Esta estratégia vem, aliás, na linha que a empresa tem defendido já há alguns anos com o on-demand.
Significa portanto que os clientes poderão reduzir ou aumentar em segundos as necessidades de recursos disponíveis para fazerem correr os seus sistemas de TI. Esta solução evita, segundo a HP, os transtornos, e até os custos, que uma alteração física nas bases de dados implica.
Rich Friedrich, director do laboratório de sistemas de Internet e armazenamento da HP, recorda os problemas que se levantavam no passado: “lembro-me que há uns anos levávamos três meses a passar as firewalls, o que agora se faz em minutos”.
Segundo Friedrich é mesmo determinante que se entre pela via da virtualização e defende que “sem isto é difícil manter serviços”. “O que nós queremos é deitar abaixo obstáculos”, defende.
Sempre a segurança
Uma das preocupações incontornáveis quanto às soluções virtuais que a HP propõe prende-se com a segurança. Um aspecto que inquieta cada vez mais os gestores de topo que têm a seu cargo sistemas. Segundo Martin Sadler, responsável do Trusted Systems Laboratory, sedeado em Bristol, “os clientes estão interessados em saber até que ponto a Internet é segura” e de como será possível “proteger as empresas de ameaças tanto internas como esternas” aos seus sistemas de informação.
*O jornalista viajou a convite da empresa
Afonso Vaz Pinto em Bristol*
A ideia do Adaptive Enterprise resume-se, segulndo Nora Denzel, em “sincronizar para capitalizar”.
Quando a Hewlett-Packard (HP) lançou a ideia de ‘Capacity On Demand’ ainda na década de 90, poucos poderiam prever como este conceito seria importante no futuro não muito distante da indústria tecnológica. A economia encontrava-se em ciclo ascendente, o horizonte da Nova Economia lançava toques de Midas um pouco por todos os sectores e os gestores não hesitavam na hora de investir em tecnologias de informação (TI). Vários anos e o rebentamento de uma ‘bolha’ depois, o conceito foi rebaptizado de Adaptive Enterprise e encontrou na reestruturação profunda da gestão dos sistemas de informação nas empresas o melhor ponto de partida.
Não se trata de uma novidade, portanto, nem sequer de uma estratégia unilateral da HP - uma vez que companhias que operam no mesmo ambiente, como a IBM ou a Oracle, anunciaram soluções semelhantes sob designações diferenciadas. Foi isto que Carlos Leite, director da unidade de negócios de servidores e sistemas de armazenamento da HP Portugal, explicou ao Diário Económico: “são apenas nomenclaturas para uma oferta que visa a virtualização, a simplificação e a standardização das plataformas de servidores”. O responsável define a estratégia Adaptive Enterprise como “o alinhamento optimizado entre os sistemas de informação e o negócio”, referindo a importância de capitalizar na mudança, perante o imponderável (que pode surgir de alterações da conjuntura interna ou externa dos negócios).
Este conceito é, neste sentido, uma das apostas mais vincadas da HP nos últimos dois anos, o que justifica um investimento substancial na inovação, investigação e desenvolvimento. Um dos melhores exemplos desta (aposta) encontra-se nos laboratórios de pesquisa que a HP instalou em Bristol, Inglaterra, aos quais trouxe vários especialistas de Palo Alto para uma série de apresentações, durante a semana passada.
O Adaptive Enterprise surge assim da constatação que o mundo das TI está cada vez mais complexo e de que as empresas precisam cada vez mais de enfrentar as dificuldades que daí surgem. Para a HP, as empresas estão mesmo cada vez menos interessadas nesta complexidade, esteja ela relacionada com a velocidade dos processadores, com o design da sua ‘network’ ou com a quantidade de impressoras de que precisam para o seu volume de trabalho.
Nora Denzel, vice-presidente sénior e directora geral da divisão Adaptive Enterprise da HP, explicou em Bristol a estratégia que se apoia em quatro pilares “Digital, Móvel, Pessoal e Virtual” é uma “aposta na simplicidade”. A responsável explica ainda que a estratégia da empresa assenta na importância crescente dos sistemas de informação e que “nós acreditamos que o futuro está nas bases de dados”.
Esta estratégia, desenhada a pensar nas necessidades actuais do segmento empresarial, resume-se para Nora Denzel na ideia de que é necessário “integrar o negócio das empresas e os seus sistemas de TI”. “É sincronizar para capitalizar” adianta esta responsável norte-americana. Nora Denzel garante ainda que a HP é a única no mercado a fazer “comunicação horizontal”. No fundo, o que a HP oferece em termos de serviço é o ‘outsourcing’ de tudo que se relaciona com os sistemas de informação da empresa.
Virtualizar para capitalizar
A aposta estratégica da HP na ‘virtualização’ procura aumentar assim a possibilidade de partilha de centros de dados entre diversas aplicações. Para as empresas não interessará se os seus dados estão alojados num servidor algures na sede da HP, se estão algures na Internet ou na China. Só através da virtualização, no entender do gigante da informática, é que se poderá aumentar a performance e justificar o investimento que as empresas fazem em TI.
A HP espera desta forma quebrar a ligação que existe entre os centros de base de dados ‘físicos’ e aquilo que os clientes pensam que estão a usar. Esta estratégia vem, aliás, na linha que a empresa tem defendido já há alguns anos com o on-demand.
Significa portanto que os clientes poderão reduzir ou aumentar em segundos as necessidades de recursos disponíveis para fazerem correr os seus sistemas de TI. Esta solução evita, segundo a HP, os transtornos, e até os custos, que uma alteração física nas bases de dados implica.
Rich Friedrich, director do laboratório de sistemas de Internet e armazenamento da HP, recorda os problemas que se levantavam no passado: “lembro-me que há uns anos levávamos três meses a passar as firewalls, o que agora se faz em minutos”.
Segundo Friedrich é mesmo determinante que se entre pela via da virtualização e defende que “sem isto é difícil manter serviços”. “O que nós queremos é deitar abaixo obstáculos”, defende.
Sempre a segurança
Uma das preocupações incontornáveis quanto às soluções virtuais que a HP propõe prende-se com a segurança. Um aspecto que inquieta cada vez mais os gestores de topo que têm a seu cargo sistemas. Segundo Martin Sadler, responsável do Trusted Systems Laboratory, sedeado em Bristol, “os clientes estão interessados em saber até que ponto a Internet é segura” e de como será possível “proteger as empresas de ameaças tanto internas como esternas” aos seus sistemas de informação.
*O jornalista viajou a convite da empresa
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A aventura da Alcatel no mundo da telefonia IP
Ana Rita Guerra em Paris*
O Enterprise Forum 2005 celebrou a aposta definitiva da companhia francesa na telefonia IP centrada no utilizador.
Sob o lema ‘Be Unlimited’, a fabricante de equipamentos de telecomunicações francesa reuniu cerca de oito mil participantes em Paris, na décima quinta edição do Alcatel Enterprise Forum. Convergência (infra-estrutura), aplicações (integração) e serviços (gestão) foram apresentadas como as três grandes estratégias de futuro da companhia, ao mesmo tempo que a telefonia IP centrada no utilizador dominou todas as atenções.
“A experiência do utilizador é agora o factor mais importante de diferenciação”, justificou Serge Tchuruk, administrador-delegado da Alcatel, durante o discurso de abertura do evento. A expressão “user-centric” foi mesmo uma das mais repetidas durante os três dias de conferência, que decorreu no Palácio de Congressos de Paris entre 8 e 10 de Fevereiro, com Tchuruk a reiterar que “a nossa visão na Alcatel é de serviços orientados ao utilizador”.
A aposta da companhia vai, assim, ao encontro das alterações que a indústria das telecomunicações tem vindo a sofrer nos últimos anos, segundo a visão dos seus executivos. Até ao momento, referiu Tchuruk, o negócio das fabricantes e operadoras é essencialmente impulsionado pela utilização de voz e dados, pelo alto valor da mobilidade e pelo decréscimo do preço da largura de banda. No entanto, as disrupções tecnológicas operadas durante a última década criaram condições para uma mudança de direcção - em especial a queda do custo da distância e o aparecimento em força da gestão de redes em Interne Protocol (IP).
O que o administrador-delegado da Alcatel prevê para o futuro é uma mudança nos factores que influenciam a indústria, passando-se de um enfoque na tecnologia para a concentração nos serviços, com o preço a representar um factor fundamental de concorrência. “O nosso futuro reside na convergência de serviços”, assegurou Tchuruk, falando da aproximação entre diferentes meios, entre fixo e móvel, interoperabilidade de serviços e a dissipação de fronteiras entre as comunicações e os sistemas de informação de uma empresa.
E trata-se de “um mundo onde o consumidor é que escolhe” e as empresas pretendem “ferramentas de comunicação e produtividade disponíveis a qualquer hora, em qualquer lugar”. Acima de tudo, acredita a Alcatel, os clientes querem simplicidade - e a rede é o elemento por excelência onde é possível orquestrar simplicidade, personalização, autenticação e sincronização. “Estamos hoje a entrar naquilo que chamamos a terceira fase do crescimento da nossa indústria”, apontou ainda Tchuruk, que saudou o regresso da empresa aos lucros em 2004 e o facto de o segmento Enterprise ser hoje o de recrudescimento mais rápido na fabricante.
O que há de novo
Além de se apresentar com uma estratégia e visão renovadas, a Alcatel aproveitou o Enterprise Forum 2005 para colocar em montra o que traz na manga para a tão falada convergência das comunicações, ou seja, o que tem feito no mundo da telefonia IP. Na verdade, a aposta da empresa neste tipo de soluções nem é nova, mas esteve mais ou menos na sombra durante os últimos cinco anos.
Em termos de lançamentos, os equipamentos IP Touch estiveram em grande plano, com demonstrações ‘in loco’ de funcionalidades como a video-chamada, numa estratégia mais ampla que a Alcatel denomina de ‘comunicações unificadas’. Um dos pontos mais focados foi ainda o facto de os terminais suportarem tanto IP como TDM, o que é uma vantagem competitiva do ponto de vista de Jean-Christophe Giraux, presidente da Alcatel Enterprise. O responsável, que em conferência de imprensa referiu que “a convergência tem sido uma ‘buzzword’ na indústria há já algum tempo”, ressaltou que a Alcatel defende uma “evolução” em vez de “revolução”. Sem nunca nomear os concorrentes directos Cisco e Siemens, Giraux sublinhou que a fabricante francesa não pretende obrigar os seus clientes a uma migração integral e dispendiosa para a telefonia IP.
O que é a telefonia IP
A voz sobre IP (VoIP) não resume todo o potencial de convergência, mas foi o chavão mais utilizado desde que se começou a falar em transportar voz e dados na mesma plataforma. Ou seja, deixando de existir diferenciação entre ambas, o que a rede comuta são pacotes de informação indistintos. Isto significa vantagens como redução de custos ou centralização das comunicações.
