Lisboa Perde Fôlego
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Alertas: Mota-Engil
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
A companhia de seguros norte-americana Nationwide Mutual Insurance e a suíça UBS passaram a deter participações qualificadas na Mota-Engil. Em comunicados enviados à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a construtora anunciou que a Nationwide Mutual Insurance adquiriu parte do capital da Mota Engil através da gestora de fundos do grupo Gartmore, a Gartmore Investment Limited, depois da oferta particular de acções ter sido levada a cabo. A esses 2,44 por cento do capital da construtora portuguesa correspondem 2,54 por cento dos direitos de voto, esclarece a Mota Engil. A Mota-Engil anunciou ainda que a suíça UBS passou a controlar dois por cento do seu capital, em resultado da mesma operação de oferta particular de acções desenvolvida pelos accionistas maioritários.
Cofina
O fundo de investimento Schroeder International Select Fund detém 5,03 por cento da Cofina. Em comunicado enviado à CMVM, a empresa de Paulo Fernandes explica que a Schroeder Investment Management Limited adquiriu 78.434 acções da Cofina em 9 de Fevereiro, em nome da Schroeder International Select Fund. O comunicado adianta que "as acções são geridas de modo discricionário, com base em contrato de gestão de investimentos" e, como gestora destas acções, a "Schroeder Investment Management Limited possui todos os seus direitos de voto".
Dólar
A Morgan Stanley juntou-se à UBS e reviu em alta a recomendação para o dólar, em detrimento do euro e do iene. A Lehman Brothers aconselha a venda da moeda norte-americana. O dólar valorizou 5,6 por cento face ao euro desde dia 30 de Dezembro de 2004, dia em que a moeda europeia atingiu o valor mais elevado da história nos 1,3637 dólares. A Morgan Stanley prevê que o dólar valorize face ao euro, passando este a valer 1,24 dólares. As estimativas anteriores colocavam o euro a valer 1,32 dólares. A UBS calcula que o dólar avance para 1,27 dólares por euro, mantendo a previsão de queda do dólar a um ano para os 1,24 dólares por euro.
Inflação zona euro
A inflação dos 12 países da Zona Euro está a abrandar, num contexto de crescimento económico moderado, diz o Banco Central Europeu no Boletim Económico de Fevereiro, sugerindo assim que vai manter as taxas de juro nos próximos meses. "Apesar de as taxas de inflação a curto prazo, medidas pelo IHPC, estarem ainda sujeitas a uma certa volatilidade, relacionada sobretudo com os preços do petróleo, não existe evidência significativa de que as pressões inflacionistas internas subjacentes se estejam a acumular na área do euro", refere o Boletim. Na última reunião, a 3 de Fevereiro, o BCE deixou as taxas de juro nos dois por cento, o mínimo de 60 anos, e indica assim que, com a inflação controlada e a economia ainda a necessitar de estímulos da política monetária, o preço do dinheiro não deve subir nas próximas reuniões.
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
A companhia de seguros norte-americana Nationwide Mutual Insurance e a suíça UBS passaram a deter participações qualificadas na Mota-Engil. Em comunicados enviados à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a construtora anunciou que a Nationwide Mutual Insurance adquiriu parte do capital da Mota Engil através da gestora de fundos do grupo Gartmore, a Gartmore Investment Limited, depois da oferta particular de acções ter sido levada a cabo. A esses 2,44 por cento do capital da construtora portuguesa correspondem 2,54 por cento dos direitos de voto, esclarece a Mota Engil. A Mota-Engil anunciou ainda que a suíça UBS passou a controlar dois por cento do seu capital, em resultado da mesma operação de oferta particular de acções desenvolvida pelos accionistas maioritários.
Cofina
O fundo de investimento Schroeder International Select Fund detém 5,03 por cento da Cofina. Em comunicado enviado à CMVM, a empresa de Paulo Fernandes explica que a Schroeder Investment Management Limited adquiriu 78.434 acções da Cofina em 9 de Fevereiro, em nome da Schroeder International Select Fund. O comunicado adianta que "as acções são geridas de modo discricionário, com base em contrato de gestão de investimentos" e, como gestora destas acções, a "Schroeder Investment Management Limited possui todos os seus direitos de voto".
