Tribunal Constitucional anuncia amanhã as suas decisões
Vítor Bento: Decisão do TC só deixa “três portas abertas: impostos, fecho de serviços ou despedimentos"
O economista Vítor Bento critica duramente a decisão do Tribunal Constitucional (TC) de considerar inconstitucional três medidas propostas no Orçamento de Estado.
O presidente da SIBS define a decisão do TC como “ideologicamente marcada”, “favorável aos impostos”, “desfavorável a cortes na despesa”, e que “estreitou o caminho para a nossa [de Portugal] permanência no euro”.
Em entrevista ao "Público", Vítor Bento defende que a decisão do TC encurta o espaço de gestão orçamental de qualquer governo. “O problema verdadeiramente grave é que a decisão estreitou consideravelmente a margem de afirmação das alternativas democráticas ao impor um limite ideológico ao que é politicamente aceitável no regime, mesmo que mude a Constituição”, diz o conselheiro de Estado.
Bento elogia ainda a declaração ontem feita pelo primeiro ministro, Passos Coelho, que considera “muito boa”. No entanto, o acórdão do TC, afirma o economista, levará a que a troika “endureça” a posição face a Portugal, distanciando o caso português do irlandês e aproximando-o mais do grego.
A decisão dos juízes, na opinião do presidente da SIBS, só deixa “três portas abertas: impostos, fecho de serviços ou despedimentos. Não vejo outra via”. Questionado se não lhe parece que o aumento de impostos é impraticável, Bento responde: “Porquê? É indesejável, mas não é impraticável”. Depois justifica a tese: “Por isso, digo que os decisores e as sociedades são livres de tomar as suas decisões, têm é de tomar o preço da responsabilidade”. E conclui: “O TC também faz implicitamente a sua escolha de um caminho orçamental”.
Em relação à necessidade de um segundo resgate, Vítor Bento pergunta: “O que é um segundo resgate? Ainda não consegui perceber”. “Se for para aumentar o empréstimo da [troika], não vejo que seja um resgate”. Indagado sobre se Portugal tem possibilidades de pagar a sua dívida, não responde directamente, preferindo dizer que “temos de manter a nossa credibilidade”.
Face às criticas de que os modelos matemáticos do Governo estão errados e não testados, o economista é compreensivo para com o executivo. “Estamos numa situação de turbulência que altera os parâmetros económicos dos modelos. Os instrumentos têm a fiabilidade que têm, mas se não há outros melhores....”
O aumento galopante da taxa de desemprego, leva o conselheiro de Estado a considerar que o “problema é preocupante”, e assume que “terá havido erros na concepção do modelo de ajustamento”, uma vez que entre as projecções para este indicador e a realidade há já uma diferença muito grande. Mas deixa uma ressalva para a evolução destes números: “Não me surpreende em excesso”.
Em relação à revisão das metas e números na 7ª avaliação da troika ao memorando de entendimento, Bento considera que se tratou de “um acidente de percurso ainda que desfavorável”. E depois, desculpa as recorrentes falhas de previsão dos economistas. “Dá-se uma excessiva importância à fiabilidade das previsões económicas, como se a economia fosse uma ciência exacta, que não é. É uma ciência aproximada”, define o economista, que acrescenta ainda que “até ficaria infeliz se as previsões acertassem, porque isso significaria que a natureza humana tinha perdido o livre arbítrio e se tinha robotizado”.
Quanto à questão de Chipre, o economista defende que o anúncio de taxar os depósitos abaixo de 100 mil euros criou uma “contradição muito complicada”, “pois desvaloriza a garantia dada, anteriormente, aos depósitos dados até esse valor”. Mas que no fim “prevaleceu o bom senso”.
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... entos.html
O economista Vítor Bento critica duramente a decisão do Tribunal Constitucional (TC) de considerar inconstitucional três medidas propostas no Orçamento de Estado.
O presidente da SIBS define a decisão do TC como “ideologicamente marcada”, “favorável aos impostos”, “desfavorável a cortes na despesa”, e que “estreitou o caminho para a nossa [de Portugal] permanência no euro”.