Uma visão nacional
Presente na já institucionalizada conferência parisiense, o responsável português Paulo Costa transmitiu a ideia de que “é muito importante para a nossa estratégia de mercado a gama de terminais IP”, referindo que estes equipamentos são a interface visível para o utilizador, representando “uma mudança de paradigma em termos de terminais” que assim vai ao encontro da anunciada integração de voz na rede.
Segundo o gestor, a diferenciação da Alcatel em relação aos concorrentes directos em Portugal parte de dois factores essenciais: por um lado, a empresa possui uma base instalada significativa, construida ao longo dos anos noventa no segmento de servidores de comunicações (principalmente na banca e administração pública). “A nossa estratégia assenta na protecção desta base instalada contra as investidas da concorrência”, explicou. Por outro lado, admitindo a inevitabilidade da massificação da telefonia IP, a companhia acredita poder oferecer aos clientes uma migração “muito mais atraente que quaisquer outros”. Com a divisão Enterprise a crescer a bom ritmo na subsidiária nacional, Paulo Costa referiu que o objectivo de recrudescimento nesta área em 2005 ronda os 15%. Além do sector financeiro, ‘early adopter’ por excelência, o responsável explicou que o grande potencial do momento se encontra no ‘mid market’ (empresas com cerca de 100 colaboradores).
*a jornalista viajou a convite da empresa.
Ana Rita Guerra em Paris*
O Enterprise Forum 2005 celebrou a aposta definitiva da companhia francesa na telefonia IP centrada no utilizador.
Sob o lema ‘Be Unlimited’, a fabricante de equipamentos de telecomunicações francesa reuniu cerca de oito mil participantes em Paris, na décima quinta edição do Alcatel Enterprise Forum. Convergência (infra-estrutura), aplicações (integração) e serviços (gestão) foram apresentadas como as três grandes estratégias de futuro da companhia, ao mesmo tempo que a telefonia IP centrada no utilizador dominou todas as atenções.
“A experiência do utilizador é agora o factor mais importante de diferenciação”, justificou Serge Tchuruk, administrador-delegado da Alcatel, durante o discurso de abertura do evento. A expressão “user-centric” foi mesmo uma das mais repetidas durante os três dias de conferência, que decorreu no Palácio de Congressos de Paris entre 8 e 10 de Fevereiro, com Tchuruk a reiterar que “a nossa visão na Alcatel é de serviços orientados ao utilizador”.
A aposta da companhia vai, assim, ao encontro das alterações que a indústria das telecomunicações tem vindo a sofrer nos últimos anos, segundo a visão dos seus executivos. Até ao momento, referiu Tchuruk, o negócio das fabricantes e operadoras é essencialmente impulsionado pela utilização de voz e dados, pelo alto valor da mobilidade e pelo decréscimo do preço da largura de banda. No entanto, as disrupções tecnológicas operadas durante a última década criaram condições para uma mudança de direcção - em especial a queda do custo da distância e o aparecimento em força da gestão de redes em Interne Protocol (IP).
O que o administrador-delegado da Alcatel prevê para o futuro é uma mudança nos factores que influenciam a indústria, passando-se de um enfoque na tecnologia para a concentração nos serviços, com o preço a representar um factor fundamental de concorrência. “O nosso futuro reside na convergência de serviços”, assegurou Tchuruk, falando da aproximação entre diferentes meios, entre fixo e móvel, interoperabilidade de serviços e a dissipação de fronteiras entre as comunicações e os sistemas de informação de uma empresa.
E trata-se de “um mundo onde o consumidor é que escolhe” e as empresas pretendem “ferramentas de comunicação e produtividade disponíveis a qualquer hora, em qualquer lugar”. Acima de tudo, acredita a Alcatel, os clientes querem simplicidade - e a rede é o elemento por excelência onde é possível orquestrar simplicidade, personalização, autenticação e sincronização. “Estamos hoje a entrar naquilo que chamamos a terceira fase do crescimento da nossa indústria”, apontou ainda Tchuruk, que saudou o regresso da empresa aos lucros em 2004 e o facto de o segmento Enterprise ser hoje o de recrudescimento mais rápido na fabricante.
O que há de novo
Além de se apresentar com uma estratégia e visão renovadas, a Alcatel aproveitou o Enterprise Forum 2005 para colocar em montra o que traz na manga para a tão falada convergência das comunicações, ou seja, o que tem feito no mundo da telefonia IP. Na verdade, a aposta da empresa neste tipo de soluções nem é nova, mas esteve mais ou menos na sombra durante os últimos cinco anos.
Em termos de lançamentos, os equipamentos IP Touch estiveram em grande plano, com demonstrações ‘in loco’ de funcionalidades como a video-chamada, numa estratégia mais ampla que a Alcatel denomina de ‘comunicações unificadas’. Um dos pontos mais focados foi ainda o facto de os terminais suportarem tanto IP como TDM, o que é uma vantagem competitiva do ponto de vista de Jean-Christophe Giraux, presidente da Alcatel Enterprise. O responsável, que em conferência de imprensa referiu que “a convergência tem sido uma ‘buzzword’ na indústria há já algum tempo”, ressaltou que a Alcatel defende uma “evolução” em vez de “revolução”. Sem nunca nomear os concorrentes directos Cisco e Siemens, Giraux sublinhou que a fabricante francesa não pretende obrigar os seus clientes a uma migração integral e dispendiosa para a telefonia IP.
O que é a telefonia IP
A voz sobre IP (VoIP) não resume todo o potencial de convergência, mas foi o chavão mais utilizado desde que se começou a falar em transportar voz e dados na mesma plataforma. Ou seja, deixando de existir diferenciação entre ambas, o que a rede comuta são pacotes de informação indistintos. Isto significa vantagens como redução de custos ou centralização das comunicações.
Uma visão nacional
Presente na já institucionalizada conferência parisiense, o responsável português Paulo Costa transmitiu a ideia de que “é muito importante para a nossa estratégia de mercado a gama de terminais IP”, referindo que estes equipamentos são a interface visível para o utilizador, representando “uma mudança de paradigma em termos de terminais” que assim vai ao encontro da anunciada integração de voz na rede.
Segundo o gestor, a diferenciação da Alcatel em relação aos concorrentes directos em Portugal parte de dois factores essenciais: por um lado, a empresa possui uma base instalada significativa, construida ao longo dos anos noventa no segmento de servidores de comunicações (principalmente na banca e administração pública). “A nossa estratégia assenta na protecção desta base instalada contra as investidas da concorrência”, explicou. Por outro lado, admitindo a inevitabilidade da massificação da telefonia IP, a companhia acredita poder oferecer aos clientes uma migração “muito mais atraente que quaisquer outros”. Com a divisão Enterprise a crescer a bom ritmo na subsidiária nacional, Paulo Costa referiu que o objectivo de recrudescimento nesta área em 2005 ronda os 15%. Além do sector financeiro, ‘early adopter’ por excelência, o responsável explicou que o grande potencial do momento se encontra no ‘mid market’ (empresas com cerca de 100 colaboradores).
*a jornalista viajou a convite da empresa.
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Tecnologias
Optimus dá Acesso Directo ao correio electrónico
Ana Rita Guerra
Com terminais Qtek e Windows Mobile 2003, o serviço promete revolucionar o e-mail a partir do telemóvel.
Um serviço que representa o “verdadeiro” acesso ao e-mail através do telemóvel, assim foi caracterizado o lançamento do novíssimo Acesso Directo, que a Optimus passou a disponibilizar no final da semana passada. De acordo com a operadora de telecomunicações móveis, que defende o pioneirismo do serviço em Portugal e na Europa, o objectivo será angariar perto de cinco mil clientes num prazo de quatro a seis meses. As premissas são muito simples: ser cliente da Optimus, possuir um terminal móvel com software Microsoft Windows Mobile e, no segmento empresarial, ter instalado o Microsoft Exchange 2003.
Segundo Paulo Simões, director dos serviços empresariais de dados da operadora (um segmento que representa 11% do volume total), o alvo concentra-se nos clientes empresariais e nos particulares com perfil ‘high user’(ou seja, os aficionados por novas tecnologias). Estes são os segmentos em que a importância do correio electrónico é mais visível, explicou o responsável, e a expectativa da Optimus é de que o e-mail seja o motor do crescimento do mercado de ‘messaging’ P2P (peer-to-peer) nos próximos anos.
Os dados revelados na conferência de imprensa apontam para ritmos de recrudescimento anual na ordem dos 30% a 40% até 2007, ano em que o mercado de ‘messaging’ P2P deverá valer 24 mil milhões de euros só na Europa Ocidental. E se actualmente este mercado é dominado pelo envio de SMS (90%), a Optimus acredita que nos próximos anos o e-mail passe a representar cerca de metade destes serviços de comunicação.
Para a fase inicial, o ‘target’ divide-se em três grandes grupos: decisores das empresas, consultores e gestores de segunda linha nas organizações e os ‘gadget fans’. Os terminais escolhidos são, por enquanto, os modelos Qtek 9090 e Qtek S100, embora a empresa pretenda alargar a oferta durante os próximos seis meses.
“Os terminais que existiam não eram muito bons para gerir o e-mail”, considerou Paulo Simões, referindo que o Acesso Directo irá proporcionar aos clientes “uma nova relação” com o correio electrónico, numa interface em tudo semelhante à experiência habitual no ‘desktop’. A Optimus promete o envio e entrega automáticos das mensagens (de 0 a 3 minutos), oferece suporte a múltiplas contas de e-mail e permite o ‘download, visualização e adição de anexos. “A experiência de gestão da caixa de e-mail é muito completa”, acrescentou Paulo Simões.
Além destes aspectos, com a sincronização ‘over-the-air’ para servidores Exchange 2003, a agenda e os contactos passam a estar sempre disponíveis, o que é uma mais-valia muito interessante para os decisores cuja gestão de negócio depende em boa parte da caixa de e-mail. Por outro lado, não se trata de um sistema intrusivo nem implica a instalação de um novo servidor - o que, na visão da Optimus, evita riscos desnecessários na rede corporativa e permite um custo de implementação muito reduzido. O próprio investimento por parte da operadora da Sonaecom não foi muito significativo, sendo que o único passo que as empresas-cliente precisam de considerar caso não possuam ainda é o ‘upgrade’ para o servidor Exchange 2003.
Quanto ao preço dos terminais, este varia entre os 699, 90 euros para o modelo 9090 e os 499,90 euros para o S100 (no caso das empresas, que são o mercado preferencial neste serviço, a Optimus promete “condições especiais”). Quanto aos custos de utilização do Acesso Directo, a operadora oferece a possibilidade de comprar pacotes de 10 mega bytes por 12,5 euros (utilizadores frequentes) ou de pagar 0,0021 euros por kb (utilizadores esporádicos). O t ráfego já pago poderá ser utilizado num prazo de três meses, razão pela qual a Optimus divide a sua oferta tendo em conta o perfil de frequência de utilização.
Quanto à campanha de marketing, Paulo Simões escusou-se a revelar muitos pormenores, deixando apenas entrever que “a partir de agora, qualquer momento é um bom momento” para a iniciar e que deverá haver sessões ‘demo’ do serviço na Fnac a partir da próxima semana.