Dólar
A Morgan Stanley juntou-se à UBS e reviu em alta a recomendação para o dólar, em detrimento do euro e do iene. A Lehman Brothers aconselha a venda da moeda norte-americana. O dólar valorizou 5,6 por cento face ao euro desde dia 30 de Dezembro de 2004, dia em que a moeda europeia atingiu o valor mais elevado da história nos 1,3637 dólares. A Morgan Stanley prevê que o dólar valorize face ao euro, passando este a valer 1,24 dólares. As estimativas anteriores colocavam o euro a valer 1,32 dólares. A UBS calcula que o dólar avance para 1,27 dólares por euro, mantendo a previsão de queda do dólar a um ano para os 1,24 dólares por euro.
Inflação zona euro
A inflação dos 12 países da Zona Euro está a abrandar, num contexto de crescimento económico moderado, diz o Banco Central Europeu no Boletim Económico de Fevereiro, sugerindo assim que vai manter as taxas de juro nos próximos meses. "Apesar de as taxas de inflação a curto prazo, medidas pelo IHPC, estarem ainda sujeitas a uma certa volatilidade, relacionada sobretudo com os preços do petróleo, não existe evidência significativa de que as pressões inflacionistas internas subjacentes se estejam a acumular na área do euro", refere o Boletim. Na última reunião, a 3 de Fevereiro, o BCE deixou as taxas de juro nos dois por cento, o mínimo de 60 anos, e indica assim que, com a inflação controlada e a economia ainda a necessitar de estímulos da política monetária, o preço do dinheiro não deve subir nas próximas reuniões.
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Para Quando a Apreciação do Yuan?
Por PEDRO MATOS BRANCO
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Dos factos a realçar da última cimeira do G7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), terminada no primeiro fim-de-semana deste mês, destacam-se a participação, uma vez mais, de países como o Brasil, Rússia, Índia e China, os chamados BRIC's, e a África do Sul, bem como a inalterabilidade da posição do grupo relativamente ao mercado cambial. A posição assumida não se modificou significativamente das assunções de anteriores reuniões, vincando-se a necessidade de uma crescente flexibilidade cambial entre as grandes economias e regiões económicas e reforçando-se o carácter indesejável dos excessos de volatilidade e de alterações bruscas nas taxas de câmbio.
A participação dos BRIC's é relevante na medida em que evidencia a constatação por parte do G7 da mudança que vem ocorrendo na situação económica internacional e na esperança de que a presença destes países pode ter uma relevância imediata no mercado cambial. De mudança porque reconhece que estas economias, no espaço de uma ou duas gerações, tornar-se-ão nas principais forças económicas mundiais. Se o actual G7 engloba as cinco maiores economias, em termos de dimensão (excluindo a Zona Euro como um todo), ou seja, EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, respectivamente, o "ranking", naquele prazo temporal, deverá ser seguramente a China, EUA, Índia, Japão e Brasil, a que se seguirá a Rússia, e só depois Reino Unido, Alemanha e França. Relevância imediata pela necessidade de ajustamentos nas taxas de câmbio das economias asiáticas, dado o dinamismo que algumas delas vêm revelando. Ou seja, alguns países da região, com todos os olhares dirigidos para a China, deverão deixar as suas moedas evidenciar o peso efectivo que verdadeiramente possuem, de acordo com a posição comercial e financeira detida no cenário internacional. A importância destes assuntos conduziu mesmo à redacção de uma declaração autónoma sobre os encontros mantidos entre o G7 e o ministro das Finanças e o Governador do Banco Central da China, embora se desconheçam as medidas de política acordadas.
A pujança que a economia chinesa tem vindo a revelar nos últimos anos e o papel que tem desempenhado no comércio internacional parecem não apontar para outro caminho que não seja a suspensão do "peg" que o yuan mantém contra o dólar, o que implica um movimento de apreciação, não apenas contra esta moeda, mas igualmente face a um cabaz de moedas representativo das relações comerciais externas da China. Refira-se que do défice comercial dos EUA, que atingiu 618 mil milhões de dólares em 2004, ou seja, cerca de 5,3 por cento do PIB, o défice comercial com a China representou cerca de um quarto daquele valor e foi o que mais cresceu em 2004. Este comportamento conduzirá seguramente o Congresso dos EUA a empreender iniciativas legislativas no sentido de pressionar a apreciação do yuan, e que poderão passar pelo aumento de tarifas aduaneiras ou mesmo a reinstalação de quotas alfandegárias.
