Caldeirão da Bolsa

Balanço Natal Positivo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 20/12/2004 18:02

Negócios da Bolsa
Accionista estratégico reforça posição no BCP

M.J.G.


Um dos accionistas de origem portuguesa do Banco Comercial Português aproveitou o facto de o ABN AMRO ter vendido a sua posição no grupo para reforçar a sua posição estratégica na instituição liderada por Jardim Gonçalves.

Ao que o Diário Económico apurou terá sido a EDP ou o Grupo Teixeira Duarte a reforçar a sua participação. Isto porque o DE sabe que os restantes investidores nacionais com posições qualificadas – BPI, Grupo José de Mello e CGD – mantêm inalteradas as suas participações.

O investidor em causa adquiriu parte dos 2% do BCP, representados por 67 milhões de acções, que o ABN alienou em bolsa a 10 e 13 de Dezembro últimos, o que permitiu ao banco holandês encaixar cerca de 120 milhões de euros. Outra parte daquela participação foi adquirida por investidores institucionais, sobretudo, estrangeiros, soube o DE. Nas últimas semanas, o banco liderado por Jardim Gonçalves tem registado um elevado volume de transacções bolsistas, que foi acompanhado por uma evolução positiva do título, que na sexta-feira encerrou inalterado nos 1,87 euros. Este desempenho é explicado pelos analistas como uma consequência do ‘road-show’ recentemente realizado pelo BCP.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:59

Negócios da Bolsa
Euronext Lisboa com seis novos máximos

Pedro Ferreira Esteves


PSI 20 terminou a última semana com uma valorização de 0,4%.

A bolsa portuguesa acompanhou, na última semana, a tendência positiva das suas congéneres europeias. O PSI 20 subiu 0,4%, mas, ao contrário de muitas bolsas da Europa e EUA, não renovou o seu máximo anual. No entanto, assistiram-se a novos máximos em quatro dos seus constituintes e mais dois fora do índice.

A Brisa atingiu um novo máximo histórico nos 6,77 euros, a Impresa renovou o seu valor mais alto desde 16 de Março de 2001 nos 5,75 euros, a Sonae SGPS chegou ao máximo desde 7 de Março de 2001 nos 1,08 euros e a Sonaecom atingiu os 3,94 euros, um novo máximo desde 17 de Março de 2001.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:56

Pedido foi feito há mais de um ano e surpreendeu o mercado
Galpenergia Pediu Licença para Produzir Electricidade
Por LURDES FERREIRA
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

A Galpenergia iniciou há mais um ano o processo de licenciamento para a construção, em Sines, de uma central para a produção de electricidade a partir do gás natural, antecipando-se às empresas do sector como a EDP, a Tejo Energia, a Endesa, a Iberdrola e a Gas Natural, estas três últimas espanholas.

Apesar de ter iniciado o processo de licenciamento para construir uma central de ciclo combinado, expediente que se traduz no pedido de um ponto de ligação à rede, não é neste momento garantido que a "holding" do petróleo mantenha o seu interesse. Dada o veto de Bruxelas à reestruturação energética, que previa a retirada do negócio do gás natural da Galp e a sua entrega à EDP em parceria com a italiana ENI, fontes próximas da petrolífera admitem que esta poderá usar a licença para construir a central de ciclo combinado - que espera pela última autorização da Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE) há cerca de um ano - como moeda de troca para clarificar a sua posição futura no mercado enertgético português.

Certo é que interessados na licença não faltam. O PÚBLICO sabe que a Galpenergia está a ser alvo de várias propostas negociais por parte de empresas interessadas em centrais de ciclo combinado, sobretudo espanholas.

Autorização "vale ouro"
A questão é que a rede eléctrica portuguesa não tem, nos próximos anos, condições de operacionalidade/transitabilidade para acolher todos os pedidos de construção de centrais, a menos que sejam feitos investimentos vultuosos na rede de transporte, nomeadamente na construção de uma nova subestação em Sines e no descongestionamento de dois nós crónicos, Palmela e Rio Maior.

Se fossem satisfeitos os cinco pedidos de construção de centrais eléctricas de ciclo combinado - eventualmente com dois grupos geradores de 400 megawatts (MW) para cada um (o mais frequente é terem três grupos de 400 MW) -, a rede portuguesa receberia mais 4000 MW, o que corresponde a metade da capacidade total instalada neste momento em Portugal. Por essa razão, cada autorização "vale ouro".

A Endesa, a EDP e a Gas Natural, querem construir centrais de ciclo combinado em Sines, tendo a última admitido uma central de dois grupos geradores de 400 MW cada. A mesma potência foi requerida pela Iberdrola para Lavos, Figueira da Foz e pela Tejo Energia, que tem a central a carvão do Pego. Mas esta última empresa poderá representar a decisão mais difícil para o ministro das Actividades Económicas, por eventual incompatibilidade de interesses. Álvaro Barreto saiu directamente de presidente da administração da Tejo Energia, em Julho, para o Ministério, tendo ficado Cardoso e Cunha a suceder-lhe no cargo.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:52

Cálculos da CCDR
Faltam Cinco Mil Licenciados em Ciência e Tecnologia a Lisboa
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Superação do défice de cientistas e engenheiros é um dos objectivos de um plano que prevê, até 2010, multiplicar por 2,5 o nível actual de despesas em I&D da região da capital

Lurdes Ferreira
Responsáveis de empresas e da comunidade científica da futura Região de Lisboa receberam, na semana passada, o ambicioso desafio de definirem uma estratégia de inovação, para a próxima década, mas em que beneficiarão, para o efeito, de apoios comunitários nove vezes inferiores aos que se habituou.

O investigador Manuel Laranja, do ISEG, autor do estudo que serve de ponto de partida à discussão promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), avançou com um objectivo concreto, propondo que sejam utilizadas algumas metas da chamada Estratégia de Lisboa para a própria Europa. A principal é chegar ao final da década com três por cento do PIB regional dedicado a despesas com investigação e desenvolvimento (I&D), quando é actualmente de 1,17 por cento e única a ultrapassar a média nacional.

Para este "aumento significativo e muito ambicioso, já que a região terá de mais do que duplicar o pessoal e as despesas em I&D", o autor lembra que os apoios públicos entre 2007-2013 serão menores do que os concedidos entre 2000-2006, mas ainda assim "parece ser possível" pelo menos "chegar perto" do designío dos três por cento, desde que as empresas contribuam para isso.

A região de Lisboa, que detém metade do potencial científico e tecnológico do país, terá de chegar a 2010 com despesas em I&D na ordem dos 1400 milhões de euros, para atingir a meta, contra 600 milhões de eutros em 2001, e 28 mil pessoas ocupadas em I&D. A estes números, o presidente da CCDRLVT, Fonseca Ferreira, junta o défice de cinco mil licenciados nas áreas tecnológicas para que o plano se concretize.

Empresas desafiadas a ajudar
O investigador pediu aos principais actores da estratégia que gastem mais em I&D, passando de 37 por cento do total para 50 por cento da despesa regional para este fim, enquanto o sector empresarial das regiões mais desenvolvidas da Europa contribui com 60 a 70 por cento. Ainda assim, Lisboa é a única região do país em que as empresas são "o principal sector executor de actividades de I&D", sublinha o académico.