Em entrevista ao "Público", Vítor Bento defende que a decisão do TC encurta o espaço de gestão orçamental de qualquer governo. “O problema verdadeiramente grave é que a decisão estreitou consideravelmente a margem de afirmação das alternativas democráticas ao impor um limite ideológico ao que é politicamente aceitável no regime, mesmo que mude a Constituição”, diz o conselheiro de Estado.
Bento elogia ainda a declaração ontem feita pelo primeiro ministro, Passos Coelho, que considera “muito boa”. No entanto, o acórdão do TC, afirma o economista, levará a que a troika “endureça” a posição face a Portugal, distanciando o caso português do irlandês e aproximando-o mais do grego.
A decisão dos juízes, na opinião do presidente da SIBS, só deixa “três portas abertas: impostos, fecho de serviços ou despedimentos. Não vejo outra via”. Questionado se não lhe parece que o aumento de impostos é impraticável, Bento responde: “Porquê? É indesejável, mas não é impraticável”. Depois justifica a tese: “Por isso, digo que os decisores e as sociedades são livres de tomar as suas decisões, têm é de tomar o preço da responsabilidade”. E conclui: “O TC também faz implicitamente a sua escolha de um caminho orçamental”.
Em relação à necessidade de um segundo resgate, Vítor Bento pergunta: “O que é um segundo resgate? Ainda não consegui perceber”. “Se for para aumentar o empréstimo da [troika], não vejo que seja um resgate”. Indagado sobre se Portugal tem possibilidades de pagar a sua dívida, não responde directamente, preferindo dizer que “temos de manter a nossa credibilidade”.
Face às criticas de que os modelos matemáticos do Governo estão errados e não testados, o economista é compreensivo para com o executivo. “Estamos numa situação de turbulência que altera os parâmetros económicos dos modelos. Os instrumentos têm a fiabilidade que têm, mas se não há outros melhores....”
O aumento galopante da taxa de desemprego, leva o conselheiro de Estado a considerar que o “problema é preocupante”, e assume que “terá havido erros na concepção do modelo de ajustamento”, uma vez que entre as projecções para este indicador e a realidade há já uma diferença muito grande. Mas deixa uma ressalva para a evolução destes números: “Não me surpreende em excesso”.
Em relação à revisão das metas e números na 7ª avaliação da troika ao memorando de entendimento, Bento considera que se tratou de “um acidente de percurso ainda que desfavorável”. E depois, desculpa as recorrentes falhas de previsão dos economistas. “Dá-se uma excessiva importância à fiabilidade das previsões económicas, como se a economia fosse uma ciência exacta, que não é. É uma ciência aproximada”, define o economista, que acrescenta ainda que “até ficaria infeliz se as previsões acertassem, porque isso significaria que a natureza humana tinha perdido o livre arbítrio e se tinha robotizado”.
Quanto à questão de Chipre, o economista defende que o anúncio de taxar os depósitos abaixo de 100 mil euros criou uma “contradição muito complicada”, “pois desvaloriza a garantia dada, anteriormente, aos depósitos dados até esse valor”. Mas que no fim “prevaleceu o bom senso”.
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... entos.html
Quico Escreveu:Vejam se decobrem quem foi o "perigoso ultra Neo-Liberal" que escreveu isto:![]()
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Dois equívocos
Publicado por XXXXX XXXXXXX
1. Só se pode comparar o que é comparável – o que não é o caso dos rendimentos pagos pelo Estado e dos rendimentos privados. Os primeiros são em geral fixados unilateralmente pelo próprio Estado, por via de lei ou por ato ou contrato administrativo com base na lei; os segundos decorrem de relações jurídico-privadas (propriedade, heranças, contratos, etc.). Os primeiros geram despesa pública e pesam directamente no orçamento; os segundos, não.
Julgo que ninguém negará que o Estado tem o direito soberano de, pelo menos em situações excepcionais e a título transitório, reduzir os rendimentos que dele dependem – por se tratar de relações administrativas --, especialmente por razões imperativas de disciplina orçamental, desde que de forma equitativa dentro do universo do sector público. A Constituição não garante a intocabilidade do nível de remunerações públicas nem das pensões. Trata-se de um ónus de quem está ao serviço do Estado e de quem beneficia das respectivas vantagens, em comparação com o sector privado (e não são poucas, ponto essencial que o Tribunal Constitucional convenientemente descartou).