Por outro lado, o crescimento de mais 50 por cento das reservas em moeda externa da economia chinesa em 2004 - as reservas correspondem a cerca de 12 meses de importações (só ultrapassado na região pelos mais de 20 por cento do Japão e perto de 16 por cento de Taiwan) - indicia igualmente um yuan subvalorizado, facto que se torna mais evidente com as entradas crescentes de "hot money" na perspectiva de ganhos imediatos com a expectativa de uma apreciação no curto ou médio prazos. No entanto, do ponto de vista da China, existem razões para manter o actual "status quo": o excedente da balança corrente foi pouco mais de dois por cento do PIB em 2004, dado o forte crescimento das importações quer em volume, quer em preço (particularmente das "commodities" e crude), o elevado nível de reservas decorre mais da atracção de investimento estrangeiro do que é consequência da evolução da balança corrente, a inflação encontra-se controlada, com a subidas das taxas de juro directoras e, por último, as autoridades não querem correr o risco de perda de competitividade num momento de algum abrandamento da actividade económica internacional.
*Economista Séniordo Banco Espírito Santo
Por PEDRO MATOS BRANCO
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Dos factos a realçar da última cimeira do G7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), terminada no primeiro fim-de-semana deste mês, destacam-se a participação, uma vez mais, de países como o Brasil, Rússia, Índia e China, os chamados BRIC's, e a África do Sul, bem como a inalterabilidade da posição do grupo relativamente ao mercado cambial. A posição assumida não se modificou significativamente das assunções de anteriores reuniões, vincando-se a necessidade de uma crescente flexibilidade cambial entre as grandes economias e regiões económicas e reforçando-se o carácter indesejável dos excessos de volatilidade e de alterações bruscas nas taxas de câmbio.
A participação dos BRIC's é relevante na medida em que evidencia a constatação por parte do G7 da mudança que vem ocorrendo na situação económica internacional e na esperança de que a presença destes países pode ter uma relevância imediata no mercado cambial. De mudança porque reconhece que estas economias, no espaço de uma ou duas gerações, tornar-se-ão nas principais forças económicas mundiais. Se o actual G7 engloba as cinco maiores economias, em termos de dimensão (excluindo a Zona Euro como um todo), ou seja, EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, respectivamente, o "ranking", naquele prazo temporal, deverá ser seguramente a China, EUA, Índia, Japão e Brasil, a que se seguirá a Rússia, e só depois Reino Unido, Alemanha e França. Relevância imediata pela necessidade de ajustamentos nas taxas de câmbio das economias asiáticas, dado o dinamismo que algumas delas vêm revelando. Ou seja, alguns países da região, com todos os olhares dirigidos para a China, deverão deixar as suas moedas evidenciar o peso efectivo que verdadeiramente possuem, de acordo com a posição comercial e financeira detida no cenário internacional. A importância destes assuntos conduziu mesmo à redacção de uma declaração autónoma sobre os encontros mantidos entre o G7 e o ministro das Finanças e o Governador do Banco Central da China, embora se desconheçam as medidas de política acordadas.
A pujança que a economia chinesa tem vindo a revelar nos últimos anos e o papel que tem desempenhado no comércio internacional parecem não apontar para outro caminho que não seja a suspensão do "peg" que o yuan mantém contra o dólar, o que implica um movimento de apreciação, não apenas contra esta moeda, mas igualmente face a um cabaz de moedas representativo das relações comerciais externas da China. Refira-se que do défice comercial dos EUA, que atingiu 618 mil milhões de dólares em 2004, ou seja, cerca de 5,3 por cento do PIB, o défice comercial com a China representou cerca de um quarto daquele valor e foi o que mais cresceu em 2004. Este comportamento conduzirá seguramente o Congresso dos EUA a empreender iniciativas legislativas no sentido de pressionar a apreciação do yuan, e que poderão passar pelo aumento de tarifas aduaneiras ou mesmo a reinstalação de quotas alfandegárias.
