Caldeirão da Bolsa

Jardim Gonçalves escolhe Teixeira Pinto para sucessor

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por luiz22 » 26/1/2005 8:52

Destaque Quarta, 26 de Janeiro de 2005





Sucessão no BCP
Novo líder do BCP quer garantir centro de decisão nacional

DE


Manter a independência do Banco Comercial Português e a sua função multidoméstica foram os objectivos estratégicos definidos por Paulo Teixeira Pinto na sua primeira aparição pública como presidente indigitado do grupo.

Jardim Gonçalves, o banqueiro que sonhou ser jornalista, passa o testemunho ao antigo governante social-democrata, depois de concluir o programa de reestruturação do BCP, que passou pela venda dos seguros e pela capitalização da instituição. O mercado ficou surpreendido com a renovação da liderança, mas relativamente tranquilizado com o facto de haver um sucessor. Os resultados de 513 milhões superaram as previsões.

Os desafios do BCP

Concluir alienação de activos não estratégicos

Aumentar lucros sem extraordinários e Sem a totalidade dos seguros

Manter rácio de solvabilidade próximo dos 12%

Reforçar o peso da polónia e da grécia no grupo

Encontrar novas oportunidades de crescimento.

(Para obter mais informação, consulte a edição em papel do Diário Económico)
 
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por marafado » 26/1/2005 2:28

Avaliação do desempenho
Sindicato contesta proposta do Governo para avaliação dos funcionários públicos

Lusa
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) considerou hoje que a alternativa apresentada pelo Governo para aplicar o sistema de avaliação de desempenho vai congelar as promoções e progressões na Administração Pública durante dois anos.

No projecto que altera o decreto regulamentar 19/A de 2004 (que aprovou o Sistema Integrado da Avaliação de Desempenho da Administração Pública - SIADAP), enviado aos sindicatos da função pública, o Governo propõe que os trabalhadores dos serviços que não aplicaram o SIADAP sejam avaliados somente em 2006. Nessa altura, a nota obtida valerá para os anos de 2005 e 2004.

Nos serviços e organismos onde foi aplicado o sistema da avaliação de desempenho o trabalho será avaliado de acordo com o novo regime, mas se a nota de 2006 for melhor do que a de 2005 o trabalhador pode optar pela melhor classificação para avaliar o trabalho de 2004.

O STE considera que a resposta do Governo "é inconcebível".

"Perante este raciocínio o Governo admite atribuir em 2006 a totalidade das progressões, de dois anos, mas não assegura a actualização de vencimentos desde qualquer dessas datas, o que é outra maneira de ir aos bolsos dos trabalhadores da Administração Pública", sublinha em comunicado o STE, afecto à UGT.

O sindicato presidido por Bettencourt Picanço acusa o Executivo de "falta de rigor, descuido, atropelo da legalidade, autismo e insensatez".

O STE realça ainda que o projecto governamental "não indica o número de serviços em que o SIADAP terá sido aplicado até agora ou porque não sabe ao certo ou porque não lhe convém dizer".

A secretária de Estado da Administração Pública, Rosário Águas, disse recentemente que cerca de 60 por cento dos trabalhadores abrangidos pelo SIADAP tinham os objectivos definidos.

Mas o STE entende que a não divulgação do número de trabalhadores abrangidos significa que o Governo "não sabe ao certo ou não lhe convém dizer".

"Se calhar não lhe convém dizer porque a informação de que dispomos é de que não excedeu os dez por cento", sustenta o STE.

O projecto de decreto regulamentar foi entregue aos sindicatos na semana passada.

O Sistema Integrado da Avaliação de Desempenho foi uma das medidas da chamada reforma da Administração Pública, mas tem motivado protestos das estruturas sindicais desde a sua apresentação.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:19

Paulo Teixeira Pinto vai substituir Jorge Jardim Gonçalves na presidência do Conselho de Administração (CA) do Millennium BCP, a partir de Março, anunciou, ontem, o presidente cessante do grupo. Jardim Gonçalves passará a presidir o Conselho Superior, um órgão não executivo da maior instituição bancária privada portuguesa.

A decisão não deixa de ser surpreendente. Paulo Teixeira Pinto não ocupa qualquer cargo de Administração - é director-geral e secretário da sociedade - e não era aventado como sucessor de Jardim Gonçalves. O vice-presidente do CA, Filipe Pinhal, seria, porventura, o nome mais óbvio para a presidência, até porque havia sido ele a "dar a cara" pelo BCP em diversos actos públicos recentes.

