Subsidiária da PT aumenta lucro em 2004
Semapa admite vender acções da Portucel em bolsa
Notícia agenciafinanceira.com
(04/02/05)-(Agência Financeira) A operação, segundo uma fonte próxima da Semapa, poderá ser realizada em simultâneo com o accionista Estado. É que o decreto-lei de privatização já prevê a venda de 15% da posição pública a institucionais, com os restantes 10% destinados a trabalhadores da empresa, avança o Diário Económico (DE).
A Semapa, segundo a mesma fonte, acredita que a desblindagem dos direitos de voto da Portucel - a ser proposta na assembleia-geral de 7 de Março - valorizará a posição do Estado na empresa.
Ainda assim, do lado do Estado existe a necessidade de salvaguardar algumas condições, para salvaguardar a perda de controlo nos direitos de voto, para que a desblindagem seja aprovada.
Editorial
Notícia agenciafinanceira.com
(04/02/05)-(Agência Financeira) A operação, segundo uma fonte próxima da Semapa, poderá ser realizada em simultâneo com o accionista Estado. É que o decreto-lei de privatização já prevê a venda de 15% da posição pública a institucionais, com os restantes 10% destinados a trabalhadores da empresa, avança o Diário Económico (DE).
A Semapa, segundo a mesma fonte, acredita que a desblindagem dos direitos de voto da Portucel - a ser proposta na assembleia-geral de 7 de Março - valorizará a posição do Estado na empresa.
Ainda assim, do lado do Estado existe a necessidade de salvaguardar algumas condições, para salvaguardar a perda de controlo nos direitos de voto, para que a desblindagem seja aprovada.
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Euronext Lisboa afastada dos ganhos na Europa
Notícia agenciafinanceira.com
(04/02/05)-(Agência Financeira) O título que mais pressão está a exercer no principal índice nacional é o Banco Comercial Português (BCP), que perde 0,48% para os 2,09 euros. A acompanhar o banco ainda liderado por Jardim Gonçalves está a Portugal Telecom (PT) ao descer 0,1% para os 9,53 euros. Já a Energias de Portugal (EDP) segue inalterada em 2,29 euros.
Ainda na banca, o Banco Espírito Santo (BES) apresentou, na quinta-feira, os resultados de 2004. Os lucros situaram acima das estimativas dos analistas. Uma situação já descontada pelo mercado, uma vez que a situação se tinha verificado com os congéneres presentes no PSI20. As acções do BES sobem 0,15% para os 13,35 euros, depois de uma passagem pelo vermelho.
O título mais penalizado nesta manhã é a Reditus, com uma queda de 1,22% para os 4,05 euros. No lado oposto, a ParaRede dispara 7,89% para os 41 cêntimos e conta já com 23,7 milhões de acções negociadas, depois de ontem ter anunciado a aquisição da Gain por dois milhões de euros.
A Impresa volta a destacar-se ao somar 0,84% para os seis euros, novo máximo desde Abril de 2004.
No resto da Europa, o volume de negócios deve manter-se fraco até à divulgação dos dados sobre a criação de emprego nos Estados Unidos em Janeiro. Dados económicos que vão ditar o rumo das bolsas do Velho Continente na segunda metade da sessão. O índice espanhol IBEX ganha 0,52%, o índice britânico FTSE soma 0,47%, o índice francês CAC sobe 0,49% e o índice alemão DAX avança 0,72%.
Sandra Pedro
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(04/02/05)-(Agência Financeira) O título que mais pressão está a exercer no principal índice nacional é o Banco Comercial Português (BCP), que perde 0,48% para os 2,09 euros. A acompanhar o banco ainda liderado por Jardim Gonçalves está a Portugal Telecom (PT) ao descer 0,1% para os 9,53 euros. Já a Energias de Portugal (EDP) segue inalterada em 2,29 euros.
Ainda na banca, o Banco Espírito Santo (BES) apresentou, na quinta-feira, os resultados de 2004. Os lucros situaram acima das estimativas dos analistas. Uma situação já descontada pelo mercado, uma vez que a situação se tinha verificado com os congéneres presentes no PSI20. As acções do BES sobem 0,15% para os 13,35 euros, depois de uma passagem pelo vermelho.
O título mais penalizado nesta manhã é a Reditus, com uma queda de 1,22% para os 4,05 euros. No lado oposto, a ParaRede dispara 7,89% para os 41 cêntimos e conta já com 23,7 milhões de acções negociadas, depois de ontem ter anunciado a aquisição da Gain por dois milhões de euros.
A Impresa volta a destacar-se ao somar 0,84% para os seis euros, novo máximo desde Abril de 2004.
No resto da Europa, o volume de negócios deve manter-se fraco até à divulgação dos dados sobre a criação de emprego nos Estados Unidos em Janeiro. Dados económicos que vão ditar o rumo das bolsas do Velho Continente na segunda metade da sessão. O índice espanhol IBEX ganha 0,52%, o índice britânico FTSE soma 0,47%, o índice francês CAC sobe 0,49% e o índice alemão DAX avança 0,72%.
Sandra Pedro
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Títulos da ParaRede sobem 7,9% com a confirmação de lucros em 2004
DE
As acções da ParaRede estiveram a subir 7,9% para 0,41 euros, suportadas pela confirmação do regresso aos lucros em 2004, mas sem muito espaço para ir muito mais além, porque após estes ganhos deve surgir um movimento de tomada de valias.
O presidente da ParaRede, Paulo Ramos, confirmou, ontem, o regresso aos lucros em 2004 contra mais de 11 milhões de prejuízos em 2003 e o crescimento das receitas acima dos 30% previstos.
"A ParaRede está animada com a confirmação de lucros em 2004 e o crescimento das receitas, mas não penso que seja para ir muito mais além dos 41 cêntimos", disse um operador.
"Este movimento em ParaRede está a ser feito essencialmente por nacionais e é, sobretudo, especulativo, estando a entrar agora e deverão sair logo que conseguirem uma mais valia", disse outro.
DE
As acções da ParaRede estiveram a subir 7,9% para 0,41 euros, suportadas pela confirmação do regresso aos lucros em 2004, mas sem muito espaço para ir muito mais além, porque após estes ganhos deve surgir um movimento de tomada de valias.
O presidente da ParaRede, Paulo Ramos, confirmou, ontem, o regresso aos lucros em 2004 contra mais de 11 milhões de prejuízos em 2003 e o crescimento das receitas acima dos 30% previstos.
"A ParaRede está animada com a confirmação de lucros em 2004 e o crescimento das receitas, mas não penso que seja para ir muito mais além dos 41 cêntimos", disse um operador.
"Este movimento em ParaRede está a ser feito essencialmente por nacionais e é, sobretudo, especulativo, estando a entrar agora e deverão sair logo que conseguirem uma mais valia", disse outro.
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Inflação abranda para 2,1% no mês de Janeiro
DE
A Eurostat, orgão de estatísticas da União Europeia, anunciou hoje as primeiras estimativas da evolução da inflação no primeiro mês de 2005, adiantando que estes 2,1% ficaram abaixo das expectativas dos analistas que previam que se situasse nos 2,3%.
No mês de Dezembro, a inflação situou-se nos 2,4%, segundo dados do Eurostat.
DE
A Eurostat, orgão de estatísticas da União Europeia, anunciou hoje as primeiras estimativas da evolução da inflação no primeiro mês de 2005, adiantando que estes 2,1% ficaram abaixo das expectativas dos analistas que previam que se situasse nos 2,3%.
No mês de Dezembro, a inflação situou-se nos 2,4%, segundo dados do Eurostat.
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Jazz made in Grande Maçã
Rita Ibérico Nogueira
O elenco é de luxo. A selecção transporta-nos à penumbra dos clubes de Jazz de Nova Iorque. Ou ao universo dos filmes de Woody Allen. Uma viagem ao jazz da Idade do Ouro na Grande Maçã.
O jazz pode ter nascido em New Orleans, mas não seria o que é se não tivesse chegado a Nova Iorque. E quem sabe a cidade, a Grande Maçã, que deve o seu nome a um clube de jazz dos anos 30 [The Big Apple], não seria, como é hoje, capital indiscutível deste estilo musical?
O facto é que Nova Iorque oferece os melhores músicos de jazz do mundo, espalhados pelos variados clubes e jam sessions, sete noites por semana, do Blue Note na Village aos clubes vintage do Harlem como o Lenox Lounge, do mítico Cotton Club passando pelo sofisticado Cafe Carlyle, onde, todas as segundas-feiras, Woody Allen esquece a objectiva para tocar clarinete com a Eddy Davis’ New Orleans Jazz Band.
É bem conhecido do público do realizador de “O ABC do Amor”, “Manhattan” e “Balas sobre a Broadway”, o fascínio que este nutre pela Big Apple. Todos os seus filmes, sem excepção, são passados nas ruas de Nova Iorque, onde não falta o jazz como banda sonora. Outro dos fascínios de Woody.
E é assim que nos sentimos, personagens perturbadas e caricatas de uma película de Allen, ao escutar “New York Forever - Jazz in The Big Apple”, um disco que junta o melhor do jazz que passou por esta cidade.
O elenco é de luxo, constituído por músicos que amaram Nova Iorque e nela projectaram esta música com alma: Louis Armstrong, no seu estilo New Orleans/Dixieland recheado de ‘scats’ [introdução de sílabas soltas cantaroladas que tornam a voz num instrumento musical]; Duke Ellington na sua genialidade modesta de “Harlem Airshaft”, que abre o disco; a energia contagiante de Ella Fitzgerald em “Vote for Mr. Rhythin”; as deambulações celestes da voz de Billie Holiday, entre a sombra e o sol, com “On The Sunny Side of The Street”; o piano volátil e ‘dandy’ de Nat King Cole em “A Trio Grooves in Brooklyn”; os malabarismos de Dizzy Gillespie em “Cool Breeze”; a voz irresistível de Frank Sinatra num Outono em Nova Iorque…
Só quem não conhece a cidade, com todo o seu movimento de caos constante, com o jazz escondido nas ruas de Tribeca, nos lofts do Soho, nas casas de tijolo vermelho de Brooklyn, nos becos de Chinatown, nos restaurantezinhos de Little Italy, nas luzes néon de Times Square, nos edifícios austeros de Wall Street, no alto do Empire State Building, nos pilares da ponte de Brooklyn, nos vendedores de cachorros quentes de esquina... Enfim, só quem nunca respirou esta música não imagina o quanto estes retratos a sépia, visões da cidade mais cosmopolita do mundo, inspiram ao jazz, que está para Nova Iorque como os charutos estão para Cuba. Isso é um facto imutável. Não admira, portanto, que estes (e outros) grandes nomes do jazz se tenham apaixonado e ali criado temas que, juntos, agora, dão origem a um disco de homenagem à cidade que nunca dorme.
New York Forever - Jazz in The Big Apple
Vários
CD Megamusica, 2004
Jazz made in Grande Maçã
Rita Ibérico Nogueira
O elenco é de luxo. A selecção transporta-nos à penumbra dos clubes de Jazz de Nova Iorque. Ou ao universo dos filmes de Woody Allen. Uma viagem ao jazz da Idade do Ouro na Grande Maçã.
O jazz pode ter nascido em New Orleans, mas não seria o que é se não tivesse chegado a Nova Iorque. E quem sabe a cidade, a Grande Maçã, que deve o seu nome a um clube de jazz dos anos 30 [The Big Apple], não seria, como é hoje, capital indiscutível deste estilo musical?
O facto é que Nova Iorque oferece os melhores músicos de jazz do mundo, espalhados pelos variados clubes e jam sessions, sete noites por semana, do Blue Note na Village aos clubes vintage do Harlem como o Lenox Lounge, do mítico Cotton Club passando pelo sofisticado Cafe Carlyle, onde, todas as segundas-feiras, Woody Allen esquece a objectiva para tocar clarinete com a Eddy Davis’ New Orleans Jazz Band.
É bem conhecido do público do realizador de “O ABC do Amor”, “Manhattan” e “Balas sobre a Broadway”, o fascínio que este nutre pela Big Apple. Todos os seus filmes, sem excepção, são passados nas ruas de Nova Iorque, onde não falta o jazz como banda sonora. Outro dos fascínios de Woody.
E é assim que nos sentimos, personagens perturbadas e caricatas de uma película de Allen, ao escutar “New York Forever - Jazz in The Big Apple”, um disco que junta o melhor do jazz que passou por esta cidade.
O elenco é de luxo, constituído por músicos que amaram Nova Iorque e nela projectaram esta música com alma: Louis Armstrong, no seu estilo New Orleans/Dixieland recheado de ‘scats’ [introdução de sílabas soltas cantaroladas que tornam a voz num instrumento musical]; Duke Ellington na sua genialidade modesta de “Harlem Airshaft”, que abre o disco; a energia contagiante de Ella Fitzgerald em “Vote for Mr. Rhythin”; as deambulações celestes da voz de Billie Holiday, entre a sombra e o sol, com “On The Sunny Side of The Street”; o piano volátil e ‘dandy’ de Nat King Cole em “A Trio Grooves in Brooklyn”; os malabarismos de Dizzy Gillespie em “Cool Breeze”; a voz irresistível de Frank Sinatra num Outono em Nova Iorque…
Só quem não conhece a cidade, com todo o seu movimento de caos constante, com o jazz escondido nas ruas de Tribeca, nos lofts do Soho, nas casas de tijolo vermelho de Brooklyn, nos becos de Chinatown, nos restaurantezinhos de Little Italy, nas luzes néon de Times Square, nos edifícios austeros de Wall Street, no alto do Empire State Building, nos pilares da ponte de Brooklyn, nos vendedores de cachorros quentes de esquina... Enfim, só quem nunca respirou esta música não imagina o quanto estes retratos a sépia, visões da cidade mais cosmopolita do mundo, inspiram ao jazz, que está para Nova Iorque como os charutos estão para Cuba. Isso é um facto imutável. Não admira, portanto, que estes (e outros) grandes nomes do jazz se tenham apaixonado e ali criado temas que, juntos, agora, dão origem a um disco de homenagem à cidade que nunca dorme.
New York Forever - Jazz in The Big Apple
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Investir
A calma regressa à P&G
Neil Buckley
A compra da Gillette vai ser o maior teste para o director executivo da Procter & Gamble.
Dois dias após ter tomado posse, em 2000, como director executivo da Procter & Gamble (P&G), A.G. Lafley compareceu sem aviso num jantar de ‘alumni’ da P&G, composto por antigos quadros executivos do gigante de bens de consumo, que teve lugar em Chicago. Ninguém ficou indiferente à chegada de Lafley, de cabelo grisalho e espetado, e semblante calmo.
Havia uma boa razão para os presentes estarem surpresos. A P&G sempre foi famosa por contratar os alunos mais ambiciosos das melhores universidades, fazendo a sua promoção a nível interno. Mas também é bem conhecida por rejeitar aqueles que abandonam a empresa sedeada em Cincinnati. Não obstante, a reunião de ‘alumni’ contou com a presença de muitas figuras do mundo dos negócios americano, como Jeffrey Immelt da General Electric, Jim MacNerney da 3M, Meg Whiteman da eBay e Steve Ballmer da Microsoft. Lafley foi, contudo, o primeiro director executivo da P&G a aderir à organização de ‘alumni’ e a comparecer a uma das suas reuniões.