Por outro lado, o crescimento de mais 50 por cento das reservas em moeda externa da economia chinesa em 2004 - as reservas correspondem a cerca de 12 meses de importações (só ultrapassado na região pelos mais de 20 por cento do Japão e perto de 16 por cento de Taiwan) - indicia igualmente um yuan subvalorizado, facto que se torna mais evidente com as entradas crescentes de "hot money" na perspectiva de ganhos imediatos com a expectativa de uma apreciação no curto ou médio prazos. No entanto, do ponto de vista da China, existem razões para manter o actual "status quo": o excedente da balança corrente foi pouco mais de dois por cento do PIB em 2004, dado o forte crescimento das importações quer em volume, quer em preço (particularmente das "commodities" e crude), o elevado nível de reservas decorre mais da atracção de investimento estrangeiro do que é consequência da evolução da balança corrente, a inflação encontra-se controlada, com a subidas das taxas de juro directoras e, por último, as autoridades não querem correr o risco de perda de competitividade num momento de algum abrandamento da actividade económica internacional.
*Economista Séniordo Banco Espírito Santo
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Gestão
Profissionais Continuam com Bons Resultados
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Investir em acções nacionais continua a assegurar bons rendimentos, sobretudo quando a gestão cabe aos profissionais do sector. Os fundos do Millennium bcp e do Santander estão de parabéns
Gonçalo Morna
Os fundos de investimento de acções nacionais, com uma rendibilidade média efectiva de 5,74 por cento em Janeiro, bateram todas as restantes classes de fundos de investimento mobiliário geridas por sociedades gestoras de fundos nacionais. Para este facto muito terá contribuído a variação positiva de 5,48 por cento do mercado accionista português no primeiro mês de 2005, medida pelo "benchmark" PSI 20.
Começa a não ser propriamente uma novidade o facto dos gestores de fundos de acções nacionais baterem, nos mais variados prazos de investimento, o mercado onde os seus fundos estão investidos. Isto será uma razão mais do que suficiente para que os investidores que não têm conhecimentos técnicos sobre mercados accionistas ou que não tenham tempo para realizarem eles próprios os seus investimentos directos, deleguem a gestão das suas carteiras de acções nacionais nos bem sucedidos gestores de fundos que existem no nosso mercado.
Mas, muita atenção ao seguinte: o facto de um gestor de fundos ser muito bem sucedido não significa que o valor das carteiras dos investidores que neles apostam esteja constantemente a subir. Nos últimos cinco anos, estes mesmos fundos de acções nacionais registaram uma rendibilidade média anualizada negativa de 2,59 por cento. No mesmo período, o índice PSI 20 registou uma variação anualizada média negativa de 8,33 por cento - ou seja, os gestores destes fundos realizaram também um extraordinário trabalho num período de cinco anos, que é bastante mais significativo em termos de gestão de acções do que um período de apenas um mês. Mas os investidores não deixaram de constatar uma diminuição do valor das suas carteiras.
Podemos observar no quadro abaixo apresentado que o grande vencedor em termos de desempenhos de fundos de acções nacionais no primeiro mês de 2005 foi o fundo AF Acções Portugal, pertencente ao grupo Millennium bcp, com uma rendibilidade efectiva de 6,06 por cento. Mais significativo tem sido, no entanto, o desempenho de fundo Santander Acções Portugal, que lidera os desempenhos dos fundos de acções nacionais nos últimos dois, três e cinco anos. Nos últimos cinco anos, este foi mesmo o único fundo de acções nacional a conseguir apresentar um desempenho positivo, com uma rendibilidade anualizada de 0,55 por cento. Sendo o investimento no segmento accionista caracterizado por ter um horizonte temporal preferencialmente de longo prazo, a gestão do fundo Santander Acções Portugal está realmente de parabéns.
Idade do risco
Apesar de, nos dias de hoje, os investidores terem à sua disposição um leque cada vez maior de alternativas de investimento, que se pode estender a mercadorias como o ouro ou o petróleo, as carteiras da maior parte dos investidores continuam a estar concentradas nos investimentos em acções, obrigações e em liquidez. Em gestão de activos, um dos assuntos para que os profissionais da matéria chamam cada vez mais a atenção dos investidores é o do seu enquadramento no seu verdadeiro perfil de risco. Os investidores que tenham um perfil mais agressivo costumam ser orientados no sentido de aumentarem o peso dos seus investimentos no segmento accionista, enquanto que os mais conservadores costumam ser aconselhados a privilegiar os investimentos em obrigações e em liquidez.
