Caldeirão da Bolsa

Bonds Brazil...como se ganha dinheiro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Small Caps » 13/1/2005 14:15

Boas tardes,

Um pequeno update

MOODY'S CHANGES BRAZIL RATING OUTLOOK TO POSITIVE FROM STABLE IN LIGHT OF DEBT REDUCTION

New York, January 12, 2005 -- Moody's Investors Service has changed its ratings outlook to positive from stable for Brazil's key foreign-currency ratings due to a significant reduction in the ratio of external debt to current account earnings.

The effected ratings include the B1 foreign-currency country ceiling for bonds and notes as well as for the B2 foreign-currency bank deposit ceiling.

The outlook for the Federative Republic of Brazil B1 foreign-currency bonds was also changed to positive from stable. The outlook change to positive from stable also applies to the Ba3 local-currency government bond rating.

The external-debt-to-current-account-earnings ratio has steadly declined to nearly half of the 1999 ratio. Other factors leading to the outlook change include the strong fiscal results and the change in the composition of the local-currency debt with a continued reduction in the share of dollar-indexed debt.
Um abraço,

Small Caps
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por djovarius » 12/1/2005 13:27

Pois esse é um mercado institucional.

A melhor maneira, creiam-me é investir num Fundo de Obrigações misto, com exposição quer aos mercados fortes, quer aos mercados emergentes.

É melhor do que tentar bater as rendibilidades dos institucionais, isto não é como as acções.

Tenho a certeza que em Portugal há muitos fundos para esse efeito. Até deixo um repto:

Mercados da Europa de Leste. Talvez ofereçam agora um risco menor do que os latino-americanos.

Abraço

dj
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por Touro » 12/1/2005 13:20

O problema das 'bonds' de dívida pública brasileira, penso que é dessas que se está aqui a falar, é que não são facilmente negociáveis.

Pelo menos não o são tão facilmente como se investe num título do Nasdaq, Euronext, etc.

Se fosse possível negociar estas obrigações em Bolsa à unidade, da mesma forma que são negociadas as acções, eu era definitivamente um cliente deste produto.

Aliás, há já alguns anos que ando com esta ideia na cabeça, só que ainda não descubri a forma de investir directamente neste títulos. Se alguém souber e quiser partilhar com o fórum fica desde já o meu agradecimento.
Cumprimentos,
Touro
 
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por djovarius » 12/1/2005 13:14

O verdadeiro negócio do mercado obrigacionista, na prática, não é esperar pelo vencimento de juros, anual ou em outro prazo qualquer.
Para isso, existem os juros sobre o dinheiro vivo, como os depósitos a prazo.

Só interessa um título desta natureza de um país que viveu em franco crescimento e que tenha os juros altos. Devido à expectativa de baixa dos juros, o valor de mercado destes papéis acaba por subir.
Assim, uma Obrigação a 5 anos emitida a um juro anual de 4%, só terá interesse algum tempo após a emissão num quadro de "topo" de crescimento, inflação. Se esse país, começar a desacelerar, bem como a sua inflação, o mercado vai comprar estes papéis, o que na prática é o mesmo que aceitar juros de longo prazo mais baixos.

Assim, adquirir um título destes a um preço e vendê-lo seis meses depois com 2 - 3% lucro (o que dá 4 - 6% anualizados) é mais interessante do que esperar por um rendimento anual que pode ser menor.

Quando em 2000 o FED subiu os juros para 6.5%, o mercado considerou que começaria o desaceleramento económico e inflacionista.
Bingo: acertaram em cheio - não foi de espantar que em 2000, todos sairam das acções para ganharem nas Obrigações. Entre 2000 e 2003, esses papéis valorizaram-se mais de 10% nos EUA, enquanto as acções tinham perdido bastante terreno.

Mas como em 2003, o FED chegou ao fim do seu ciclo de descidas de juros, o mercado não tinha mais espaço para comprar papeís de dívida dos EUA, cujo juros estava já muito baixo.
Daí renasceu o actual carry trade. Pedir emprestado na Amárica a menos de 2% ao ano e embarcar em compras de títulos de maior risco por todo o mundo emergente.