O gesto simbolizava as mudanças que iria introduzir na empresa, que esta semana planeia a compra da Gillete por 43 mil milhões de euros, transformando-se, de longe, na maior vendedora de produtos domésticos e higiene pessoal. Lafley não só reduziu os custos e reestruturou a empresa, de modo a tornar-se um modelo para outros grupos de bens de consumo, como reacendeu o espírito de inovação da P&G. Também reinventou a cultura da mesma, tornando uma empresa introspectiva e rotineira, cujos executivos eram conhecidos como “Proctoids”, numa empresa aberta e com vastos horizontes. No entanto, Alan George Lafley, universalmente conhecido como A.G., aceitou o emprego na P&G quase por acidente - e encontrou uma empresa em crise. Durk Jager, seu antecessor, fora destituído do cargo 18 meses após ter aceite o cargo e depois de ter tentado levar a cabo um plano de reestruturação que provocou o caos na empresa e levou à emissão de três ‘profit warnings’ em três meses.
Lafley, com 23 anos de casa, já tinha sido responsável pelas operações na Ásia e na América do Norte e representava, acima de tudo, uma mudança de estilo. O espírito agressivo de Jager intimidava os funcionários. Além disso, o seu estilo era idêntico ao do seu antecessor, Ed Artzt, conhecido na P&G como “Príncipe das Trevas”. Lafley, pelo contrário, mostra-se afável e consensual nas suas abordagens, falando calmamente e com sotaque da Nova Inglaterra, num tom ligeiramente nasalado e seguro de si.
A agitação provocada por Jager, em 1999, resultou de uma “ideia” de cerca de meia dúzia de directores executivos, incluindo Lafley e John Pepper, anterior director executivo. O objectivo era retirar a P&G do estado de letargia em que se encontrava desde a década de 90, marcada pela ausência de produtos inovadores e na iminência de “perder o fôlego”.
Os feudos nacionais da P&G iriam, pois, ser eliminados por uma espécie de ‘matrix’ de unidades de negócio globais, responsáveis pela gestão de áreas de produto como a higiene pessoal e a cosmética, têxteis e artigos para o lar. Estas funcionariam em parceria com uma rede de organizações para o desenvolvimento dos mercados regionais, incumbidas do marketing e da distribuição ao nível local. Esta era, sem dúvida, a estrutura mais adequada, mas Jager falhou ao introduzi-la rápido demais e ao definir metas demasiado exigentes, que redundaram numa certa desorganização e mesmo negligência dos seus produtos-chave. Lafley optou por baixar a fasquia das ambiciosas metas de Jager, que apontavam para um crescimento anual das vendas entre 7% a 9%, ficando-se por valores mais realistas, próximos dos 4% a 6%, e mantendo lucros por acção na ordem dos 10%, em vez dos 13% a 15% inicialmente previstos.
Em dois anos, a P&G melhorou substancialmente o seu desempenho, excedeu as suas metas e obteve melhores resultados do que a maioria dos seus rivais. Mais importante do que a revitalização estrutural foram, porém, as mudanças culturais introduzidas por Lafley. O fato e gravata deram lugar a camisolas desportivas, à imagem do seu director executivo e mentor da ideia. Os gabinetes forrados a madeira no 11º andar da sede da empresa, em Cincinnati, foram igualmente substituídos por um ‘open space’, que tanto funciona como local de reuniões como de formação. Além disso, centrou a empresa na resposta às verdadeiras necessidades dos consumidores, em vez de se limitar a dar ideias e a publicitá-las. “O consumidor é rei”, é o seu mote.
Acima de tudo, sublinha que a P&G não pode continuar a recusar ideias vindas de fora - tem de estar preparada para comprar ideias e tecnologia do exterior e vender ou licenciar tecnologia por si desenvolvida, no caso de não poder usá-la. Hoje em dia, já dispõe de uma unidade para o efeito e de uma equipa de investigadores, cujo papel é identificar na internet e em publicações científicas potenciais ideias e projectos para a P&G desenvolver. Nabil Sakkab, responsável pela investigação e desenvolvimento (I&D) da divisão têxtil e de artigos para o lar da P&G, assegura que a atitude da empresa sobre a propriedade intelectual mudou drasticamente.
O resultado destas mudanças está patente no lançamento de novos produtos, como a Crest Spinbrush, uma escova de dentes eléctrica desenvolvida para a P&G, produtos de limpeza electrostáticos Swifer e uma extensão da marca Mr Clean ao sistema de lavagem automóvel, denominada Mr Clean Autodry.
O estilo de Lafley serve, contudo, para dissimular uma pessoa com visão estratégica e ambição. Afinal, foi ele quem liderou os dois maiores processos de aquisição da história da P&G - a Clairol e a Wella, duas marcas de produtos para o cabelo. Esta decisão reorientou as atenções da empresa, agora centradas em produtos de beleza e higiene pessoal, marcados por elevadas margens de lucro. A compra da Gillette não só irá reduzi-las como constituirá um maior desafio de integração. A abordagem discreta mas autoritária de Lafley será vital para o êxito do ‘takeover’. A isto junta-se outro desafio - conseguir que o grupo agora alargado se mantenha na rota de aproximação ao consumidor. “Queremos estar orientados para os consumidores e para o mercado”, sublinha Lafley. “Não queremos construir torres de marfim”.
Exclusivo DE/Financial Times
Tradução Pedro Evangelista e Ana Pina
A calma regressa à P&G
Neil Buckley
A compra da Gillette vai ser o maior teste para o director executivo da Procter & Gamble.
Dois dias após ter tomado posse, em 2000, como director executivo da Procter & Gamble (P&G), A.G. Lafley compareceu sem aviso num jantar de ‘alumni’ da P&G, composto por antigos quadros executivos do gigante de bens de consumo, que teve lugar em Chicago. Ninguém ficou indiferente à chegada de Lafley, de cabelo grisalho e espetado, e semblante calmo.
Havia uma boa razão para os presentes estarem surpresos. A P&G sempre foi famosa por contratar os alunos mais ambiciosos das melhores universidades, fazendo a sua promoção a nível interno. Mas também é bem conhecida por rejeitar aqueles que abandonam a empresa sedeada em Cincinnati. Não obstante, a reunião de ‘alumni’ contou com a presença de muitas figuras do mundo dos negócios americano, como Jeffrey Immelt da General Electric, Jim MacNerney da 3M, Meg Whiteman da eBay e Steve Ballmer da Microsoft. Lafley foi, contudo, o primeiro director executivo da P&G a aderir à organização de ‘alumni’ e a comparecer a uma das suas reuniões.
O gesto simbolizava as mudanças que iria introduzir na empresa, que esta semana planeia a compra da Gillete por 43 mil milhões de euros, transformando-se, de longe, na maior vendedora de produtos domésticos e higiene pessoal. Lafley não só reduziu os custos e reestruturou a empresa, de modo a tornar-se um modelo para outros grupos de bens de consumo, como reacendeu o espírito de inovação da P&G. Também reinventou a cultura da mesma, tornando uma empresa introspectiva e rotineira, cujos executivos eram conhecidos como “Proctoids”, numa empresa aberta e com vastos horizontes. No entanto, Alan George Lafley, universalmente conhecido como A.G., aceitou o emprego na P&G quase por acidente - e encontrou uma empresa em crise. Durk Jager, seu antecessor, fora destituído do cargo 18 meses após ter aceite o cargo e depois de ter tentado levar a cabo um plano de reestruturação que provocou o caos na empresa e levou à emissão de três ‘profit warnings’ em três meses.
Lafley, com 23 anos de casa, já tinha sido responsável pelas operações na Ásia e na América do Norte e representava, acima de tudo, uma mudança de estilo. O espírito agressivo de Jager intimidava os funcionários. Além disso, o seu estilo era idêntico ao do seu antecessor, Ed Artzt, conhecido na P&G como “Príncipe das Trevas”. Lafley, pelo contrário, mostra-se afável e consensual nas suas abordagens, falando calmamente e com sotaque da Nova Inglaterra, num tom ligeiramente nasalado e seguro de si.
A agitação provocada por Jager, em 1999, resultou de uma “ideia” de cerca de meia dúzia de directores executivos, incluindo Lafley e John Pepper, anterior director executivo. O objectivo era retirar a P&G do estado de letargia em que se encontrava desde a década de 90, marcada pela ausência de produtos inovadores e na iminência de “perder o fôlego”.
Os feudos nacionais da P&G iriam, pois, ser eliminados por uma espécie de ‘matrix’ de unidades de negócio globais, responsáveis pela gestão de áreas de produto como a higiene pessoal e a cosmética, têxteis e artigos para o lar. Estas funcionariam em parceria com uma rede de organizações para o desenvolvimento dos mercados regionais, incumbidas do marketing e da distribuição ao nível local. Esta era, sem dúvida, a estrutura mais adequada, mas Jager falhou ao introduzi-la rápido demais e ao definir metas demasiado exigentes, que redundaram numa certa desorganização e mesmo negligência dos seus produtos-chave. Lafley optou por baixar a fasquia das ambiciosas metas de Jager, que apontavam para um crescimento anual das vendas entre 7% a 9%, ficando-se por valores mais realistas, próximos dos 4% a 6%, e mantendo lucros por acção na ordem dos 10%, em vez dos 13% a 15% inicialmente previstos.
Em dois anos, a P&G melhorou substancialmente o seu desempenho, excedeu as suas metas e obteve melhores resultados do que a maioria dos seus rivais. Mais importante do que a revitalização estrutural foram, porém, as mudanças culturais introduzidas por Lafley. O fato e gravata deram lugar a camisolas desportivas, à imagem do seu director executivo e mentor da ideia. Os gabinetes forrados a madeira no 11º andar da sede da empresa, em Cincinnati, foram igualmente substituídos por um ‘open space’, que tanto funciona como local de reuniões como de formação. Além disso, centrou a empresa na resposta às verdadeiras necessidades dos consumidores, em vez de se limitar a dar ideias e a publicitá-las. “O consumidor é rei”, é o seu mote.
Acima de tudo, sublinha que a P&G não pode continuar a recusar ideias vindas de fora - tem de estar preparada para comprar ideias e tecnologia do exterior e vender ou licenciar tecnologia por si desenvolvida, no caso de não poder usá-la. Hoje em dia, já dispõe de uma unidade para o efeito e de uma equipa de investigadores, cujo papel é identificar na internet e em publicações científicas potenciais ideias e projectos para a P&G desenvolver. Nabil Sakkab, responsável pela investigação e desenvolvimento (I&D) da divisão têxtil e de artigos para o lar da P&G, assegura que a atitude da empresa sobre a propriedade intelectual mudou drasticamente.
O resultado destas mudanças está patente no lançamento de novos produtos, como a Crest Spinbrush, uma escova de dentes eléctrica desenvolvida para a P&G, produtos de limpeza electrostáticos Swifer e uma extensão da marca Mr Clean ao sistema de lavagem automóvel, denominada Mr Clean Autodry.
O estilo de Lafley serve, contudo, para dissimular uma pessoa com visão estratégica e ambição. Afinal, foi ele quem liderou os dois maiores processos de aquisição da história da P&G - a Clairol e a Wella, duas marcas de produtos para o cabelo. Esta decisão reorientou as atenções da empresa, agora centradas em produtos de beleza e higiene pessoal, marcados por elevadas margens de lucro. A compra da Gillette não só irá reduzi-las como constituirá um maior desafio de integração. A abordagem discreta mas autoritária de Lafley será vital para o êxito do ‘takeover’. A isto junta-se outro desafio - conseguir que o grupo agora alargado se mantenha na rota de aproximação ao consumidor. “Queremos estar orientados para os consumidores e para o mercado”, sublinha Lafley. “Não queremos construir torres de marfim”.
Exclusivo DE/Financial Times
Tradução Pedro Evangelista e Ana Pina
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Crise na Disney
A varinha mágica tenta voltar a funcionar
Daniel Vaz
Dezoito meses de festa, um novo parque em Hong Kong e uma aventura interactiva. Como a magia parece já não resultar, a Disney procura outras formas de atrair visitantes para as suas diversões.
Se a realidade fosse como um filme de animação, os problemas acabavam quando a fada madrinha aparecia. Viviam todos felizes para sempre, num mundo de fantasia onde nada falta. Mas a varinha mágica não resulta na vida real, ao contrário do que a família Disney desejaria. Os lucros já não crescem como o nariz do Pinóquio, o tio Patinhas não nada em dinheiro como antigamente e os únicos pequeninos a visitarem os parques de diversões parecem ser os sete anões. O último ano foi para esquecer, principalmente com a polémica gestão de Michael Eisner.
Mas o império do rato Mickey tenta agora renascer, aproveitando as comemorações dos 50 anos da inauguração da primeira Disneyland, na Califórnia. O primeiro passo é a criação de um jogo interactivo de múltiplos jogadores. Chama-se “Virtual Magic Kingdom” e tenta proporcionar uma visita virtual aos cinco parques de diversão Disneyland e aos onze parques temáticos existentes em todo o Mundo. O lançamento acontecerá na Primavera e tem um objectivo primordial: capturar o ‘target’ do chamado mercado ‘tween’, dos 7 aos 12 anos, para que estes incentivem os pais a visitarem os parques da Disney durante estas bodas de ouro. Jay Rasulo, presidente da Walt Disney Parks&Resorts, afirmava na semana passada, numa conferência sobre os planos de marketing para 2005, que é necessário que a Disney se mantenha “revelante para as crianças”. “Os ‘tweens’ passam muito tempo na internet e nós queremos estar em contacto com as crianças quando elas não estão nos parques”, refere Rasulo.
Através do “Virtual Magic Kingdom”, os mais novos poderão aceder a jogos ‘online’ baseados nas atracções dos parques, como a “Jungle Cruise” ou a “Haunted Mansion”. Mas têm ainda a possibilidade de entrar num ‘chat’, criar ícones gráficos que representam as suas caras reais, assim como acumular pontos virtuais que podem ser trocados por artigos existentes nos parques de diversão. De acordo com Rasulo, o jogo irá ajudar a que a Disney se mantenha como a “principal preferência das famílias durante as férias”.
Próximo paragem: Hong Kong
2005 traz mais novidades no mundo Disney. Os parques da Califórnia, Paris, Tóquio e da Florida vão lançar outras diversões, tentando recuperar o número de visitantes que tinham antes do 11 de Setembro.
A empresa vai também reforçar a sua posição no Oriente, com a inauguração, a 12 de Setembro, da Disneyland em Hong Kong. As expectativas estão altas e a Disney espera receber cerca de 5 milhões de visitantes durante o primeiro ano. A nova aposta da Disney na Ásia acaba também por responder ao esforço que Hong Kong quer concretizar: transformar-se num destino para as famílias. E de acordo com Jay Rasulo, a Disney está ainda a estudar com o governo da China a possibilidade de abertura de mais um parque temático e até de um canal de televisão.
‘Advergaming’ em força
Outro dos grandes trunfos para 2005 é a publicidade. Desde o dia 1 de Janeiro que a Disney aposta em anúncios televisivos nas três principais cadeias dos EUA. Na internet, o destino da publicidade têm sido os motores de busca mais consultados, como o Yahoo, o Google ou o MSN.