Acesso Directo
Objectivo: 5000 clientes em 4 a 6 meses
Disponível no Qtek 9090 (699,90 euros) e Qtek S100 (499,90 euros)
12,5 euros por 10 MB ou 0,0021 euros por KB
Optimus dá Acesso Directo ao correio electrónico
Ana Rita Guerra
Com terminais Qtek e Windows Mobile 2003, o serviço promete revolucionar o e-mail a partir do telemóvel.
Um serviço que representa o “verdadeiro” acesso ao e-mail através do telemóvel, assim foi caracterizado o lançamento do novíssimo Acesso Directo, que a Optimus passou a disponibilizar no final da semana passada. De acordo com a operadora de telecomunicações móveis, que defende o pioneirismo do serviço em Portugal e na Europa, o objectivo será angariar perto de cinco mil clientes num prazo de quatro a seis meses. As premissas são muito simples: ser cliente da Optimus, possuir um terminal móvel com software Microsoft Windows Mobile e, no segmento empresarial, ter instalado o Microsoft Exchange 2003.
Segundo Paulo Simões, director dos serviços empresariais de dados da operadora (um segmento que representa 11% do volume total), o alvo concentra-se nos clientes empresariais e nos particulares com perfil ‘high user’(ou seja, os aficionados por novas tecnologias). Estes são os segmentos em que a importância do correio electrónico é mais visível, explicou o responsável, e a expectativa da Optimus é de que o e-mail seja o motor do crescimento do mercado de ‘messaging’ P2P (peer-to-peer) nos próximos anos.
Os dados revelados na conferência de imprensa apontam para ritmos de recrudescimento anual na ordem dos 30% a 40% até 2007, ano em que o mercado de ‘messaging’ P2P deverá valer 24 mil milhões de euros só na Europa Ocidental. E se actualmente este mercado é dominado pelo envio de SMS (90%), a Optimus acredita que nos próximos anos o e-mail passe a representar cerca de metade destes serviços de comunicação.
Para a fase inicial, o ‘target’ divide-se em três grandes grupos: decisores das empresas, consultores e gestores de segunda linha nas organizações e os ‘gadget fans’. Os terminais escolhidos são, por enquanto, os modelos Qtek 9090 e Qtek S100, embora a empresa pretenda alargar a oferta durante os próximos seis meses.
“Os terminais que existiam não eram muito bons para gerir o e-mail”, considerou Paulo Simões, referindo que o Acesso Directo irá proporcionar aos clientes “uma nova relação” com o correio electrónico, numa interface em tudo semelhante à experiência habitual no ‘desktop’. A Optimus promete o envio e entrega automáticos das mensagens (de 0 a 3 minutos), oferece suporte a múltiplas contas de e-mail e permite o ‘download, visualização e adição de anexos. “A experiência de gestão da caixa de e-mail é muito completa”, acrescentou Paulo Simões.
Além destes aspectos, com a sincronização ‘over-the-air’ para servidores Exchange 2003, a agenda e os contactos passam a estar sempre disponíveis, o que é uma mais-valia muito interessante para os decisores cuja gestão de negócio depende em boa parte da caixa de e-mail. Por outro lado, não se trata de um sistema intrusivo nem implica a instalação de um novo servidor - o que, na visão da Optimus, evita riscos desnecessários na rede corporativa e permite um custo de implementação muito reduzido. O próprio investimento por parte da operadora da Sonaecom não foi muito significativo, sendo que o único passo que as empresas-cliente precisam de considerar caso não possuam ainda é o ‘upgrade’ para o servidor Exchange 2003.
Quanto ao preço dos terminais, este varia entre os 699, 90 euros para o modelo 9090 e os 499,90 euros para o S100 (no caso das empresas, que são o mercado preferencial neste serviço, a Optimus promete “condições especiais”). Quanto aos custos de utilização do Acesso Directo, a operadora oferece a possibilidade de comprar pacotes de 10 mega bytes por 12,5 euros (utilizadores frequentes) ou de pagar 0,0021 euros por kb (utilizadores esporádicos). O t ráfego já pago poderá ser utilizado num prazo de três meses, razão pela qual a Optimus divide a sua oferta tendo em conta o perfil de frequência de utilização.
Quanto à campanha de marketing, Paulo Simões escusou-se a revelar muitos pormenores, deixando apenas entrever que “a partir de agora, qualquer momento é um bom momento” para a iniciar e que deverá haver sessões ‘demo’ do serviço na Fnac a partir da próxima semana.
Acesso Directo
Objectivo: 5000 clientes em 4 a 6 meses
Disponível no Qtek 9090 (699,90 euros) e Qtek S100 (499,90 euros)
12,5 euros por 10 MB ou 0,0021 euros por KB
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Análise técnica
Allianz inicia recuperação
Ricardo Duarte Silva, Research Bigonline
Maior seguradora europeia em alta.
Sediada em Munique, a Allianz é a maior seguradora europeia com presença em mais de 70 países. As suas principais áreas de negócio abrangem os ramos vida, saúde e de riscos globais detendo ainda uma posição na banca e gestão de activos por intermédio do Dresdner Bank. O grupo apresenta uma capitalização bolsista de EUR 35 mil mn e encontra-se no quarto lugar do índice de referência alemão DAX com um peso de 6,97%.
Depois de uma underperformance significativa face ao sector segurador, que conduziu a Allianz para próximo do suporte dos EUR 90, a empresa iniciou uma recuperação com o indicador MACD (Moving Average Divergence Convergence) a dar um sinal de compra. Atendendo à melhoria de sentimento das últimas sessões, onde o sector financeiro tem de forma geral superado mais uma vez as estimativas dos analistas, este poderá constituir um bom momento para a constituição de posições longas.
A Allianz procedeu recentemente à colocação de EUR 4,2 mil mn de dívida subordinada e convertível, com o duplo objectivo de refinanciar o seu passivo e de reduzir a exposição a acções (Siemens, BMW e Munich Re). Esta operação permitirá à empresa minorar a sua sensibilidade aos mercados e simultaneamente aspirar a revisões positivas do rating de crédito (AA-). Recorde-se que a Allianz já alienou desde 2000 cerca de EUR 25 mil mn em participações financeiras.
Embora os resultados anuais só sejam conhecidos no próximo dia 17 de Março, o lucro operacional dos primeiros 9 meses ascendeu a EUR 5 mil mn, mais 61% que em igual período de 2003, com as receitas a aumentarem 2,3% para os EUR 72,6 mil mn. Fica ainda o registo de três trimestres consecutivos de contribuição positiva nos resultados do grupo por parte do Dresdner Bank, mercê da reestruturação conduzida ao longo dos últimos anos.
Em termos de múltiplos de mercado, a Allianz transacciona com P/E 2005E de 10,41x, a desconto face aos 11,76x em que se encontra a média do sector segurador. O price-to-book value (1,22x) é igualmente um dos mais baixos do universo coberto e inferior à mediana em que se encontra o grupo (1,54x). O título apresenta uma perda year-to-date de 3%, o que se compara com a valorização de 3% do sector segurador.
Em termos técnicos, a Allianz reagiu positivamente ao suporte dos EUR 90 tendo iniciado uma recuperação confirmada pelo indicador MACD. Ultrapassada a resistência dos EUR 95, o título poderá aproximar-se dos máximos do ano próximo dos EUR 97,5, mantendo intacto o canal ascendente iniciado em Agosto de 2004.
Allianz inicia recuperação
Ricardo Duarte Silva, Research Bigonline
Maior seguradora europeia em alta.
Sediada em Munique, a Allianz é a maior seguradora europeia com presença em mais de 70 países. As suas principais áreas de negócio abrangem os ramos vida, saúde e de riscos globais detendo ainda uma posição na banca e gestão de activos por intermédio do Dresdner Bank. O grupo apresenta uma capitalização bolsista de EUR 35 mil mn e encontra-se no quarto lugar do índice de referência alemão DAX com um peso de 6,97%.
Depois de uma underperformance significativa face ao sector segurador, que conduziu a Allianz para próximo do suporte dos EUR 90, a empresa iniciou uma recuperação com o indicador MACD (Moving Average Divergence Convergence) a dar um sinal de compra. Atendendo à melhoria de sentimento das últimas sessões, onde o sector financeiro tem de forma geral superado mais uma vez as estimativas dos analistas, este poderá constituir um bom momento para a constituição de posições longas.
A Allianz procedeu recentemente à colocação de EUR 4,2 mil mn de dívida subordinada e convertível, com o duplo objectivo de refinanciar o seu passivo e de reduzir a exposição a acções (Siemens, BMW e Munich Re). Esta operação permitirá à empresa minorar a sua sensibilidade aos mercados e simultaneamente aspirar a revisões positivas do rating de crédito (AA-). Recorde-se que a Allianz já alienou desde 2000 cerca de EUR 25 mil mn em participações financeiras.
Embora os resultados anuais só sejam conhecidos no próximo dia 17 de Março, o lucro operacional dos primeiros 9 meses ascendeu a EUR 5 mil mn, mais 61% que em igual período de 2003, com as receitas a aumentarem 2,3% para os EUR 72,6 mil mn. Fica ainda o registo de três trimestres consecutivos de contribuição positiva nos resultados do grupo por parte do Dresdner Bank, mercê da reestruturação conduzida ao longo dos últimos anos.
Em termos de múltiplos de mercado, a Allianz transacciona com P/E 2005E de 10,41x, a desconto face aos 11,76x em que se encontra a média do sector segurador. O price-to-book value (1,22x) é igualmente um dos mais baixos do universo coberto e inferior à mediana em que se encontra o grupo (1,54x). O título apresenta uma perda year-to-date de 3%, o que se compara com a valorização de 3% do sector segurador.
Em termos técnicos, a Allianz reagiu positivamente ao suporte dos EUR 90 tendo iniciado uma recuperação confirmada pelo indicador MACD. Ultrapassada a resistência dos EUR 95, o título poderá aproximar-se dos máximos do ano próximo dos EUR 97,5, mantendo intacto o canal ascendente iniciado em Agosto de 2004.
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Paciência produz frutos na Rolls Royce
Financial Times
Na Rolls Royce, a paciência começa a dar os seus frutos. Os anos de investimento, que levaram o balancete e os nervos dos investidores ao limite, resultaram em 40% de encomendas de motores para a aviação comercial em 2004.
O grupo reforçou igualmente a sua posição nos mercados da defesa e naval, reforçado por um incremento no ciclo da aviação comercial, que gerou lucros de 1/5 em relação aos valores registados no ano anterior, sendo que se prevê um novo crescimento.
Durante a última década a marca duplicou a sua produção de motores para 54.000 unidades. A maior parte destes motores são relativamente recentes e com autonomia suficiente para permanecerem em constante funcionamento, mas suficientemente antigos para necessitarem de peças sobresselentes com maior frequência.
O grupo está a tentar capitalizar este aspecto oferecendo as manutenções aos clientes, com as receitas deste segmento a representarem 55% do total. Entretanto, regista-se um aumento da produtividade, com uma margem de lucro subjacente a atingir os 7%, reduzindo o valor médio das dívidas líquidas em 2/5.