Por outro lado, há dois anos que a sucessão de Jardim Gonçalves não era um tema "quente". Na altura, quatro administradores do grupo abandonaram os respectivos cargos. Dois deles - João Talone e Pedro Líbano Monteiro -, considerados "delfins" de Jardim Gonçalves, saíram em litígio com a estratégia do grupo.

A alteração dos corpos sociais será proposta na Assembleia Geral no próximo dia 14 de Março e, segundo Jardim Gonçalves, teve a aprovação de toda a Administração, incluindo a dos seus dois vice-presidentes, que manterão os cargos.

Jardim Gonçalves sublinhou os benefícios de anunciar essa mudança numa altura em que o BCP "atravessa um processo de expansão doméstica e internacional". Na mesma conferência em que revelou a sua saída, Jardim Gonçalves disse que o banco havia comprado 50% do capital do banco grego Novabank, por 330 milhões de euros, passando a controlar a totalidade do capital social. "A indigitação é o culminar de um processo cuidadosamente preparado", disse.

Jorge Jardim Gonçalves, de 69 anos de idade, é o líder carismático e incontestado do BCP. Casado e com cinco filhos, é licenciado em Engenharia Civil. Está à frente do destinos do banco desde a sua fundação, há 20 anos.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:16

comentário cambial
Indicadores animam dólar



A moeda norte-americana recuperou, ontem, terreno contra o euro, animada pelo aumento da confiança dos consumidores nos EUA. Às 17.00, hora de Lisboa, o euro valia 1,2955 dólares, abaixo dos 1,3040 dólares registados à mesma hora da véspera. Durante o dia, a cotação do euro oscilou entre um mínimo de 1,2945 dólares e um máximo de 1,3075 dólares. A moeda europeia foi perdendo força ao longo da sessão, acentuando a tendência de descida com a divulgação da confiança dos consumidores norte-americanos que subiu, inesperadamente, em Janeiro para o máximo dos últimos seis meses. O índice de confiança estabeleceu-se nos 103,4 pontos no primeiro mês deste ano, contra os 102,7 pontos em Dezembro, surpreendendo positivamente os analistas, os quais previam uma descida para os 101 pontos. O outro dado conhecido nos EUA saiu abaixo do esperado. Na Europa, o indicador mais relevante saiu em Itália, onde a confiança dos consumidores caiu, em Janeiro, pelo terceiro mês consecutivo.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:15

Despesas do Estado em 2004 fora de controlo

Os gastos públicos subiram para a casa dos 5,0% e receitas ficam abaixo da meta

rudolfo rebêlo Arquivo DN-Rodrigo Cabrita

gastos. Para travar despesas, o Executivo cortou nos investimentos

O peso das despesas do Estado na economia cresceu em 2004. Os gastos com os funcionários públicos aumentaram 4,9%, bem acima do crescimento da economia, acrescido da inflação, calculado pelo economistas em 3,1%. Mas o cenário é pior as despesas do Estado, sem os gastos da Dívida Pública - a despesa corrente primária - subiram 5,5%, quase o triplo do programado no OE 2004. Um aumento de 4,4 mil milhões de euros, 2,0% do PIB.

O que provocou o disparo nos gastos do Estado? As despesas com o pessoal subiram 4,9%, mas foi a Caixa dos funcionários públicos que baralhou as contas orçamentais de 2004. A factura para a Caixa de Aposentações aumentou 800 milhões de euros, enquanto as transferências para a Segurança Social, subiram 19%, mais de 850 milhões de euros. É preço do aumento do desemprego e o custo das pensões e reformas. A solução, para colocar o défice nos 3,0% do PIB, é conhecida receitas extraordinárias no valor de 2,96 mil milhões de euros.