Mas a grande aposta é o ‘advergaming’, que consiste na colocação de mensagens publicitárias em jogos de computador, quer seja em jogos da Disney criados especialmente para o efeito, quer seja através da compra de espaços dentro de outros jogos.
De acordo com o jornal “USA Today”, a intenção da Disney está a criar polémica, uma vez que acaba com a linha frágil entre conteúdos e publicidade. Para Jeff Chester, responsável pelo Center for Digital Democracy, citado pelo jornal, os jogos em que a Disney vai publicitar “inserem-se no processo de lavagem cerebral que a América está a sofrer”. Diversos estudos norte-americanos de marketing mostram que o ‘advergaming’ é mais eficaz que um anúncio televisivo. Em vez de se captar a atenção das crianças por apenas 30 segundos numa publicidade de TV, é possível captá-la por minutos ou horas. Enquanto que a criança só verá o anúncio uma ou duas vezes na televisão, se ele estiver num jogo, vai ser visto pela crianças as vezes que ela jogar.
O ‘advergaming’ tornou-se muito comum nos jogos de computador e das consolas. De acordo com a Forrest Research, o negócio em torno desta forma de publicidade crescerá um bilião de dólares durante 2005. Estará no ‘advergaming’ a magia que a varinha mágica da Disney precisa?
Bracalândia, um caso de sucesso
Braga foi a cidade que viu nascer o primeiro parque temático em Portugal, e o caso é de sucesso.
A crise que se está a viver no mundo da Disney parece não ter chegado à Bracalândia onde, nos últimos anos, tem havido um aumento ligeiro dos lucros. Mário Rui Oliveira, um dos administradores do parque, revela-se mesmo surpreendido com o facto de, quando há crise, trabalharem melhor. “As pessoas, com tantos problemas que têm, tentam refugiar-se aqui para esquecerem um pouco os problemas”, justifica. O segredo do sucesso está na “permanente inovação, quer de cenários, quer de divertimentos. O parque tem essa preocupação de tentar mudar qualquer coisa todos os anos”, sublinha Mário Oliveira.
Há 17 anos que miúdos e graúdos podem fazer viagens de encantar. Apesar de não ter um tema central, a Bracalândia tem mais de 20 atracções, com cenários que lembram a Disneylandia, como o território índio, com tendas, canoas, cactos e até um Totem. Pode ainda passear por uma poeirenta cidade da época da corrida ao ouro, com um Xerife a zelar pela segurança dos visitantes, e nem os pais que acompanham as crianças ao mundo da fantasia resistem em embarcar numa viagem à Mina Encantada onde trabalham os sete anões. Para os mais ousados, a Bracalândia tem a maior montanha russa do país - uma das atracções mais requisitadas - e ainda a emoção de uma rápida descida em troncos escavados a servirem de embarcações, num rio muito agitado. Para os mais novos, há o minicarrocel, a pista de automóveis infantil e os já tradicionais elefantes voadores, entre muitas outras atracções.
A varinha mágica tenta voltar a funcionar
Daniel Vaz
Dezoito meses de festa, um novo parque em Hong Kong e uma aventura interactiva. Como a magia parece já não resultar, a Disney procura outras formas de atrair visitantes para as suas diversões.
Se a realidade fosse como um filme de animação, os problemas acabavam quando a fada madrinha aparecia. Viviam todos felizes para sempre, num mundo de fantasia onde nada falta. Mas a varinha mágica não resulta na vida real, ao contrário do que a família Disney desejaria. Os lucros já não crescem como o nariz do Pinóquio, o tio Patinhas não nada em dinheiro como antigamente e os únicos pequeninos a visitarem os parques de diversões parecem ser os sete anões. O último ano foi para esquecer, principalmente com a polémica gestão de Michael Eisner.
Mas o império do rato Mickey tenta agora renascer, aproveitando as comemorações dos 50 anos da inauguração da primeira Disneyland, na Califórnia. O primeiro passo é a criação de um jogo interactivo de múltiplos jogadores. Chama-se “Virtual Magic Kingdom” e tenta proporcionar uma visita virtual aos cinco parques de diversão Disneyland e aos onze parques temáticos existentes em todo o Mundo. O lançamento acontecerá na Primavera e tem um objectivo primordial: capturar o ‘target’ do chamado mercado ‘tween’, dos 7 aos 12 anos, para que estes incentivem os pais a visitarem os parques da Disney durante estas bodas de ouro. Jay Rasulo, presidente da Walt Disney Parks&Resorts, afirmava na semana passada, numa conferência sobre os planos de marketing para 2005, que é necessário que a Disney se mantenha “revelante para as crianças”. “Os ‘tweens’ passam muito tempo na internet e nós queremos estar em contacto com as crianças quando elas não estão nos parques”, refere Rasulo.
Através do “Virtual Magic Kingdom”, os mais novos poderão aceder a jogos ‘online’ baseados nas atracções dos parques, como a “Jungle Cruise” ou a “Haunted Mansion”. Mas têm ainda a possibilidade de entrar num ‘chat’, criar ícones gráficos que representam as suas caras reais, assim como acumular pontos virtuais que podem ser trocados por artigos existentes nos parques de diversão. De acordo com Rasulo, o jogo irá ajudar a que a Disney se mantenha como a “principal preferência das famílias durante as férias”.
Próximo paragem: Hong Kong
2005 traz mais novidades no mundo Disney. Os parques da Califórnia, Paris, Tóquio e da Florida vão lançar outras diversões, tentando recuperar o número de visitantes que tinham antes do 11 de Setembro.
A empresa vai também reforçar a sua posição no Oriente, com a inauguração, a 12 de Setembro, da Disneyland em Hong Kong. As expectativas estão altas e a Disney espera receber cerca de 5 milhões de visitantes durante o primeiro ano. A nova aposta da Disney na Ásia acaba também por responder ao esforço que Hong Kong quer concretizar: transformar-se num destino para as famílias. E de acordo com Jay Rasulo, a Disney está ainda a estudar com o governo da China a possibilidade de abertura de mais um parque temático e até de um canal de televisão.
‘Advergaming’ em força
Outro dos grandes trunfos para 2005 é a publicidade. Desde o dia 1 de Janeiro que a Disney aposta em anúncios televisivos nas três principais cadeias dos EUA. Na internet, o destino da publicidade têm sido os motores de busca mais consultados, como o Yahoo, o Google ou o MSN.
Mas a grande aposta é o ‘advergaming’, que consiste na colocação de mensagens publicitárias em jogos de computador, quer seja em jogos da Disney criados especialmente para o efeito, quer seja através da compra de espaços dentro de outros jogos.
De acordo com o jornal “USA Today”, a intenção da Disney está a criar polémica, uma vez que acaba com a linha frágil entre conteúdos e publicidade. Para Jeff Chester, responsável pelo Center for Digital Democracy, citado pelo jornal, os jogos em que a Disney vai publicitar “inserem-se no processo de lavagem cerebral que a América está a sofrer”. Diversos estudos norte-americanos de marketing mostram que o ‘advergaming’ é mais eficaz que um anúncio televisivo. Em vez de se captar a atenção das crianças por apenas 30 segundos numa publicidade de TV, é possível captá-la por minutos ou horas. Enquanto que a criança só verá o anúncio uma ou duas vezes na televisão, se ele estiver num jogo, vai ser visto pela crianças as vezes que ela jogar.
O ‘advergaming’ tornou-se muito comum nos jogos de computador e das consolas. De acordo com a Forrest Research, o negócio em torno desta forma de publicidade crescerá um bilião de dólares durante 2005. Estará no ‘advergaming’ a magia que a varinha mágica da Disney precisa?
Bracalândia, um caso de sucesso
Braga foi a cidade que viu nascer o primeiro parque temático em Portugal, e o caso é de sucesso.
A crise que se está a viver no mundo da Disney parece não ter chegado à Bracalândia onde, nos últimos anos, tem havido um aumento ligeiro dos lucros. Mário Rui Oliveira, um dos administradores do parque, revela-se mesmo surpreendido com o facto de, quando há crise, trabalharem melhor. “As pessoas, com tantos problemas que têm, tentam refugiar-se aqui para esquecerem um pouco os problemas”, justifica. O segredo do sucesso está na “permanente inovação, quer de cenários, quer de divertimentos. O parque tem essa preocupação de tentar mudar qualquer coisa todos os anos”, sublinha Mário Oliveira.
Há 17 anos que miúdos e graúdos podem fazer viagens de encantar. Apesar de não ter um tema central, a Bracalândia tem mais de 20 atracções, com cenários que lembram a Disneylandia, como o território índio, com tendas, canoas, cactos e até um Totem. Pode ainda passear por uma poeirenta cidade da época da corrida ao ouro, com um Xerife a zelar pela segurança dos visitantes, e nem os pais que acompanham as crianças ao mundo da fantasia resistem em embarcar numa viagem à Mina Encantada onde trabalham os sete anões. Para os mais ousados, a Bracalândia tem a maior montanha russa do país - uma das atracções mais requisitadas - e ainda a emoção de uma rápida descida em troncos escavados a servirem de embarcações, num rio muito agitado. Para os mais novos, há o minicarrocel, a pista de automóveis infantil e os já tradicionais elefantes voadores, entre muitas outras atracções.
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As ajudas de custo e os quilómetros
KPMG
Regime fiscal aplicável e alterações introduzidas pelo Orçamento de Estado para 2005.
O Orçamento do Estado para 2005 veio alterar o tratamento fiscal em sede de IRC, aplicável às despesas com ajudas de custo e com a compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador (quilómetros).
A fim de compreendermos as alterações legais que se verificaram nesta área, vejamos, numa primeira fase, o regime de isenção prevista na esfera do trabalhador.
O Código do IRS prevê, na alínea d) do n.º 3 do artigo 2.º, que as ajudas de custo e os quilómetros sejam tributados apenas na parte que excedam os limites legais ou quando não sejam observados os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado.
Os limites legais aplicáveis ao exercício de 2005 foram, recentemente, actualizados pela Portaria n.º 42-A/2005, de 17 de Janeiro. Assim, os valores a considerar para efeitos de isenção de IRS em 2005 são os seguintes: €0,36 por quilómetro nas deslocações em viatura própria; €63,93 e 57,98 de ajuda de custo diária nas deslocações em território nacional, conforme se trate de órgãos sociais ou restante pessoal, respectivamente, e €154,35 e 137,58 nas deslocações ao estrangeiro, conforme se trate, de igual modo, de membros dos órgãos sociais ou do restante pessoal.
Em sintonia com o regime previsto em sede de IRS, o Decreto-Regulamentar n.º 12/83, de 12 de Fevereiro, prevê, na alínea b) do seu artigo 3.º, que as ajudas de custo não são consideradas remunerações para efeito de sujeição às contribuições para a segurança social.
Num cenário de pleno cumprimento da lei fiscal, este regime de isenção de IRS e segurança social deveria ser utilizado apenas nas deslocações efectivas do trabalhador ao serviço da empresa, com o único objectivo de o ressarcir pelas despesas de alimentação e alojamento incorridas nessas deslocações.
Procurando atenuar o efeito da evasão fiscal decorrente de situações abusivas de pagamento de ajudas de custo e quilómetros que não correspondem a deslocações efectivas ao serviço da empresa, mas sim a verdadeiras remunerações do trabalho dependente, que deviam ser sujeitas a tributação em sede de IRS e segurança social, a Lei do Orçamento do Estado para 1999 introduziu a tributação parcial destas despesas na esfera da empresa, através do acréscimo ao lucro tributável do IRC de 20% das importâncias pagas a este título, excepto nos casos em que as mesmas são facturadas a clientes. Ficam, igualmente, excluídas desta correcção fiscal a parte das despesas tributadas em sede de IRS na esfera do respectivo beneficiário.
A Lei da Reforma Fiscal, aplicável aos exercícios iniciados após 1 de Janeiro de 2001, veio reforçar esta medida anti-abuso, estabelecendo que os restantes 80% das despesas com ajudas de custo e quilómetros só são fiscalmente dedutíveis se a entidade patronal possuir, por cada pagamento efectuado, um mapa através do qual seja possível efectuar o controlo das deslocações a que se referem aquelas despesas, designadamente, os respectivos locais, tempo de permanência e objectivo da deslocação.
Esta redacção da Lei, que vigorou até 2004 inclusive, permitia, no entanto, que as empresas com consecutivos prejuízos fiscais não sentissem o peso desta correcção fiscal.
Como forma de corrigir esta situação, a Lei do Orçamento do Estado para 2005 alterou a aliena f) do n.º 1 do artigo 42.º e o n.º 9 do artigo 81.º, ambos do Código do IRC, no sentido de substituir o ajustamento de 20% ao lucro tributável por tributação autónoma à taxa de 5% das despesas com ajudas de custo e quilómetros, desde que não facturadas a clientes nem tributadas em IRS na esfera do beneficiário.
Em relação à documentação de suporte das referidas despesas, passa a ser exigido que, no caso dos quilómetros em viatura própria do trabalhador, o mapa de suporte contenha, adicionalmente, a identificação da viatura e do respectivo proprietário.
Não existindo mapa de suporte ou o mesmo não contenha todos os elementos exigidos por lei, as despesas com ajudas de custo e quilómetros não são aceites como custo fiscal. Para estas situações, foi introduzida uma outra alteração legislativa, pela Lei do Orçamento do Estado para 2005, a qual vai no sentido de tributar à taxa autónoma de 5% as despesas não dedutíveis por falta de boletim de itinerário, nas empresas que apresentem prejuízo fiscal no exercício a que as mesmas respeitam.
Valores a considerar para efeito de isenção de IRS em 2005:
0,36 por quilómetro nas deslocações em viatura própria;
63,93 e 57,98 de ajuda de custo diária nas deslocações em território nacional, conforme se trate de órgãos sociais ou restante pessoal, respectivamente,
154,35 e 137,58 nas deslocações ao estrangeiro, conforme se trate, de igual modo, de membros dos órgãos sociais ou do restante pessoal.
KPMG
Regime fiscal aplicável e alterações introduzidas pelo Orçamento de Estado para 2005.
O Orçamento do Estado para 2005 veio alterar o tratamento fiscal em sede de IRC, aplicável às despesas com ajudas de custo e com a compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador (quilómetros).
A fim de compreendermos as alterações legais que se verificaram nesta área, vejamos, numa primeira fase, o regime de isenção prevista na esfera do trabalhador.
O Código do IRS prevê, na alínea d) do n.º 3 do artigo 2.º, que as ajudas de custo e os quilómetros sejam tributados apenas na parte que excedam os limites legais ou quando não sejam observados os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado.
Os limites legais aplicáveis ao exercício de 2005 foram, recentemente, actualizados pela Portaria n.º 42-A/2005, de 17 de Janeiro. Assim, os valores a considerar para efeitos de isenção de IRS em 2005 são os seguintes: €0,36 por quilómetro nas deslocações em viatura própria; €63,93 e 57,98 de ajuda de custo diária nas deslocações em território nacional, conforme se trate de órgãos sociais ou restante pessoal, respectivamente, e €154,35 e 137,58 nas deslocações ao estrangeiro, conforme se trate, de igual modo, de membros dos órgãos sociais ou do restante pessoal.
Em sintonia com o regime previsto em sede de IRS, o Decreto-Regulamentar n.º 12/83, de 12 de Fevereiro, prevê, na alínea b) do seu artigo 3.º, que as ajudas de custo não são consideradas remunerações para efeito de sujeição às contribuições para a segurança social.