Então, porque é que a Rolls Royce não aumentou os seus dividendos nem definiu um prazo para concretizar a meta de lucros de 10%? Essencialmente, está ciente de que, enquanto por um lado existe um enorme investimento base, por outro, serão precisos anos para obter retornos históricos. Por outro lado a marca também está interessada em recuperar a cotação de crédito “A”.
O grupo não reduziu os seus dividendos após o 11 de Setembro e não terá pressa em aumentá-los. E, quanto à compra de acções, que quadruplicou em dois anos, os investidores não precisam de ter pressa.
Financial Times
Na Rolls Royce, a paciência começa a dar os seus frutos. Os anos de investimento, que levaram o balancete e os nervos dos investidores ao limite, resultaram em 40% de encomendas de motores para a aviação comercial em 2004.
O grupo reforçou igualmente a sua posição nos mercados da defesa e naval, reforçado por um incremento no ciclo da aviação comercial, que gerou lucros de 1/5 em relação aos valores registados no ano anterior, sendo que se prevê um novo crescimento.
Durante a última década a marca duplicou a sua produção de motores para 54.000 unidades. A maior parte destes motores são relativamente recentes e com autonomia suficiente para permanecerem em constante funcionamento, mas suficientemente antigos para necessitarem de peças sobresselentes com maior frequência.
O grupo está a tentar capitalizar este aspecto oferecendo as manutenções aos clientes, com as receitas deste segmento a representarem 55% do total. Entretanto, regista-se um aumento da produtividade, com uma margem de lucro subjacente a atingir os 7%, reduzindo o valor médio das dívidas líquidas em 2/5.
Então, porque é que a Rolls Royce não aumentou os seus dividendos nem definiu um prazo para concretizar a meta de lucros de 10%? Essencialmente, está ciente de que, enquanto por um lado existe um enorme investimento base, por outro, serão precisos anos para obter retornos históricos. Por outro lado a marca também está interessada em recuperar a cotação de crédito “A”.
O grupo não reduziu os seus dividendos após o 11 de Setembro e não terá pressa em aumentá-los. E, quanto à compra de acções, que quadruplicou em dois anos, os investidores não precisam de ter pressa.
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Negócios da Bolsa
ParaRede em alta contraria queda das tecnológicas
P.F.E.
A ParaRede é a excepção pela positiva na tendência de desvalorizações que tem dominado a evolução do sector tecnológico em Portugal, na Europa e nos EUA.
A empresa liderada por Paulo Ramos negoceia no patamar mais alto em quase um ano, com um volume de negócios que confere alguma solidez aos ganhos.
O ano de 2005 iniciou-se com o regresso da Novabase ao PSI 20 e a estreia da Reditus no principal índice bolsista português. Esta situação fez com que, no ano passado, a Novabase subisse 6% e a Reditus disparasse mais de 200%. A ParaRede ganhou, por seu turno, mais de 40%, durante um período em que o norte-americano Nasdaq subiu 10% e o pan-europeu Stoxx Tecnológicas caiu 1,6%.
Desde o início deste ano, apenas a ParaRede apresenta um comportamento positivo. O título já ganhou 5,4% em 2005, tendo atingido, há pouco mais de uma semana, o seu valor mais alto desde Março de 2004 nos 0,42 euros. Esta evolução, acompanhada por um volume de negócios muito elevado e bem acima da média que a empresa normalmente regista, acontece depois do grupo ter anunciado o regresso aos lucros na sequência de uma subida das receitas. Neste contexto, surgiu também a perspectiva de uma distribuição de dividendos já a partir do próximo ano.
O desempenho da ParaRede compara com as quedas de 2,7% da Novabase e de 1,4% da Reditus, desvalorizações acompanhadas por um fraco volume de negócios. No exterior, o Stoxx Tecnológicas apresenta uma ligeira queda de 0,7% em 2005, algumas sessões depois da apresentação de resultados pouco satisfatórios no sector. O norte-americano Nasdaq segue a perder mais de 6%.
ParaRede em alta contraria queda das tecnológicas
P.F.E.
A ParaRede é a excepção pela positiva na tendência de desvalorizações que tem dominado a evolução do sector tecnológico em Portugal, na Europa e nos EUA.
A empresa liderada por Paulo Ramos negoceia no patamar mais alto em quase um ano, com um volume de negócios que confere alguma solidez aos ganhos.
O ano de 2005 iniciou-se com o regresso da Novabase ao PSI 20 e a estreia da Reditus no principal índice bolsista português. Esta situação fez com que, no ano passado, a Novabase subisse 6% e a Reditus disparasse mais de 200%. A ParaRede ganhou, por seu turno, mais de 40%, durante um período em que o norte-americano Nasdaq subiu 10% e o pan-europeu Stoxx Tecnológicas caiu 1,6%.
Desde o início deste ano, apenas a ParaRede apresenta um comportamento positivo. O título já ganhou 5,4% em 2005, tendo atingido, há pouco mais de uma semana, o seu valor mais alto desde Março de 2004 nos 0,42 euros. Esta evolução, acompanhada por um volume de negócios muito elevado e bem acima da média que a empresa normalmente regista, acontece depois do grupo ter anunciado o regresso aos lucros na sequência de uma subida das receitas. Neste contexto, surgiu também a perspectiva de uma distribuição de dividendos já a partir do próximo ano.
O desempenho da ParaRede compara com as quedas de 2,7% da Novabase e de 1,4% da Reditus, desvalorizações acompanhadas por um fraco volume de negócios. No exterior, o Stoxx Tecnológicas apresenta uma ligeira queda de 0,7% em 2005, algumas sessões depois da apresentação de resultados pouco satisfatórios no sector. O norte-americano Nasdaq segue a perder mais de 6%.
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Valorização do grupo PT supera sector europeu e Telefónica em 2005
Pedro Ferreira Esteves
Programa de recompra de acções e venda da Lusomundo Media explicam subida dos títulos PT e PTM.
O grupo Portugal Telecom regista, desde o início do ano, um desempenho que supera o da média no sector europeu e o da sua parceira espanhola Telefónica. Apesar de uma valorização que coloca a PT e a PTM nos seus valores mais altos desde meados de 2001, o título tem sido alvo de recomendações pouca animadoras por parte das casas de investimento internacionais.
As acções da Portugal Telecom já subiram 5,7% desde o início do ano, um dos comportamentos mais positivos do PSI 20 e que constitui, em conjunto com a subida do BCP, a principal base para os máximos de quase quatro anos testados na última semana pelo principal índice da bolsa portuguesa. A evolução da operadora de telecomunicações portuguesa supera a da parceira Telefónica, cujos títulos ganharam apenas 4,3%.
Apesar de terem uma parceria no mercado móvel brasileiro, as acções da PT e Telefónica concorrem, normalmente, pelo interesse dos investidores estrangeiros na Península Ibérica. Para os analistas, as valorizações da PT acontecem, muitas vezes, em prejuízo da sua congénere espanhola e vice-versa.
Tanto a PT como a Telefónica superam a subida de 2,2% do sector europeu de telecomunicações, cujos principais índices pan-europeus têm a nórdica TDC na liderança com ganhos de 11%.
Segundo os especialistas, as subidas do grupo PT estão relacionadas com o programa de recompra de acções iniciado ainda no ano passado, mas também com a especulação em torno da venda da Lusomundo Media, que entra hoje na sua fase conclusiva, com a entrega das propostas finais.
O desempenho positivo da PT acontece precisamente num período em que foram divulgadas recomendações desfavoráveis para as acções da telecom portuguesa.
A Morgan Stanley reiterou a recomendação de “underweight” e o preço-alvo nos 10,2 euros, mas alertou para o facto de esperar que “os resultados da PT no quarto trimestre sejam desanimadores”. Para o Deutsche Bank, a PT está no grupo das acções menos favoritas, por oposição à France Télécom, Telefónica e Telenor. Já o Citigroup baixou as previsões para os lucros da operadora para 2004 e 2005, mantendo contudo o preço-alvo nos 11 euros e a recomendação em “comprar”. O BNP Paribas reiterou a sua recomendação de “outperform” com o preço-alvo de 10,6 euros.
Pedro Ferreira Esteves
Programa de recompra de acções e venda da Lusomundo Media explicam subida dos títulos PT e PTM.
O grupo Portugal Telecom regista, desde o início do ano, um desempenho que supera o da média no sector europeu e o da sua parceira espanhola Telefónica. Apesar de uma valorização que coloca a PT e a PTM nos seus valores mais altos desde meados de 2001, o título tem sido alvo de recomendações pouca animadoras por parte das casas de investimento internacionais.
As acções da Portugal Telecom já subiram 5,7% desde o início do ano, um dos comportamentos mais positivos do PSI 20 e que constitui, em conjunto com a subida do BCP, a principal base para os máximos de quase quatro anos testados na última semana pelo principal índice da bolsa portuguesa. A evolução da operadora de telecomunicações portuguesa supera a da parceira Telefónica, cujos títulos ganharam apenas 4,3%.
Apesar de terem uma parceria no mercado móvel brasileiro, as acções da PT e Telefónica concorrem, normalmente, pelo interesse dos investidores estrangeiros na Península Ibérica. Para os analistas, as valorizações da PT acontecem, muitas vezes, em prejuízo da sua congénere espanhola e vice-versa.
Tanto a PT como a Telefónica superam a subida de 2,2% do sector europeu de telecomunicações, cujos principais índices pan-europeus têm a nórdica TDC na liderança com ganhos de 11%.
Segundo os especialistas, as subidas do grupo PT estão relacionadas com o programa de recompra de acções iniciado ainda no ano passado, mas também com a especulação em torno da venda da Lusomundo Media, que entra hoje na sua fase conclusiva, com a entrega das propostas finais.
O desempenho positivo da PT acontece precisamente num período em que foram divulgadas recomendações desfavoráveis para as acções da telecom portuguesa.
A Morgan Stanley reiterou a recomendação de “underweight” e o preço-alvo nos 10,2 euros, mas alertou para o facto de esperar que “os resultados da PT no quarto trimestre sejam desanimadores”. Para o Deutsche Bank, a PT está no grupo das acções menos favoritas, por oposição à France Télécom, Telefónica e Telenor. Já o Citigroup baixou as previsões para os lucros da operadora para 2004 e 2005, mantendo contudo o preço-alvo nos 11 euros e a recomendação em “comprar”. O BNP Paribas reiterou a sua recomendação de “outperform” com o preço-alvo de 10,6 euros.
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Bolsas europeias sobem para máximos de 32 meses
Pedro Ferreira Esteves
Mercado lisboeta subiu ligeiramente numa sessão calma e sem variações muito vincadas.
As principais bolsas europeias atingiram, na última sessão, os respectivos valores mais altos dos últimos dois anos e oito meses, depois de terem ultrapassado níveis psicologicamente importantes.
A generalidade dos índices de maior capitalização na Europa fechou a sessão de sexta-feira com valorizações superiores a 1%. O índice francês CAC 40 ultrapassou a importante barreira dos 4000 pontos, culminando um período em que o britânico Footsie 100 passou os 5000 pontos, o espanhol Ibex 35 rompeu os 9500 pontos e o alemão Dax Xetra ficou à beira dos 4400 pontos.