RECEITAS. O Governo conseguiu travar a hemorragia. As receitas fiscais - em impostos directos e indirectos - caíram 0,4%, cerca de 190 milhões de euros, em comparação com a execução de Dezembro de 2003. Mas a comparação é realizada tendo em conta as receitas extraordinárias. É que, em Dezembro de 2003, a titularização dos créditos fiscais no montante de 1,4 mil milhões de euros entrou nas contas do Estado como receitas em IRS, IRC e IVA. Mas as Finanças, no boletim de execução orçamental, ontem publicada, não explicam porque cortaram 140 milhões de euros à receita final de 2003. Um mini- -apagão, pouco frequente, quando as alterações ultrapassam a casa das dezenas de milhões de euros.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:13

comentário
bolsa de valores
Lisboa fechou em contraciclo


márcio alves candoso

A Euronext Lisboa encerrou ontem em baixa, em contraciclo com as suas congéneres europeias. O índice PSI-20 perdeu 0,22%, fixando-se nos 7843,77 pontos. Destaque para a correcção em baixa da Portugal Telecom (PT), que perdeu 1,06%, depois de várias sessões em alta. A EDP acompanhou a quebra, com os analistas a referirem que as declarações de Álvaro Barreto ao DN, antevendo a necessidade de a empresa perder quota de mercado, terão influenciado os investidores. A EDP perdeu 0,45%. A Cofina também encerrou a perder (menos 1,18%), depois de várias sessões em alta. A Caixa BI reviu a recomendação sobre a Cofina, baixando-a de comprar para acumular.Os consecutivos rumores sobre o aumento da concorrência na corrida à Lusomundo- -Media estão a agitar os títulos do sector. A PT-Multimédia, por seu turno, subiu 0,21%, enquanto a Impresa se valorizou 0,35%. A Sonae, que encerrou em casa, bateu o recorde desde Abril de 2001 no meio da sessão. A Semapa fechou ao preço mais elevado desde meados de 2003 (4,32 euros). Nos EUA, as boas notícias no corporate e a pequena baixa no preço do petróleo levaram os índices à alta. Antes do fecho, o Nasdaq subia 1,10% e o Dow Jones 1,27%.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:11

Comunicações
Telemóvel acessível no metro



No final de Maio será possível usar o telemóvel no metro de Lisboa, anunciou, ontem, Carlos Oliveira, consultor da Leadership, responsável pelo estudo sobre a utilização das comunicações móveis nos transportes. O metropolitano já está a negociar com os operadores móveis - TMN, Vodafone e Optimus. O futuro consórcio a formar entre as operadoras será responsável pelo investimento e manutenção. Também a CP está a negociar o reforço da cobertura e da disponibilização de acesso à Internet em banda larga no eixo ferroviário Braga/Faro. A partir do próximo mês de Julho, a CP deverá garantir com fiabilidade as ligações móveis no troço Lisboa/Porto, tendo a CP firmado um acordo com os operadores móveis, contando ainda a participação da Refer Telecom, na disponibilização de infra-estruturas e equipamentos, fibra óptica e energia. Em Agosto, deverá ser possível aceder à Internet em banda larga nos comboios, estando em curso um consórcio CP/Refer Telecom para iniciar os testes nas carruagens Alfa Pendular.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:09

Presença portuguesa



A presença portuguesa no Fórum Económico Mundial inclui figuras de grande destaque nacional, algumas com participação já tradicional Belmiro de Azevedo, presidente do Grupo Sonae, Miguel Horta e Costa, presidente executivo da Portugal Telecom, Soares dos Santos, presidente do Grupo Jerónimo Martins, Rui Vilar, presidente da Fundação Gulbenkian, e Mário Bettencourt Resendes, vice--presidente da Lusomundo Media.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:06

Opinião
Lenda no frio


António perez metelo

A coisa até começou com objectivos limitados. O professor suíço Klaus Schwab convidou em 1970 um conjunto de executivos da CEEpara debater informalmente na estância de Inverno helvética de Davos os assuntos de maior actualidade para a Europa. A ideia frutificou, foi-se expandindo a olhos vistos e hoje transformou-se no Fórum Económico Mundial, que em Janeiro atrai para esse ponto idealmente neutral do Velho Continente os poderosos do mundo, aqueles que dão as cartas na política, na alta finança, nos conglomerados multinacionais.

Este ano são esperados 20 chefes de Estado e de Governo, 70 ministros e presidentes de empresas globais, como a Microsoft, HP, Shell, BP, Unilever, Pfizer, Cisco, Vodafone, Novartis, Deutsche Bank e muitos mais. Ao todo, uns 1200 participantes vão dividir-se numa dezena de seminários sob o lema comum "Assumindo a responsabilidade por escolhas difíceis".