Num cenário de pleno cumprimento da lei fiscal, este regime de isenção de IRS e segurança social deveria ser utilizado apenas nas deslocações efectivas do trabalhador ao serviço da empresa, com o único objectivo de o ressarcir pelas despesas de alimentação e alojamento incorridas nessas deslocações.
Procurando atenuar o efeito da evasão fiscal decorrente de situações abusivas de pagamento de ajudas de custo e quilómetros que não correspondem a deslocações efectivas ao serviço da empresa, mas sim a verdadeiras remunerações do trabalho dependente, que deviam ser sujeitas a tributação em sede de IRS e segurança social, a Lei do Orçamento do Estado para 1999 introduziu a tributação parcial destas despesas na esfera da empresa, através do acréscimo ao lucro tributável do IRC de 20% das importâncias pagas a este título, excepto nos casos em que as mesmas são facturadas a clientes. Ficam, igualmente, excluídas desta correcção fiscal a parte das despesas tributadas em sede de IRS na esfera do respectivo beneficiário.
A Lei da Reforma Fiscal, aplicável aos exercícios iniciados após 1 de Janeiro de 2001, veio reforçar esta medida anti-abuso, estabelecendo que os restantes 80% das despesas com ajudas de custo e quilómetros só são fiscalmente dedutíveis se a entidade patronal possuir, por cada pagamento efectuado, um mapa através do qual seja possível efectuar o controlo das deslocações a que se referem aquelas despesas, designadamente, os respectivos locais, tempo de permanência e objectivo da deslocação.
Esta redacção da Lei, que vigorou até 2004 inclusive, permitia, no entanto, que as empresas com consecutivos prejuízos fiscais não sentissem o peso desta correcção fiscal.
Como forma de corrigir esta situação, a Lei do Orçamento do Estado para 2005 alterou a aliena f) do n.º 1 do artigo 42.º e o n.º 9 do artigo 81.º, ambos do Código do IRC, no sentido de substituir o ajustamento de 20% ao lucro tributável por tributação autónoma à taxa de 5% das despesas com ajudas de custo e quilómetros, desde que não facturadas a clientes nem tributadas em IRS na esfera do beneficiário.
Em relação à documentação de suporte das referidas despesas, passa a ser exigido que, no caso dos quilómetros em viatura própria do trabalhador, o mapa de suporte contenha, adicionalmente, a identificação da viatura e do respectivo proprietário.
Não existindo mapa de suporte ou o mesmo não contenha todos os elementos exigidos por lei, as despesas com ajudas de custo e quilómetros não são aceites como custo fiscal. Para estas situações, foi introduzida uma outra alteração legislativa, pela Lei do Orçamento do Estado para 2005, a qual vai no sentido de tributar à taxa autónoma de 5% as despesas não dedutíveis por falta de boletim de itinerário, nas empresas que apresentem prejuízo fiscal no exercício a que as mesmas respeitam.
Valores a considerar para efeito de isenção de IRS em 2005:
0,36 por quilómetro nas deslocações em viatura própria;
63,93 e 57,98 de ajuda de custo diária nas deslocações em território nacional, conforme se trate de órgãos sociais ou restante pessoal, respectivamente,
154,35 e 137,58 nas deslocações ao estrangeiro, conforme se trate, de igual modo, de membros dos órgãos sociais ou do restante pessoal.
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Fundos
Gestão de activos cresce 18,5% em 2004 para 71,5 mil milhões
P.F.E.
A gestão de activos em Portugal fechou o último ano com um montante de 71,5 mil milhões de euros, mais 18,5% do que em 2003.
A evolução mais significativa voltou a pertencer aos fundos de titularização de crédito, que alargam assim o forte crescimento do ano anterior.
De acordo com as estatísticas da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a gestão individual de activos terminou 2004 com um volume total de 25,6 mil milhões de euros, mais 21,4% do que no ano anterior. As sociedades de património continuam a dominar este tipo de gestão, sendo responsáveis por 19,2 mil milhões, cerca de 75% do total de mercado.
Por entidades, a F&C Portugal, parceira do Millennium bcp, é responsável pela gestão de 38,8% do total, seguida pela ESAF (22,5%) e Caixagest (11%).
No que diz respeito à gestão colectiva de activos, o total cifrou-se nos 48,2 mil milhões de euros, com os fundos mobiliários a representarem 23,8 mil milhões de euros, mais 4,4% do que em 2003. A este valor juntam-se os 567 milhões dos fundos especiais de investimento, que se estrearam comercialmente durante o ano passado. Os fundos imobiliários cresceram, por seu turno, 20,5% para os 7,05 mil milhões, ao passo que os de titularização de crédito dispararam 35,2% para os 16,7 mil milhões.
Refira-se que o grupo Millennium bcp lidera o mercado de fundos mobiliários com uma quota de 19,9%, ao passo que a ESAF é líder nos imobiliários também com 19,9%, menos cinco pontos percentuais do que em 2003.
Quanto aos fundos estrangeiros, o volume cresceu 10% para os 341,2 milhões de euros.
Gestão de activos cresce 18,5% em 2004 para 71,5 mil milhões
P.F.E.
A gestão de activos em Portugal fechou o último ano com um montante de 71,5 mil milhões de euros, mais 18,5% do que em 2003.
A evolução mais significativa voltou a pertencer aos fundos de titularização de crédito, que alargam assim o forte crescimento do ano anterior.
De acordo com as estatísticas da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a gestão individual de activos terminou 2004 com um volume total de 25,6 mil milhões de euros, mais 21,4% do que no ano anterior. As sociedades de património continuam a dominar este tipo de gestão, sendo responsáveis por 19,2 mil milhões, cerca de 75% do total de mercado.
Por entidades, a F&C Portugal, parceira do Millennium bcp, é responsável pela gestão de 38,8% do total, seguida pela ESAF (22,5%) e Caixagest (11%).
No que diz respeito à gestão colectiva de activos, o total cifrou-se nos 48,2 mil milhões de euros, com os fundos mobiliários a representarem 23,8 mil milhões de euros, mais 4,4% do que em 2003. A este valor juntam-se os 567 milhões dos fundos especiais de investimento, que se estrearam comercialmente durante o ano passado. Os fundos imobiliários cresceram, por seu turno, 20,5% para os 7,05 mil milhões, ao passo que os de titularização de crédito dispararam 35,2% para os 16,7 mil milhões.
Refira-se que o grupo Millennium bcp lidera o mercado de fundos mobiliários com uma quota de 19,9%, ao passo que a ESAF é líder nos imobiliários também com 19,9%, menos cinco pontos percentuais do que em 2003.
Quanto aos fundos estrangeiros, o volume cresceu 10% para os 341,2 milhões de euros.
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Trichet preocupado com caso Citigroup
Pedro Ferreira Esteves
Banco norte-americano admite comportamento “infantil” dos responsáveis pela operação.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet, revelou ontem que está preocupado com a polémica venda de obrigações de dívida pública pelo Citigroup em Agosto do ano passado, que provocou danos significativos no mercado europeu e já levou à abertura de inquéritos em vários países, incluindo Portugal.
“É muito importante para nós que os mercados funcionem de forma justa e correcta”, explicou Trichet, durante a conferência de imprensa após a reunião da autoridade monetária, ontem, em Frankfurt. Neste sentido, apelou a uma investigação “profunda e decidida” do caso.
Essa investigação está a ser desenvolvida pelas autoridades reguladoras em toda a Europa, nomeadamente na Alemanha, Itália e Reino Unido. Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) confirmou que está “a cooperar com as entidades reguladoras europeias”.
A operação em causa remonta a 2 de Agosto, quando o Citigroup vendeu, em menos de dois minutos, 11 mil milhões de euros em obrigações de dívida pública de vários países europeus. Os preços observados no mercado MTS colapsaram e, meia hora depois, operadores do Citigroup recompraram quatro mil milhões de euros com uma mais-valia de 17 milhões de euros.
A dívida portuguesa também foi afectada e o MTS Portugal registou um volume de negócios de 1,49 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro, muito acima dos 473 milhões de média diária. E grande parte deste volume foi realizado pelo Citigroup.
Citigroup alega inocência
O maior banco do mundo esclareceu em comunicado que “falhou em prever o impacto potencial da operação” nos seus clientes, mostrando arrependimento e admitindo que os seus operadores “envolvidos realizaram comentários inapropriados, irrealistas e, nalguns casos, infantis sobre a operação antes de ser executada”.
Questionado pelo DE sobre os efeitos deste caso na reputação do Citigroup, o porta-voz a instituição em Londres, Daniel Noonan, preferiu não responder, sublinhando que o banco irá continuar a cooperar com as autoridades porque “não violou quaisquer regras ou regulamentos”.
Pedro Ferreira Esteves
Banco norte-americano admite comportamento “infantil” dos responsáveis pela operação.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet, revelou ontem que está preocupado com a polémica venda de obrigações de dívida pública pelo Citigroup em Agosto do ano passado, que provocou danos significativos no mercado europeu e já levou à abertura de inquéritos em vários países, incluindo Portugal.
“É muito importante para nós que os mercados funcionem de forma justa e correcta”, explicou Trichet, durante a conferência de imprensa após a reunião da autoridade monetária, ontem, em Frankfurt. Neste sentido, apelou a uma investigação “profunda e decidida” do caso.
Essa investigação está a ser desenvolvida pelas autoridades reguladoras em toda a Europa, nomeadamente na Alemanha, Itália e Reino Unido. Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) confirmou que está “a cooperar com as entidades reguladoras europeias”.
A operação em causa remonta a 2 de Agosto, quando o Citigroup vendeu, em menos de dois minutos, 11 mil milhões de euros em obrigações de dívida pública de vários países europeus. Os preços observados no mercado MTS colapsaram e, meia hora depois, operadores do Citigroup recompraram quatro mil milhões de euros com uma mais-valia de 17 milhões de euros.
A dívida portuguesa também foi afectada e o MTS Portugal registou um volume de negócios de 1,49 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro, muito acima dos 473 milhões de média diária. E grande parte deste volume foi realizado pelo Citigroup.
Citigroup alega inocência
O maior banco do mundo esclareceu em comunicado que “falhou em prever o impacto potencial da operação” nos seus clientes, mostrando arrependimento e admitindo que os seus operadores “envolvidos realizaram comentários inapropriados, irrealistas e, nalguns casos, infantis sobre a operação antes de ser executada”.
Questionado pelo DE sobre os efeitos deste caso na reputação do Citigroup, o porta-voz a instituição em Londres, Daniel Noonan, preferiu não responder, sublinhando que o banco irá continuar a cooperar com as autoridades porque “não violou quaisquer regras ou regulamentos”.
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Lucro do BBVA Portugal sobe 30%
D.N.
O resultado líquido do BBVA Portugal aumentou 30% no ano passado, para os 9,8 milhões de euros.
Desta forma, o lucro do banco voltou a crescer em 2004, depois de ter caído nos últimos dois anos. O resultado líquido próximo dos 10 milhões de euros aproxima-se assim dos valores atingidos em 2002 (10,2 milhões de euros), depois de ter registado uma queda em 2003 para os 7,6 milhões de euros.
O BBVA Portugal, em comunicado, aponta para o “forte crescimento dos ritmos de actividade”, que impulsionaram os resultados e os ganhos em quotas de mercado. A instituição destaca o “crescimento em todas as áreas”, com enfoque no Crédito a Clientes que subiu 15,6% e no Crédito Hipotecário, que aumentou 42,2%. Os Recursos Geridos pelo banco duplicaram o seu crescimento (12,6%) e os Fundos de Investimento cresceram 19,4%. Dentro desta última categoria, o BBVA Portugal enfatiza o desempenho dos Fundos Especiais de Investimento e dos Fundos Garantidos.
“A chave destes bons resultados está na estratégia definida no segundo ano do Plano Director 2003/2005, que gerou um crescimento significativo nos volumes de negócios”, de acordo com a nota de imprensa ontem divulgada pelo banco. A subida de 13,9% do Activo Líquido é explicada como resultado da sua “estratégia de inovação e de enfoque em segmentos específicos de mercado”. Este aumento permitiu que a quota de Crédito subisse em 17 pontos básicos e da quota de Recursos em 31 pontos básicos
D.N.
O resultado líquido do BBVA Portugal aumentou 30% no ano passado, para os 9,8 milhões de euros.
Desta forma, o lucro do banco voltou a crescer em 2004, depois de ter caído nos últimos dois anos. O resultado líquido próximo dos 10 milhões de euros aproxima-se assim dos valores atingidos em 2002 (10,2 milhões de euros), depois de ter registado uma queda em 2003 para os 7,6 milhões de euros.
O BBVA Portugal, em comunicado, aponta para o “forte crescimento dos ritmos de actividade”, que impulsionaram os resultados e os ganhos em quotas de mercado. A instituição destaca o “crescimento em todas as áreas”, com enfoque no Crédito a Clientes que subiu 15,6% e no Crédito Hipotecário, que aumentou 42,2%. Os Recursos Geridos pelo banco duplicaram o seu crescimento (12,6%) e os Fundos de Investimento cresceram 19,4%. Dentro desta última categoria, o BBVA Portugal enfatiza o desempenho dos Fundos Especiais de Investimento e dos Fundos Garantidos.
“A chave destes bons resultados está na estratégia definida no segundo ano do Plano Director 2003/2005, que gerou um crescimento significativo nos volumes de negócios”, de acordo com a nota de imprensa ontem divulgada pelo banco. A subida de 13,9% do Activo Líquido é explicada como resultado da sua “estratégia de inovação e de enfoque em segmentos específicos de mercado”. Este aumento permitiu que a quota de Crédito subisse em 17 pontos básicos e da quota de Recursos em 31 pontos básicos
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Ricardo Salgado quer parceiro chinês para superar crise do País
Maria João Gago
Banqueiro sublinha a necessidade da sociedade civil avançar independentemente da situação económica e política.
O Banco Espírito Santo está a estudar a associação a parceiros chineses para avançar com projectos concretos no Brasil e nos países africanos de língua portuguesa, como Angola ou Moçambique. Uma iniciativa que “permite acelerar o crescimento” do banco e “sair das dificuldades da economia portuguesa”, sublinhou Ricardo Salgado, presidente do grupo, na apresentação de resultados do BES.
Neste momento, está em fase “avançada” o estudo de um “projecto concreto de associação [do BES Oriente] a parceiros chineses”, adiantou o banqueiro, sem querer avançar mais pormenores. Certo é que da parte dos grupos chineses “há muito interesse no estabelecimento de relações que permitam desenvolver projectos em países de língua portuguesa”, seja no Brasil ou nos mercados lusófonos de África. Isto porque os investidores com origem na China pretendem apostar em países ricos em matérias-primas, como acontece com aqueles mercados.
Do ponto de vista do BES, o interesse nestas parcerias visa permitir ao banco posicionar-se “nos grandes fluxos financeiros do mundo”. Daí que o banco pretenda ainda reforçar a sua presença na Europa de Leste, para onde está a ser direccionada uma grande parte dos investimentos em infra-estruturas que vão ser financiados pela União Europeia.