Todos estes índices negoceiam nos respectivos valores mais altos desde 2002 ou 2001, numa tendência que é acompanhada pela maior parte dos índices pan-europeus que reúnem as grandes capitalizações bolsistas. Os analistas sublinham que esta evolução surge num contexto de euro mais fraco, que anima as exportadoras, e de petróleo mais baixo, que condiciona menos a actividade dos grandes grupos industriais.
Por outro lado, os resultados do quarto trimestre têm sido apresentados em linha com as expectativas em alguns grupos de referência, ao mesmo tempo que os movimentos especulativos em torno de fusões e aquisições continuam a suportar as valorizações. Tudo isto num contexto de baixas taxas de juro na zona euro e de fracas perspectivas macro-económicas.
Nos EUA, os mercados também negociaram em terreno positivo, impulsionados pelo anúncio da gigante Apple de que irá realizar um ‘stock split’ na sequência do aumento das receitas em 2004. Só nos últimos doze meses, as acções da empresa de informática quadriplicaram de valor, impulsionadas pelo sucesso da nova tecnologia iPod. As acções da Apple dispararam quase 4% e espalharam um sentimento de optimismo pela praça de Wall Street.
Em Lisboa, a sessão teve poucas notas de interesses. Os títulos de maior peso no cálculo do PSI 20 - PT, EDP e BCP - fecharam em alta ligeira, suportados pelos respectivos sectores europeus. O volume de negócios foi relativamente fraco, não tendo chegado aos 100 milhões de euros. O total ficou pelos 91 milhões, representativos de 27,4 milhões de papéis transaccionados. Em pleno movimento de correcções estiveram as acções da Sonae SGPS, ParaRede e PTM.
Pedro Ferreira Esteves
Mercado lisboeta subiu ligeiramente numa sessão calma e sem variações muito vincadas.
As principais bolsas europeias atingiram, na última sessão, os respectivos valores mais altos dos últimos dois anos e oito meses, depois de terem ultrapassado níveis psicologicamente importantes.
A generalidade dos índices de maior capitalização na Europa fechou a sessão de sexta-feira com valorizações superiores a 1%. O índice francês CAC 40 ultrapassou a importante barreira dos 4000 pontos, culminando um período em que o britânico Footsie 100 passou os 5000 pontos, o espanhol Ibex 35 rompeu os 9500 pontos e o alemão Dax Xetra ficou à beira dos 4400 pontos.
Todos estes índices negoceiam nos respectivos valores mais altos desde 2002 ou 2001, numa tendência que é acompanhada pela maior parte dos índices pan-europeus que reúnem as grandes capitalizações bolsistas. Os analistas sublinham que esta evolução surge num contexto de euro mais fraco, que anima as exportadoras, e de petróleo mais baixo, que condiciona menos a actividade dos grandes grupos industriais.
Por outro lado, os resultados do quarto trimestre têm sido apresentados em linha com as expectativas em alguns grupos de referência, ao mesmo tempo que os movimentos especulativos em torno de fusões e aquisições continuam a suportar as valorizações. Tudo isto num contexto de baixas taxas de juro na zona euro e de fracas perspectivas macro-económicas.
Nos EUA, os mercados também negociaram em terreno positivo, impulsionados pelo anúncio da gigante Apple de que irá realizar um ‘stock split’ na sequência do aumento das receitas em 2004. Só nos últimos doze meses, as acções da empresa de informática quadriplicaram de valor, impulsionadas pelo sucesso da nova tecnologia iPod. As acções da Apple dispararam quase 4% e espalharam um sentimento de optimismo pela praça de Wall Street.
Em Lisboa, a sessão teve poucas notas de interesses. Os títulos de maior peso no cálculo do PSI 20 - PT, EDP e BCP - fecharam em alta ligeira, suportados pelos respectivos sectores europeus. O volume de negócios foi relativamente fraco, não tendo chegado aos 100 milhões de euros. O total ficou pelos 91 milhões, representativos de 27,4 milhões de papéis transaccionados. Em pleno movimento de correcções estiveram as acções da Sonae SGPS, ParaRede e PTM.
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Banca
Posição do BES no Bradesco vale 113 milhões
Maria João Gago
A participação accionista do Banco Espírito Santo no capital do brasileiro Bradesco está avaliada em 112 milhões de euros (376 milhões de reais), depois de a instituição liderada por Ricardo Salgado ter reforçado a sua posição no capital com direito a voto.
O BES aumentou os seus direitos de voto no banco brasileiro de 3,56% para 6,74%, de acordo com o comunicado divulgado na última sexta-feira. Uma decisão que o grupo justifica com “a qualidade do investimento” e com o facto de se tratar de uma participação de “longo prazo”.
O reforço dos direitos de voto do banco português no Bradesco deveu-se ao facto de o BES ter alienado parte das acções preferenciais da instituição brasileira e ter usado o encaixe obtido com essa operação na aquisição de acções ordinárias. O grupo de Ricardo Salgado passou a controlar apenas 43,8 mil acções preferenciais e cerca de 16 milhões de títulos ordinários.
Tendo em conta o capital total do Bradesco, a posição accionista do BES ascende, actualmente, a 3,39%. O grupo brasileiro também integra o grupo de investidores estratégicos da instituição portuguesa, controlando uma participação de cerca de 3% no capital do BES.
Posição do BES no Bradesco vale 113 milhões
Maria João Gago
A participação accionista do Banco Espírito Santo no capital do brasileiro Bradesco está avaliada em 112 milhões de euros (376 milhões de reais), depois de a instituição liderada por Ricardo Salgado ter reforçado a sua posição no capital com direito a voto.
O BES aumentou os seus direitos de voto no banco brasileiro de 3,56% para 6,74%, de acordo com o comunicado divulgado na última sexta-feira. Uma decisão que o grupo justifica com “a qualidade do investimento” e com o facto de se tratar de uma participação de “longo prazo”.
O reforço dos direitos de voto do banco português no Bradesco deveu-se ao facto de o BES ter alienado parte das acções preferenciais da instituição brasileira e ter usado o encaixe obtido com essa operação na aquisição de acções ordinárias. O grupo de Ricardo Salgado passou a controlar apenas 43,8 mil acções preferenciais e cerca de 16 milhões de títulos ordinários.
Tendo em conta o capital total do Bradesco, a posição accionista do BES ascende, actualmente, a 3,39%. O grupo brasileiro também integra o grupo de investidores estratégicos da instituição portuguesa, controlando uma participação de cerca de 3% no capital do BES.
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Seguros contribuíram com mais de 10% dos lucros do BCP e do BPI
Maria João Gago
Peso da actividade seguradora nos resultados triplicou no banco de Jardim Gonçalves e quase duplicou no grupo de Fernando Ulrich.
Os resultados gerados pela actividade seguradora contribuíram com mais de 10% dos lucros obtidos pelo Banco Comercial Português e pelo Banco BPI em 2004. O peso dos seguros nas contas das duas instituições mais do que duplicou face ao exercício anterior, uma vez que em 2003 o contributo daquele negócio financeiro tinha sido de apenas 5% em ambos os grupos.
No caso do banco liderado por Jardim Gonçalves, a actividade seguradora garantiu mesmo mais de 16% dos lucros totais do grupo. A Seguros e Pensões registou um resultado de 83,3 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a um aumento de quase quatro vezes face aos 23 milhões obtidos em 2003.
Este ano, o contributo dos seguros para os resultados globais do BCP deverá diminuir significativamente. Isto porque, no ano passado, o banco alienou a totalidade dos seguros não bancários à Caixa Seguros e 51% da actividade de ‘bancassurance’ ao grupo belga-holandês Fortis. Ou seja, em 2005, a instituição somará apenas 49% dos lucros dos seguros bancários aos resultados gerados pelo negócio de banca.
Ainda assim, os analistas sublinham que ao reduzir a sua exposição aos seguros o BCP liberta capital para financiar o crescimento da sua actividade bancária, o que ajudará a compensar a menor contribuição daquela área de negócio para os resultados globais.
Relativamente à instituição liderada por Fernando Ulrich, é provável que o peso da actividade seguradora nos lucros totais volte a aumentar. Em 2004, os seguros contribuíram com 20,5 milhões de euros, mais do dobro do montante gerado em 2003 (9,2 milhões de euros). Assim, esta área de negócio foi responsável por 10,6% dos resultados do Banco BPI.
A BPI Vida, responsável pelos produtos de ‘bancassurance’ e que é totalmente controlada pelo grupo de Fernando Ulrich, foi a companhia que mais contribuiu para os lucros globais, gerando 11,7 milhões de euros. Os 35% que a instituição detém na Allianz Portugal, e que também são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, asseguraram 7,5 milhões de euros ao grupo de Fernando Ulrich. Já a participação de 50% detida na Cosec gerou 1,3 milhões de euros de resultados.
Maria João Gago
Peso da actividade seguradora nos resultados triplicou no banco de Jardim Gonçalves e quase duplicou no grupo de Fernando Ulrich.
Os resultados gerados pela actividade seguradora contribuíram com mais de 10% dos lucros obtidos pelo Banco Comercial Português e pelo Banco BPI em 2004. O peso dos seguros nas contas das duas instituições mais do que duplicou face ao exercício anterior, uma vez que em 2003 o contributo daquele negócio financeiro tinha sido de apenas 5% em ambos os grupos.
No caso do banco liderado por Jardim Gonçalves, a actividade seguradora garantiu mesmo mais de 16% dos lucros totais do grupo. A Seguros e Pensões registou um resultado de 83,3 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a um aumento de quase quatro vezes face aos 23 milhões obtidos em 2003.
Este ano, o contributo dos seguros para os resultados globais do BCP deverá diminuir significativamente. Isto porque, no ano passado, o banco alienou a totalidade dos seguros não bancários à Caixa Seguros e 51% da actividade de ‘bancassurance’ ao grupo belga-holandês Fortis. Ou seja, em 2005, a instituição somará apenas 49% dos lucros dos seguros bancários aos resultados gerados pelo negócio de banca.
Ainda assim, os analistas sublinham que ao reduzir a sua exposição aos seguros o BCP liberta capital para financiar o crescimento da sua actividade bancária, o que ajudará a compensar a menor contribuição daquela área de negócio para os resultados globais.
Relativamente à instituição liderada por Fernando Ulrich, é provável que o peso da actividade seguradora nos lucros totais volte a aumentar. Em 2004, os seguros contribuíram com 20,5 milhões de euros, mais do dobro do montante gerado em 2003 (9,2 milhões de euros). Assim, esta área de negócio foi responsável por 10,6% dos resultados do Banco BPI.
A BPI Vida, responsável pelos produtos de ‘bancassurance’ e que é totalmente controlada pelo grupo de Fernando Ulrich, foi a companhia que mais contribuiu para os lucros globais, gerando 11,7 milhões de euros. Os 35% que a instituição detém na Allianz Portugal, e que também são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial, asseguraram 7,5 milhões de euros ao grupo de Fernando Ulrich. Já a participação de 50% detida na Cosec gerou 1,3 milhões de euros de resultados.