Não espanta que esta verdadeira encruzilhada de quem é quem a nível mundial, financiada pelas contribuições de um milhar de grandes empresas, tenha gerado a lenda do "Governo Mundial na sombra", centro de todas as maquinações para escravizar os povos indefesos sob o jugo do grande capital triunfante. Essa lenda, que veio do frio, já produziu o seu reflexo, o Fórum Social Mundial, de Porto Alegre, no Brasil, mas nos dias de conversa em Davos já se alcançaram resultados notáveis Grécia e Turquia, em 1988, as duas Coreias, em 1989, a África do Sul branca e a negra, em 1992, Israel e a Palestina, em 1994, iniciaram processos de degelo dos seus conflitos na pequena aldeia montanhosa coberta de neve e gelo. De Davos saíram nos últimos anos grandes iniciativas humanitárias sob os auspícios das Nações Unidas, cada vez mais actuantes neste fórum.

Se este é tido como um encontro de ricos, o menu da conversa é do interesse de todos. Este ano debatem-se as consequências do tsunami na Ásia, a pobreza, a mudança do clima, o Islão e a liderança dos EUA. Há que convir que não é coisa pouca.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:04

Lula teme reacção hostil à sua presença no Fórum



rudolfo lago
correspondente em Brasília Ricardo Stucker-Agência Brasil

lula da silva. O Presidente brasileiro vai a Porto Alegre e também a Davos

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje na abertura do Fórum Social Mundial preocupado com as eventuais reacções de hostilidade que o podem aguardar em Porto Alegre.

Em causa está a política conservadora que Brasília tem vindo a empreender no campo económico, levando a que Lula se afastasse de alguns ideais da esquerda, designadamente os que são representados pelas organizações e grupos que participam do fórum de Porto Alegre.

Talvez por isso a secretaria-geral da Presidência da República tenha negociado com os organizadores do evento a garantia de uma recepção "respeitosa".

Em 2003, pouco depois da eleição de Lula, o presidente do PT, José Genoino, levou com uma tarte na cara, um gesto que foi protagonizado por um militante da organização Confeiteiros sem Fronteiras.

Nos últimos meses, Lula tem revelado uma certa angústia perante as críticas que lhe têm sido dirigidas, acusando-o de ter abandonado as suas raízes de esquerda e de se ter deixado levar pelos luxos do poder. Exemplo disso foi o que sucedeu com o novo avião presidencial, que custou cerca de 15 milhões de euros.

O desconforto do Presidente com essas críticas pôde ser notado há dias durante o programa semanal de rádio que Lula protagoniza. "Quando terminar meu mandato, ficarei a 600 metros do Sindicato dos Metalúrgicos, onde tudo começou. Vou conviver com os sem-terra e com os movimentos sociais, que são a base da minha formação política, que são minha origem."

Também o PT se prepara para o defender. A estratégia do partido é participar no maior número possível de debates e apresentar os argumentos do Governo nos encontros. "Estamos preparados para a crítica. O que queremos é uma relação de respeito", afirma José Genoino.

O Fórum Social Mundial propõe-se ser uma espécie de contraponto ao Fórum Económico Mundial, de Davos.

Três portugueses têm presença assegurada António Guterres profere sete intervenções na qualidade de presidente da Internacional Socialista; José Saramago participa na mesa-redonda sobre "Dom Quixote"; e Boaventura de Sousa Santos discute o tema "Conhecimento, democracia e revolução".
 
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por marafado » 26/1/2005 2:01

Debater as opções difíceis



fernando de sousa
Em Davos AP/Keystone-Laurent Gillieron


Se é verdade que a autoridade implica responsabilidade, a edição deste ano do Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que hoje começa em Davos, Suíça, deverá demonstrá-lo com clareza.

Davos é uma pequena povoação alpina com pouco mais de 13 mil habitantes que, nesta época do ano, convida ao lazer e a desportos de Inverno. Mas, até ao fim desta semana, assiste-se, aqui, ao quase ritual de uma reunião internacional, de importância crescente, onde, num ambiente de informalidade nos podemos cruzar com os presidentes das principais empresas do mundo, chefes de Estado e de Governo, ou artistas famosos.

O Fórum não é só a possibilidade de conversar com Tony Blair, Durão Barroso, Bill Gates ou Sharon Stone. Há, aqui, também, a tradição de um debate sério, este ano dedicado ao tema "Tomar Responsabilidade para Opções Difíceis".