Mas, muitas vezes, são deixados de parte determinados factores que devem ter igualmente um papel importante na estruturação das carteiras. Um desses factores é a idade dos investidores. Um investidor que tenha 25 anos, se desejar investir a longo prazo, tem muito mais razões para aumentar a sua exposição ao segmento accionista do que um investidor com mais de 50 anos. Os investidores mais novos têm logicamente uma esperança de vida superior e, se tivermos em conta que historicamente, em períodos verdadeiramente longos (20, 30 ou 40 anos), os investimentos em acções têm apresentado desempenhos quase sempre superiores às outras classes de activos tradicionais, o risco para o investimento a longo prazo em acções dos investidores jovens é substancialmente inferior. Mas, atenção, isto só se aplica àqueles investidores que tenham uma verdadeira perspectiva de investimento de longo prazo, e não àqueles que compram hoje com o objectivo de ficarem ricos daqui a um ano.
Profissionais Continuam com Bons Resultados
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Investir em acções nacionais continua a assegurar bons rendimentos, sobretudo quando a gestão cabe aos profissionais do sector. Os fundos do Millennium bcp e do Santander estão de parabéns
Gonçalo Morna
Os fundos de investimento de acções nacionais, com uma rendibilidade média efectiva de 5,74 por cento em Janeiro, bateram todas as restantes classes de fundos de investimento mobiliário geridas por sociedades gestoras de fundos nacionais. Para este facto muito terá contribuído a variação positiva de 5,48 por cento do mercado accionista português no primeiro mês de 2005, medida pelo "benchmark" PSI 20.
Começa a não ser propriamente uma novidade o facto dos gestores de fundos de acções nacionais baterem, nos mais variados prazos de investimento, o mercado onde os seus fundos estão investidos. Isto será uma razão mais do que suficiente para que os investidores que não têm conhecimentos técnicos sobre mercados accionistas ou que não tenham tempo para realizarem eles próprios os seus investimentos directos, deleguem a gestão das suas carteiras de acções nacionais nos bem sucedidos gestores de fundos que existem no nosso mercado.
Mas, muita atenção ao seguinte: o facto de um gestor de fundos ser muito bem sucedido não significa que o valor das carteiras dos investidores que neles apostam esteja constantemente a subir. Nos últimos cinco anos, estes mesmos fundos de acções nacionais registaram uma rendibilidade média anualizada negativa de 2,59 por cento. No mesmo período, o índice PSI 20 registou uma variação anualizada média negativa de 8,33 por cento - ou seja, os gestores destes fundos realizaram também um extraordinário trabalho num período de cinco anos, que é bastante mais significativo em termos de gestão de acções do que um período de apenas um mês. Mas os investidores não deixaram de constatar uma diminuição do valor das suas carteiras.
Podemos observar no quadro abaixo apresentado que o grande vencedor em termos de desempenhos de fundos de acções nacionais no primeiro mês de 2005 foi o fundo AF Acções Portugal, pertencente ao grupo Millennium bcp, com uma rendibilidade efectiva de 6,06 por cento. Mais significativo tem sido, no entanto, o desempenho de fundo Santander Acções Portugal, que lidera os desempenhos dos fundos de acções nacionais nos últimos dois, três e cinco anos. Nos últimos cinco anos, este foi mesmo o único fundo de acções nacional a conseguir apresentar um desempenho positivo, com uma rendibilidade anualizada de 0,55 por cento. Sendo o investimento no segmento accionista caracterizado por ter um horizonte temporal preferencialmente de longo prazo, a gestão do fundo Santander Acções Portugal está realmente de parabéns.
Idade do risco
Apesar de, nos dias de hoje, os investidores terem à sua disposição um leque cada vez maior de alternativas de investimento, que se pode estender a mercadorias como o ouro ou o petróleo, as carteiras da maior parte dos investidores continuam a estar concentradas nos investimentos em acções, obrigações e em liquidez. Em gestão de activos, um dos assuntos para que os profissionais da matéria chamam cada vez mais a atenção dos investidores é o do seu enquadramento no seu verdadeiro perfil de risco. Os investidores que tenham um perfil mais agressivo costumam ser orientados no sentido de aumentarem o peso dos seus investimentos no segmento accionista, enquanto que os mais conservadores costumam ser aconselhados a privilegiar os investimentos em obrigações e em liquidez.
