‘This, too, shall pass’
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‘This, too, shall pass’
‘This, too, shall pass’
Jorge A. Vasconcellos e Sá
P. Buchanan, várias vezes candidato presidencial americano, defende no seu recente livro (Where the right went wrong) três teses principais.
Primeiro: os EUA mostram hoje sinais de declínio: os deficits orçamentais e de comércio; queda do dólar; a opção pela guerra contínua (”nenhuma nação consegue preservar as suas liberdades num estado permanente de guerra” – Madison); o envelhecimento da população nascida nos EUA; os imigrantes (asiáticos, latinos) já não são assimilados no ‘melting pot’; o desastre da educação primária e secundária; a desindustrialização da América (em benefício do 3º Mundo); o declíneo da moralidade; o alastramento da corrupção; a prevalência de uma cultura decadente.
Segundo: quem se posiciona então para ocupar o vácuo (comercial, político, militar e cultural) deixado por esta América decadente? A China.
Um exército de 2,5 milhões. O 2º maior orçamento mundial de defesa. Um dos maiores superavits comerciais. Um país que se transforma pouco a pouco na fábrica do mundo: dos têxteis aos computadores, da electrónica ao calçado. Uma população de 1,3 mil milhões. Com hábitos de trabalho de longas horas e de 7 dias por semana. Governada por homens cheios de ressentimentos pelas humilhações da guerra do ópio, dos Boxers, a invasão nipónica, o isolamento chinês até 1972 e a separação de Taiwan até ao presente. Sem contemplações para com dissidentes, políticos, religiões (incluindo a católica), minorias ou países vizinhos (Tibete). Obrigando mulheres com 2º filho a interromper a gravidez (1º) e esterilizando-as (depois).
Terceiro: quer o declínio americano, quer o crescimento da China podem ser – se não completamente evitados – pelo menos reduzidos e abrandados.
Como? Começando por proibir Israel e outros países de venderem tecnologia militar e sofisticada à China. Estabelecendo paridade nos acordos comerciais entre a China e os EUA. Sendo implacável com a laxidão chinesa, ambiental, de higiene e segurança do trabalho. Promovendo a democracia. Incentivando a autonomia das várias etnias (Manchus, etc.), em limite levando à partição da China. Desincentivando (fiscal e aduaneiramente) a deslocalização das empresas americanas.
E segue: restringindo a abertura do mercado americano ao exterior (a globalização). Apoiando (financeiramente) a indústria. Fortalecendo (com taxas de juro, etc.) o dólar e obrigando outros países (Japão, p.e.) a gastar com a sua própria defesa. Reformando o ensino (1º e 2º). Restringindo a actividade de ‘lobby’ em Washington. Etc.
Pergunta-se: conseguirão estas políticas inverter o declíneo (segundo Buchanan) americano? Conseguirão (pelo menos) atenuá-lo prolongando o domínio americano?
Quando Lincoln recebia as felicitações dos amigos pela sua eleição para presidente, contou-lhes a história do monarca oriental que pediu ao seu conselho de sábios que lhe indicassem uma frase que fosse verdadeira eternamente. Após reflexão os sábios vieram ter com ele e disseram: ‘This, too, shall pass’ (isto também acabará...).
Jorge A. Vasconcellos e Sá
P. Buchanan, várias vezes candidato presidencial americano, defende no seu recente livro (Where the right went wrong) três teses principais.
Primeiro: os EUA mostram hoje sinais de declínio: os deficits orçamentais e de comércio; queda do dólar; a opção pela guerra contínua (”nenhuma nação consegue preservar as suas liberdades num estado permanente de guerra” – Madison); o envelhecimento da população nascida nos EUA; os imigrantes (asiáticos, latinos) já não são assimilados no ‘melting pot’; o desastre da educação primária e secundária; a desindustrialização da América (em benefício do 3º Mundo); o declíneo da moralidade; o alastramento da corrupção; a prevalência de uma cultura decadente.
Segundo: quem se posiciona então para ocupar o vácuo (comercial, político, militar e cultural) deixado por esta América decadente? A China.
Um exército de 2,5 milhões. O 2º maior orçamento mundial de defesa. Um dos maiores superavits comerciais. Um país que se transforma pouco a pouco na fábrica do mundo: dos têxteis aos computadores, da electrónica ao calçado. Uma população de 1,3 mil milhões. Com hábitos de trabalho de longas horas e de 7 dias por semana. Governada por homens cheios de ressentimentos pelas humilhações da guerra do ópio, dos Boxers, a invasão nipónica, o isolamento chinês até 1972 e a separação de Taiwan até ao presente. Sem contemplações para com dissidentes, políticos, religiões (incluindo a católica), minorias ou países vizinhos (Tibete). Obrigando mulheres com 2º filho a interromper a gravidez (1º) e esterilizando-as (depois).
Terceiro: quer o declínio americano, quer o crescimento da China podem ser – se não completamente evitados – pelo menos reduzidos e abrandados.
Como? Começando por proibir Israel e outros países de venderem tecnologia militar e sofisticada à China. Estabelecendo paridade nos acordos comerciais entre a China e os EUA. Sendo implacável com a laxidão chinesa, ambiental, de higiene e segurança do trabalho. Promovendo a democracia. Incentivando a autonomia das várias etnias (Manchus, etc.), em limite levando à partição da China. Desincentivando (fiscal e aduaneiramente) a deslocalização das empresas americanas.
E segue: restringindo a abertura do mercado americano ao exterior (a globalização). Apoiando (financeiramente) a indústria. Fortalecendo (com taxas de juro, etc.) o dólar e obrigando outros países (Japão, p.e.) a gastar com a sua própria defesa. Reformando o ensino (1º e 2º). Restringindo a actividade de ‘lobby’ em Washington. Etc.
Pergunta-se: conseguirão estas políticas inverter o declíneo (segundo Buchanan) americano? Conseguirão (pelo menos) atenuá-lo prolongando o domínio americano?
Quando Lincoln recebia as felicitações dos amigos pela sua eleição para presidente, contou-lhes a história do monarca oriental que pediu ao seu conselho de sábios que lhe indicassem uma frase que fosse verdadeira eternamente. Após reflexão os sábios vieram ter com ele e disseram: ‘This, too, shall pass’ (isto também acabará...).
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