Um relatório, divulgado esta semana pelo WEF, para servir de base ao debate, deixa claro que os dirigentes mundiais, dos sectores público e privado, estão aquém das expectativas quanto aos esforços para resolver problemas cruciais como a pobreza e a protecção ambiental, sem esquecer a promoção e a preservação da paz. Para apresentar estas conclusões de forma mais positiva, o relatório junta a esta crítica a expectativa de que 2005 seja o ano da mudança, especialmente "se as energias formidáveis da iniciativa privada forem dirigidas de forma mais eficaz".

Gareth Evans, presidente do International Crisis Group, a liderar o grupo de especialistas que elaborou o relatório, menciona o recente tsunami, no Índico, como um exemplo da capacidade de resposta colectiva, a sugerir novas possibilidades de colaboração para o combate a problemas mundiais.

A sessão de abertura do Fórum conta com a presença do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a apresentar a agenda para o G8 (o grupo dos países mais industrializados do mundo) no próximo ano dedicado às alterações climáticas. Amanhã, Blair participa numa sessão especial dedicada a África, juntamente com o ex-presidente americano Bill Clinton, Thabo Mbeki, Presidente da África do Sul, Olusegun Obasanjo, Presidente da Nigéria, Bill Gates, presidente da Microsoft e Bono, vocalista dos U2.

Como referia, recentemente, o presidente do WEF, Klaus Schwab, "encontramo-nos num momento crucial para o mundo e para os seus dirigentes. Estamos perante novos pontos de partida, desde a nova presidência da Comissão Europeia, até à eleição de um novo presidente da Autoridade Palestiniana, às próximas eleições no Iraque e à nova liderança na Ucrânia".

Schwab apresentará ao plenário, sábado, o novo Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Este não deixará de aproveitar a oportunidade para avançar algumas linhas de orientação, desde o esforço para promover a competitividade da União Europeia até formas de consolidar a sua imagem externa. Estarão, ainda, no Fórum, figuras como o novo Presidente da Ucrânia, Victor Yushenko, e o Presidente do Brasil, Lula da Silva.

Este ano, o Fórum contará com a participação de mais de 2250 participantes de 96 países, incluindo mais de 20 chefes de Estado e de Governo, 70 ministros, 26 dirigentes religiosos, 15 dirigentes sindicais e mais de meia centena de chefes de organizações não-governamentais.

Naturalmente que os Estados Unidos terão uma presença importante. A Fórum ocorre poucos dias depois do início do segundo mandato de George W. Bush, e será um ponto de partida para apreciar algum novo rumo da Casa Branca. A China e a Índia serão também alvo de atenção especial.

O Fórum provoca também algum debate local. É apreciado o rendimento trazido por esta iniciativa, mas também são evidentes as preocupações quanto ao impacto na conservação da área e no meio ambiente. Planeia-se a construção de um arranha-céus de 26 andares, que integrará um hotel e apartamentos. Porém, esta obra, com conclusão prevista para 2011, no valor de 200 milhões de francos suíços, quando referendada há alguns meses, só por escassa margem obteve a vitória.
 
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por marafado » 26/1/2005 2:00

Jorge Jardim Gonçalves
Fundador do BCP

O maior banqueiro da democracia

Em dez anos criou o maior grupo financeiro privado português. A retirada foi difícil

Luís Miguel Viana

Nem quando se encontrou desempregado a seguir ao 11 de Março de 1975, que o impediu de chegar a administrador do Banco do Alentejo e o saneou, Jardim Gonçalves terá vivido tempos tão difíceis como os últimos anos em que presidiu ao BCP. O valor das acções desceu 53% desde 2001, administradores até 2002 muito próximos de si demitiram-se por discordância estratégica do grupo. Necessitou de sucessivos aumentos de capital, a Seguros e Pensões teve de ser vendida. Foram anos difíceis, os que se sucederam ao sonho de expandir a actividade do grupo para fora do seu core business. Mas, como ontem sublinhava Pina Moura, ex-ministro das Finanças, "a história bancária e banqueira do engenheiro Jardim Gonçalves não se resume aos últimos anos". Ao criar de raiz um banco privado que, em poucos anos, se transformou no maior grupo financeiro privado português, o até agora presidente do BCP transformou-se "numa das pessoas que mais contribuíram para o progresso do País", sublinha Miguel Beleza, outro ex-ministro das Finanças. "Se o sistema bancário português é hoje um dos mais avançados do mundo, deve-o sobretudo a ele."