Neste sentido, o grupo, através do Banco Espírito Santo de Investimento, está a estudar a possibilidade de estabelecer parcerias na Hungria, República Checa e Polónia, designadamente através da compra de posições minoritárias em instituições locais. O BESI já está presente na região, através da participação em operações de financiamento de infra-estruturas, recordou José Maria Ricciardi, líder do BESI.
Em Espanha, o BES pretende continuar a “concorrer com os bancos locais” para adquirir instituições que se dedicam ao ‘private banking’ ou à banca destinada a clientes ‘affluent’.
Privados têm que avançar sem políticos
Para Ricardo Salgado, a diversificação geográfica é essencial para superar o facto de Portugal “ter uma economia praticamente estagnada, que está a crescer muito pouco”. Na sua opinião, também a Europa tem de “resolver problemas estruturais para voltar a crescer.
Daí que, no caso português, o banqueiro tenha a convicção de que o Governo que sair das eleições legislativas de 20 de Fevereiro “vai ter necessidade de trabalhar arduamente para voltar a pôr o país na senda do desenvolvimento”. Já os investidores privados têm de aprender a evoluir sozinhos. “A sociedade civil tem de se preparar para fazer avançar as suas organizações independentemente da situação política”, sublinhou Ricardo Salgado.
NIC obrigam a rever meta de ‘cost-to-income’
O BES poderá rever o objectivo de chegar ao final de 2006 com um ‘cost-to-income’ (sem mercados) de 53% devido às novas normas internacionais de contabilidade (NIC). “Ainda não conhecemos todos os ajustamentos resultantes das NIC”, alertou Ricardo Salgado, admitindo que o banco poderá “redefinir as suas ambições em termos de ‘cost-to-income’”, no final do primeiro trimestre do ano. No final de 2004, o BES apresentou um ‘cost-to-income’ excluindo resultados de mercados de 60,2% contra os 59,3% de 2003. Quanto à meta de alcançar uma quota de mercado global de 20% daqui a dois anos, o banqueiro reconheceu que é um “grande desafio” devido à queda da margem financeira. No entanto, na sua opinião não é um objectivo irrealista, tendo em conta a intenção de captar os 540 mil clientes da Tranquilidade que ainda não são clientes do BES. No final de 2004, o BES controlava 17,7% do mercado – mais 0,4 pontos percentuais do que em 2003.
Maria João Gago
Banqueiro sublinha a necessidade da sociedade civil avançar independentemente da situação económica e política.
O Banco Espírito Santo está a estudar a associação a parceiros chineses para avançar com projectos concretos no Brasil e nos países africanos de língua portuguesa, como Angola ou Moçambique. Uma iniciativa que “permite acelerar o crescimento” do banco e “sair das dificuldades da economia portuguesa”, sublinhou Ricardo Salgado, presidente do grupo, na apresentação de resultados do BES.
Neste momento, está em fase “avançada” o estudo de um “projecto concreto de associação [do BES Oriente] a parceiros chineses”, adiantou o banqueiro, sem querer avançar mais pormenores. Certo é que da parte dos grupos chineses “há muito interesse no estabelecimento de relações que permitam desenvolver projectos em países de língua portuguesa”, seja no Brasil ou nos mercados lusófonos de África. Isto porque os investidores com origem na China pretendem apostar em países ricos em matérias-primas, como acontece com aqueles mercados.
Do ponto de vista do BES, o interesse nestas parcerias visa permitir ao banco posicionar-se “nos grandes fluxos financeiros do mundo”. Daí que o banco pretenda ainda reforçar a sua presença na Europa de Leste, para onde está a ser direccionada uma grande parte dos investimentos em infra-estruturas que vão ser financiados pela União Europeia.
Neste sentido, o grupo, através do Banco Espírito Santo de Investimento, está a estudar a possibilidade de estabelecer parcerias na Hungria, República Checa e Polónia, designadamente através da compra de posições minoritárias em instituições locais. O BESI já está presente na região, através da participação em operações de financiamento de infra-estruturas, recordou José Maria Ricciardi, líder do BESI.
Em Espanha, o BES pretende continuar a “concorrer com os bancos locais” para adquirir instituições que se dedicam ao ‘private banking’ ou à banca destinada a clientes ‘affluent’.
Privados têm que avançar sem políticos
Para Ricardo Salgado, a diversificação geográfica é essencial para superar o facto de Portugal “ter uma economia praticamente estagnada, que está a crescer muito pouco”. Na sua opinião, também a Europa tem de “resolver problemas estruturais para voltar a crescer.
Daí que, no caso português, o banqueiro tenha a convicção de que o Governo que sair das eleições legislativas de 20 de Fevereiro “vai ter necessidade de trabalhar arduamente para voltar a pôr o país na senda do desenvolvimento”. Já os investidores privados têm de aprender a evoluir sozinhos. “A sociedade civil tem de se preparar para fazer avançar as suas organizações independentemente da situação política”, sublinhou Ricardo Salgado.
NIC obrigam a rever meta de ‘cost-to-income’
O BES poderá rever o objectivo de chegar ao final de 2006 com um ‘cost-to-income’ (sem mercados) de 53% devido às novas normas internacionais de contabilidade (NIC). “Ainda não conhecemos todos os ajustamentos resultantes das NIC”, alertou Ricardo Salgado, admitindo que o banco poderá “redefinir as suas ambições em termos de ‘cost-to-income’”, no final do primeiro trimestre do ano. No final de 2004, o BES apresentou um ‘cost-to-income’ excluindo resultados de mercados de 60,2% contra os 59,3% de 2003. Quanto à meta de alcançar uma quota de mercado global de 20% daqui a dois anos, o banqueiro reconheceu que é um “grande desafio” devido à queda da margem financeira. No entanto, na sua opinião não é um objectivo irrealista, tendo em conta a intenção de captar os 540 mil clientes da Tranquilidade que ainda não são clientes do BES. No final de 2004, o BES controlava 17,7% do mercado – mais 0,4 pontos percentuais do que em 2003.
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Espanhóis sozinhos na luta por SCUT nos Açores
Vasco Noronha e Luís Villalobos
As escolhidas pelo Governo regional foram a Ferrovial e a Sacyr Somague.
A Ferrovial e a Sacyr Somague foram as empresas escolhidas pelo Governo Regional dos Açores para as negociações finais tendo em vista a construção e a manutenção de uma rede de auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) em São Miguel.
“Vamos agora entrar num período de negociações com os dois consórcios”, referiu ao Diário Económico o vice-presidente do Executivo regional, Sérgio Ávila, justificando a escolha das duas empresas espanholas pela “competência técnica e pelo aspecto financeiro” das suas propostas. Nas negociações serão debatidas questões como a redução dos orçamentos por parte das duas empresas.
O governante destacou ainda que este será o único projecto em que o Governo regional irá apostar pelo modelo das SCUT , tendo ainda garantido que, dos estudos feitos pelo Executivo liderado por Carlos César resultou que não haverá impactos significativos no orçamento da região autónoma e que a política de investimentos não sofrerá com a opção pelo modelo de SCUT neste caso.
Sérgio Ávila adiantou ainda que as negociações com a Sacyr Somague, cujo vice-presidente é Diogo Vaz Guedes, e com a Ferrovial deverão decorrer num prazo entre os quatro e os seis meses, findo o qual o Governo Regional espera tomar uma decisão definitiva sobre o vencedor, de modo a que as obras da infra-estrutura arranquem no início do próximo ano, de modo a que a sua conclusão ocorra em 2008.
Fora da corrida à SCUT de São Miguel ficaram as propostas dos consórcios liderados pela Soares da Costa, pela Mota-Engil (com empreiteiros locais) e pela francesa Eiffage (com a Zagope), respectivamente.
O concurso para esta concessão arrancou em Junho de 2002. A extensão total da infra-estrutura é de cerca de 90 quilómetros, mas apenas 47 quilómetros correspondem, de facto, a vias novas. O restante respeita a reperfilamento e melhoramento de estradas já existentes, como é o caso da ligação de Ponta Delgada à localidade de Lagoa.
Os custos totais de construção desta SCUT são estimados em 300 milhões de euros, segundo o Governo regional açoriano, aos quais acrescem os 150 milhões referentes à sua conservação e exploração ao longo do período de 30 anos durante o qual durará a concessão. Isto significa que o Governo de Carlos César terá, a preços actuais, uma renda anual da ordem dos 15 milhões de euros.
Ferrovial já explora Via do Infante
A Via do Infante é a única SCUT detida em Portugal pela Ferrovial, através da sua participada para as concessões, a Cintra.
A empresa, que opera em Portugal em sectores tão diversos como a construção e o imobiliário, tem tentado aumentar a sua presença nas concessões, mas tem sido preterida, como ocorreu no concurso para o IC 16/IC 30 de Cascais. No entanto, após a anulação do concurso inicial, a Ferrovial posicionou-se de novo.
Vasco Noronha e Luís Villalobos
As escolhidas pelo Governo regional foram a Ferrovial e a Sacyr Somague.
A Ferrovial e a Sacyr Somague foram as empresas escolhidas pelo Governo Regional dos Açores para as negociações finais tendo em vista a construção e a manutenção de uma rede de auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) em São Miguel.
“Vamos agora entrar num período de negociações com os dois consórcios”, referiu ao Diário Económico o vice-presidente do Executivo regional, Sérgio Ávila, justificando a escolha das duas empresas espanholas pela “competência técnica e pelo aspecto financeiro” das suas propostas. Nas negociações serão debatidas questões como a redução dos orçamentos por parte das duas empresas.
O governante destacou ainda que este será o único projecto em que o Governo regional irá apostar pelo modelo das SCUT , tendo ainda garantido que, dos estudos feitos pelo Executivo liderado por Carlos César resultou que não haverá impactos significativos no orçamento da região autónoma e que a política de investimentos não sofrerá com a opção pelo modelo de SCUT neste caso.
Sérgio Ávila adiantou ainda que as negociações com a Sacyr Somague, cujo vice-presidente é Diogo Vaz Guedes, e com a Ferrovial deverão decorrer num prazo entre os quatro e os seis meses, findo o qual o Governo Regional espera tomar uma decisão definitiva sobre o vencedor, de modo a que as obras da infra-estrutura arranquem no início do próximo ano, de modo a que a sua conclusão ocorra em 2008.
Fora da corrida à SCUT de São Miguel ficaram as propostas dos consórcios liderados pela Soares da Costa, pela Mota-Engil (com empreiteiros locais) e pela francesa Eiffage (com a Zagope), respectivamente.
O concurso para esta concessão arrancou em Junho de 2002. A extensão total da infra-estrutura é de cerca de 90 quilómetros, mas apenas 47 quilómetros correspondem, de facto, a vias novas. O restante respeita a reperfilamento e melhoramento de estradas já existentes, como é o caso da ligação de Ponta Delgada à localidade de Lagoa.
Os custos totais de construção desta SCUT são estimados em 300 milhões de euros, segundo o Governo regional açoriano, aos quais acrescem os 150 milhões referentes à sua conservação e exploração ao longo do período de 30 anos durante o qual durará a concessão. Isto significa que o Governo de Carlos César terá, a preços actuais, uma renda anual da ordem dos 15 milhões de euros.
Ferrovial já explora Via do Infante
A Via do Infante é a única SCUT detida em Portugal pela Ferrovial, através da sua participada para as concessões, a Cintra.
A empresa, que opera em Portugal em sectores tão diversos como a construção e o imobiliário, tem tentado aumentar a sua presença nas concessões, mas tem sido preterida, como ocorreu no concurso para o IC 16/IC 30 de Cascais. No entanto, após a anulação do concurso inicial, a Ferrovial posicionou-se de novo.
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A supervisão do mercado de capitais em Espanha
João Pateira Ferreira*
A reforma feita em 1998, através da Lei do Mercado de Valores, articula-se em volta da criação do respectivo regulador, a CNMV.
Até à aprovação da Lei do Mercado de Valores, em 1988 (ler 24/1988, deli Mercado de Valores, LMV), o mercado de capitais espanhol era profundamente fragmentado e pouco atractivo, com um número de membros de mercado muito reduzido e processos de admissão complexos, com reflexos no reduzido número de operações.
Em 1998 e 2002 foram introduzidas importantes alterações ao regime, de forma a estabelecer um sistema adaptado às exigências da União Europeia, propícias ao desenvolvimento e à integração do mercado de valores no contexto europeu, introduzindo novas medidas para protecção dos investidores.
A reforma do mercado de capitais introduzida pela LMV articula-se em torno da criação da Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), com as seguintes funções:
Salvaguardar a transparência dos mercados, a formação correcta dos preços e a protecção dos investidores.
Controlar os emissores de valores mobiliários: admitir, excluir e suspender a cotação em bolsa de valores e difundir a informação relevante.
Supervisionar o cumprimento das regras de conduta e inspeccionar os membros do mercado, exercendo o poder sancionatório.
Assessorar o governo nas matérias relativas ao mercado de valores.
A LMV estabelece os princípios de organização e funcionamento dos mercados primários e secundários de valores, as normas reguladoras da actividade de quem intervém no mercado e o seu regime de supervisão.
A regulação do mercado primário garante ao subscritor a disponibilidade da informação necessária para investir. Não sendo necessária autorização administrativa para emitir valores mobiliários (salvo raras excepções), a transparência do mercado deve ser garantida pela obrigação de emitir um prospecto informativo que contenha a informação relevante sobre o emitente e os valores a emitir.
Já em relação aos mercados secundários, haverá que respeitar a distinção legal entre os mercados oficiais (mercado de bolsa, mercado de dívida pública e mercado de derivados) e os mercados não oficiais (mercado de dívida privada), que reside no facto de não se admitirem como válidas as operações realizadas em mercado oficial sem intervenção de um membro desse mercado.
A supervisão de mercados
A organização do sistema financeiro espanhol tem como centro o Governo, enquanto responsável pela definição e execução da política económica, estando as competências essenciais reservadas ao Ministerio de Economia y Hacienda.
Existem quatro centros supervisores de mercados e de intermediários financeiros: a Dirección General del Tesoro y Política Financiera, que conserva algumas competências residuais, a Dirección General de Seguros, que assegura a supervisão das seguradoras e, com maior relevância para a nossa análise, a CNMV e o Banco de España. Basicamente, enquanto o Banco de España supervisiona o sistema bancário, a CNMV controla as entidades de investimento colectivo e os intermediários especializados em valores mobiliários.
Devemos ainda sublinhar que a supervisão dos mercados está também repartida entre o Banco de España e a CNMV: do Banco de España dependem os mercados interbancários de depósitos e de certificados, os mercados de câmbios e divisas e o mercado secundário de dívida pública. Todavia, como o mercado de dívida pública é também um mercado oficial, a sua supervisão é partilhada com a CNMV, através de uma Comisión Asesora que integra membros de ambas as instituições.
A CNMV é responsável pela supervisão das quatro bolsas de valores espanholas (Madrid, Barcelona, Bilbao e Valencia).
A Comisión Nacional del Mercado de Valores
A CNMV é o organismo público encarregado da supervisão e inspecção dos mercados de valores mobiliários espanhóis e da actividade de todos os sujeitos que neles intervêm, recolhendo um conjunto de informações relevantes sobre os intervenientes nos mercados e as operações e promovendo a sua difusão, essencial para garantir a transparência do mercado e o controlo das regras de conduta dos intervenientes.