Mas, muitas vezes, são deixados de parte determinados factores que devem ter igualmente um papel importante na estruturação das carteiras. Um desses factores é a idade dos investidores. Um investidor que tenha 25 anos, se desejar investir a longo prazo, tem muito mais razões para aumentar a sua exposição ao segmento accionista do que um investidor com mais de 50 anos. Os investidores mais novos têm logicamente uma esperança de vida superior e, se tivermos em conta que historicamente, em períodos verdadeiramente longos (20, 30 ou 40 anos), os investimentos em acções têm apresentado desempenhos quase sempre superiores às outras classes de activos tradicionais, o risco para o investimento a longo prazo em acções dos investidores jovens é substancialmente inferior. Mas, atenção, isto só se aplica àqueles investidores que tenham uma verdadeira perspectiva de investimento de longo prazo, e não àqueles que compram hoje com o objectivo de ficarem ricos daqui a um ano.
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Baixas Taxas de Juro Alimentam Optimismo
Por GONÇALO CÂMARA PESTANA
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
O tom positivo continua a predominar nos mercados accionistas, que continuaram a sua valorização sem que houvesse algum factor específico que o justificasse. Podemos no entanto apontar algumas razões: por um lado, os movimentos de concentração entre empresas (diariamente existem vários rumores sobre operações de consolidação), justificados pela necessidade de optimizarem os seus balanços aproveitando o baixo nível das taxas de juro; por outro, as baixas taxas de juro deixam os investidores sem alternativas de investimento interessantes, tornando mais apetecível o investimento nos mercados accionistas. No entanto, não podemos ignorar o movimento de descida das taxas de longo prazo, que tem sido demasiado acentuado (os 10 anos nos EUA baixaram dos quatro por cento), pois tradicionalmente representa expectativas de abrandamento económico. Há quem defenda que tal movimento é justificado por uma forte procura dos bancos centrais, nomeadamente os asiáticos, e que por isso a economia continua de boa saúde. Assim, torna-se muito importante acompanhar o discurso de Alan Greenspan esta semana sobre a economia e a política monetária, bem como os indicadores das vendas a retalho, produção industrial e inflação no produtor, pois serão fundamentais para avaliarmos as perspectivas económicas norte-americanas e compreendermos o movimento de descida das taxas de juro.
Gestão de Patrimónios Espirito Santo Investment
gpestana@besinv.pt
Por GONÇALO CÂMARA PESTANA
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
O tom positivo continua a predominar nos mercados accionistas, que continuaram a sua valorização sem que houvesse algum factor específico que o justificasse. Podemos no entanto apontar algumas razões: por um lado, os movimentos de concentração entre empresas (diariamente existem vários rumores sobre operações de consolidação), justificados pela necessidade de optimizarem os seus balanços aproveitando o baixo nível das taxas de juro; por outro, as baixas taxas de juro deixam os investidores sem alternativas de investimento interessantes, tornando mais apetecível o investimento nos mercados accionistas. No entanto, não podemos ignorar o movimento de descida das taxas de longo prazo, que tem sido demasiado acentuado (os 10 anos nos EUA baixaram dos quatro por cento), pois tradicionalmente representa expectativas de abrandamento económico. Há quem defenda que tal movimento é justificado por uma forte procura dos bancos centrais, nomeadamente os asiáticos, e que por isso a economia continua de boa saúde. Assim, torna-se muito importante acompanhar o discurso de Alan Greenspan esta semana sobre a economia e a política monetária, bem como os indicadores das vendas a retalho, produção industrial e inflação no produtor, pois serão fundamentais para avaliarmos as perspectivas económicas norte-americanas e compreendermos o movimento de descida das taxas de juro.
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Lisboa Perde Fôlego
Lisboa Perde Fôlego
Por ROSA SOARES
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Foi uma semana positiva, mas sem o entusiasmo das anteriores. A forte valorização conseguida em Janeiro, a falta de notícias que motivem os investidores e o momento político ajudam a explicar uma menor pressão de compra e até a realização de algumas mais-valias, especialmente nos títulos que têm registado maiores valorizações.