Mas defender que o Estado só o pode fazer se não causar uma “desigualdade excessiva” em relação aos rendimentos do sector privado não se limita a reduzir a nada aquele poder do Estado, é também uma petição de princípio –, é comparar coisas insusceptíveis de comparação. Parafraseando um conceito do direito da concorrência, são diferentes “mercados relevantes”. Por um lado, o Estado só pode atingir os rendimentos privados por via da receita (impostos), não por via da corte na despesa (como o Orçamento estabelecia para o setor público); por outro lado, o Estado não pode tributar separadamente o sector privado (pois, isso sim, seria violar o princípio da igualdade).
É por isto que, na minha opinião, a decisão do Tribunal Constitucional sobre o orçamento assenta num equívoco de base. Tal como a do ano passado.
2. Além disso, mesmo que se aceitasse a injustificada equiparabilidade por que o Tribunal optou, então deveria entrar em conta com todos os factores relevantes. Ora, quem é mais afectado no seu rendimento pela crise não são os funcionários e pensionistas (mesmo com os cortes de que o Tribunal resolveu generosamente isentá-los) mas sim os trabalhadores do sector privado, que pagam a pesada factura do desemprego maciço, combinado com a redução do valor e da duração do subsídio de desemprego) e com a baixa generalizada de remunerações que o mercado de trabalho impõe.
Não são só os funcionários e pensionistas que sofrem cortes no seu rendimento. Contudo, o Tribunal não deu o devido relevo a estas situações, tornando a comparação uma ficção.
Um segundo equívoco.
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Nunca pensei aplaudir Vital Moreira...



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6.37 0.01 0.11%
http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
Que boa surpresa!Os mercados estão a levar a sério as palavras do Primeiro Ministro.
"Passos afirmou que “o Governo está comprometido com todos os objectivos do programa de Assistência e reafirma o cumprimento das obrigações internas e externas do Estado português”."
http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
Que boa surpresa!Os mercados estão a levar a sério as palavras do Primeiro Ministro.
"Passos afirmou que “o Governo está comprometido com todos os objectivos do programa de Assistência e reafirma o cumprimento das obrigações internas e externas do Estado português”."
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http://edition.cnn.com/2013/04/08/busin ... ?hpt=hp_t3
isto não está nada bem ! e as quedas (neste momento) pequenas na bolsa, não me parecem ainda todas feitas...
vamos esperar a América acordar, para vermos isto avermelhar mais certamente...
isto não está nada bem ! e as quedas (neste momento) pequenas na bolsa, não me parecem ainda todas feitas...
vamos esperar a América acordar, para vermos isto avermelhar mais certamente...
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Quico Escreveu:Vejam se decobrem quem foi o "perigoso ultra Neo-Liberal" que escreveu isto:![]()
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Dois equívocos
Publicado por XXXXX XXXXXXX
1. Só se pode comparar o que é comparável – o que não é o caso dos rendimentos pagos pelo Estado e dos rendimentos privados. Os primeiros são em geral fixados unilateralmente pelo próprio Estado, por via de lei ou por ato ou contrato administrativo com base na lei; os segundos decorrem de relações jurídico-privadas (propriedade, heranças, contratos, etc.). Os primeiros geram despesa pública e pesam directamente no orçamento; os segundos, não.
Julgo que ninguém negará que o Estado tem o direito soberano de, pelo menos em situações excepcionais e a título transitório, reduzir os rendimentos que dele dependem – por se tratar de relações administrativas --, especialmente por razões imperativas de disciplina orçamental, desde que de forma equitativa dentro do universo do sector público. A Constituição não garante a intocabilidade do nível de remunerações públicas nem das pensões. Trata-se de um ónus de quem está ao serviço do Estado e de quem beneficia das respectivas vantagens, em comparação com o sector privado (e não são poucas, ponto essencial que o Tribunal Constitucional convenientemente descartou).