O "novo" território de Lisboa, que no próximo quadro comunitário de apoio corresponderá apenas à área metropolitana e península de Setúbal, integrará a partir de 2007 o grupo das regiões europeias alvo de ajudas à competitividade regional e emprego (chamado objectivo 2 dos fundos estruturais), o que significa que receberá cerca de nove vezes menos apoios do que no objectivo 1, de que beneficiou desde a adesão europeia. Manuel Laranja defende que esta perda pode ser compensada com um recurso acrescido das empresas e das entidades regionais às verbas para a ciência, tecnologia e inovação, que o país não tem sabido aproveitar.

Para Fonseca Ferreira, a estratégia de inovação deverá responder a alguns dos problemas que a região apresenta, entre eles o défice de difusão dos sistemas de inovação. "Não é de novas infra-estruturas tecnológicas que a região precisa. O que precisa sim, é de pôr a funcionar bem o que existe", declarava na semana passada.

Lisboa tem também um problema de produtividade em I&D, o que Fonseca Ferreira atribuiu ao facto de as empresas considerarem que as "actividades de diagnóstico e pequenos projectos orientados para a resolução de problemas concretos" são "actividades secundárias". Lisboa ocupa o sexto lugar num total de 370 regiões europeias quanto ao número de projectos financiados pela Comissão, mas salta para "os últimos lugares" no registo de patentes e protótipos produzidos.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:52

Sectores
Equipamento Eléctrico e Óptica São Os Mais Inovadores da Europa
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

L.F.

O sector industrial mais inovador na Europa é o do equipamento eléctrico e óptico, enquanto o dos têxteis e produtos têxteis é o menos inovador, conclui o documento da Comissão Europeia (CE), que avalia pela primeira vez a inovação por sectores, a inovação não tecnológica e o tipo de empresas inovadoras.

O sector do equipamento eléctrico (que inclui telemóveis) atinge o topo da inovação na Finlândia enquanto a Alemanha lidera no equipamento de transporte.

A CE estima ainda que um terço das empresas europeias são "inovadoras intermitentes" (inovam, recorrem a I&D mas nem sempre), 26 por cento delas são modificadoras de tecnologia (sem recurso a I&D), 22 por cento são inovadoras estratégicas (componente central da sua estratégia competitiva), e 21 por cento "adaptadoras de tecnologia" (adaptam inovações de outros). Mas mais uma vez, Bruxelas alerta que os dados "precisam de ser afinados".

Quanto à estreia na análise à inovação não-tecnológica, a Comissão justifica que "pode bem ser o ?elo perdido?que contribuirá para a Europa aproveitar a fundo as vantagens de novas oportunidades tecnológicas", e que a mudança tecnológica e social "tem de ir de mão dada".

Portugal, sendo um fraco actor de inovação, não o é tanto na mudança não tecnológica, o que acontece também ao Luxemburgo, Itália e Grécia. "A boa ?performance? de vários novos estados membros, de Portugal e da Grécia é encorajadora. Substanciais alterações na organização e gestão, como parte de um processo de modernização, podem fornecer a base necessária para um aumento simultâneo do PIB per capita e da capacidade de inovar". Texto
 
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por marafado » 20/12/2004 17:51

Relatório da Comissão Europeia
Portugal "Lento de Mais" a Convergir na Inovação
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Apesar de ter recuperado em dois anos consecutivos, o país demonstra "um fraco desempenho global, com a maioria dos indicadores abaixo da média comunitária, especialmente, na educação e na qualificação dos recursos

Lurdes Ferreira
O último relatório sobre a capacidade inovadora da Europa confirma que o fosso entre o Velho Continente e os EUA se agravou no ano passado e constata que Portugal melhorou muito ligeiramente a sua posição pelo segundo ano consecutivo, embora a um "ritmo lento de mais" para conseguir dar um salto na sua competitividade.

De acordo com os documentos disponibilizados na internet pela Comissão Europeia, relativos ao painel europeu de inovação de 2004, Portugal mantém-se no grupo dos países-membros mais afectados pelas três maiores fragilidades europeias, que são o registo de patentes, a baixa qualificação dos seus trabalhadores e uma baixa despesa das empresas em Investigação e Desenvolvimento (I&D). O tom da avaliação é, no entanto, ligeiramente positivo. Por um lado, diz a CE, o país demonstra "um fraco desempenho global, com a maioria dos indicadores abaixo da média comunitária, especialmente, no que se refere à educação e a recursos humanos qualificados", por outro, aponta para "alguma recuperação, mas a um ritmo demasiado lento para alcançar uma rápida convergência".

Bruxelas recomenda ao país o "reforço da ligação e colaboração entre os principais actores do sistema nacional de inovação, a melhoria das qualificações dos recursos humanos, o incentivo à capacidade inovadora interna das empresas, o aumento da produtividade da administração pública e o apoio a iniciativas inovadoras". Chama ainda a atenção para a responsabilidade particular dos ministérios das Actividades Económicas, da Ciência e do Ensino Superior, da Agência de Inovação e da Unidade de Inovação e Conhecimento (UMIC) na execução de políticas de inovação.

Meta de Lisboa deve ser falhada
A evolução dos vários indicadores de criação de conhecimento, transferência de tecnologia e inovação financeira e de produção coloca Portugal no "quadrante dos que convergem", a par da Letónia, Chipre, Hungria, Eslováquia, Espanha, Eslovénia, Luxemburgo e Polónia e numa "trajectória de longo prazo".

O desempenho inovador da União Europeia, com que esta passou a preocupar-se desde a Cimeira de Lisboa de 2000, aponta globalmente para as mesmas conclusões dos anos anteriores: os europeus estão a falhar a meta a que se propuseram, de serem a economia baseada no conhecimento mais dinâmica do mundo em 2010, com um crescimento económico sustentado, mais e melhores empregos e maior coesão social. Esta preocupação está, aliás, na base de uma parte importante das orientações da Comissão Europeia para as próximas perspectivas financeiras da UE.

Tal como no princípio da década e agora quase a meio do período, os EUA lideram nove dos 11 indicadores de inovação, quando se reconhece que esta é um dos motores do bem-estar económico.

Comparativamente com anos anteriores, a CE estima que em 2004 a Suécia e a Finlândia mantiveram a liderança, mas "perderam algum fôlego", a Alemanha e a Dinamarca, particularmente este último, evidenciaram um ritmo "bem superior ao da média europeia", enquanto outros países líderes como a Holanda, a Irlanda e a França "abrandaram". O alargamento da EU trouxe também um novo grupo de países rápidos a inovar, liderados pela Estónia e Eslovénia, mas ainda sem grandes efeitos no conjunto, dado "partirem de níveis relativamente baixos".

A Europa discute actualmente a exequibilidade das metas da Estratégia de Lisboa e até a real fiabilidade dos indicadores, pela diversidade de fontes e métodos utilizados. Mas até encontrar uma melhor forma, três indicadores explicaram em 2004 quase 90 por cento do fosso que a separa dos EUA: as patentes (50 por cento), a população activa com ensino superior (26 por cento), e a despesa em I&D, sobretudo empresarial (11 por cento).
 