Daí, casos como o Brasil, que viu os seus títulos de dívida se valorizarem bastante, situação cómoda para os estrangeiros até porque vários desses papéis não estão sujeitos a risco cambial, dado serem emitidos em divisas fortes da nossa esfera financeira global.

Mas com a actual subida dos juros nos EUA, os investidores vão voltar ao seu mercado principal, exigindo um maior yield para os investimentos nos emergentes. Como tal, quem aproveitou a corrida às acções e obrigações brasileiras, aproveitou. quem não aproveitou, arrisca-se a chegar no fim.
E isso, já muitos de nós sabemos como acaba.

Basta um arremedo de instabilidade financeira e esses papéis serão vendidos, o que lhes vai conferir uma desvalorização sobre o valor de face, superior ao rendimento anual do papel. Esse é o problema dos papeis emergentes. Após uma euforia especulativa, ficam sujeitos a tudo, desde estabilização até um ataque especulativo.

Um abraço

dj
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por Visitante » 12/1/2005 12:08

Se "A cotação das obrigações em mercado secundário não inclui o juro decorrido, pelo que, supondo que passaram 160 dias entre o último pagamento de cupão e a liquidação da aquisição, o juro decorrido seria calculado da seguinte forma: 5%/2*160 dias/180 dias*1000 €=22,2€ (assume-se que 180 dias são o número de dias do semestre)", então nunca se deve vender uma obrigação que não esteja em cima da data de distribuição de cupão? pensei que a cotação incluía isso (e daí poder estar acima do par).
Visitante
 

Bonds

por Small Caps » 12/1/2005 0:05

Boas noites,

Deixo aqui algumas "luzes" sobre Bonds no sentido de por vezes encararmos como um activo onde podemos efectivamente obter bons rendimentos inclusivamente bem superiores às stocks.

Perfil do Investidor

As Obrigações, destinam-se a investidores mais conservadores face ao risco, que valorizam a segurança e a distribuição periódica de rendimentos. São, por isso, um instrumento que se pode situar em termos de nível de risco entre as aplicações mais tradicionais, como os depósitos a prazo, e as de maior risco como as acções ou os warrants.

Definição

São valores mobiliários negociáveis, uniformes e indivisíveis. Representam fracções iguais de um empréstimo contraído por uma entidade que pode ser o Estado, uma empresa pública ou uma empresa privada através do qual a entidade emitente se compromete a pagar ao seu detentor (o obrigacionista) um rendimento (o juro), durante um determinado período de tempo e a reembolsar o capital nas condições definidas à data de emissão através da sua ficha técnica. Ao adquirir uma obrigação o investidor está, desse modo, a emprestar dinheiro a uma destas entidades, tornando-se seu credor.


As obrigações são também chamadas de títulos de rendimento fixo uma vez que se trata de activos financeiros cuja forma de remuneração é conhecida no momento da aquisição, ou seja,é possível determinar o rendimento que os titulares das obrigações auferem em cada período dependendo do tipo de obrigação.

A emissão de obrigações pode contemplar determinadas características específicas, como:


Valor nominal: valor inscrito no título.

Emitente: empresa, instituição financeira, Estado ou entidades públicas.

Preço de aquisição: preço a pagar para se adquirir uma obrigação, que pode ser diferente do valor nominal. Frequentemente, as obrigações são emitidas ao par, ou seja, o preço a que são vendidas, coincide com o valor nominal. Contudo, com a alteração das condições de mercado e a evolução da actividade do emitente, ao longo da vida da obrigação, o seu preço altera-se, tornando-se superior ou inferior ao valor nominal, transaccionando-se acima ou abaixo do par ( a prémio ou a desconto).

Taxa de juro ou de cupão: é a taxa anual que se aplica ao valor nominal para apurar o montante do rendimento (cupão) da obrigação.
Periodicidade do cupão: frequência de pagamento do juro, que normalmente
é trimestral, semestal ou anual.

Maturidade: data do último reembolso de capital da obrigação.

Amortização: reembolso do capital. Pode ser realizado através de um ou vários reembolsos periódicos, de valor constante ou crescente. O método mais comum é um único reembolso, a todos os obrigacionistas, na maturidade.