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EUA dominam os maiores negócios
Diogo Nunes
As empresas norte-americanas ocupam o primeiro lugar, quer em termos numéricos, quer a nível do volume de negócios nas fusões e aquisições anunciadas em Janeiro.
Entre as três grandes operações anunciadas, envolvendo seis empresas, encontram-se quatro companhias norte-americanas. Nas restantes duas, uma é espanhola e outra britânica.
A oferta de compra apresentada no final do mês passado pela Proter & Gamble sobre a Gillette destaca-se pela volumosa verba envolvida.
Os 44,2 mil milhões de euros em causa neste super negócio norte-americano superam em mais de 500 vezes o valor médio por operação na actividade de fusões e aquisições, a nível global, em 2004, que se queda pelos 76,5 milhões de euros.
As casas de investimento norte-americanas também dominam, neste início de ano, o aconselhamento das fusões e aquisições em todo o mundo, quer no apoio prestado ao comprador, quer à empresa alvo da oferta de compra.
Os três negócios anunciados em Janeiro, que estrearam a actividade em 2005, são aconselhados, entre outros, pelos norte-americanas Morgan Stanley, a Goldman Sachs e a JP Morgan.
Diogo Nunes
As empresas norte-americanas ocupam o primeiro lugar, quer em termos numéricos, quer a nível do volume de negócios nas fusões e aquisições anunciadas em Janeiro.
Entre as três grandes operações anunciadas, envolvendo seis empresas, encontram-se quatro companhias norte-americanas. Nas restantes duas, uma é espanhola e outra britânica.
A oferta de compra apresentada no final do mês passado pela Proter & Gamble sobre a Gillette destaca-se pela volumosa verba envolvida.
Os 44,2 mil milhões de euros em causa neste super negócio norte-americano superam em mais de 500 vezes o valor médio por operação na actividade de fusões e aquisições, a nível global, em 2004, que se queda pelos 76,5 milhões de euros.
As casas de investimento norte-americanas também dominam, neste início de ano, o aconselhamento das fusões e aquisições em todo o mundo, quer no apoio prestado ao comprador, quer à empresa alvo da oferta de compra.
Os três negócios anunciados em Janeiro, que estrearam a actividade em 2005, são aconselhados, entre outros, pelos norte-americanas Morgan Stanley, a Goldman Sachs e a JP Morgan.
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Telecomunicações em Portugal são as mais protegidas da UE
Luís Rego, em Bruxelas
Um estudo divulgado por Bruxelas refere que Portugal e Grécia são países com fortes barreiras aos estrangeiros.
O sector das telecomunicações em Portugal é o mais protegido à concorrência entre os (antigos) Quinze, com obstáculos à entrada e operação no mercado amplamente superiores aos dos seus parceiros europeus, revela um estudo divulgado pela Comissão Europeia. À excepção deste sector, Portugal nem é dos países com maior número de barreiras, em especial na distribuição, em que é o quinto estado menos proteccionista.
Apesar da base do estudo ser de 2000 (antes da liberalização se iniciar em Portugal), os dados traduzem condições estruturais do sector, além de que o ambiente concorrencial não se modificou substancialmente desde então. Aliás, a Copenhagen Economics – a quem a CE encomendou o estudo – baseia-se nestes dados para projectar no futuro o impacto da directiva de liberalização dos serviços, que vai dominar a discussão da competitividade na UE, pelo menos este ano.
A protecção em Portugal às telecomunicações, evidente no domínio de uma só empresa (a PT) traduz-se, quanto às barreiras impostas a empresas estrangeiras, num aumento de preço de 6,2%, o valor mais alto entre os Quinze.
O estudo encomendado por Bruxelas refere que a “Grécia, Portugal e, parcialmente, a Finlândia têm elevadas barreiras para empresas estrangeiras”. Estes cálculos usam “a metodologia mais consensual e prometedora” para medir as barreiras à liberalização do mercado interno.
A abordagem, que é a mais recente feita até ao momento, concentra-se em oito sectores de actividade (ver quadro), que representam cerca de 60% do total dos serviços e 30% da economia.
O tipo de obstáculos referenciados pelo estudo da Copenhagen Economics abrange as barreiras ao estabelecimento versus as barreiras operacionais, e também as barreiras às empresas estrangeiras versus aquelas que existem paras as nacionais.
Impacto da directiva
Assim que for aplicada, a directiva terá um impacto directo que afectará consumidores, governos e empresas com “mais produtividade, maior emprego e maiores salários”, nota a CE. Em Portugal, os salários reais vão aumentar 0,5%, o emprego nos serviços terá um aumento de 0,4% e o bem-estar (medido pelo consumo generalizado) 0,5%.
Já o custo da prestação de serviços às empresas cairá em 7,8% e em 2,7% no sector da distribuição. Os resultados económicos irão beneficiar sobretudo as empresas estrangeiras, que são as mais prejudicadas em Portugal. Segundo o estudo, o lucro destas empresas irá aumentar 7,2%, contra apenas 0,8% nas domésticas. Esta estimativa é baseada num estudo com um universo de 275 mil empresas. O sector dos services representa 70% do PNB da UE a 25.
Liberalização dos serviços em discussão
A Comissão Europeia, sob o comando de Durão Barroso, quer rever alguns pontos essenciais da proposta de directiva da liberalização dos serviços, no quadro da primeira discussão com Parlamento Europeu (PE). Na apresentação da revisão da Estratégia de Lisboa, Barroso explicou que a prioridade seria a aplicação e, por isso, era preciso atender às fortes críticas de países (como a França), dos sindicatos e do PE.
O presidente da Comissão reconheceu que a actual proposta iria conduzir a um conflito que poderia adiar, seguramente, a sua entrada em vigor. Os pontos decisivos são os serviços de interesse geral (serviços públicos) e o princípio do país de origem.
Na prática, Barroso defende agora em Bruxelas a posição negocial portuguesa neste dossier e procura a todo o custo evitar o confronto com os Estados.
Segundo a regra do país de origem, uma empresa poderia deslocar-se para outro estado-membro funcionando aí com as regras sociais, fiscais e ambientais do país de origem e não as do país de chegada. Barroso reconhece que isto iria provocar ‘dumping’ social. A falta de harmonização de regras a nível social começa finalmente a ser um empecilho à liberalização.
O outro tema polémico é a liberalização dos serviços públicos, que conduziria ao levantamento de protecções nacionais às empresas que funcionam no mercado mas têm um papel estratégico.
A palavra final caberá ao Conselho de Ministros e ao Parlamento Europeu.
Serviços incluídos na directiva
Na directiva, Bruxelas visa completar o mercado interno com a liberalização dos serviços até então não cobertos por directivas sectoriais. De fora ficam os prestados directa por entidades públicas, no cumprimento das suas obrigações sociais ou legais e os financeiros, as telecomunicações e os transportes. Os fornecidos por entidades públicas actuando coconcorrencialmente no mercado deverão ser liberalizados. As actividades cobertas são a distribuição, a construção, o lazer ou os serviços de segurança, entre outros. Inclui ainda serviços das profissões regulamentadas (as que respeitam, por exemplo, à medicina, à consultoria jurídica e fiscal, cujo acesso é limitado às pessoas com qualificações específicas). É o caso das farmácias, que em Portugal são bastante protegidas.
Luís Rego, em Bruxelas
Um estudo divulgado por Bruxelas refere que Portugal e Grécia são países com fortes barreiras aos estrangeiros.
O sector das telecomunicações em Portugal é o mais protegido à concorrência entre os (antigos) Quinze, com obstáculos à entrada e operação no mercado amplamente superiores aos dos seus parceiros europeus, revela um estudo divulgado pela Comissão Europeia. À excepção deste sector, Portugal nem é dos países com maior número de barreiras, em especial na distribuição, em que é o quinto estado menos proteccionista.
Apesar da base do estudo ser de 2000 (antes da liberalização se iniciar em Portugal), os dados traduzem condições estruturais do sector, além de que o ambiente concorrencial não se modificou substancialmente desde então. Aliás, a Copenhagen Economics – a quem a CE encomendou o estudo – baseia-se nestes dados para projectar no futuro o impacto da directiva de liberalização dos serviços, que vai dominar a discussão da competitividade na UE, pelo menos este ano.
A protecção em Portugal às telecomunicações, evidente no domínio de uma só empresa (a PT) traduz-se, quanto às barreiras impostas a empresas estrangeiras, num aumento de preço de 6,2%, o valor mais alto entre os Quinze.
O estudo encomendado por Bruxelas refere que a “Grécia, Portugal e, parcialmente, a Finlândia têm elevadas barreiras para empresas estrangeiras”. Estes cálculos usam “a metodologia mais consensual e prometedora” para medir as barreiras à liberalização do mercado interno.
A abordagem, que é a mais recente feita até ao momento, concentra-se em oito sectores de actividade (ver quadro), que representam cerca de 60% do total dos serviços e 30% da economia.
O tipo de obstáculos referenciados pelo estudo da Copenhagen Economics abrange as barreiras ao estabelecimento versus as barreiras operacionais, e também as barreiras às empresas estrangeiras versus aquelas que existem paras as nacionais.
Impacto da directiva
Assim que for aplicada, a directiva terá um impacto directo que afectará consumidores, governos e empresas com “mais produtividade, maior emprego e maiores salários”, nota a CE. Em Portugal, os salários reais vão aumentar 0,5%, o emprego nos serviços terá um aumento de 0,4% e o bem-estar (medido pelo consumo generalizado) 0,5%.
Já o custo da prestação de serviços às empresas cairá em 7,8% e em 2,7% no sector da distribuição. Os resultados económicos irão beneficiar sobretudo as empresas estrangeiras, que são as mais prejudicadas em Portugal. Segundo o estudo, o lucro destas empresas irá aumentar 7,2%, contra apenas 0,8% nas domésticas. Esta estimativa é baseada num estudo com um universo de 275 mil empresas. O sector dos services representa 70% do PNB da UE a 25.
Liberalização dos serviços em discussão
A Comissão Europeia, sob o comando de Durão Barroso, quer rever alguns pontos essenciais da proposta de directiva da liberalização dos serviços, no quadro da primeira discussão com Parlamento Europeu (PE). Na apresentação da revisão da Estratégia de Lisboa, Barroso explicou que a prioridade seria a aplicação e, por isso, era preciso atender às fortes críticas de países (como a França), dos sindicatos e do PE.
O presidente da Comissão reconheceu que a actual proposta iria conduzir a um conflito que poderia adiar, seguramente, a sua entrada em vigor. Os pontos decisivos são os serviços de interesse geral (serviços públicos) e o princípio do país de origem.
Na prática, Barroso defende agora em Bruxelas a posição negocial portuguesa neste dossier e procura a todo o custo evitar o confronto com os Estados.
Segundo a regra do país de origem, uma empresa poderia deslocar-se para outro estado-membro funcionando aí com as regras sociais, fiscais e ambientais do país de origem e não as do país de chegada. Barroso reconhece que isto iria provocar ‘dumping’ social. A falta de harmonização de regras a nível social começa finalmente a ser um empecilho à liberalização.