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por marafado » 20/12/2004 17:47

Personagem: Bagão Félix
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

O ministro das Finanças teve mais uma semana para esquecer, por causa da necessidade de conter, a todo o custo, o défice orçamental abaixo dos três por cento. Primeiro, a ideia de vender à pressa, por ajuste directo, 65 imóveis do Estado, muito deles memória viva da administração pública portuguesa. O que o orçamento previa era a alienação ser feita "preferencialmente" por hasta pública. A contestação encheu o país e Bagão recuou, como aliás tem acontecido com muitas outras matérias da sua tutela - lembremo-nos do Orçamento de Estado. Agora, o cenário é diferente: o Estado avançará para uma operação de "lease-back", do tipo em que recebe um financiamento e depois fica a pagar rendas à entidade ou entidades que o concederam, hipotecando receitas futuras do Estado. O problema é que o Eurostat, a quem compete certificar a bondade das contas nacionais dos Estados-membros da União Europeia e a sua concordância com as regras comuns, pode não estar pelos ajustes e cria assim (mais) um problema bicudo para o ministro. Bagão prometeu explicar tudo direitinho esta semana. O tempo urge.

A frase
É importante "acabar com esta polémica sobre o valor do défice" e "delegar numa comissão especializada, com pessoas independentes, a fixação do défice, o cálculo e a sua verificação", Cavaco Silva, ex-primeiro ministro

Revista da semana: Apoios ao emprego descontrolados

O Tribunal de Contas foi analisar o sector do emprego do Instituto do Emprego e Formação profissional e concluiu que a política de incentivo à criação de postos de trabalho envolveram em três anos mais de 500 milhões de euros e abrangeram um universo alargado de empresas. Eram quase 70 mil em 2003, para quase 130 mil funcionários abrangidos. O que não tem funcionado na perfeição, segundo o tribunal, é o controlo no terreno destes apoios. Ou seja, não tem havido uma verificação sobre se o incentivo está a ser concedido a uma situação efectivamente prevista na lei.

Privatização da Ogma segue

Mesmo em gestão, o Governo de Pedro Santana Lopes tem a intenção de concluir o processo de privatização da Ogma, Indústria Aeronáutica de Portugal. Recuar no processo poderia representar um impacto negativo no défice orçamental português. Segundo apurou o PÚBLICO, se a privatização não acontecer até ao final do ano, as ajudas que o Estado concedeu à Ogma poderão ser contabilizadas para apuramento do défice e não como dívida pública. São 130 milhões de euros, que correspondem a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto português. O ministro Paulo Portas alega que não há impedimento ao avanço do processo, uma vez que o processo corre agora por conta da "holding" do Estado Empordef e que a sua assinatura no final do negócio não será mais do que um acto de gestão.

Choque na electricidade

Os aumentos que o preço da electricidade para as empresas vai conhecer no início de 2005 estão a gerar profundas ondas de choque. São muitas as entidades que saíram a terreiro a dizer que a competitividade da produção nacional vai sofrer um sério abalo. Feitas as contas, a factura energética vai conhecer aumentos que irão variar entre os 7,86 por cento e os 10,63 por cento. A actualização anual anda entre os 2,3 e os 2,4 por cento, mas depois há que integrar o aumento devido pelo impacto do crescimento do preço do petróleo na produção de energia eléctrica. Acontece que em Espanha, por exemplo, os aumentos não chegarão aos dois por cento, os que coloca os industriais portugueses em situação de desvantagem concorrencial. O Governo foi instado a tomar medidas, por organizações como a dos grandes consumidores, pela Associação Industrial Portuguesa, pela Associação Empresarial de Portugal e pela Confederação da Indústria Portuguesa. Mas como? É o que se aguarda para ver.

Têxtil liberalizado

A União Europeia aprovou, na semana passada, a abertura do seu espaço comercial aos produtos têxteis oriundos de países terceiros, em linha com o novo regime de liberalização acordado ao mais alto nível no seio da Organização Mundial do Comércio (OMC). Era o passo esperado. A grande incógnita é saber que impactos terá a liberalização sobre a indústria europeia. Há quem tema um domínio quase absoluto por parte de países como a China e a Índia, mas há também quem afirme que isso só acontecerá com produtos de baixa qualidade. Os estudos sucedem-se mas só a prática dará repostas concretas sobre a matéria. A China prometeu não abusar, Bruxelas diz que vai manter uma vigilância apertada e deixa no ar a possibilidade de recurso a cláusulas de salvaguarda no caso de os produtos não respeitarem as regras acordadas na OMC.

Monovolumes desclassificados

O Governo aprovou finalmente a alteração ao regime de portagens das auto-estradas que implicava que os veículos conhecidos por monovolumes pagassem em regime de classe 2. Vão passar a ser taxaddos como um ligeiro, em classe um. O problema é que a concessionária das auto-estradas não está para pagar os caprichos governamentais, o Executivo também não aceita o encargo e, portanto, serão os utilizadores dos restantes veículos a pagar a desclassificação dos monovolumes. Assim, não custa tomar decisões - eu encomendo e tu pagas.

Agenda: Hoje, 20

·A Yukos, o maior exportador de petróleo da Rússia, reúne em assembeia geral para decidir sobre a abertura de falência ou a liquidação da empresa.

·Tem início o período de "lay-off" da multinacional americana Kaz Iberica, sedeada em Fânzeres, Gondomar. A paragem temporária termina a 30 de Abril de 2005.

Terça, 21
·O Governo e os parceiros sociais voltam-se a reunir-se em sede de concertação social para tentar chegar a um acordo em relação ao Contrato Social para a Competitividade e Emprego. Os novos preços dos passes sociais deverão ser fixados neste encontro.

·Os ministros das Pescas da União Europeia reúnem hoje e amanhã, em Bruxelas. Um dos assuntos em cima de mesa será a possível redução para 20 dias mensais da faina dos pescadores portugueses que capturam pescada e lagostim.

·O ministro do Turismo, Telmo Correia, entrega subsídios resultantes da concessão da zona de jogo a 23 instituições com relevância social no concelho da Póvoa de Varzim. A cerimónia decorre, pelas 11h, no Salão Nobre da Câmara Municipal local.

·O Montepio Geral reúne em assembleia geral, pelas 20h, no 6º andar do seu edifício-sede (Rua Áurea, 219-241).

·As PME Portugal promovem, das 10h30 às 12h30, no Instituto Português da Juventude, em Aveiro, um seminário sobre "Os empreendedores e as PME - Situação em Portugal e na Europa".

·O Tribunal de Trabalho de Elblag adiou para hoje o julgamento do caso de uma ex-empregada da rede Biedronka, que exige uma indemnização de oito mil euros da Jerónimo Martins por horas extraordinárias alegadamente em dívida.

Quarta, 22
·O ministro de Estado e das Actividades Económicas, Álvaro Barreto, reúne-se, em Lisboa, com o presidente da ENI, para tentarem desbloquear o imbróglio criado pelo chumbo de Bruxelas ao plano de reestruturação do sector energético. Álvaro Barreto deverá apropor a Vittorio Mincato o adiamento por seis meses do prazo (que termina a 31 de Dezembro próximo) de que os italianos dispõem para exercer uma opção de compra da maioria de controlo da GalpEnergia.