Mas defender que o Estado só o pode fazer se não causar uma “desigualdade excessiva” em relação aos rendimentos do sector privado não se limita a reduzir a nada aquele poder do Estado, é também uma petição de princípio –, é comparar coisas insusceptíveis de comparação. Parafraseando um conceito do direito da concorrência, são diferentes “mercados relevantes”. Por um lado, o Estado só pode atingir os rendimentos privados por via da receita (impostos), não por via da corte na despesa (como o Orçamento estabelecia para o setor público); por outro lado, o Estado não pode tributar separadamente o sector privado (pois, isso sim, seria violar o princípio da igualdade).
É por isto que, na minha opinião, a decisão do Tribunal Constitucional sobre o orçamento assenta num equívoco de base. Tal como a do ano passado.
2. Além disso, mesmo que se aceitasse a injustificada equiparabilidade por que o Tribunal optou, então deveria entrar em conta com todos os factores relevantes. Ora, quem é mais afectado no seu rendimento pela crise não são os funcionários e pensionistas (mesmo com os cortes de que o Tribunal resolveu generosamente isentá-los) mas sim os trabalhadores do sector privado, que pagam a pesada factura do desemprego maciço, combinado com a redução do valor e da duração do subsídio de desemprego) e com a baixa generalizada de remunerações que o mercado de trabalho impõe.
Não são só os funcionários e pensionistas que sofrem cortes no seu rendimento. Contudo, o Tribunal não deu o devido relevo a estas situações, tornando a comparação uma ficção.
Um segundo equívoco.
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Vital Moreira, mas já agora pergunto o que tem a ver o chumbo do TC com neoliberalismo?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Vejam se decobrem quem foi o "perigoso ultra Neo-Liberal" que escreveu isto:




Dois equívocos
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1. Só se pode comparar o que é comparável – o que não é o caso dos rendimentos pagos pelo Estado e dos rendimentos privados. Os primeiros são em geral fixados unilateralmente pelo próprio Estado, por via de lei ou por ato ou contrato administrativo com base na lei; os segundos decorrem de relações jurídico-privadas (propriedade, heranças, contratos, etc.). Os primeiros geram despesa pública e pesam directamente no orçamento; os segundos, não.
Julgo que ninguém negará que o Estado tem o direito soberano de, pelo menos em situações excepcionais e a título transitório, reduzir os rendimentos que dele dependem – por se tratar de relações administrativas --, especialmente por razões imperativas de disciplina orçamental, desde que de forma equitativa dentro do universo do sector público. A Constituição não garante a intocabilidade do nível de remunerações públicas nem das pensões. Trata-se de um ónus de quem está ao serviço do Estado e de quem beneficia das respectivas vantagens, em comparação com o sector privado (e não são poucas, ponto essencial que o Tribunal Constitucional convenientemente descartou).
Mas defender que o Estado só o pode fazer se não causar uma “desigualdade excessiva” em relação aos rendimentos do sector privado não se limita a reduzir a nada aquele poder do Estado, é também uma petição de princípio –, é comparar coisas insusceptíveis de comparação. Parafraseando um conceito do direito da concorrência, são diferentes “mercados relevantes”. Por um lado, o Estado só pode atingir os rendimentos privados por via da receita (impostos), não por via da corte na despesa (como o Orçamento estabelecia para o setor público); por outro lado, o Estado não pode tributar separadamente o sector privado (pois, isso sim, seria violar o princípio da igualdade).
É por isto que, na minha opinião, a decisão do Tribunal Constitucional sobre o orçamento assenta num equívoco de base. Tal como a do ano passado.
2. Além disso, mesmo que se aceitasse a injustificada equiparabilidade por que o Tribunal optou, então deveria entrar em conta com todos os factores relevantes. Ora, quem é mais afectado no seu rendimento pela crise não são os funcionários e pensionistas (mesmo com os cortes de que o Tribunal resolveu generosamente isentá-los) mas sim os trabalhadores do sector privado, que pagam a pesada factura do desemprego maciço, combinado com a redução do valor e da duração do subsídio de desemprego) e com a baixa generalizada de remunerações que o mercado de trabalho impõe.