O outro tema polémico é a liberalização dos serviços públicos, que conduziria ao levantamento de protecções nacionais às empresas que funcionam no mercado mas têm um papel estratégico.
A palavra final caberá ao Conselho de Ministros e ao Parlamento Europeu.
Serviços incluídos na directiva
Na directiva, Bruxelas visa completar o mercado interno com a liberalização dos serviços até então não cobertos por directivas sectoriais. De fora ficam os prestados directa por entidades públicas, no cumprimento das suas obrigações sociais ou legais e os financeiros, as telecomunicações e os transportes. Os fornecidos por entidades públicas actuando coconcorrencialmente no mercado deverão ser liberalizados. As actividades cobertas são a distribuição, a construção, o lazer ou os serviços de segurança, entre outros. Inclui ainda serviços das profissões regulamentadas (as que respeitam, por exemplo, à medicina, à consultoria jurídica e fiscal, cujo acesso é limitado às pessoas com qualificações específicas). É o caso das farmácias, que em Portugal são bastante protegidas.
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Berlim estende reforma salarial aos funcionários públicos
Cristina Krippahl, em Colónia
Após a reforma do sistema salarial para cerca de oito milhões de empregados do sector público, o Ministério do Interior em Berlim anunciou ontem a apresentação, nos próximos meses, de uma reforma idêntica para os 1,7 milhões de funcionários públicos.
Os salários para os funcionários públicos são regulados por lei e não negociados pelos parceiros sociais. Já em Outubro do ano passado fora apresentado pelo Ministério, pela confederação dos funcionários públicos e pelo sindicato Ver.di um primeiro documento relativo a uma reformulação das tarifas, sublinhando “as componentes mérito e prestação” para o aumento de ordenado. Este plano eliminava igualmente o número de anos de serviço como factor para uma remuneração mais elevada. Está ainda em estudo a abolição os subsídios para funcionários casados. A ideia é introduzir um “ordenado base”, acrescido de aumentos dependentes da prestação, que podem perfazer entre 90% a 110% do salário básico. Por outras palavras, os funcionários poderão sofrer sanções remuneratórias em caso de má prestação. Trata-se de uma reforma que levará um certo tempo a implantar, já que os funcionários actuais, conquanto sejam integrados neste processo, não poderão sofrer perdas sobre ordenados auferidos presentemente.
Entretanto os Estados federados, que se tinham retirado das negociações que na semana passada resultaram na reforma de tarifas para o sector publico a nível federal e das autarquias, encontram-se divididos sobre se devem ou não aderir ao acordo. Os laender empregam cerca de 900 000 pessoas. Uma maioria considera os custos da reforma demasiado elevados. O dirigente da comissão negociadora dos laender, Hartmut Möllring (CDU), disse, na semana passada, que o “acordo oferece alguns aspectos positivos”, mas não vai “suficientemente longe”. Os Estados federados desejam uma maior flexibilidade no aumento das horas semanais de trabalho, e a possibilidade de abolir os subsídios de férias e de Natal. A reforma actual prevê a semana de 39 horas de trabalho a nível federal, com a possibilidade de acordos locais com o sindicato até 40 horas por semana. As posições de chefia passam a poder ser preenchidas “à prova”. Parte do aumento dependerá do factor prestação. O pagamento de uma soma única de 300 euros em 2005 corresponde a um aumento não linear de 1%.
No entanto, Möllring disse também que os Estados federados estão na disposição de negociar com o sindicato Ver.di. E enquanto o dirigente da comissão recebeu o apoio dos seus colegas dos laender governados pelos partidos da união, os políticos dos Estados onde lidera o SPD mostraram maior vontade de compromisso. O ministro das Finanças de Schleswig-Holstein, o social-democrata Ralf Stegner, exigiu negociações sem a imposição de condições prévias ao sindicato.
Cristina Krippahl, em Colónia
Após a reforma do sistema salarial para cerca de oito milhões de empregados do sector público, o Ministério do Interior em Berlim anunciou ontem a apresentação, nos próximos meses, de uma reforma idêntica para os 1,7 milhões de funcionários públicos.
Os salários para os funcionários públicos são regulados por lei e não negociados pelos parceiros sociais. Já em Outubro do ano passado fora apresentado pelo Ministério, pela confederação dos funcionários públicos e pelo sindicato Ver.di um primeiro documento relativo a uma reformulação das tarifas, sublinhando “as componentes mérito e prestação” para o aumento de ordenado. Este plano eliminava igualmente o número de anos de serviço como factor para uma remuneração mais elevada. Está ainda em estudo a abolição os subsídios para funcionários casados. A ideia é introduzir um “ordenado base”, acrescido de aumentos dependentes da prestação, que podem perfazer entre 90% a 110% do salário básico. Por outras palavras, os funcionários poderão sofrer sanções remuneratórias em caso de má prestação. Trata-se de uma reforma que levará um certo tempo a implantar, já que os funcionários actuais, conquanto sejam integrados neste processo, não poderão sofrer perdas sobre ordenados auferidos presentemente.
Entretanto os Estados federados, que se tinham retirado das negociações que na semana passada resultaram na reforma de tarifas para o sector publico a nível federal e das autarquias, encontram-se divididos sobre se devem ou não aderir ao acordo. Os laender empregam cerca de 900 000 pessoas. Uma maioria considera os custos da reforma demasiado elevados. O dirigente da comissão negociadora dos laender, Hartmut Möllring (CDU), disse, na semana passada, que o “acordo oferece alguns aspectos positivos”, mas não vai “suficientemente longe”. Os Estados federados desejam uma maior flexibilidade no aumento das horas semanais de trabalho, e a possibilidade de abolir os subsídios de férias e de Natal. A reforma actual prevê a semana de 39 horas de trabalho a nível federal, com a possibilidade de acordos locais com o sindicato até 40 horas por semana. As posições de chefia passam a poder ser preenchidas “à prova”. Parte do aumento dependerá do factor prestação. O pagamento de uma soma única de 300 euros em 2005 corresponde a um aumento não linear de 1%.
No entanto, Möllring disse também que os Estados federados estão na disposição de negociar com o sindicato Ver.di. E enquanto o dirigente da comissão recebeu o apoio dos seus colegas dos laender governados pelos partidos da união, os políticos dos Estados onde lidera o SPD mostraram maior vontade de compromisso. O ministro das Finanças de Schleswig-Holstein, o social-democrata Ralf Stegner, exigiu negociações sem a imposição de condições prévias ao sindicato.
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Economia mundial à beira de uma nova crise de crescimento em 2006
Luís Reis Ribeiro
Economistas debatem a situação chinesa e referem que o pior dos cenários coloca os Estados Unidos e o Japão novamente em recessão.
A economia mundial pode entrar numa nova crise de crescimento já no próximo ano se a queda preconizada para o dólar for demasiado rápida como, alertaram vários especialistas em economia internacional. O pior dos cenários, o de colapso da nota verde, poderá conduzir mesmo a uma nova recessão no Japão e nos EUA, ao passo que a União Europeia (UE) ficaria a crescer pouco mais de 1% em 2006.
Vanessa Rossi, directora da Oxford Economic Forecasting (OEF) e interveniente na conferência da Coface, que decorreu no fim do mês passado, em Paris, defendeu que “em 2005 ainda temos razões para estar preocupados com quedas fortes do dólar” na sequência dos grandes desequilíbrios do sistema de pagamentos mundial, que estão a ser sobretudo alimentados pelo endividamento elevado e insustentável da economia norte-americana.
Os défices corrente e orçamental estão actualmente num nível recorde que ascende a 5% do PIB e vão ter inevitavelmente de se reduzir ao longo dos próximos anos, o que pressionará em baixa o preço do dólar. Segundo o FMI, no final de 2003, o dólar detinha um peso de cerca de 60% no total das reservas externas mundiais, ao passo que o euro representava 20%. Por seu lado, a China é um dos principais financiadores dos défices norte-americanos e o segundo país mais importante na carteira de dívida pública dos EUA (6,5%).
Perigo de um novo Plaza
A economista da OEF sustentou ainda estão reunidas muitas das condições que conduziram ao “desastroso” Acordo de Plaza de 1985 (ver caixa), que acabou por culminar na crise japonesa, que durou mais de uma década. Actualmente, vários peritos afiançam que a China se tornou no novo ‘bode expiatório’ dos desequilíbrios mundiais. No entender da Administração Bush, o Governo de Pequim deve enveredar esforços no sentido de uma maior flexibilização (revalorização) da sua moeda, o iuan. Contudo, as autoridades chinesas mantém-se firmes na protecção da competitividade da economia doméstica, afirmando que, este ano, é “improvável” que se avancem com modificações do regime cambial, em vigor desde 1994 mantém o dólar fixo entre os 8,276 e os 8,28 iuan.
Michel Didier, director do instituto parisiense, Rexecode, confirmou que o desempenho económico da China, uma das maiores economias do mundo, constitui cada vez mais um risco. O economista foi mais longe e afirmou que a conjuntura começa a dar sinais de quebra. E explica: “a taxa de investimento está em 40%, um máximo histórico, mas a experiência do passado diz-nos que esta nunca fica nesse nível durante muito tempo, pelo que é de esperar que, mais cedo ou mais tarde, se inicie o declínio do investimento e, com ele, da riqueza”.
A taxa de crescimento chinesa está a acelerar de forma ininterrupta desde 2001, tendo alcançado o ano passado os 9,5%, o nível mais elevado desde 1996. Contudo, as autoridades prevêem que a taxa de expansão ceda, este ano, cerca de um ponto percentual, para 8,5%.
Didier aproveitou em seguida para apontar as maiores fragilidades do modelo económico chinês, como o “fraco desempenho de muitas das empresas públicas” e a elevada exposição da banca ao crédito malparado. “O sistema bancário tem ser alvo de uma reforma profunda”, aconselhou.
Vanessa Rossi precisou que a aterragem “difícil” da economia mundial significar uma apreciação do euro até aos 1,7 dólares. “Uma subida destas [actualmente o euro nos 1,28 dólares] teria um grande impacto na correcção do défice comercial norte-americano” mas traduzir-se-ia também numa “ameaça maior” às taxas de juro dos EUA (que iniciaram há meses o seu ciclo de subida gradual), à estabilidade dos mercados financeiros e ao crescimento global.
O que foi o Acordo de Plaza de 1985?
O Acordo de Plaza foi assinado em Setembro de 1985 pelos países do G5 – Estados Unidos, Japão, Alemanha Federal, França e Reino Unido – e teve como objectivo a desvalorização do dólar por forma a estimular o crescimento da procura externa dirigida à economia norte-americana, mais propriamente o poder de compra do Japão. Há 20 anos atrás, os EUA estavam, tal como hoje, a braços com graves desequilíbrios nas contas públicas e na balança comercial. Contudo, o acordo celebrado acabou por resvalar para uma desvalorização descontrolada da nota verde. Uma das moedas que arcou com o ónus da queda foi justamente o iene (entre o início de 1985 e o final de 1987 a moeda avançou mais de 50% face ao dólar), arrastando o Japão, uma das economias mais dinâmicas do mundo mas altamente dependente das exportações, para uma crise sem precedentes
Luís Reis Ribeiro
Economistas debatem a situação chinesa e referem que o pior dos cenários coloca os Estados Unidos e o Japão novamente em recessão.