·A Cofina reúne hoje em assembleia geral. O registo do projecto de cisão simples envolvendo o destaque da participação que a empresa detém na Celulose do Caima será um dos assuntos em discussão.

·A rede eléctrica entre Alqueva e a cidade espanhola de Balboa vai estar operacional a partir de hoje. Esta medida está incluída na criação do MIBEL.

Quinta, 23
·Termina o prazo de seis meses do processo especial de recuperação da fábrica Confecções Pacheco, localizada em Vila das Aves, Santo Tirso. O tribunal vai convocar os credores para definir o futuro da empresa
 
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por marafado » 20/12/2004 17:45

Impostos & Companhia
Um Combate Perdido?
Por TIAGO CAIADO GUERREIRO
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

A aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2005 gera, com a dissolução da Assembleia da República, uma situação de perplexidade.

As medidas de carácter fiscal previstas no OE 2005 não são as medidas habituais da maioria dos orçamentos anteriores. São medidas, nomeadamente na luta contra a fraude e evasão fiscal, com um carácter profundo e que poderão modificar a relação entre os contribuintes e o Estado. Quem pensou e elaborou o OE do próximo ano tinha definido de forma criteriosa um conjunto de fins a atingir a curto e médio prazo.

Como medida paradigmática e simbólica deste projecto, todos nos lembramos da criação da polícia fiscal, isto é, um corpo de elite especializado na luta contra crimes fiscais de carácter mais complexo. Só que o OE 2005, dadas as suas características, exige uma enorme vontade política de o aplicar, sob pena das novas leis não passarem de letra morta.

Por exemplo, as normas previstas no OE 2005 relativas à utilização abusiva da Zona Franca da Madeira por empresas portuguesas só poderão ser implementadas se uma parte considerável dos melhores recursos da Administração Fiscal se dedicarem a essa função e forem apoiados politicamente, visto que poderão pôr em causa interesses económicos instalados. Temos ainda o exemplo da desconsideração como custos das empresas os constantes de facturas com número fiscal inválido ou inexistente. Ora, também a implementação desta medida irá necessitar de especial dedicação da Administração Fiscal e da decisão de incumbência da tarefa de fiscalização a funcionários moral e técnicamente aptos.

É que caso não haja este investimento na implementação quotidiana das medidas de combate à fraude e evasão fiscal, a sua entrada em vigor poderá produzir um efeito contraproducente, em nada diminuindo a fraude e evasão e criando nos contribuintes uma sensação de arbitrariedade e desigualdade na aplicação das leis.

Mas se resulta deste orçamento uma evidente vontade de mudar as coisas e iniciar uma luta clara contra a fraude e evasão fiscal, afectando inúmeros interesses e poderes instalados, muitas das novas leis estão mal conseguidas e são pouco claras, exigindo um aperfeiçoamento e esforço contínuo de uniformização na sua aplicação, sob pena de direitos fundamentais dos contribuintes serem grosseiramente "atropelados".

Assim, não faz sentido aprovar todas estas medidas para vir ser uma terceira entidade, que não comungue do mesmo projecto, (quer um outro partido ou um outro governo) que vai proceder à sua aplicação. Aliás, se queremos ter um sistema fiscal congruente e estável em Portugal, que seja um factor de desenvolvimento económico, este deveria derivar de um pacto de regime entre os principais partidos (podemos aprender muito com o exemplo da Irlanda).

Infelizmente, o que irá acontecer é que, das duas uma. Ou o novo Governo não aplica na prática estas mesmas normas e as deixa como letra morta na lei, ou de imediato começa modificá-las. Qualquer uma das opções é má, quer para o país quer para os contribuintes. É que a lei não deve ser nunca letra morta, visto que desacreditar a lei é desacreditar a democracia, pois é esta que permite assegurar a igualdade entre todos os contribuintes, contrapondo-se à arbitrariedade e discricionariedade das ditaduras.

Se por outro lado, a ideia for alterar tudo o que foi aprovado, então ter-se-á criado um conjunto de falsas expectativas nos agentes económicos e um período temporal no qual se irão aplicar inúmeras e diferentes normas fiscais, gerando-se assim erros e dúvidas quer na Administração Fiscal, quer nos contribuintes. Não só se agrava a incerteza fiscal como aumentam necessariamente os custos de cumprimento da lei ("compliance costs"), custos estes que são não produtivos, diminuindo a rentabilidade das empresas e pessoas. Num país onde a falta de produtividade é um dos problemas fundamentais há que evitar a todo o custo factores que agravem ainda mais esta situação.

O que daqui se pode inferir, bem como da nossa história recente, é que o sistema constitucional português contribui para existência de situações de instabilidade, gerando em situações normais, Governos minoritários, ou quando muito maioritários de coligação. Os partidos, por si, não oferecem neste sistema, uma solução eficaz, dado que não revelam suficiente sentido de estado para se unirem e celebrarem um pacto de regime em questões fundamentais para o país. Perante este panorama parece-me tornar-se evidente a necessidade de considerar alterações ao nosso sistema político de forma a serem criadas condições para a existência de Governos de maioria estáveis em condições de executarem verdadeiros programas económicos e não apenas medidas conjunturais. Tanto mais que, numa sociedade tão volátil, em constante modificação nos mais diversos domínios, só aqueles que demonstrarem capacidade de reformar os seus sistemas económicos e sociais é que poderão sobreviver e vingar num mundo cada vez mais globalizado e competitivo.

*Advogado
 
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por marafado » 20/12/2004 17:45

Missão Possível
Estamos a Financiar a Investigação dos Mais Ricos!
Por JOSÉ MARIA ALBUQUERQUE
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Sabemos que são económicos os factores que mais frequentemente impedem a inovação tecnológica, gerada pela investigação e desenvolvimento (I&D), e prendem-se, em geral, com o custo financeiro ou o risco envolvidos na sua assimilação. Inovar é um processo dinâmico. Tão dinâmico que nele se assume que a grande mudança é o ritmo a que essa mudança se dá, implicando, para além de tudo, um estádio anterior de esgotamento, decadência ou regressão (como propunha Ramon e Cajal). Daí que o reconhecimento do esgotamento do nosso modelo de desenvolvimento (e gestão) tecnológico seja o primeiro passo a dar, colectivamente, para que se crie uma convergência (se não consenso) pluri-partidário para perspectivar as políticas de I&D+i no médio-longo prazo.

O certo é que sem inovação, investigação e desenvolvimento tecnológico, o crescimento económico, a competitividade e o emprego estão comprometidos. E se o problema é o risco, faça-se o que se faz nos seguros e aposte-se na mutualização, para o absorver.