Não são só os funcionários e pensionistas que sofrem cortes no seu rendimento. Contudo, o Tribunal não deu o devido relevo a estas situações, tornando a comparação uma ficção.
Um segundo equívoco.



"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
O Governo poderá anunciar brevemente uma medida alternativa para responder ao chumbo do Tribunal Constitucional: é que está a ser estudado o pagamento dos subsídios de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas em títulos de dívida pública em vez de dinheiro, avançou ontem The Wall Street Journal (WSJ) online.
Na comunicação que fez ao País, o primeiro-ministro não afastou esta hipótese. Disse apenas que respeitará a decisão do TC. Ora, esta apenas invalida que se suspendam os salários e as pensões, não proíbe que o pagamento seja feito em títulos de dívida. Essa hipótese nunca se colocou.
De acordo com o jornal norte-americano, parece que há aqui um plano B. O jornal cita "uma pessoa familiar com a situação", referindo que a opção, se implementada, permitirá ao Governo não pagar (incorrer em despesa) cerca de 1100 mil milhões de euros (valor líquido) nos próximos meses de junho e de julho, altura em que a verba (numerário) teria de sair dos cofres das Finanças.
Esse plano alternativo, refere o WSJ, poderá ser realizado em "bilhetes do Tesouro" (T-Bills), os títulos de curto prazo que a República emite para se financiar nos mercados internacionais.
Se assim for, o gap de 1300 milhões de euros líquidos será substancialmente reduzido, o que permitirá às Finanças gerir melhor a execução orçamental deste ano. Se o Governo fizer cortes novos, adicionais de 1300 milhões na despesa e pagar os 1300 milhões do subsídio de férias em dívida até arranja uma folga na execução orçamental num ano que já se antecipava como muito difícil de gerir, mesmo antes da decisão do TC.
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- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Ainda não percebi porquê tanto alvoroço em torno deste tema.
O TC aprovou medidas estimadas em 4 mil milhões e chumbou 1,3 mil milhões, o que é irrelevante para efeitos de contas públicas, pois representa apenas 0.8% do PIB, algo que está perfeitamente dentro das margens de erro habituais.
Portugal tem boa imagem na Europa e não acredito que estes 0.8% provoquem alguma "ira moral" por parte dos Alemães ou do BCE. Os juros quase nem mexeram a semana passada.
Como mais de metade do que foi chumbado vai ser recuperada em impostos (directos e indirectos), o custo no défice de 2013 vai ser de cerca de 0.4%. É isto que está a fazer correr tanta tinta? Ou há algo que me está a escapar?
O TC aprovou medidas estimadas em 4 mil milhões e chumbou 1,3 mil milhões, o que é irrelevante para efeitos de contas públicas, pois representa apenas 0.8% do PIB, algo que está perfeitamente dentro das margens de erro habituais.
Portugal tem boa imagem na Europa e não acredito que estes 0.8% provoquem alguma "ira moral" por parte dos Alemães ou do BCE. Os juros quase nem mexeram a semana passada.
Como mais de metade do que foi chumbado vai ser recuperada em impostos (directos e indirectos), o custo no défice de 2013 vai ser de cerca de 0.4%. É isto que está a fazer correr tanta tinta? Ou há algo que me está a escapar?
- Mensagens: 692
- Registado: 28/5/2008 1:17
richardj Escreveu:VIXIUM qual é a analise que fazes dos teus estudantes dos últimos 5 10 anos?
Que achas desta geração dos 18 aos 30?
Difícil dizer-te.
Gosto muito dos meus alunos e tenho dificuldade em analisar. Mas posso dizer-te algumas características transversais:
-Desinteressados de aspectos políticos;
-Alheados da vida societária a não ser em questões de voluntariado;
-Muito pro tecnológicos e cheios de gadgets;
-Talvez o seu maior defeito seja o baixo altruísmo e o excesso de auto-centragem. Ajudar alguém...ui, difícil a não ser no contexto estrito do voluntariado. Se for necessário ajudar um colega...ui, ui.