Jorge Manuel Jardim Gonçalves nasceu em Outubro de 1935, no Funchal. Aos 18 anos, prestes a entrar na universidade, teve um grave problema de saúde que o paralisou da cintura para baixo. Fica três meses de cama e, enquanto se cura, pensa tornar-se jornalista chegará a ser revisor de provas no Diário de Notícias durante alguns meses. Licencia-se em Engenharia Civil no Porto e presta serviço militar na guerra em Angola, onde é distinguido com a Nobre Cruz de Guerra por se arriscar a ir buscar colegas debaixo de fogo.

A sua entrada na banca dá-se em 1970, no Banco da Agricultura, numa altura em que é convidado para a Ala Liberal. Recusa, embora se envolva em iniciativas como a Sedes. Destaca-se na militância católica, sendo hoje uma das figuras públicas da Opus Dei em Portugal. Depois de ser saneado durante o PREC, exila-se em Espanha, onde trabalhará no Banco Popular. Em 1977 regressa a Portugal a convite de Medina Carreira, então ministro das Finanças, para presidir ao Banco Português do Atlântico. Em 1984 é convidado por Américo Amorim para lançar o BCP. Arranca em 1986 e, anos depois, revoluciona a banca de retalho lançando a Nova Rede. Em 1993, aproveita a saída de Amorim para proceder a uma blindagem de estatutos que o transforma no líder incontestável do banco. Em 1996, com a aquisição de 98% do BPA, torna o BCP no maior grupo financeiro privado e assume-se como o maior banqueiro do regime democrático.

Hoje, apesar de se manter uma figura sóbria, tem uma fortuna só em títulos do banco. Nunca vendeu uma única acção.
 
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por marafado » 26/1/2005 1:58

Paulo Teixeira Pinto
presidente indigitado do bcp

Um político adiado para continuar a obra

Católico, conservador e monárquico, defende que Cavaco deve ser candidato em 2006

francisco almeida leite

O futuro presidente do maior grupo financeiro privado português, Paulo Teixeira Pinto, sempre separou muito bem a sua actividade política do seu intenso envolvimento no BCP. Nunca misturou as águas e não gostava mesmo que a ele se referissem simultaneamente como "militante do PSD e secretário-geral do grupo BCP". Agora percebe-se porquê. Ele que era tido como um dos mais brilhantes da sua geração deixa a política para outras figuras - ou atira-a para as calendas - e abraça o grande desafio da sua vida liderar o BCP.

"A política é a escolha científica do bem possível afastando a arte do mal menor". Foi assim que em Março de 1993, em entrevista ao Expresso, este católico e conservador (membro do Opus Dei) definiu a sua visão da política. A frase demonstra o seu pragmatismo, ainda para mais numa fase em que o Governo de Cavaco Silva estava a um passo da curva descendente. Tendo sido sucessivamente subsecretário, secretário de Estado e porta-voz da Presidência do Conselho de Ministros no tempo de Cavaco, Paulo Teixeira Pinto só se viria a filiar no PSD em Outubro de 1995, depois do partido (já liderado por Fernando Nogueira) ser derrotado nas legislativas.

Em pouco menos de dez anos de militância partidária, Teixeira Pinto colabora com os vários líderes, mas também discorda de alguns deles. Entre 1997 e 1999, com Marcelo Rebelo de Sousa à frente do PSD, critica a AD com Portas e combate a regionalização fora do partido como um dos fundadores do movimento cívico Nação Unida. É também nessa altura que assume publicamente a sua veia monárquica ao dirigir a revista V.- embora hoje em dia esteja nos órgãos dirigentes da Causa Real, nunca se inibe de dizer em quem aposta para a Presidência da República (em Cavaco Silva, escusado será dizer).

Com a chegada de Durão à liderança do PSD, em 1999, tem a oportunidade de fazer de tudo um pouco. Primeiro está na retranca, depois, mesmo sem ter ambiçoes de chegar a líder, apresenta uma moção de estratégia no congresso de Viseu (no ano 2000), logo num conclave em que se digladiavam Durão Barroso, Santana Lopes e Marques Mendes. O texto é elogiado e passa a livro em 2001, sob o título "Um dever chamado futuro".