A CNMV intervém principalmente junto das sociedades que procedem a emissões ou ofertas públicas de valores mobiliários, das entidades de investimento colectivo, dos membros dos actuam nos mercados secundários de valores e também junto das empresas que prestam serviços de investimento (consultoria para investimento, por exemplo), devendo nortear a sua conduta pelo princípio da supervisão prudencial.
Poder regulamentar
No exercício das suas funções de supervisão, a CNMV pode emitir a regulamentação necessária para o desenvolvimento e execução da legislação aprovada pelo Governo.
Estas normas desenvolvidas pela CNMV denominam-se Circulares, são aprovadas pelo Consejo de la Comisión e publicadas no Boletín Oficial del Estado.
A CNMV, através da Agencia Nacional de Codificación de Valores, atribui código ISIN (Internacional Securities Identification Numbering system) e CFI (Classification of Financial Numbers) com validade internacional, a todas as emissões de valores mobiliários que se realizam no país vizinho.
Divisão de competências entre a CNMV e Banco de España
O Banco de España para além das suas competências no âmbito da política monetária, também desempenha funções de supervisão no âmbito do mercado de valores, em especial pela supervisão e inspecção dos membros do Mercado de Dívida Pública e da IBERCLEAR, entidade gestora deste mercado.
Mas a competência do Banco de España não se resume ao mercado de dívida pública, supervisionando todas as actividades relacionadas com o mercado de valores, desde que realizadas por instituições de crédito que prestam serviços de investimento.
Conflitos de competências
Em caso de conflito de competências entre a CNMV e o Banco de España, o regime espanhol prevê a observância de dois princípios distintos: a tutela da solvabilidade das instituições financeiras compete sempre à instituição responsável pelo respectivo registo, enquanto que o regular funcionamento dos mercados de valores compete sempre à CNMV.
Infracções e Sanções
As normas que disciplinam o mercado de valores espanhol distinguem diferentes tipos de infracções, sempre com base na gravidade da actuação, surgindo três tipos de infracções distintas: as infracções leves, graves e muito graves.
As infracções muito graves contemplam o exercício da actividade de intermediação financeira pelas entidades gestoras de mercado, de sistemas de compensação e liquidação e ainda por sociedades gestoras de fundos de investimento, a aquisição de valores por conta própria e a emissão de valores sem autorização ou sem observar as condições da autorização.
As infracções graves prevêm o desrespeito por pedidos de informação, desde que obrigatórios, o incumprimento das regras de contabilização de operações e elaboração das contas, a cobrança de comissões superiores aos preçários publicados e a recusa ou os atrasos injustificados na transmissão de ordens de subscrição ou de compra e venda em mercado oficial.
Finalmente, as infracções leves serão todas aquelas que não sejam qualificadas como graves ou muito graves.
Sanções
Pela prática das infracções referidas anteriormente, as sanções vão desde a advertência pública até à aplicação de coimas de valor variável, podendo em casos considerados muito graves cancelar-se a condição de membro de mercado. Sublinhamos que podem incorrer em responsabilidade contra-ordenacional perante a CNMV não só as pessoas singulares ou colectivas, como todos os que desempenhem cargos de administração ou direcção nestas últimas.
Quem está sujeito à CNMV?
Entre outras, estão sujeitas à supervisão da CNMV as Sociedades gestoras dos mercados secundários oficiais e não oficiais, as Sociedades gestoras de sistemas de compensação e liquidação, as sociedades de investimento espanholas, incluindo as suas filiais ou sucursais - estejam ou não em território espanhol - as sociedades de investimento não comunitárias que operem em Espanha, as sociedades gestoras de fundos de investimento e ainda as sociedades de investimento de outro Estado-membro da União Europeia, a operar em Espanha através de uma sucursal ou pelo regime da Livre Prestação de Serviços.
*Advogado da Raposo Bernardo e Associados
e-mail:lisboa@raposobernardo.com
e-mail:madrid@raposobernardo.com
www.raposobernardo.com
João Pateira Ferreira*
A reforma feita em 1998, através da Lei do Mercado de Valores, articula-se em volta da criação do respectivo regulador, a CNMV.
Até à aprovação da Lei do Mercado de Valores, em 1988 (ler 24/1988, deli Mercado de Valores, LMV), o mercado de capitais espanhol era profundamente fragmentado e pouco atractivo, com um número de membros de mercado muito reduzido e processos de admissão complexos, com reflexos no reduzido número de operações.
Em 1998 e 2002 foram introduzidas importantes alterações ao regime, de forma a estabelecer um sistema adaptado às exigências da União Europeia, propícias ao desenvolvimento e à integração do mercado de valores no contexto europeu, introduzindo novas medidas para protecção dos investidores.
A reforma do mercado de capitais introduzida pela LMV articula-se em torno da criação da Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), com as seguintes funções:
Salvaguardar a transparência dos mercados, a formação correcta dos preços e a protecção dos investidores.
Controlar os emissores de valores mobiliários: admitir, excluir e suspender a cotação em bolsa de valores e difundir a informação relevante.
Supervisionar o cumprimento das regras de conduta e inspeccionar os membros do mercado, exercendo o poder sancionatório.
Assessorar o governo nas matérias relativas ao mercado de valores.
A LMV estabelece os princípios de organização e funcionamento dos mercados primários e secundários de valores, as normas reguladoras da actividade de quem intervém no mercado e o seu regime de supervisão.
A regulação do mercado primário garante ao subscritor a disponibilidade da informação necessária para investir. Não sendo necessária autorização administrativa para emitir valores mobiliários (salvo raras excepções), a transparência do mercado deve ser garantida pela obrigação de emitir um prospecto informativo que contenha a informação relevante sobre o emitente e os valores a emitir.
Já em relação aos mercados secundários, haverá que respeitar a distinção legal entre os mercados oficiais (mercado de bolsa, mercado de dívida pública e mercado de derivados) e os mercados não oficiais (mercado de dívida privada), que reside no facto de não se admitirem como válidas as operações realizadas em mercado oficial sem intervenção de um membro desse mercado.
A supervisão de mercados
A organização do sistema financeiro espanhol tem como centro o Governo, enquanto responsável pela definição e execução da política económica, estando as competências essenciais reservadas ao Ministerio de Economia y Hacienda.
Existem quatro centros supervisores de mercados e de intermediários financeiros: a Dirección General del Tesoro y Política Financiera, que conserva algumas competências residuais, a Dirección General de Seguros, que assegura a supervisão das seguradoras e, com maior relevância para a nossa análise, a CNMV e o Banco de España. Basicamente, enquanto o Banco de España supervisiona o sistema bancário, a CNMV controla as entidades de investimento colectivo e os intermediários especializados em valores mobiliários.
Devemos ainda sublinhar que a supervisão dos mercados está também repartida entre o Banco de España e a CNMV: do Banco de España dependem os mercados interbancários de depósitos e de certificados, os mercados de câmbios e divisas e o mercado secundário de dívida pública. Todavia, como o mercado de dívida pública é também um mercado oficial, a sua supervisão é partilhada com a CNMV, através de uma Comisión Asesora que integra membros de ambas as instituições.
A CNMV é responsável pela supervisão das quatro bolsas de valores espanholas (Madrid, Barcelona, Bilbao e Valencia).
A Comisión Nacional del Mercado de Valores
A CNMV é o organismo público encarregado da supervisão e inspecção dos mercados de valores mobiliários espanhóis e da actividade de todos os sujeitos que neles intervêm, recolhendo um conjunto de informações relevantes sobre os intervenientes nos mercados e as operações e promovendo a sua difusão, essencial para garantir a transparência do mercado e o controlo das regras de conduta dos intervenientes.
A CNMV intervém principalmente junto das sociedades que procedem a emissões ou ofertas públicas de valores mobiliários, das entidades de investimento colectivo, dos membros dos actuam nos mercados secundários de valores e também junto das empresas que prestam serviços de investimento (consultoria para investimento, por exemplo), devendo nortear a sua conduta pelo princípio da supervisão prudencial.
Poder regulamentar
No exercício das suas funções de supervisão, a CNMV pode emitir a regulamentação necessária para o desenvolvimento e execução da legislação aprovada pelo Governo.
Estas normas desenvolvidas pela CNMV denominam-se Circulares, são aprovadas pelo Consejo de la Comisión e publicadas no Boletín Oficial del Estado.
A CNMV, através da Agencia Nacional de Codificación de Valores, atribui código ISIN (Internacional Securities Identification Numbering system) e CFI (Classification of Financial Numbers) com validade internacional, a todas as emissões de valores mobiliários que se realizam no país vizinho.
Divisão de competências entre a CNMV e Banco de España
O Banco de España para além das suas competências no âmbito da política monetária, também desempenha funções de supervisão no âmbito do mercado de valores, em especial pela supervisão e inspecção dos membros do Mercado de Dívida Pública e da IBERCLEAR, entidade gestora deste mercado.
Mas a competência do Banco de España não se resume ao mercado de dívida pública, supervisionando todas as actividades relacionadas com o mercado de valores, desde que realizadas por instituições de crédito que prestam serviços de investimento.
Conflitos de competências
Em caso de conflito de competências entre a CNMV e o Banco de España, o regime espanhol prevê a observância de dois princípios distintos: a tutela da solvabilidade das instituições financeiras compete sempre à instituição responsável pelo respectivo registo, enquanto que o regular funcionamento dos mercados de valores compete sempre à CNMV.
Infracções e Sanções
As normas que disciplinam o mercado de valores espanhol distinguem diferentes tipos de infracções, sempre com base na gravidade da actuação, surgindo três tipos de infracções distintas: as infracções leves, graves e muito graves.
As infracções muito graves contemplam o exercício da actividade de intermediação financeira pelas entidades gestoras de mercado, de sistemas de compensação e liquidação e ainda por sociedades gestoras de fundos de investimento, a aquisição de valores por conta própria e a emissão de valores sem autorização ou sem observar as condições da autorização.
As infracções graves prevêm o desrespeito por pedidos de informação, desde que obrigatórios, o incumprimento das regras de contabilização de operações e elaboração das contas, a cobrança de comissões superiores aos preçários publicados e a recusa ou os atrasos injustificados na transmissão de ordens de subscrição ou de compra e venda em mercado oficial.
Finalmente, as infracções leves serão todas aquelas que não sejam qualificadas como graves ou muito graves.
Sanções
Pela prática das infracções referidas anteriormente, as sanções vão desde a advertência pública até à aplicação de coimas de valor variável, podendo em casos considerados muito graves cancelar-se a condição de membro de mercado. Sublinhamos que podem incorrer em responsabilidade contra-ordenacional perante a CNMV não só as pessoas singulares ou colectivas, como todos os que desempenhem cargos de administração ou direcção nestas últimas.
Quem está sujeito à CNMV?
Entre outras, estão sujeitas à supervisão da CNMV as Sociedades gestoras dos mercados secundários oficiais e não oficiais, as Sociedades gestoras de sistemas de compensação e liquidação, as sociedades de investimento espanholas, incluindo as suas filiais ou sucursais - estejam ou não em território espanhol - as sociedades de investimento não comunitárias que operem em Espanha, as sociedades gestoras de fundos de investimento e ainda as sociedades de investimento de outro Estado-membro da União Europeia, a operar em Espanha através de uma sucursal ou pelo regime da Livre Prestação de Serviços.
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ParaRede espera crescimento superior a 30% para este ano
Catarina Frazão
A ParaRede espera superar as previsões que apontavam para um crescimento de 30% para 2005, com a integração de negócios adquiridos no ano passado, e com a compra, anunciada ontem, do negócio da GAIN - Grupo de Apoio à Indústria Nacional.
Segundo revelou Paulo Ramos, presidente da administração da ParaRede, “esperamos superar a meta de crescer 30% ao ano em receitas, até 2006, com a aquisição destas três empresas”. De relembrar que a ParaRede adquiriu, no ano passado, a Damovo e a WhatEver Net. A empresa prevê para este ano um ‘cash flow’ e resultados positivos, embora não esteja prevista a distribuição de dividendos, uma hipótese que poderá acontecer em 2006.
Em 2003, as receitas da ParaRede cresceram 37,3%, e nos primeiros nove meses de 2004 o volume de negócios subiu 31%.
A compra do negócio da GAIN - empresa de desenvolvimento e industrialização de meios electrónicos de pagamento - é, segundo o responsável “mais um passo importante no esforço de consolidação da empresa previsto para este ano”. Mantendo o mesmo nome, esta nova aquisição será integrada pela GRECE - Gestão de Rede Empresarial de Comércio Electrónico, detida a 100% pela ParaRede - através de um acordo de trespasse, por um valor de dois milhões de euros. O pagamento será feito em prestações, terminando 2006.
Paulo Ramos disse que “provavelmente esta não será a última aquisição este ano”. A ParaRede vai ainda este ano investir 500 mil euros na criação de uma empresa em Angola.
WhatEverNet cresce 15,3% face a 2003
O resultado líquido do exercicio de 2004 do grupo WhatEverNet foi de 2,025 milhões de euros, representando um aumento de 15,3% relativamente aos 1,756 milhões de euros registados em 2003. As vendas e prestação de serviços consolidados averbaram um crescimento de 8,4% para 20,318 milhões de euros, tendo a prestação de serviços registado um aumento de 26,1% para 9,6 milhões de euros ou 47,4% da receita total. Os resultados operacionais cresceram 14,8% para os 2,4 milhões de euros.
Catarina Frazão
A ParaRede espera superar as previsões que apontavam para um crescimento de 30% para 2005, com a integração de negócios adquiridos no ano passado, e com a compra, anunciada ontem, do negócio da GAIN - Grupo de Apoio à Indústria Nacional.
Segundo revelou Paulo Ramos, presidente da administração da ParaRede, “esperamos superar a meta de crescer 30% ao ano em receitas, até 2006, com a aquisição destas três empresas”. De relembrar que a ParaRede adquiriu, no ano passado, a Damovo e a WhatEver Net. A empresa prevê para este ano um ‘cash flow’ e resultados positivos, embora não esteja prevista a distribuição de dividendos, uma hipótese que poderá acontecer em 2006.
Em 2003, as receitas da ParaRede cresceram 37,3%, e nos primeiros nove meses de 2004 o volume de negócios subiu 31%.
A compra do negócio da GAIN - empresa de desenvolvimento e industrialização de meios electrónicos de pagamento - é, segundo o responsável “mais um passo importante no esforço de consolidação da empresa previsto para este ano”. Mantendo o mesmo nome, esta nova aquisição será integrada pela GRECE - Gestão de Rede Empresarial de Comércio Electrónico, detida a 100% pela ParaRede - através de um acordo de trespasse, por um valor de dois milhões de euros. O pagamento será feito em prestações, terminando 2006.
Paulo Ramos disse que “provavelmente esta não será a última aquisição este ano”. A ParaRede vai ainda este ano investir 500 mil euros na criação de uma empresa em Angola.
WhatEverNet cresce 15,3% face a 2003
O resultado líquido do exercicio de 2004 do grupo WhatEverNet foi de 2,025 milhões de euros, representando um aumento de 15,3% relativamente aos 1,756 milhões de euros registados em 2003. As vendas e prestação de serviços consolidados averbaram um crescimento de 8,4% para 20,318 milhões de euros, tendo a prestação de serviços registado um aumento de 26,1% para 9,6 milhões de euros ou 47,4% da receita total. Os resultados operacionais cresceram 14,8% para os 2,4 milhões de euros.