A economia mundial pode entrar numa nova crise de crescimento já no próximo ano se a queda preconizada para o dólar for demasiado rápida como, alertaram vários especialistas em economia internacional. O pior dos cenários, o de colapso da nota verde, poderá conduzir mesmo a uma nova recessão no Japão e nos EUA, ao passo que a União Europeia (UE) ficaria a crescer pouco mais de 1% em 2006.
Vanessa Rossi, directora da Oxford Economic Forecasting (OEF) e interveniente na conferência da Coface, que decorreu no fim do mês passado, em Paris, defendeu que “em 2005 ainda temos razões para estar preocupados com quedas fortes do dólar” na sequência dos grandes desequilíbrios do sistema de pagamentos mundial, que estão a ser sobretudo alimentados pelo endividamento elevado e insustentável da economia norte-americana.
Os défices corrente e orçamental estão actualmente num nível recorde que ascende a 5% do PIB e vão ter inevitavelmente de se reduzir ao longo dos próximos anos, o que pressionará em baixa o preço do dólar. Segundo o FMI, no final de 2003, o dólar detinha um peso de cerca de 60% no total das reservas externas mundiais, ao passo que o euro representava 20%. Por seu lado, a China é um dos principais financiadores dos défices norte-americanos e o segundo país mais importante na carteira de dívida pública dos EUA (6,5%).
Perigo de um novo Plaza
A economista da OEF sustentou ainda estão reunidas muitas das condições que conduziram ao “desastroso” Acordo de Plaza de 1985 (ver caixa), que acabou por culminar na crise japonesa, que durou mais de uma década. Actualmente, vários peritos afiançam que a China se tornou no novo ‘bode expiatório’ dos desequilíbrios mundiais. No entender da Administração Bush, o Governo de Pequim deve enveredar esforços no sentido de uma maior flexibilização (revalorização) da sua moeda, o iuan. Contudo, as autoridades chinesas mantém-se firmes na protecção da competitividade da economia doméstica, afirmando que, este ano, é “improvável” que se avancem com modificações do regime cambial, em vigor desde 1994 mantém o dólar fixo entre os 8,276 e os 8,28 iuan.
Michel Didier, director do instituto parisiense, Rexecode, confirmou que o desempenho económico da China, uma das maiores economias do mundo, constitui cada vez mais um risco. O economista foi mais longe e afirmou que a conjuntura começa a dar sinais de quebra. E explica: “a taxa de investimento está em 40%, um máximo histórico, mas a experiência do passado diz-nos que esta nunca fica nesse nível durante muito tempo, pelo que é de esperar que, mais cedo ou mais tarde, se inicie o declínio do investimento e, com ele, da riqueza”.
A taxa de crescimento chinesa está a acelerar de forma ininterrupta desde 2001, tendo alcançado o ano passado os 9,5%, o nível mais elevado desde 1996. Contudo, as autoridades prevêem que a taxa de expansão ceda, este ano, cerca de um ponto percentual, para 8,5%.
Didier aproveitou em seguida para apontar as maiores fragilidades do modelo económico chinês, como o “fraco desempenho de muitas das empresas públicas” e a elevada exposição da banca ao crédito malparado. “O sistema bancário tem ser alvo de uma reforma profunda”, aconselhou.
Vanessa Rossi precisou que a aterragem “difícil” da economia mundial significar uma apreciação do euro até aos 1,7 dólares. “Uma subida destas [actualmente o euro nos 1,28 dólares] teria um grande impacto na correcção do défice comercial norte-americano” mas traduzir-se-ia também numa “ameaça maior” às taxas de juro dos EUA (que iniciaram há meses o seu ciclo de subida gradual), à estabilidade dos mercados financeiros e ao crescimento global.
O que foi o Acordo de Plaza de 1985?
O Acordo de Plaza foi assinado em Setembro de 1985 pelos países do G5 – Estados Unidos, Japão, Alemanha Federal, França e Reino Unido – e teve como objectivo a desvalorização do dólar por forma a estimular o crescimento da procura externa dirigida à economia norte-americana, mais propriamente o poder de compra do Japão. Há 20 anos atrás, os EUA estavam, tal como hoje, a braços com graves desequilíbrios nas contas públicas e na balança comercial. Contudo, o acordo celebrado acabou por resvalar para uma desvalorização descontrolada da nota verde. Uma das moedas que arcou com o ónus da queda foi justamente o iene (entre o início de 1985 e o final de 1987 a moeda avançou mais de 50% face ao dólar), arrastando o Japão, uma das economias mais dinâmicas do mundo mas altamente dependente das exportações, para uma crise sem precedentes
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Fundos desdramatizam resultado eleitoral
Fundos desdramatizam resultado eleitoral
Mónica Silvares
Os fundos de investimento desdramatizam o resultado das eleições de 20 de Fevereiro.
Na opinião dos investidores o importante é que o novo Executivo, seja ele qual for, assegure estabilidade e previsibilidade legal e macroeconómica, porque a sua aposta reside no investimento de longo prazo, logo não especulativo.
“Portugal está agora integrado na zona euro e sendo uma economia aberta não se espera uma repetição da instabilidade dos anos 80”, disse Leonardo Matias, da Schröder’s. “Previsibilidade é o mais relevante para o investidor institucional”, disse ainda o responsável acrescentando que essa previsibilidade se deve verificar quer ao nível jurídico, fiscal, económico, como político.
Diogo Gomes do BNP Paribas também defende que não espera qualquer tipo de “extremismo” em Portugal. O responsável lembra que já quando se deu a queda do Governo, a posição do banco foi defender que “apesar de uma volatilidade numa primeira fase, não se espera nenhuma mudança de rumo que saia do espírito da União Europeia”. Preocupantes são casos como o da Argentina ou da Rússia quando se começaram a levantar suspeitas no caso Iukos, exemplifica Diogo Gomes, acrescentando que os fundos apostam num discurso de serenidade.
Também Mário Pires, do Deutsche Bank, sublinha que o essencial é que “o país continue a cumprir os critérios de Maastricht, nomeadamente a o limite de 3% para o défice orçamental”.
Curiosamente, neste ponto, o relatório de Janeiro da Economist Intelligence Unit, avança que a previsão de défice para este ano será de 3,5%, apesar do aumento de receitas que se espera em consequência do maior crescimento económico (1,6% em 2005). “Uma ausência de novas medidas drásticas de um eventual Governo socialista” para controlar o défice orçamental são um motivo de preocupação para a organização que, inclusivamente, avança com a hipótese de o défice ser “até bastante mais alto, apesar do Executivo poder tentar disfarçá-lo com mais transferências contabilísticas”. O documento acrescenta ainda que o défice deverá diminuir em 2006, “partindo do princípio que a economia continuará a recuperar”, mas “dificilmente se situará baixo dos 2,9%, a não ser que a Comissão Europeia sujeite Portugal a um procedimento por défices excessivos”.
Alterações fiscais são uma preocupação
Os fundos de investimento apenas manifestaram uma preocupação perante o cenário eleitoral resultante do plebiscito de 20 de Fevereiro: “se a coligação se traduzir em reformas fiscais que prejudiquem os investimentos”. Mário Pires, do Deutsche Bank, lembra que Portugal poderá viver uma situação semelhante à que ocorre presentemente em Espanha, onde o Partido Socialista decidiu alterar a tributação das mais valias do mercado imobiliário de modo a que estas sejam tributadas pela taxa mais alta.
O responsável explica que as suas preocupações residem apenas nos aspectos que possam alterar as condições de investimento em Portugal. “Se continuarem a retirar benefícios fiscais às pensões também é preocupante”, acrescentou, porque os planos poupança reforma tinham na sua base fundos de investimento, fundos de pensões e seguros.
Mónica Silvares
Os fundos de investimento desdramatizam o resultado das eleições de 20 de Fevereiro.
Na opinião dos investidores o importante é que o novo Executivo, seja ele qual for, assegure estabilidade e previsibilidade legal e macroeconómica, porque a sua aposta reside no investimento de longo prazo, logo não especulativo.
“Portugal está agora integrado na zona euro e sendo uma economia aberta não se espera uma repetição da instabilidade dos anos 80”, disse Leonardo Matias, da Schröder’s. “Previsibilidade é o mais relevante para o investidor institucional”, disse ainda o responsável acrescentando que essa previsibilidade se deve verificar quer ao nível jurídico, fiscal, económico, como político.
Diogo Gomes do BNP Paribas também defende que não espera qualquer tipo de “extremismo” em Portugal. O responsável lembra que já quando se deu a queda do Governo, a posição do banco foi defender que “apesar de uma volatilidade numa primeira fase, não se espera nenhuma mudança de rumo que saia do espírito da União Europeia”. Preocupantes são casos como o da Argentina ou da Rússia quando se começaram a levantar suspeitas no caso Iukos, exemplifica Diogo Gomes, acrescentando que os fundos apostam num discurso de serenidade.
Também Mário Pires, do Deutsche Bank, sublinha que o essencial é que “o país continue a cumprir os critérios de Maastricht, nomeadamente a o limite de 3% para o défice orçamental”.
Curiosamente, neste ponto, o relatório de Janeiro da Economist Intelligence Unit, avança que a previsão de défice para este ano será de 3,5%, apesar do aumento de receitas que se espera em consequência do maior crescimento económico (1,6% em 2005). “Uma ausência de novas medidas drásticas de um eventual Governo socialista” para controlar o défice orçamental são um motivo de preocupação para a organização que, inclusivamente, avança com a hipótese de o défice ser “até bastante mais alto, apesar do Executivo poder tentar disfarçá-lo com mais transferências contabilísticas”. O documento acrescenta ainda que o défice deverá diminuir em 2006, “partindo do princípio que a economia continuará a recuperar”, mas “dificilmente se situará baixo dos 2,9%, a não ser que a Comissão Europeia sujeite Portugal a um procedimento por défices excessivos”.
Alterações fiscais são uma preocupação
Os fundos de investimento apenas manifestaram uma preocupação perante o cenário eleitoral resultante do plebiscito de 20 de Fevereiro: “se a coligação se traduzir em reformas fiscais que prejudiquem os investimentos”. Mário Pires, do Deutsche Bank, lembra que Portugal poderá viver uma situação semelhante à que ocorre presentemente em Espanha, onde o Partido Socialista decidiu alterar a tributação das mais valias do mercado imobiliário de modo a que estas sejam tributadas pela taxa mais alta.
O responsável explica que as suas preocupações residem apenas nos aspectos que possam alterar as condições de investimento em Portugal. “Se continuarem a retirar benefícios fiscais às pensões também é preocupante”, acrescentou, porque os planos poupança reforma tinham na sua base fundos de investimento, fundos de pensões e seguros.
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