Quando Durão Barroso vence as legislativas de 2002, Paulo Teixeira Pinto é ouvido para a elaboração do programa de Governo, de que foi um dos principais responsáveis. Durante os dois anos e pouco que dura este Executivo, destaca a correcção do défice como o melhor e o estado da Justiça como o pior. Em 2004 declara "guerra" à Constituição Europeia, acompanhando uma série de constitucionalistas de renome numa petição entregue a Sampaio. E recusa integrar o Governo de Santana, por causa de uma "dança de pastas".
 
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por marafado » 26/1/2005 1:56

"Institucionais estão a regressar"



"Sentimos que há investidores institucionais, domésticos e internacionais, que estão comprar acções do BCP", disse ontem Jardim Gonçalves, afastando, contudo, qualquer cenário de movimentações accionistas mais significativas. A estrutura accio- nista do banco apresenta uma composição praticamente inalterada nos últimos meses, sendo a instituição financeira com maior presença de accionistas estrangeiros. Os italianos do grupo Banca Intesa são os principais, com 7,43%, seguido pelos holandeses da Eureko, com 5,32%. ABN Amro, com 3,56%, e Bansabadell, com 3,12%, são os outros dois accionistas estrangeiros de maior relevo, além do grupo Friends Provident (2,99%) e o grego Dimitrios Contominas (2,21%). Entre os portugueses, o destaque vai para o grupo Banco Português de Investimento (BPI), com 5,03% do capital, uma posição que não agrada ao management do BCP. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é outro dos accionistas de referência portugueses, com 2,6% do capital, posição que já foi de 6%, aquando do negócio Pinto e Sotto Mayor.
 
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por marafado » 26/1/2005 1:54

Lucros crescem 17,2% num ano de poupanças



p. c. DN-Eduardo Tomé

última conversa. Jardim Gonçalves apresentou, pela derradeira vez, os resultados anuais da instituição

O Millennium bcp, a marca única que é o rosto do banco no mercado, atingiu um resultado líquido consolidado de 513 milhões de euros, mais 17,2% do que o registado em 2003. Um crescimento que ficou acima das expectativas dos analistas e que resultou numa melhoria dos rácios de capital do banco, com o rácio total a melhorar de 10,9% em 2003 para 11,9% em 2004.

A boa performance do Millennium bcp ficou a dever-se, entre outros factores, à redução dos custos de transformação do grupo, que caíram 2,8% nos dois anos em análise. O banco reduziu os seus colaboradores em cerca de mil efectivos, o que teve um impacto de 194 milhões de euros no capital do banco e permite uma redução entre 40 e 45 milhões de euros nos custos anuais com pessoal.

As comissões líquidas do Milennium bcp cresceram 9,5% em 2004, atingindo os 646,5 milhões de euros. A margem financeira caiu 3,4% (devido à queda das taxas de juro), situando-se nos 1,4 mil milhões de euros.

O crédito a clientes cresceu 2,2%, totalizando 53,7 mil milhões de euros. Aqui há a destacar o crédito à habitação, uma aposta forte do banco, que aumentou 9,2% e permitiu ao Millennium bcp alcançar uma quota de mercado estimada de 25,8% na nova produção.

Os recursos de clientes subiram 6,8% e chegaram aos 54,9 mil milhões de euros. O banco vai distribuir dividendos de 6,5 cêntimos por acção referentes ao último exercício, dos quais 3 cêntimos já foram antecipadamente pagos em Novembro.

O Millennium bcp já conseguiu executar parte do plano de conquista de 310 milhões de resultados adicionais até 2006, alcançando 40 milhões de euros de poupanças em provisões para risco de crédito, 38 milhões no aumento dos proveitos do retalho e 13,2 milhões nas operações internacionais. A venda da Seguros & Pensões foi inscrita nas contas de 2004,com um impacto de 366 milhões no capital.

Em 2005, o banco vai adquirir os restantes 50% do banco grego Novabank ao seu parceiro local, o empresário Dimitrios Contominas, participação que lhe irá custar 250 milhões de euros. O grupo prepara também a passagem da sua sucursal em Angola a banco de direito angolano, operação que deverá ser concretizada em breve.
 