Valor de reembolso: é o montante pago pelo emitente ao detentor de uma obrigação que amortiza a dívida contraída. Em geral é igual ao valor nominal e nesse caso diz-se que o reembolso é feito ao par. Caso fosse superior ou inferior denominar-se-ia, respectivamente, reembolso acima ou abaixo do par
a prémio ou a desconto.

Exemplo Prático

A empresa X emite um empréstimo obrigacionista de 100 milhões de € representado por 100.000 obrigações com o valor nominal (VN) de 1.000€ (100.000 * 1000€ = 100 000 000 €).

O preço das obrigações é usualmente expresso em percentagem do valor nominal. Neste caso, se as obrigações transaccionarem a 980 €, diz-se que o seu preço é 98%.

Se supusermos uma taxa de cupão de 5% ao ano, paga semestralmente, então o detentor da obrigação receberia juros todos os semestres de 5%/2*1000 € = 25 €.

A cotação das obrigações em mercado secundário não inclui o juro decorrido, pelo que, supondo que passaram 160 dias entre o último pagamento de cupão e a liquidação da aquisição, o juro decorrido seria calculado da seguinte forma: 5%/2*160 dias/180 dias*1000 €=22,2€ (assume-se que 180 dias são o número de dias do semestre).

Os Ratings

O rating de uma obrigação é a avaliação do risco de incumprimento de um título obrigacionista.
A avaliação é levada a cabo por empresas especializadas nessa actividade(S&P, Moody’s,etc.).
Os ratings não reflectem outros riscos associados ao investimento, como possíveis alterações da taxa de juro, nem são recomendações directas para comprar ou vender os títulos, mas...

...parte da importância dos ratings provém da informação qualitativa incorporada na notação, resultante do contacto directo entre as empresas de rating e os gestores das empresas que emitem divída, i.e., os ratings incorporam muitas vezes informação que não está disponível publicamente.

As instituições de rating classificam as emissões de obrigações em categorias de risco, atribuindo letras para cada categoria, de acordo com o quadro abaixo representado.

P.S. O Brazil tem rating BB- com Outlook Stable :wink:
Anexos
Ratings.JPG
Ratings.JPG (83.76 KiB) Visualizado 990 vezes
Um abraço,

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Bonds = obrigações = títulos de dívisa

por Afonso » 11/1/2005 22:36

Dão direito a:

- Juro
- Reembolso no final do prazo previsto
- Prioridade sobre os accionistas em caso de liquidação da empresa
Afonso
 

esclarecimento

por jotabil » 11/1/2005 22:08

Bonds??!!!!..Do que se trata?!!!!
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
 
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por Small Caps » 11/1/2005 15:10

Boas tardes,

Coloco o gráfico de outra Bond em € mais longa. :wink:

Dados:
Cupão 11%
Maturidade 26-6-2017
Anexos
Brazil 2017.gif
Brazil 2017.gif (9.74 KiB) Visualizado 1149 vezes
Um abraço,

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por Small Caps » 11/1/2005 15:00

Boas tardes,

A emissão é em Euros.
Um abraço,

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por Visitante » 11/1/2005 14:59

Qual é o ISIN?
Visitante
 

por Visitante » 11/1/2005 14:58

o título está emitido em USD?
Visitante
 

por Small Caps » 11/1/2005 14:34

Boas tardes,

7 meses de cupão = 5,5% :wink:
Um abraço,

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Re: Bonds Brazil...como se ganha dinheiro

por Visitante » 11/1/2005 13:56

Small Caps Escreveu: 5,5% do cupão
[b]Dados:
Cupão 9,5%


Qual destes é o correcto?
Visitante
 

Bonds Brazil...como se ganha dinheiro

por Small Caps » 11/1/2005 12:51

Bons dias,

Interessante este gráfico :wink: (27,5% no preço + 5,5% do cupão)


Dados:
Cupão 9,5%
Maturidade 24-01-2011
Anexos
brazil 2011.jpg
brazil 2011.jpg (28.08 KiB) Visualizado 1341 vezes
Um abraço,

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