Alguns vectores do modelo de financiamento do sistema científico, tecnológico e de inovação apontaram já nesse sentido, partindo das lúcidas premissas de que I&D têm na indústria e nos serviços um relativo descrédito (que deve explicar que só 22 por cento das empresas façam I&D, metade da média europeia) e que se tenham de produzir 25.000 novos participantes no sistema (dois terços dos quais doutorados) até 2010. A promoção do emprego científico pelas empresas, o mecenato científico e a reserva fiscal, decorreriam de alinhar o investimento público ao interesse empresarial, ao mesmo tempo que se estimulava, por co-financiamentos, propostas de I&D em parceria, financiadas em primeira mão por fundos europeus (acessíveis através dos Programa Quadro, os mecanismos financiadores da investigação e desenvolvimento da UE). Garante-se assim, à uma, a partilha do risco, a existência de massa crítica capaz de produzir resultados com impacto, e que esses resultados se possam medir a nível internacional.

No entanto, não deixa de ser tristemente sintomático que tendo Portugal contribuído com cerca de 1,55 por cento para o orçamento do Quinto Programa Quadro (PQ V), entre 1998-2002, somente conseguisse um retorno de 1,2 por cento. Ou que a captação de fundos no PQ VI, entre 2002-2006, ainda em curso, tivesse caído de 10,5 por cento em relação ao anterior.

Para um mau entendedor sublinhe-se que isto significa que estamos a financiar a investigação científica dos países europeus mais ricos!

Importa socorrermo-nos de alguns indicadores de desempenho:

No PQ V, Portugal teve uma participação, apesar de tudo, honrosa (920 projectos aprovados) e um razoável nível de financiamento (152,35 milhões de euros). Se atendermos ao número de projectos por mil investigadores, vemos que nos colocámos à frente da Espanha (aproximadamente 54 versus 43) da Alemanha (20) e Reino Unido (36,5) entre outros, e somente aquém da Grécia (102), Irlanda (85) Holanda (63) Dinamarca (63) e Bélgica (60). Refira-se que 32 por cento da participação veio do sector das empresas (versus 30 por cento da participação europeia), 30 por cento do Ensino Superior (versus 33 por cento para a globalidade europeia).

Isto evidencia alguma agressividade da comunidade científica portuguesa activa, bem como revela a sua capacidade instalada. E é bom.

No entanto, as entidades portuguesas, tendo participado em 7.5 por cento dos Projectos Europeus, somente coordenaram 1,39 por cento, o que pode resultar de não haver uma clara estratégia autónoma de investigação (no sentido de estarem definidas prioridades claras) quer por parte do Estado, quer pelas próprias instituições, ou quer pelo prestígio dos grupos de investigação não ser ainda inteiramente reconhecido entre os pares (ainda assim á frente da Espanha (1,09 por cento) e da Irlanda (1,36 por cento).

É por isso que, se esta insuficiência se acentuou com mais fraca recuperação de fundos no PQ VI, as atenções deviam orientar-se judiciosamente para a avaliação da própria adaptabilidade dos intervenientes às mudanças de paradigma entre os diferentes programas quadro, bem como à procura de mecanismos para a tornar mais eficaz a sua resposta.

O PQ IV, entre 1994-98, foi orientado à volta das tecnologias como as industriais; o ambiente; transporte; energia; tecnologias de informação e de comunicação; o PQ V procurou uma abordagem integradora num sentido de solucionar problemas em áreas temáticas (4) e campos horizontais (3): qualidade de vida e gestão de recursos naturais, promoção da acessibilidade da sociedade de informação, desenvolvimento competitivo; energia, ambiente e desenvolvimento sustentável. O PQ VI introduziu novos instrumentos de financiamento de acrescida escala, complexidade e ambição (no tamanho dos consórcios, na rejeição de investigação dita incremental...), de modo a dar corpo a um embrião de uma Área Europeia de Investigação. Correntemente, na perspectiva do PQ VII, entre 2006-2010, que procurará um orçamento de 30 mil milhões de Euros (contra os 17 do PQ VI), a Comissão Europeia está a fomentar a formação de Plataformas Tecnológicas, que sejam lideradas pela indústria, agregando institutos de investigação, universidades, representantes de associações profissionais e plataformas temáticas à escala nacional, com o intuito de, para além de serem elas próprias a definirem os objectivos e os itinerários de investigação para as diferentes áreas sectoriais, serem também capazes de cruzarem investimento nacional e privado com os instrumentos de financiamento já usados no PQ VI europeu.

Se o nosso sistema é ainda demasiado passivo ou flébil no que toca a procurar "directamente" financiamento junto da Comissão (aparentemente pela demasiada burocracia ou pela incapacidade de gestão de orçamentos elevados de projectos envolvendo grande número de parceiros, a que se juntam as transformações orgânicas de um para o outro Programa Quadro), há necessidade de ter serviços do Estado ágeis, que consigam motivar, enquadrar e conduzir de perto os potenciais lideres desses projectos.

Se Orçamento de Estado proposto pela Ministério da Ciência e Ensino Superior tem exemplaridades (como exemplares são a equipa que em breve cessa funções e a maioria dos serviços dependentes do Ministério!) pretende, no entanto, impor uma desafectação de 36,4 por cento nas verbas destinadas a organismos gerais de apoio e gabinetes. Parece ser um valor grande demais para não vir a ter um impacto negativo, não no lado do supérfluo, mas no do necessário: a formalização da acção de acompanhamento e suporte dos proponentes de projectos internacionais, com capacidade de avaliação do progresso dos PQ, das consequências do estabelecimento de novas prioridades estratégicas e das iniciativas legislativas que entretanto se adoptem.

A título de exemplo, as estatísticas do desempenho no PQ V ainda não foram publicadas. Como será possível assumir o futuro e fazer didáctica sobre o que não se sabe quantificar? Até para dar valor às coisas que, no final de contas, não têm preço...

* Investigador, doutorado pela Lehigh University, USA, e membro do Missão Possível, grupo cívico de informação e opinião
 
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por marafado » 20/12/2004 17:43

Contas do INE
Défice Comercial Quase nos 9 por Cento do PIB
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

F.M.

Das contas feitas pelo Instituto Navional de Esattística (INE), conclui-se que a economia desacelerou, mais do que o esperado, durante o terceiro trimestre de 2004. A procura interna manteve-se dinâmica, particularmente no que diz respeito ao consumo privado, tendo-se verificado um abrandamento mais significativo do lado do investimento. O dinamismo do conjunto da despesa interna, particularmente da sua componente importada, revelou-se excessivo face à evolução das vendas de bens e serviços ao exterior, tendo a contribuição líquida da procura externa para o crescimento homólogo do produto interno bruto (PIB) sido negativa em cerca de 1,3 pontos percentuais. Como consequência, o PIB registou um crescimento modesto, de 0,8 por cento face ao período homólogo, e as contas com o exterior degradaram-se. Assim, durante o terceiro trimestre, o défice da balança de bens e serviços subiu para 8,6 por cento do PIB, o que constitui o nível mais elevado deste défice desde o final do primeiro trimestre de 2002.

O padrão de crescimento económico no terceiro trimestre, baseado na procura interna, foi idêntico ao verificado na primeira metade de 2004, acentuando-se apenas a contribuição negativa da procura externa para este crescimento, em contraste com o verificado nos anos de 2002 e de 2003, períodos em que a contribuição da procura externa líquida para o crescimento produtivo foi bastante positiva.