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Anacom obriga PT a alugar linhas telefónicas aos novos operadores
Vasco Noronha
Os clientes dos operadores alternativos à PT passarão a poder pagar apenas uma factura, ao contrário do que sucede actualmente.
A Portugal Telecom (PT) vai ser obrigada a disponibilizar uma oferta de realuguer de linhas telefónicas (ORLA) aos novos operadores, nos termos de um projecto de decisão da Anacom, ontem divulgado pelo regulador. Ou seja, os novos operadores – a Oni, a Novis, a Tele 2 e a Jazztel, entre outros mais pequenos – poderão desenvolver ofertas retalhistas próprias e o cliente final passará a ter um único interlocutor na prestação do serviço telefónico, embora o acesso continue a ser indirecto – pois a linha usada é a da PT – e passarão a pagar uma única factura, ao contrário do que sucede actualmente, na maioria dos casos.
Até agora, isso acontecia apenas nos poucos casos em que a desagregação das centrais da PT já ocorreu (o chamado lacete local), em que o acesso é directo – para o mercado residencial a Oni é dos poucos casos que já o usa e, no empresarial, a Novis. Na maioria dos casos, porém, o cliente final que optasse por um operador alternativo à PT, em acesso indirecto ou pré-selecção (através da marcação de um prefixo), pagava duas facturas: uma à PT pelo uso da linha telefónica e outra ao operador que lhe presta o serviço.
“Por esta via, os novos operadores poderão concorrer com ofertas da PT, já que ficarão em condições para disponibilizarem serviços diversificados, que agreguem o preço de acesso e do tráfego telefónico”, destaca o regulador do mercado das telecomunicações no seu projecto de decisão.
A medida vai ao encontro das posições defendidas pelos operadores alternativos à PT que reclamavam que o operador incumbente lhes disponibilizasse uma oferta de realuguer já que a consideravam um elemento facilitador da sua penetração no mercado.
A Anacom recordou que esta decisão define os elementos da oferta, cuja necessidade tinha já preconizado em Dezembro, quando concluiu pela existência de poder significativo de mercado por parte das empresas da PT. E acrescenta que, neste projecto, inclui ainda uma série de elementos que deverão integrar a oferta de realuguer das linhas pela PT aos novos operadores.
Os operadores têm agora um prazo de 20 dias para comentar este projecto de decisão. De seguida a Anacom tomará a deliberação definitiva, tendo a PT que implementar a proposta 30 dias após essa decisão definitiva da Anacom.
Operadora reforça no Brasil
A Portugal Telecom (PT) reforçou para 87,6% a posição que detém na brasileira Mobitel, detentora da Dedic, a quarta maior empresa do segmento dos ‘call-centers’ naquele país sul-americano, onde a PT também actua através da Vivo, a líder das telecomunicações móveis.
O reforço, cujo investimento a PT não adianta, foi feito através da compra dos 27,05% detidos pela Mobiholdings e dos 3,59% do Banco Rural.
Entretanto, em Portugal, a sua participada TMN anunciou ter chegado aos cinco milhões de clientes, cerca de sete meses após ter franquiado a barreira dos 4,5 milhões.
Vasco Noronha
Os clientes dos operadores alternativos à PT passarão a poder pagar apenas uma factura, ao contrário do que sucede actualmente.
A Portugal Telecom (PT) vai ser obrigada a disponibilizar uma oferta de realuguer de linhas telefónicas (ORLA) aos novos operadores, nos termos de um projecto de decisão da Anacom, ontem divulgado pelo regulador. Ou seja, os novos operadores – a Oni, a Novis, a Tele 2 e a Jazztel, entre outros mais pequenos – poderão desenvolver ofertas retalhistas próprias e o cliente final passará a ter um único interlocutor na prestação do serviço telefónico, embora o acesso continue a ser indirecto – pois a linha usada é a da PT – e passarão a pagar uma única factura, ao contrário do que sucede actualmente, na maioria dos casos.
Até agora, isso acontecia apenas nos poucos casos em que a desagregação das centrais da PT já ocorreu (o chamado lacete local), em que o acesso é directo – para o mercado residencial a Oni é dos poucos casos que já o usa e, no empresarial, a Novis. Na maioria dos casos, porém, o cliente final que optasse por um operador alternativo à PT, em acesso indirecto ou pré-selecção (através da marcação de um prefixo), pagava duas facturas: uma à PT pelo uso da linha telefónica e outra ao operador que lhe presta o serviço.
“Por esta via, os novos operadores poderão concorrer com ofertas da PT, já que ficarão em condições para disponibilizarem serviços diversificados, que agreguem o preço de acesso e do tráfego telefónico”, destaca o regulador do mercado das telecomunicações no seu projecto de decisão.
A medida vai ao encontro das posições defendidas pelos operadores alternativos à PT que reclamavam que o operador incumbente lhes disponibilizasse uma oferta de realuguer já que a consideravam um elemento facilitador da sua penetração no mercado.
A Anacom recordou que esta decisão define os elementos da oferta, cuja necessidade tinha já preconizado em Dezembro, quando concluiu pela existência de poder significativo de mercado por parte das empresas da PT. E acrescenta que, neste projecto, inclui ainda uma série de elementos que deverão integrar a oferta de realuguer das linhas pela PT aos novos operadores.
Os operadores têm agora um prazo de 20 dias para comentar este projecto de decisão. De seguida a Anacom tomará a deliberação definitiva, tendo a PT que implementar a proposta 30 dias após essa decisão definitiva da Anacom.
Operadora reforça no Brasil
A Portugal Telecom (PT) reforçou para 87,6% a posição que detém na brasileira Mobitel, detentora da Dedic, a quarta maior empresa do segmento dos ‘call-centers’ naquele país sul-americano, onde a PT também actua através da Vivo, a líder das telecomunicações móveis.
O reforço, cujo investimento a PT não adianta, foi feito através da compra dos 27,05% detidos pela Mobiholdings e dos 3,59% do Banco Rural.
Entretanto, em Portugal, a sua participada TMN anunciou ter chegado aos cinco milhões de clientes, cerca de sete meses após ter franquiado a barreira dos 4,5 milhões.
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X Conferência do DE discute o tema “Transformar Portugal”
Miguel Moreira Rato
Realiza-se no próximo dia 15 de Fevereiro a décima Conferência do Diário Económico.
“Transformar Portugal” foi o tema escolhido para o encontro, que tem lugar a apenas cinco dias das eleições legislativas e que conta já com a presença dos dois candidatos a primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes e José Sócrates.
Aos candidatos a chefe do Executivo junta-se um grupo de personalidades públicas que traçarão o retrato do país em dois grandes painéis: Finanças e Economia.
Teodora Cardoso, uma das economistas que mais se tem debruçado sobre o problema das finanças públicas e António Carrapatoso, um dos principais mentores do movimento Compromisso Portugal, são dois dos intervenientes no primeiro painel, que tratará o tema “Uma proposta para as finanças públicas”.
Este primeiro painel, moderado por António Costa, subdirector do Diário Económico, abordará questões como a discussão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a política orçamental e fiscal ou ainda a reforma do Estado.
Para o segundo painel, dedicado à área da Economia, está reservada uma mesa redonda, moderada por Pedro Marques Pereira, subdirector do Diário Económico.
Neste espaço, vão ser discutidos os problemas da competitividade, produtividade e das políticas sociais (com destaque para os sectores da Saúde e da Segurança Social).
Confirmados neste segundo painel da conferência estão Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças de António Guterres e actual presidente da Iberdrola Portugal, e Vasco de Mello, presidente da comissão executiva do Grupo José de Mello.
A conferência terá lugar no Pestana Palace Hotel, em Lisboa, entre as 9h e as 13h.
Miguel Moreira Rato
Realiza-se no próximo dia 15 de Fevereiro a décima Conferência do Diário Económico.
“Transformar Portugal” foi o tema escolhido para o encontro, que tem lugar a apenas cinco dias das eleições legislativas e que conta já com a presença dos dois candidatos a primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes e José Sócrates.
Aos candidatos a chefe do Executivo junta-se um grupo de personalidades públicas que traçarão o retrato do país em dois grandes painéis: Finanças e Economia.
Teodora Cardoso, uma das economistas que mais se tem debruçado sobre o problema das finanças públicas e António Carrapatoso, um dos principais mentores do movimento Compromisso Portugal, são dois dos intervenientes no primeiro painel, que tratará o tema “Uma proposta para as finanças públicas”.
Este primeiro painel, moderado por António Costa, subdirector do Diário Económico, abordará questões como a discussão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a política orçamental e fiscal ou ainda a reforma do Estado.
Para o segundo painel, dedicado à área da Economia, está reservada uma mesa redonda, moderada por Pedro Marques Pereira, subdirector do Diário Económico.
Neste espaço, vão ser discutidos os problemas da competitividade, produtividade e das políticas sociais (com destaque para os sectores da Saúde e da Segurança Social).
Confirmados neste segundo painel da conferência estão Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças de António Guterres e actual presidente da Iberdrola Portugal, e Vasco de Mello, presidente da comissão executiva do Grupo José de Mello.
A conferência terá lugar no Pestana Palace Hotel, em Lisboa, entre as 9h e as 13h.
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BCE sem pressa para subir juros
M.S.
O Banco Central Europeu manteve, sem qualquer surpresa, a sua taxa directora nos 2%, o nível historicamente baixo, e sublinhou que não tem qualquer pressa para subir os juros, até porque a taxa de inflação está controlada na zona euro.
“A nossa avaliação em relação à estabilidade dos preços no médio prazo mantém-se inalterada”, disse Jean-Claude Trichet. “Nenhum elemento indica que haja hoje claramente um reforço das tensões inflacionistas subjacentes” na zona euro, apesar do nível elevado dos preços do petróleo, acrescentou ainda o responsável. Trichet frisou também que espera, em Janeiro, que a inflação da zona euro seja inferior à registada em Dezembro. “Talvez mesmo muito inferior”, disse, alertando, porém, que poderá vir a subir no mês seguinte, dada a “grande volatilidade” dos preços.
Trichet, além de estar optimista quanto à evolução de médio prazo da inflação, insistiu ainda que o nível “muito baixo” dos juros permite alimentar o crescimento do crédito pessoal, um instrumento necessário para sustentar a procura interna – o grande motor de crescimento das economias europeias – perante a falta de criação de postos de trabalho. A componente do emprego do índice PMI, ontem publicado, prova-o ao continuar em terreno negativo (49,65 pontos).
Apesar de se esperar uma recuperação do investimento empresarial em 2005, o consumo deverá permanecer condicionado pela fraca criação de postos de trabalho e por uma fraca dinâmica salarial. Além disso, o governador do BCE reconheceu que o ritmo de crescimento da zona euro ainda é “moderado” e não sustenta ainda um endurecimento da política monetária. Por isso, a maior parte dos economistas apenas espera uma subida da taxa directora do BCE no segundo semestre deste ano.
M.S.
O Banco Central Europeu manteve, sem qualquer surpresa, a sua taxa directora nos 2%, o nível historicamente baixo, e sublinhou que não tem qualquer pressa para subir os juros, até porque a taxa de inflação está controlada na zona euro.
“A nossa avaliação em relação à estabilidade dos preços no médio prazo mantém-se inalterada”, disse Jean-Claude Trichet. “Nenhum elemento indica que haja hoje claramente um reforço das tensões inflacionistas subjacentes” na zona euro, apesar do nível elevado dos preços do petróleo, acrescentou ainda o responsável. Trichet frisou também que espera, em Janeiro, que a inflação da zona euro seja inferior à registada em Dezembro. “Talvez mesmo muito inferior”, disse, alertando, porém, que poderá vir a subir no mês seguinte, dada a “grande volatilidade” dos preços.
Trichet, além de estar optimista quanto à evolução de médio prazo da inflação, insistiu ainda que o nível “muito baixo” dos juros permite alimentar o crescimento do crédito pessoal, um instrumento necessário para sustentar a procura interna – o grande motor de crescimento das economias europeias – perante a falta de criação de postos de trabalho. A componente do emprego do índice PMI, ontem publicado, prova-o ao continuar em terreno negativo (49,65 pontos).
Apesar de se esperar uma recuperação do investimento empresarial em 2005, o consumo deverá permanecer condicionado pela fraca criação de postos de trabalho e por uma fraca dinâmica salarial. Além disso, o governador do BCE reconheceu que o ritmo de crescimento da zona euro ainda é “moderado” e não sustenta ainda um endurecimento da política monetária. Por isso, a maior parte dos economistas apenas espera uma subida da taxa directora do BCE no segundo semestre deste ano.
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Comissão diz que já esclareceu a maioria das dúvidas
Luís Rego, em Bruxelas
A Comissão Europeia explicou ontem que “já foram esclarecidas” a maioria das dúvidas sobre as contas públicas portuguesas no que diz respeito às operações identificadas pela edição de ontem do DE.
Apenas as transferências para a RTP continuam por explicar, “mas a importância é ínfima em termos do Orçamento”, disse a porta-voz do comissário Joaquin Almunia. O mesmo comunicado, enviado às redacções, explica que “as dúvidas mencionadas [no DE] não dizem respeito ao Orçamento de 2004, que ainda não foi notificado, e já foram esclarecidas em Março de 2004, com a excepção de uma”. Todavia, o documento do Eurostat a que o DE teve acesso referia-se especificamente ao ano de 2004. Note-se, aliás, que as operações em causa (hospitais SA, SCUTS ou RTP) se repetem no orçamento do ano passado. Nas OGMA, Portugal tinha até fim de 2004 para a privatizar sob pena de entrar no défice do ano passado, assim rolou para a dívida de 2003.
A nota da CE esclarece ainda que relativamente ao artigo do DE, sobre o pedido de explicações das contas públicas desde 1995, “a DGECFIN enviou recentemente um questionário ao governo nacional relativamente aos ajustamentos de stock-fluxo”. A porta-voz acrescenta que “um questionário semelhante foi enviado ao governo italiano no Verão passado”, contrariando a ideia dada ontem pelas Finanças que dizia que “ofícios idênticos foram remetidos para os outros países”. Desde o início da semana que o DE vinha inquirindo a CE e até ao princípio do dia de ontem a resposta foi sempre a mesma: a “recusa em destacar um Estado-membro em observação, o trabalho do Eurostat é fazer perguntas a todos os Estados-membro”.
Luís Rego, em Bruxelas
A Comissão Europeia explicou ontem que “já foram esclarecidas” a maioria das dúvidas sobre as contas públicas portuguesas no que diz respeito às operações identificadas pela edição de ontem do DE.
Apenas as transferências para a RTP continuam por explicar, “mas a importância é ínfima em termos do Orçamento”, disse a porta-voz do comissário Joaquin Almunia. O mesmo comunicado, enviado às redacções, explica que “as dúvidas mencionadas [no DE] não dizem respeito ao Orçamento de 2004, que ainda não foi notificado, e já foram esclarecidas em Março de 2004, com a excepção de uma”. Todavia, o documento do Eurostat a que o DE teve acesso referia-se especificamente ao ano de 2004. Note-se, aliás, que as operações em causa (hospitais SA, SCUTS ou RTP) se repetem no orçamento do ano passado. Nas OGMA, Portugal tinha até fim de 2004 para a privatizar sob pena de entrar no défice do ano passado, assim rolou para a dívida de 2003.