Porém, não estou nada de acordo com todos quantos dizem que estas gerações novas são para esquecer. Têm características diferentes da malta da minha geração e têm aspectos muito positivos. Têm mais mundo e interessam-se menos pela "paróquia". Depois de estarem fora e quando voltarem - muitos saem - espero que tragam muito do que cá falta. Eu fui dos da minha geração que saiu. E voltou (para mal dos meus pecados). Mas agora quase todos têm experiências, mesmo que curtas, fora. Via Erasmus e duplos graus. E isso tem uma influência positiva na construção de um Portugal diferente.
Como bons portugueses que são (há várias honrosas excepções)...são pouco amigos do trabalho. As mulheres são, em média, muito superiores aos homens nas idades mais baixas. Nos mestrados idem mas ainda vai havendo o homem que consegue destacar-se. Mas as mulheres começam claramente a dominar o sexo masculino (para ser franco, já dominam completamente). Menos brilho e menos rasgos mas muito, muito, muito mais trabalho.
Em traços largos....é isto. Faz mais perguntas se pretendes saber mais alguma coisa em particular.
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- Registado: 21/10/2012 19:07
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E o Benfica ganhou e amanhã do que se falará é do Campeonato. Se Jesus fica se sai. Se ganha se perde. E continua a mesma morna de sempre.
Indignações em fóruns? Bitaites sentado no sofá da sala enquanto se olha com um olho para o tipo que também manda uns bitaites na TV e os outros que se vão escrevendo por aqui? Indignações por escrito?
Então vamos lá? Quais são as acções em concreto, e onde irão acontecer, sem ser aqui no fórum?
Melhor que não aconteça mesmo nada porque se acontece parece-me que ainda será pior.
Indignações em fóruns? Bitaites sentado no sofá da sala enquanto se olha com um olho para o tipo que também manda uns bitaites na TV e os outros que se vão escrevendo por aqui? Indignações por escrito?
Então vamos lá? Quais são as acções em concreto, e onde irão acontecer, sem ser aqui no fórum?

Melhor que não aconteça mesmo nada porque se acontece parece-me que ainda será pior.

- Mensagens: 306
- Registado: 21/10/2012 19:07
- Localização: 16
Entretanto a Comissão Europeia já emitiu um comunicado sobre a situação portuguesa.
Aguardamos pelo que dirá o Tozé amanhã!
Aguardamos pelo que dirá o Tozé amanhã!
Statement by the European Commission on Portugal
The European Commission welcomes that, following the decision of the Portuguese Constitutional Court on the 2013 state budget, the Portuguese Government has confirmed its commitment to the adjustment programme, including its fiscal targets and timeline. Any departure from the programme's objectives, or their re-negotiation, would in fact neutralise the efforts already made and achieved by the Portuguese citizens, namely the growing investor confidence in Portugal, and prolong the difficulties from the adjustment.
The Commission therefore trusts that the Portuguese Government will swiftly identify the measures necessary to adapt the 2013 budget in a way that respects the revised fiscal target as requested by the Portuguese Government and supported by the Troika in the 7th review of the programme.
Continued and determined implementation of the programme offers the best way to restore sustainable economic growth and to improve employment opportunities in Portugal. At the same time, it is a precondition for a decision on the lengthening of the maturities of the financial assistance to Portugal, which would facilitate Portugal's return to the financial markets and the attainment of the programme's objectives. The Commission supports that such a decision be taken soon.
The Commission will continue to work constructively with the Portuguese authorities within the parameters agreed to alleviate the social consequences of the crisis.
The Commission reiterates that a strong consensus around the programme will contribute to its successful implementation. In this respect, it is essential that Portugal's key political institutions are united in their support.
http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-13-307_en.htm
“When it is obvious that the goals cannot be reached, don't adjust the goals, adjust the action steps.”
― Confucius
― Confucius
cjmbarbosa Escreveu:mcarvalho Escreveu:Sugerir CORTES??????
DISCORDO INTEIRAMENTE CONTIGO!!!