Confrontando a dinâmica do crescimento económico em Portugal com o verificado na generalidade dos países clientes de Portugal, particularmente com a Zona Euro, verifica-se que, em média, o crescimento das exportações nacionais de bens e serviços apresentou um ritmo similar ao das importações desses países. No caso da Zona Euro, as suas importações de bens e serviços tiveram uma subida homóloga média real de cerca de seis por cento entre Janeiro e Setembro de 2004, idêntica ao crescimento real apurado nas exportações de bens e serviços nacionais durante o mesmo período.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:43

Desequilíbrio externo dispara em 2004
É o Consumo, Estúpido!
Por COLABORAÇÃO INTELI - INTELIGÊNCIA EM INOVAÇÃO
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Os hábitos de consumo dos portugueses totalmente dependentes da oferta vinda do exterior - casos dos computadores, dos televisores, dos vídeos, dos telemóveis, para já não falar dos automóveis e da generalidade dos electrodomésticos - deverão a manter as importações debaixo de grande pressão

Francisco Melro
O ritmo de crescimento económico em Portugal manteve-se fraco até ao final de Novembro de 2004, assistindo-se a um ligeiro recuo das expectativas quer dos consumidores quer das empresas inquiridas pelo Instituto Nacional de Esattística (INE). Por outro lado, também as expectativas no Resto do Mundo têm vindo a retroceder, como se conclui quer dos resultados do inquérito realizado pelo instituto de estatística alemão IFO quer da evolução dos indicadores avançados da OCDE quer do Leading Índex dos Estados Unidos calculado por The Conference Board.

É evidente que o actual dinamismo da procura interna portuguesa, particularmente das suas componentes importadas, é insustentável, uma vez que no horizonte não se vislumbram oportunidades de aceleração das exportações nacionais capazes de compensarem esse esforço importador e de conduzirem ao equilíbrio das contas com o exterior (ver texto nesta página). Ao longo dos próximos dois anos, as exportações portuguesas deverão até sentir alguma dificuldade em acompanhar o ritmo de crescimento da procura externa. Esta dificuldade fica acrescida com a liberalização internacional do comércio têxtil. Tendo por base as previsões mais recentes da OCDE, relativas a Novembro de 2004, da agregação das projecções para os principais países clientes de Portugal, conclui-se que o crescimento real das suas importações de bens e serviços deverá acelerar um pouco ao longo de 2005 e de 2006, mas que esta tendência não será seguida pelas exportações de bens e serviços nacionais, cujo crescimento deverá abrandar ligeiramente entre 2004 e 2006.

As exportações de bens nacionais, particularmente as que concorrem com as vendas de países cujas divisas tendem a acompanhar a depreciação do dólar, viram aumentar as suas dificuldades de competição no exterior. Por outro lado, não se verificou nenhuma alteração sensível da oferta nacional, em termos de qualidade ou diversidade. Deste modo, a possibilidade de redução do défice com o exterior fica muito dependente do arrefecimento da procura interna de bens importados. É de ter em conta que, apesar da redução sensível verificada recentemente, o nível do preço do petróleo permanece muito elevado e que esta situação tem um efeito muito negativo no equilíbrio das contas portuguesas com o exterior.

Investimento também ajudou
Da análise das importações por diferentes tipos de bens durante o primeiro semestre de 2004 feita pelo GEE do Ministério da Economia, conclui-se que alguns bens estão a conhecer subidas reais muito elevadas, particularmente o equipamento informático e os aparelhos de som e imagem, que apresentaram subidas reais acima de 16 por cento, no primeiro caso, e de 20 por cento, no segundo tipo de equipamentos. Por sua vez, também as importações de material de transporte destinado a investimento, apresentou uma subida real de cerca de 15 por cento durante o referido período. Este panorama ter-se-á mantido até ao final de Setembro de 2004. De facto, a consulta das estatísticas do comércio internacional divulgadas pelo INE revela que o valor do conjunto das importações de bens de consumo e de equipamento apresentou um crescimento homólogo acumulado de cerca de 10 por cento entre Janeiro e Setembro, o qual compara com uma subida homóloga de 9,6 por cento até ao final de Junho. A única diferença reside no facto de entre Junho e Setembro se ter verificado alguma aceleração do crescimento homólogo acumulado no valor das importações de material de transporte, de 7,3 por cento para 12 por cento, um ligeiro abrandamento na subida homóloga acumulada das importações de bens de consumo (excluindo automóveis), de 9,1 por cento para 8,5 por cento, e uma desaceleração mais significativa na importação de bens equipamento (que não material de transporte), de 12,3 por cento para 10,4 por cento.

As estatísticas divulgadas pela ACAP revelam que as vendas de veículos comerciais pesados mantiveram um forte crescimento até ao final de Novembro, o mesmo sucedendo com as vendas de máquinas industriais até ao final de Outubro, o que faz supor que, pelo menos do lado da importação de bens de equipamento, se terá mantido uma significativa subida das importações.

Mas também a generalidade das importações de bens de consumo, com destaque para a componente não alimentar, apresentou nos primeiros nove meses de 2004 uma subida real relativamente importante e superior à do conjunto das importações.

Ambiente dificulta regresso ao equilíbrio
Os cidadãos nacionais adquiriram ao longo dos últimos anos hábitos modernos de consumo totalmente dependentes da oferta vinda do exterior, casos dos computadores, dos televisores, dos vídeos, dos telemóveis, para já não falar dos automóveis e da generalidade dos electrodomésticos. Também a modernização do aparelho produtivo nacional se apresenta crescentemente dependente da oferta vinda do exterior, sendo até natural que, no momento presente, as empresas estejam particularmente carenciadas neste domínio, dada a contenção forçada dos últimos anos e a maior agressividade dos competidores externos. A velocidade com que estes equipamentos "envelhecem", face a outros mais sofisticados e proporcionando novos serviços, vai continuar a crescer e a manter as importações debaixo de grande pressão.

Neste ambiente, será difícil fazer uma gestão da procura interna que modere os seus efeitos nas importações e que permita uma redução do nível do défice das contas com o exterior. Tanto mais quando os actuais desequilíbrios acontecem após um prolongado período de subida sensível do desemprego e de evolução moderada dos salários nominais. De facto, a maioria dos portugueses estará mais receptiva a uma política de alívio da sua situação financeira do que a apelos no sentido de mais austeridade e de moderação da sua despesa.

As famílias foram assinalando ao longo de 2004 uma ligeira melhoria da sua situação financeira, à medida que a economia foi saindo da recessão. No entanto, o nível das suas expectativas acerca da evolução da sua situação financeira mantinha-se ainda muito baixo no final de Novembro. Assistiu-se mesmo, a partir de Julho de 2004, ao agravamento das expectativas das famílias relativamente à evolução do desemprego, num período em que quer os números de inscritos nos centros de emprego quer os resultados do inquérito ao emprego realizado pelo INE assinalaram uma subida do desemprego. Por sua vez, os salários mantiveram uma evolução moderada, ainda que acima da inflação, tendo em conta as indicações existentes quanto à evolução dos salários contratados, que, no sector privado, conheceram aumentos médios de 2,9 por cento até ao final de Setembro. Apesar da subida da inflação em Novembro, o poder de compra dos salários terá mantido uma ligeira subida até ao final do corrente ano.

