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Taxas Encarecem Bilhetes
Por INÊS SEQUEIRA
Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2005

da promoção da TAP

O valor real dos bilhetes que começaram hoje a ser promovidos pela TAP por 60 euros, para destinos europeus, sobe para mais do dobro se incluirmos as diversas taxas aplicadas aos passageiros. Em causa estão os acréscimos tarifários relacionados com os custos de combustível, a emissão do bilhete e os custos com segurança, e ainda as taxas de aeroporto. Feitas as contas, os bilhetes promovidos para três dos destinos europeus mais voados pela transportadora - Londres (Heathrow), Paris e Madrid - sobem de 60 euros para valores que andam entre os 130 e os 150 euros.

Aliás, a diferença face aos bilhetes que têm estado à venda para a capital inglesa acaba por ser pequena: ronda os 50 euros à partida de Lisboa, descendo para um mínimo de 20 euros à partida do Porto. Isto deve-se às baixas promocionais de preços ditadas pela entrada de companhias concorrentes para aquele destino, como a Ryanair. Já em relação a Paris e Madrid, a diferença face aos valores praticados nesta época do ano compensa mais: sobe para cerca de 100 euros.

Os preços finais das outras 16 rotas incluídas nesta promoção não deverão andar muito longe destes preços, uma vez que as taxas de aeroporto são aquelas que mais variam nos voos dentro da Europa. São diferentes por aeroporto e em caso de escala para mudar de avião, o valor total acaba sempre por subir.

Taxas de aeroporto à parte, cada passageiro tem ainda de arcar com cerca de 112 euros, a somar aos 60 euros da compra do bilhete. O único montante que vai direitinho para a companhia são os dez euros relacionados com o combustível. Este suplemento começou a ser cobrado em 2004, como uma reacção das transportadoras aéreas à subida dos custos relacionados com o encarecimento do petróleo nos mercados internacionais.

Já as receitas com a taxa de segurança, que actualmente ascendem a cerca de 20 euros nos voos entre Portugal e outros países da Europa, são repartidas entre várias entidades, entre as quais a empresa que explora os aeroportos do continente (ANA) e o Instituto Nacional de Aviação Civil, tutelado pelo Governo. É também a ANA - e as outras empresas aeroportuárias, em aeroportos estrangeiros - que arrecada as taxas de aeroporto pagas pelos passageiros.

Por fim, as taxas de emissão de bilhete dependem da compra: se for feita via "on line" ou telefone, com bilhete electrónico, serão cerca de 15 euros dentro da Europa. Caso os bilhetes sejam levantados nos balcões da TAP, o custo sobe para 22 euros. Já no caso das agências de viagens, que ficam com este dinheiro para si se forem elas a vender os bilhetes, as leis da concorrência ditam que a taxa varie de empresa para empresa. No entanto, os valores andam muito próximos uns dos outros.

Dez lugares por voo

A TAP disponibiliza um máximo de dez lugares nos voos que seleccionou para esta campanha: todos os destinos estão incluídos, mas a companhia optou pelos horários e pelas épocas do ano em que os aviões andam com menos passageiros. Esta campanha acaba, aliás, por ter semelhanças com a promoção lançada no final de 2003 pela Air Luxor, mas, ao contrário do que sucedeu nessa altura, a reacção das agências de viagens tem sido calma.

"Trata-se também aqui de uma acção de 'marketing'", admite o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Vítor Filipe. Mas, entretanto, as agências passaram a ganhar mais com base na quantidade de bilhetes vendidos do que com base no valor das tarifas, devido à descida gradual das comissões pagas pela companhia aérea, acrescenta.