A nota da CE esclarece ainda que relativamente ao artigo do DE, sobre o pedido de explicações das contas públicas desde 1995, “a DGECFIN enviou recentemente um questionário ao governo nacional relativamente aos ajustamentos de stock-fluxo”. A porta-voz acrescenta que “um questionário semelhante foi enviado ao governo italiano no Verão passado”, contrariando a ideia dada ontem pelas Finanças que dizia que “ofícios idênticos foram remetidos para os outros países”. Desde o início da semana que o DE vinha inquirindo a CE e até ao princípio do dia de ontem a resposta foi sempre a mesma: a “recusa em destacar um Estado-membro em observação, o trabalho do Eurostat é fazer perguntas a todos os Estados-membro”.
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Autarquias beneficiadas nos descontos para a CGA
Raquel Martins
Diploma prevê aumento da taxa contributiva no âmbito da revisão da Lei das Finanças Locais.
A taxa contributiva para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) suportada pela autarquias e pelas regiões autónomas só será actualizada no âmbito da revisão da lei das finanças locais e regionais. Esta é a explicação dada pelo Governo para justificar a manutenção da taxa nos 10%, enquanto os restantes serviços e organismos da Administração Pública passarão a transferir mensalmente para a CGA um valor correspondente a 13,1% da massa salarial para financiar a aposentação dos seus funcionários.
Porém, a hipótese da prestação vir a sofrer uma actualização é equacionada no diploma que altera o regime de financiamento da CGA, a que o Diário Económico teve acesso, “numa lógica de financiamento global”.
O decreto-lei, aprovado recentemente em Conselho de Ministros, esclarece que o Governo optou por manter a taxa nos 10%, pois “estão em curso estudos prévios e é necessária a revisão do modelo de financiamento daquelas entidades” e, nesse âmbito, dever-se-á “proceder à extensão da nova taxa contributiva àqueles subsectores”.
O Governo admite, na introdução do diploma, que a taxa de contribuição patronal agora fixada em 13,1% “é insuficiente para assegurar a sustentabilidade financeira” do sistema de segurança social dos funcionários públicos. Pelo que este é apenas “o primeiro passo de um processo gradual” que será complementado no futuro por um estudo rigoroso da sustentabilidade do sistema, “o qual levará eventualmente à fixação de novas taxas”.
A taxa de 13,1% corresponde a pouco mais de metade do que é exigido às entidades patronais do sector privado, que transferem para a Segurança Social 23,75% da massa salarial.
O Governo justifica o pagamento de uma taxa mais baixa no Estado, alegando que a CGA paga prestações com uma amplitude menor do que o regime geral, pois cinge-se “às eventualidades de invalidez, velhice e morte”, excluindo prestações como os subsídios de desemprego e de doença, por exemplo.
Revisão da Lei das Finanças Locais sem avanços
No dia em que reiterou o nome do economista António Nogueira Leite como o responsável pela equipa para rever o regime de financiamento dos municípios, em Novembro do ano passado, o ministro José Luís Arnaut alertava para as dificuldades de a nova Lei das Finanças Locais (LFL) entrar em vigor em 2006. Com a crise política que entretanto se instalou, esse horizonte torna-se ainda mais irrealista. Desde que o Governo de coligação tomou posse, a intenção de rever o financiamento das autarquias, no sentido de criar uma estrutura mais eficiente e menos dependente das transferências do Orçamento do Estado, foi colocada na agenda política, mas não passou disso mesmo. Nogueira Leite acabou por não chegar a constituir a sua equipa, nem avançou com os estudos sobre o desajustamento da actual lei. Pelo caminho fica também a ideia de descentralizar a liquidação e cobrança de impostos de carácter local e a possibilidade de as autarquias eemitirem obrigações.
Raquel Martins
Diploma prevê aumento da taxa contributiva no âmbito da revisão da Lei das Finanças Locais.
A taxa contributiva para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) suportada pela autarquias e pelas regiões autónomas só será actualizada no âmbito da revisão da lei das finanças locais e regionais. Esta é a explicação dada pelo Governo para justificar a manutenção da taxa nos 10%, enquanto os restantes serviços e organismos da Administração Pública passarão a transferir mensalmente para a CGA um valor correspondente a 13,1% da massa salarial para financiar a aposentação dos seus funcionários.
Porém, a hipótese da prestação vir a sofrer uma actualização é equacionada no diploma que altera o regime de financiamento da CGA, a que o Diário Económico teve acesso, “numa lógica de financiamento global”.
O decreto-lei, aprovado recentemente em Conselho de Ministros, esclarece que o Governo optou por manter a taxa nos 10%, pois “estão em curso estudos prévios e é necessária a revisão do modelo de financiamento daquelas entidades” e, nesse âmbito, dever-se-á “proceder à extensão da nova taxa contributiva àqueles subsectores”.
O Governo admite, na introdução do diploma, que a taxa de contribuição patronal agora fixada em 13,1% “é insuficiente para assegurar a sustentabilidade financeira” do sistema de segurança social dos funcionários públicos. Pelo que este é apenas “o primeiro passo de um processo gradual” que será complementado no futuro por um estudo rigoroso da sustentabilidade do sistema, “o qual levará eventualmente à fixação de novas taxas”.
A taxa de 13,1% corresponde a pouco mais de metade do que é exigido às entidades patronais do sector privado, que transferem para a Segurança Social 23,75% da massa salarial.
O Governo justifica o pagamento de uma taxa mais baixa no Estado, alegando que a CGA paga prestações com uma amplitude menor do que o regime geral, pois cinge-se “às eventualidades de invalidez, velhice e morte”, excluindo prestações como os subsídios de desemprego e de doença, por exemplo.
Revisão da Lei das Finanças Locais sem avanços
No dia em que reiterou o nome do economista António Nogueira Leite como o responsável pela equipa para rever o regime de financiamento dos municípios, em Novembro do ano passado, o ministro José Luís Arnaut alertava para as dificuldades de a nova Lei das Finanças Locais (LFL) entrar em vigor em 2006. Com a crise política que entretanto se instalou, esse horizonte torna-se ainda mais irrealista. Desde que o Governo de coligação tomou posse, a intenção de rever o financiamento das autarquias, no sentido de criar uma estrutura mais eficiente e menos dependente das transferências do Orçamento do Estado, foi colocada na agenda política, mas não passou disso mesmo. Nogueira Leite acabou por não chegar a constituir a sua equipa, nem avançou com os estudos sobre o desajustamento da actual lei. Pelo caminho fica também a ideia de descentralizar a liquidação e cobrança de impostos de carácter local e a possibilidade de as autarquias eemitirem obrigações.
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Debate com poucas novidades e sem vencedor
DE
O único confronto televisivo entre os candidatos a chefe de Governo saldou-se por uma única novidade: Santana Lopes admitiu aumentar a idade de reforma para os 68 anos.
O debate esteve virado para o passado: Santana foi responsabilizado pelos três anos de governo PSD/CDS; Sócrates pelos seis anos de governo socialista. Sobre as nove prioridades definidas pelo Diário Económico, que serão alvo de tratamento editorial até ao final da campanha, o debate trouxe poucas novidades.
A campanha segue como estava.
DE
O único confronto televisivo entre os candidatos a chefe de Governo saldou-se por uma única novidade: Santana Lopes admitiu aumentar a idade de reforma para os 68 anos.
O debate esteve virado para o passado: Santana foi responsabilizado pelos três anos de governo PSD/CDS; Sócrates pelos seis anos de governo socialista. Sobre as nove prioridades definidas pelo Diário Económico, que serão alvo de tratamento editorial até ao final da campanha, o debate trouxe poucas novidades.
A campanha segue como estava.
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Bolsas sobem na expectativa de dados nos EUA
DE
As principais praças da União Europeia começaram a última sessão da semana em terreno positivo, com os mercados à espera dos números do emprego relativos a Janeiro que serão hoje divulgados nos Estados Unidos, os quais deverão mostrar que a criação de emprego se encontra no seu ponto mais forte desde 1998.
Segundo os analistas, um aumento na criação de postos de trabalho na maior economia do mundo "é essencial para os mercados accionistas, uma vez que o emprego é o indicador do crescimento nos EUA".
Deste modo, e com os títulos da transportadora British Airways a subirem depois da empresa ter revisto em alta as suas estimativas de receitas em 2005, às 8h10 o Ibex-35 de Madrid crescia 0,21% e o S&P/MIB de Milão e o FTSE-100 de Londres ganhavam ambos 0,30%, enquanto o CAC-40 de Paris crescia 0,35% e o Dax Xetra de Frankfurt subia 0,38%.
DE
As principais praças da União Europeia começaram a última sessão da semana em terreno positivo, com os mercados à espera dos números do emprego relativos a Janeiro que serão hoje divulgados nos Estados Unidos, os quais deverão mostrar que a criação de emprego se encontra no seu ponto mais forte desde 1998.
Segundo os analistas, um aumento na criação de postos de trabalho na maior economia do mundo "é essencial para os mercados accionistas, uma vez que o emprego é o indicador do crescimento nos EUA".
Deste modo, e com os títulos da transportadora British Airways a subirem depois da empresa ter revisto em alta as suas estimativas de receitas em 2005, às 8h10 o Ibex-35 de Madrid crescia 0,21% e o S&P/MIB de Milão e o FTSE-100 de Londres ganhavam ambos 0,30%, enquanto o CAC-40 de Paris crescia 0,35% e o Dax Xetra de Frankfurt subia 0,38%.
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Investidores nacionais atentos a indicadores norte-americanos
Pedro Duarte
O índice de referência nacional começou a sessão de hoje em baixa ligeira, com o mercado atento aos números da criação de emprego que serão anunciadas esta tarde nos Estados Unidos.
Deste modo, às 8h30 o PSI-20 deslizava 0,1% para os 8032,97 pontos, com os operadores a considerarem que os investidores se encontram cautelosos antes da divulgação dos números do emprego nos EUA, às 13h30 (hora de Lisboa).
"Os números da criação de emprego são vitais para determinar a força da economia norte-americana, e é esperado que os números de hoje mostrem a maior subida dos últimos sete anos. É possível, contudo, que este indicador decepcione pela negativa, pelo que poucos estão dispostos a arriscar-se a entrar no mercado antes destes dados serem conhecidos", diz uma perita.
Dos 'pesos-pesados' do índice, a PT cai 0,1% para os 9,53€, enquanto o BCP e a EDP seguem inalterados nos 2,10 e 2,29€, respectivamente.
Destaque para a Jerónimo Martins, que sobe 0,19% para os 10,80€ depois de ter atingido um novo máximo do ano nos 10,84€, enquanto a ParaRede segue inalterada nos 0,38€ mas lidera de longe o volume de negócios com 8 078 853 acções negociadas, após ontem o presidente da firma ter afirmado que esta voltou ao lucro no ano passado, tendo as suas receitas crescido mais do que o previsto.
Para além da ParaRede, o papel mais negociado é o da EDP, com 497 479 títulos movimentados, seguido pelo BCP, com 196 496 acções transaccionadas.
Dos vinte títulos que compõem o PSI-20, quatro sobem de cotação, cinco descem, dez mantém-se inalterados e um (Gescartão) ainda não foi negociado. O volume total de negócios ascende a 6,1 milhões de euros.
envie o
Pedro Duarte
O índice de referência nacional começou a sessão de hoje em baixa ligeira, com o mercado atento aos números da criação de emprego que serão anunciadas esta tarde nos Estados Unidos.
Deste modo, às 8h30 o PSI-20 deslizava 0,1% para os 8032,97 pontos, com os operadores a considerarem que os investidores se encontram cautelosos antes da divulgação dos números do emprego nos EUA, às 13h30 (hora de Lisboa).
"Os números da criação de emprego são vitais para determinar a força da economia norte-americana, e é esperado que os números de hoje mostrem a maior subida dos últimos sete anos. É possível, contudo, que este indicador decepcione pela negativa, pelo que poucos estão dispostos a arriscar-se a entrar no mercado antes destes dados serem conhecidos", diz uma perita.
Dos 'pesos-pesados' do índice, a PT cai 0,1% para os 9,53€, enquanto o BCP e a EDP seguem inalterados nos 2,10 e 2,29€, respectivamente.
Destaque para a Jerónimo Martins, que sobe 0,19% para os 10,80€ depois de ter atingido um novo máximo do ano nos 10,84€, enquanto a ParaRede segue inalterada nos 0,38€ mas lidera de longe o volume de negócios com 8 078 853 acções negociadas, após ontem o presidente da firma ter afirmado que esta voltou ao lucro no ano passado, tendo as suas receitas crescido mais do que o previsto.
Para além da ParaRede, o papel mais negociado é o da EDP, com 497 479 títulos movimentados, seguido pelo BCP, com 196 496 acções transaccionadas.
Dos vinte títulos que compõem o PSI-20, quatro sobem de cotação, cinco descem, dez mantém-se inalterados e um (Gescartão) ainda não foi negociado. O volume total de negócios ascende a 6,1 milhões de euros.
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Produção Industrial aumenta 0,9% em Dezembro
DE
A produção das fábricas espanholas registou no último mês do ano passado um crescimento de 0,9% em relação ao período homólogo de 2003, o que representa um abrandamento em relação à progressão de 2,2% verificada em Novembro.
Segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, em termos não ajustados de variações sazonais, a Produção Industrial aumentou 1,3% em Dezembro, contra o crescimento de 4,1% obtido em Novembro e os 4,2% registados em Outubro.
DE
A produção das fábricas espanholas registou no último mês do ano passado um crescimento de 0,9% em relação ao período homólogo de 2003, o que representa um abrandamento em relação à progressão de 2,2% verificada em Novembro.
Segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, em termos não ajustados de variações sazonais, a Produção Industrial aumentou 1,3% em Dezembro, contra o crescimento de 4,1% obtido em Novembro e os 4,2% registados em Outubro.
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Autoridade reguladora indiferente à nacionalidade da gestão da LSE
DE
A Financial Services Authority (FSA) anunciou hoje que a nacionalidade da sociedade que detém ou gere a Bolsa de Londres (LSE) não é um factor de importância.
Segundo um comunicado hoje emitido pela FSA, a autoridade reguladora britânica adiantou ainda que "não é possível ter a certeza no longo prazo que, no caso de um acordo com uma sociedade gestora estrangeira, que a LSE se manterá como uma sociedade sediada e regulada no Reino Unido".
Tanto a Deutsche Börse como a Euronext se encontram a realizar aproximações à praça britânica, tendo já a bolsa alemã efectuado uma Oferta de compra sobre a totalidade do capital desta.
DE
A Financial Services Authority (FSA) anunciou hoje que a nacionalidade da sociedade que detém ou gere a Bolsa de Londres (LSE) não é um factor de importância.
Segundo um comunicado hoje emitido pela FSA, a autoridade reguladora britânica adiantou ainda que "não é possível ter a certeza no longo prazo que, no caso de um acordo com uma sociedade gestora estrangeira, que a LSE se manterá como uma sociedade sediada e regulada no Reino Unido".
Tanto a Deutsche Börse como a Euronext se encontram a realizar aproximações à praça britânica, tendo já a bolsa alemã efectuado uma Oferta de compra sobre a totalidade do capital desta.
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