Colaboração INTELI - Inteligência em Inovação
 
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por marafado » 20/12/2004 17:11

Alertas: Energias de Portugal
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Os analistas do Banco Dresdner reiteraram, na semana passada, a recomendação "manter" para as acções da EDP-Energias de Portugal, considerando que o plano estratégico para o triénio 2005- 2007 não traz "grandes novidades". O banco mantém o preço-alvo nos 2,40 euros por acção, considerando que pendem sobre a eléctrica muitas incertezas a limitar o seu potencial de subida, motivo pelo qual não há razão para melhorar a recomendação "manter". Os analistas referem que, tal como esperado, a EDP reviu em baixa os seus objectivos em termos de resultados operacionais (EBITDA), apesar de isso ainda implicar uma taxa de crescimento médio anual "atractiva" de 7,7 por cento para 2007. O objectivo de um EBITDA de 2,752 mil milhões de euros até 2007 está em linha, segundo o Dresdner, com as suas previsões, a reflectir menores perspectivas para o negócio de distribuição em Portugal e Espanha e objectivos mais ambiciosos para o Brasil e as actividades de produção e renováveis. O Dresdner considera que apesar das acções da EDP terem um potencial de subida moderado, esse potencial está mais que anulado pelas actuais incertezas no campo político em Portugal e na regulação em Espanha.

Reditus
A Reditus está a ponderar assinar contratos de liquidez com vários bancos, com o objectivo de dinamizar a negociação das acções, revelou à Lusa o presidente da empresa de tecnologias de informação. "Tivemos a aproximação de vários bancos, não apenas do BIG, para eventualmente assinarmos contratos de criação de liquidez", disse Frederico Moreira Rato. "Temos todo o interesse em que as nossas acções sejam negociadas, mas por enquanto nada está decidido", concluiu o presidente da Reditus.

O serviço 'liquidity provider' tem por objectivo aumentar a liquidez e a profundidade de mercado de determinados títulos cotados. Com este tipo de contratos, um intermediário financeiro compromete-se a colocar no mercado ordens de compra e de venda de determinada acção e dentro de certos limites.

Sonaecom
O BPI considerou positivo para a Sonaecom a autorização dada pela Autoridade Nacional de Comunicações à comercialização do novo telefone fixo sem assinatura Optimus Home. Na nota diária de ontem, os analistas do BPI referem que esta notícia tem um impacto "positivo" para a empresa de telecomunicações do grupo Sonae. O regulador do sector das comunicações aprovou uma deliberação com um "sentido provável" que permite à Novis utilizar a rede GSM da Optimus e recorrer ao prefixo 2 para a oferta do Optimus Home desde que "a mobilidade associada ao terminal seja apenas a inevitável". Esta autorização teve um impacto positivo nas acções da Sonaecom, que nas duas primeiras sessões da semana subiram já 6,8 por cento, tendo atingido um novo máximo desde Maio de 2001 nos 3,94 euros. O BPI atribuiu uma recomendação de compra, com um preço-alvo de 4,85 euros por acção.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:10

Dinheiro Mais Barato do Que o Previsto em 2005
Por %JOÃO NEVES
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

À medida que nos aproximamos do final do ano, os mercados financeiros mantêm a toada positiva que os vem caracterizando desde o seu início. Os mercados accionistas continuam com uma performance positiva na Europa e mesmo nos EUA, se descontarmos o efeito negativo da depreciação do dólar, as rendibilidades são marginalmente positivas. Os mercados de taxa de juro refletem a incerteza que se vive na maior economia de mundo e continuam , por isso, a subir. Estamos a níveis historicamente baixos de taxas de juro, particularmente na Europa, o que oferecerá aos agentes económicos oportunidades de se (re)financiarem a condições muito favoráveis.

As taxas de juro na Europa aproximaram-se, esta semana, dos mínimos de Junho de 2003 - 3,54 por cento no sector dos 10 anos. Contudo, há-que ponderar as razões e as envolventes económicas de cada momento. Há um ano e meio os receios deflacionistas dominavam claramente o pensamento da Reserva Federal norte-americana (Fed) e, por consequência, de todo o sistema financeiro mundial pelos malefícios que daí decorreriam. A situação actual é felizmente bastante diferente. Os índices accionistas encontram-se cerca de 20 por cento mais altos e a Fed já iniciou a sua estratégia de reposição das taxas directoras para níveis "normais" - só este ano já efectuou cinco subidas - passando-as assim de um por cento para 2,25 por cento. São sinais claros de que a situação evoluiu noutra direcção. Mais positiva e ainda bem. O que os agentes económicos agora ponderam já não é se "iremos cair no abismo deflacionista?", mas antes a confirmação de que a retoma é para continuar, ainda que em "lume muito brando".

Por conseguinte, o enquadramento económico que se depara aos agentes é o de uma economia mundial onde a inflação sob controlo, os mercados accionistas próximos dos máximos do ano (o que desde logo revela que as empresas estão bem aos olhos dos investidores) e as taxas directoras norte-americanas bastante mais elevadas e com perspectiva de subirem ainda mais.

Estão, pois, reunidas as condições para que as empresas, Estados soberanos e entidades supra-nacionais, pensando nos seus passivos, perspectivem da melhor maneira o ano que aí vem. Durante 2005, assistiremos a adopção de estratégias de financiamento que possibilitarão a obtenção de "funding" em condições bastante mais agradáveis do que aquelas inicialmente previstas. Ainda que as condições de curto prazo possam favorecer os mercados obrigacionistas num futuro imediato não devem, contudo, os agentes perder de vista que num horizonte temporal a 5, 10 ou mesmo 15 anos, o "custo de oportunidade da inércia" é elevadíssimo. Sabedores desta realidade, os emitentes soberanos já se colocaram nos "blocos de partida". Espera-se para o próximo ano um incremento de cerca de 10 por cento relativamente a 2004 no sector dos 15/20 anos da curva de rendimentos dos 7 países mais industrializados do mundo...

*Manager do Banco Espírito Santo
 
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por marafado » 20/12/2004 17:09

Estratégia
Diz-me como Geres Dir-te-ei Se Invisto
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Para Warren Buffett, o mais famoso e bem sucedido investidor do mundo, a equipa de gestão deve ser um dos critérios a ter em conta para decidir se se investe numa empresa

Gonçalo Morna
American Express, Coca-Cola, Gillette, Wells Fargo, Wesco Financial, Moody's, Washington Post, Petrochina Company, H&R Bock e M&T Bank - estas são as 10 principais posições do segmento accionista da carteira da seguradora Berkshire Hathaway, controlada pelo ao mais famoso e bem sucedido investidor do mundo, Warren Buffett. O extraordinário desempenho histórico dos investimentos geridos por Buffet merece, no mínimo, alguma atenção por parte dos investidores dos mercados financeiros, independentemente do perfil de risco e dos conhecimentos sobre gestão de activos de cada um. A estratégia "do mago financeiro" consiste em encontrar acções de empresas baseadas no seu potencial de valorização a longo prazo e nas perspectivas de desempenho da sua equipa de gestão.