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Jardim Gonçalves escolhe Teixeira Pinto para sucessor

por marafado » 26/1/2005 1:49

Jardim Gonçalves vai deixar de ser o presidente do Banco Comercial Português (BCP), passando o testemunho a Paulo Teixeira Pinto. O "engenheiro" escolheu um mo-mento de franca melhoria na vida do banco, com alguns objectivos cumpridos e depois do "ano negro" de 2003, para anunciar que deixa funções executivas, passando a presidir ao Conselho Superior.

Se a sua saída da administração era um acontecimento esperado há algum tempo, a surpresa veio do nome escolhido para o suceder. O actual director-geral do BCP e secretário da Sociedade é um rosto "inesperado" para o mercado, pois há muito que se esperava que a escolha recaísse sobre um dos restantes oito administradores.

"É um nome respeitado e que respeita todos os órgãos do banco", afirmou Jardim Gonçalves, durante a conferência de imprensa para a apresentação dos resultados. Segundo o ainda presidente do BCP, a escolha foi feita "numa linha de reflexão conjunta" de todos os elementos do Conselho Superior, que ontem reuniram de manhã. No entanto, fontes contactadas pelo DN garantem que Teixeira Pinto foi um escolha apresentada por Jardim Gonçalves àquele órgão superior do banco.

"É uma solução da casa. Sempre dissemos que esta casa tinha capacidade para gerar as suas hierarquias", disse aos jornalistas Jardim Gonçalves.

O nome do futuro presidente do conselho de administração do BCP foi ontem mesmo apresentado às autoridades do mercado, tendo o próprio Jardim Gonçalves comunicado pessoalmente ao ministro das Finanças. Nos meios políticos e económicos, o nome do futuro presidente do BCP foi bem aceite.

Mas o "engenheiro" não vai deixar de conduzir os destinos do BCP. Como presidente do Conselho Superior, Jardim Gonçalves irá liderar o conjunto de cerca de 30 "notáveis" que traçam a estratégia do banco. Este órgão máximo terá praticamente a mesma configuração, sabendo desde já que, com a eleição de Jardim Gonçalves, o actual presidente e um dos fundadores do banco, António Gonçalves, ocupará o cargo de primeiro vice-presidente. As restantes alterações só serão posteriormente conhecidas.

"A instituição continuará a ter no Conselho Superior um grande suporte", afirmou o presidente do BCP. E acrescentou "Novamente hoje (ontem) foi sublinhada a bondade do modelo de governance do banco". Salientou o facto de a estratégia seguida pela instituição ter sido sempre "uma conjugação das decisões dos dois órgãos".

O futuro conselho de administração do banco manterá os restantes oito elementos, continuando como vice-presidentes Filipe Pinhal e Christopher de Beck.

Começando por dizer que é um "institucionalista" e que cumpre as "formalidades", Paulo Teixeira Pinto não quis adiantar pormenores sobre como vai ser o seu mandato à frente do maior banco privado português. Mas disse, contudo, que tem como objectivo de curto e médio prazo, afirmar a posição do banco em Portugal, Grécia e Polónia, garantindo a continuação da estratégia a curto e médio prazo. O presidente indigitado referiu que uma das suas preocupações será manter a independência do banco e "preservar o seu centro decisor autónomo".

As alterações aos órgãos sociais do BCP irão ser propostas à Assembleia Geral, que se realizará a 14 de Março. Os mandatos do Conselho Superior terminavam em 2005, enquanto os restantes órgãos sociais só deveriam ser eleitos em 2006. No entanto, como explicou Jardim Gonçalves, foi decidido antecipar a eleição do conselho de administração e restantes órgãos para 2005, perante a sua manifestada intenção de cessar funções executivas.

Chegou ontem ao fim uma das mais especuladas sucessões nos meios económicos portugueses. Depois de, há dois anos, Pedro Líbano Monteiro - tido como o "delfim" de Jardim Gonçalves - ter abandonado o banco, acompanhado por outro forte candidato à presidência, João Talone, a especulação sobre o sucessor de Jardim Gonçalves era assunto recorrente no mercado. Dentro da administração era certo que Filipe Pinhal, vice-presidente, não iria aceitar um hipotético convite, com o próprio a esclarecer que sairia da administração quando o "engenheiro" o fizesse. Sucederam-se os nomes, mas o tema era sempre incómodo para a administração do banco, esperando-se, obviamente, pela decisão do próprio. E foi o próprio Jardim Gonçalves que apresentou o sucessor, um alto quadro do banco, com 44 anos. Alguém comentou tratar-se de um presidente para mais 20 anos...
 
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