O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI-20, acumulou um ganho de 0,46 por cento, a menor subida das últimas quatro semanas. O índice continua a aguentar-se acima dos oito mil pontos, apresentando uma valorização de 6,36 por cento desde o início do ano.
As praças internacionais, que tinham revelado maior moderação no arranque do ano, estão agora a demonstrar maior entusiasmo, terminando com ganhos semanais muito superiores ao da praça nacional. A época é de apresentação de resultados de empresas a nível mundial, que de uma maneira geral estão a corresponder às estimativas dos analistas. As bolsas, particularmente as europeias, contaram ainda com uma ajuda inesperada: apesar da fragilidade de alguns indicadores económicos norte-americanos, o dólar está a valorizar face ao euro, o que ajuda a animar os mercados accionistas na Europa. As grandes casas de investimento estão a recomendar a compra de dólares em detrimento de outras moedas. Uma desvalorização do euro ajudará as empresas exportadoras europeias, que têm vindo a perder competitividade.
Apesar do ganho modesto, a última semana da Euronext Lisboa ficou marcada pela fixação de novos máximos em vários títulos. Contudo, o saldo positivo foi conseguido quase na totalidade pela valorização dos três "pesos-pesados", que curiosamente lideraram o "ranking" das subidas. Entre eles está o BCP, a ganhar 1,91 por cento, a PT, a subir 1,05 por cento, e a EDP, a valorizar 0,87 por cento. A subir estiveram apenas mais três títulos.
Em queda estiveram 10 empresas. A liderar as perdedoras esteve Pararede, a desvalorizar 7,14 por cento, uma correcção face ao ganho de mais de 10 por cento registado na última sessão da semana anterior. A perder esteve ainda a Impresa (-1,83 por cento) e a Sonae SGPS (-1,7 por cento). A semana foi de suspense face à evolução do negócio de venda dos activos da Lusomundo, do Universo PT, "dossier" que, certamente, marcará esta semana.
Por ROSA SOARES
Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2005
Foi uma semana positiva, mas sem o entusiasmo das anteriores. A forte valorização conseguida em Janeiro, a falta de notícias que motivem os investidores e o momento político ajudam a explicar uma menor pressão de compra e até a realização de algumas mais-valias, especialmente nos títulos que têm registado maiores valorizações.
O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI-20, acumulou um ganho de 0,46 por cento, a menor subida das últimas quatro semanas. O índice continua a aguentar-se acima dos oito mil pontos, apresentando uma valorização de 6,36 por cento desde o início do ano.
As praças internacionais, que tinham revelado maior moderação no arranque do ano, estão agora a demonstrar maior entusiasmo, terminando com ganhos semanais muito superiores ao da praça nacional. A época é de apresentação de resultados de empresas a nível mundial, que de uma maneira geral estão a corresponder às estimativas dos analistas. As bolsas, particularmente as europeias, contaram ainda com uma ajuda inesperada: apesar da fragilidade de alguns indicadores económicos norte-americanos, o dólar está a valorizar face ao euro, o que ajuda a animar os mercados accionistas na Europa. As grandes casas de investimento estão a recomendar a compra de dólares em detrimento de outras moedas. Uma desvalorização do euro ajudará as empresas exportadoras europeias, que têm vindo a perder competitividade.
Apesar do ganho modesto, a última semana da Euronext Lisboa ficou marcada pela fixação de novos máximos em vários títulos. Contudo, o saldo positivo foi conseguido quase na totalidade pela valorização dos três "pesos-pesados", que curiosamente lideraram o "ranking" das subidas. Entre eles está o BCP, a ganhar 1,91 por cento, a PT, a subir 1,05 por cento, e a EDP, a valorizar 0,87 por cento. A subir estiveram apenas mais três títulos.
Em queda estiveram 10 empresas. A liderar as perdedoras esteve Pararede, a desvalorizar 7,14 por cento, uma correcção face ao ganho de mais de 10 por cento registado na última sessão da semana anterior. A perder esteve ainda a Impresa (-1,83 por cento) e a Sonae SGPS (-1,7 por cento). A semana foi de suspense face à evolução do negócio de venda dos activos da Lusomundo, do Universo PT, "dossier" que, certamente, marcará esta semana.
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