Cerca de 90 por cento das acções da carteira da Berkshire são das 10 empresas acima mencionadas o que mostra que Buffett não morre de amores pelas estratégias de diversificação como acontece, por exemplo, com o fundo de investimento Fidelity Magellam, onde as 10 principais posições do segmento accionista representam apenas 30 por cento do valor da carteira. A estratégia de não diversificação é igualmente visível ao nível sectorial, com 80 por cento da carteira accionista da Berkshire investida em títulos de empresas de bens de consumo e de serviços financeiros.

Segundo Buffett, a diversificação dos investimentos pode reduzir a volatilidade, mas não necessariamente o risco. A melhor estratégia para reduzir o risco dos investimentos é "apostar em empresas que conhecemos extremamente bem e que tenham fortes vantagens competitivas", aconselha.

Outro conselho de Buffett é não investir numa empresa só porque ela está a crescer rapidamente: o valor de uma empresa não tem a ver com o facto de estar a crescer rápido ou não, reforça. Quanto ao "timing" de venda, o gestor não define preços limite para a subida dos títulos. Quando decide vender uma acção é porque já não se encontra confortável com a gestão da empresa ou com a saúde do negócio.

Acções perdem peso na carteira da Berkshire
De acordo com o último relatório oficial da Berkshire Hathaway, referente ao passado dia 30 de Setembro, a seguradora detinha posições accionistas em 28 empresas, menos duas do que no início do ano. Aliás, os investimentos em acções da Berkshire têm vindo a diminuir, tanto em valor absoluto como em termos relativos, sugerindo que Buffet considera que o momento actual das bolsas e as suas perspectivas de desempenho futuro não são os melhores.

Em 1998, o peso das acções na carteira da Berkshire era de 55,1 por cento do total, incluindo 3,1 por cento referentes a posições maioritárias em empresas, isto é com o controlo de gestão. O restante era liquidez (17,5 por cento) e obrigações (27,4). No final de Setembro de 2004 a exposição em liquidez aumentou para 29,3 por cento do total, enquanto os investimentos em acções e obrigações diminuíram para 18 por cento e 52,8 por cento, respectivamente. O peso dos títulos representativos de posições minoritárias desceram para 26,9 por cento e os relativos a participações de controlo deram um pulo para 25,9 por cento.

A redução das acções minoritárias deveu-se à venda de parte das acções de empresas, como a Walt Disney, a Freddie Mac e a Travelers, e à desvalorização de outras, entre as quais a Coca-Cola e a Gillette. Das empresas que passaram para o controlo Berkshire Hathaway, destaque, em 2003, para a McLane, empresa de distribuição que pertencia à Wal-Mart, e a Clayton Homes, operadora de telefones móveis para uso doméstico.
 
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por marafado » 20/12/2004 17:08

Pré-abertura
De Olhos Postos em 2005
Por FERNANDO CASTRO E SOLLA
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Apesar de ter sido uma semana neutra em termos do comportamento dos índices, foi, no entanto, um período bastante preenchido. Por um lado, continua a actividade de fusões & aquisições em sectores como o farmacêutico, software e telecom. A Fed, por seu lado, manteve a sua actuação recente: subiu taxas e referiu a sua intenção de o continuar a fazer gradualmente. O petróleo interrompeu a sua tendência de correcção, enquanto as "yields" de longo prazo e o dólar se mantiveram a níveis historicamente baixos.

Esta semana, e na ausência de dados macroeconómicos relevantes, é de esperar que seja o espírito de Natal a imperar nos mercados e com isso que se vão apenas mantendo os níveis actuais procurando preservar os ganhos recentes acumulados, ainda que modestos em termos anuais, e ainda que, de um ponto de vista fundamental, os mesmos tenham um suporte algo frágil. Em Portugal o PSI20 parece ter recuperado o fôlego, depois da tempestade política nele ter deixado algumas marcas.

Agora é já 2005 que importa. Neste contexto de tão fraca visibilidade recomendamos que incorpore no seu processo de investimento a cada vez mais evidente necessidade de conferir à gestão do seu património carácter de dinamismo, orientado por convicção, focado na adequação do risco e tendo sempre presente que, para quem investe em activos mobiliários, a liquidez existe para ser criteriosamente usada. É assim que temos feito nos últimos três anos com resultados que recomendam que o continuemos a fazer também em 2005.

Um Natal em Paz

*Director Espírito Santo Investment
 
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Balanço Natal Positivo

por marafado » 20/12/2004 17:06

Balanço Natal Positivo
Por ANABELA CAMPOS
Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2004

Com o final do ano à porta, chegou a hora de começar a fazer as contas: para já, o balanço é positivo, o principal índice da bolsa portuguesa, o PSI 20, acumula uma subida anual superior a 11 por cento. O desempenho acaba por não ser mau, apesar de continuar a pairar o clima de crise, a instabilidade ser uma constante, e existirem alguns negócios cujo futuro se desconhece, como é, por exemplo, o caso da EDP e das empresas envolvidas na reestruturação do sector energético.

Acabou ontem uma semana relativamente animada por novidades: a Pararede comprou uma empresa, a WhatEverNet; a EDP anunciou o plano de investimentos para triénio 2005-2007 e, entre outras, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não vai obrigar ao lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Gescartão, caso, como se prevê, haja uma alteração na estrutura accionista da Imocapital, "holding" que controla 65 por cento da empresa da embalagens de cartão. Neste cenário interno, o PSI 20, fechou a semana a subir 0,45 por cento. Lá fora - e em Portugal também obviamente - os mercados continuaram a ser fustigados pela subida do preço do petróleo. E a Europa mantém-se sob pressão, com a imparável subida do euro face ao dólar.

O grupo Sonae foi um dos principais destaques - ocupou dois dos três melhores lugares do "ranking" de subidas semanais , com a Sonae SGPS e a Sonaecom a subirem na ordem dos quatro por cento e a fixarem novos máximos dos últimos anos. A Sonaecom soma e segue, e apresenta actualmente a maior subida do ano, com uma valorização acumulada superior a 63 por cento. Na semana passada ganhou 4,88 por cento, beneficiando, em parte, do sim da Anacom ao novo produto de telecomunicações fixo-móvel, anteriormente designado por Optimus Home.

Também em novos máximos negociou toda a semana a Impresa, que liderou os ganhos semanais com uma valorização de mais de seis por cento. Os investidores mantém-se interessados na proprietária da SIC, que não tem parado de subir, nomeadamente depois dos actuais accionistas terem mostrado vontade e empenho em adquirir a posição do BPI no capital da empresa, operação que estará prestes a concluir-se. O BCP (2,19 por cento), a EDP (0,9 por cento) e a Brisa (2,29 por cento) também estiveram em alta. Esta última acabou por ficar sobre os "holofotes" da imprensa, depois do Conselho de Ministro ter decidido reduzir a taxação dos monovolumes nas portagens da auto-estrada... Uma decisão que a Brisa desconhecia quando foi anunciada e que promete ainda fazer correr tinta. A PT viveu uma semana "negra", com a cotação a recuar 2,17 por cento, sem qualquer notícia que o motive. Já as perdas foram lideradas pelos dois papéis que, a partir de Janeiro, deixarão de pertencer ao PSI 20, a Teixeira Duarte e Portucel: cairam ambas à volta de dois por cento
 
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