Até os nativos lutaram .contra a escravatura.. pouco lhes adiantou mas lutaram e mesmo assim se não tivessem lutado... já tinham morrido!! E Agora aproveitam-se dos ex escravos .. nem que tenham de os colocar na Presidencia .. para atingirem os seus objectivos..
Estamos numa fase de transição... entre o descalabro total de valores e princípios de uma sociedade dita " inteligente e evoluida" e um grupo minusculo de crápulas que se tentam aproveitar de fragilidades e globalização que criaram ou aproveitaram para esse fim..
Até que se crie o novo .. criará? o novo Império?
abraço
Engraçado este debate. Ainda hoje estava a ler o JN e o Mexia e o Catogra não se queixavam que não havia dinheiro e que isto estava mesmo difícil.
Um povo que não luta pelos seus direitos, é um povo que não os merece ter.
Pois....

Abraço,
Pepe
Querer é poder.
Pepe
Querer é poder.
Jornal de Negódios Escreveu:Passos recusa novos aumentos de impostos e avança com medidas de forte contenção da despesa pública
Bom, parece que a decisão do TC teve uma grande virtude, PPC vai começar a aplicar o seu programa de Governo.
Vem quase 2 anos atrasado mas eu prefiro ver pela parte positiva que ainda têm mais dois anos.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
Warren Buffett
cjmbarbosa Escreveu:mcarvalho Escreveu:Sugerir CORTES??????
DISCORDO INTEIRAMENTE CONTIGO!!!
Até os nativos lutaram .contra a escravatura.. pouco lhes adiantou mas lutaram e mesmo assim se não tivessem lutado... já tinham morrido!! E Agora aproveitam-se dos ex escravos .. nem que tenham de os colocar na Presidencia .. para atingirem os seus objectivos..
Estamos numa fase de transição... entre o descalabro total de valores e princípios de uma sociedade dita " inteligente e evoluida" e um grupo minusculo de crápulas que se tentam aproveitar de fragilidades e globalização que criaram ou aproveitaram para esse fim..
Até que se crie o novo .. criará? o novo Império?
abraço
Engraçado este debate. Ainda hoje estava a ler o JN e o Mexia e o Catogra não se queixavam que não havia dinheiro e que isto estava mesmo difícil.
Um povo que não luta pelos seus direitos, é um povo que não os merece ter.
Aqui não há Revoluçôes com sangue.. ou muito poucas..
todos "amouxam"...ou sugerem ao "inimigo" onde é que se pode "cortar".. para que não se corte naquilo que "nos interessa".....
até amanhâ
mcarvalho
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- Registado: 17/2/2004 1:38
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Manushe Escreveu:VIXIUM Escreveu:Mas a verdade, para além da ironia, é que talvez 50% do que digo vai ser verdade. A decisão do TC coloca-nos a mais 700/800 milhões a mais em relação aos 4000 milhões que já faltavam.
Concordo que a próxima 5ª feira vai ser absolutamente decisiva na renegociação da dívida. Se correr mal ficamos muito mais próximos da Grécia do que pensamos. E mesmo que corra bem...já está a correr tão mal que não há como fugir a algumas destas medidas. Agora os próximos cortes vão ser a doer mesmo.
E eu falo por mim: sou professor universitário (público) e não posso estar mais contra o que o TC fez.
Mesmo que condimentado com ironia (embora não me atreva a fazê-lo neste caso, tal a gravidade da situação e do que está em causa) permita-me dizer que discordo, especialmente nas medidas que aponta. Eu sei que essas poderão ser as medidas mais fáceis de serem executadas, pois é infinitamente mais fácil ser forte com os fracos. Pelos vistos, eles têm aguentado e aguentarão!
Agora, eu enquanto cidadã, não concebo que não se ataque primeiramente os verdadeiros buracos negros para os quais os sucessivos incompetentes governos nos arrastaram em conluio com interesses mais altos que não os mais nobres.
Alguns deles estão muito bem descritos pelo Paulo Morais no CM de hoje:
"Os cortes e a Corte
O estado português tem de reduzir a despesa em quatro mil milhões de euros, por imposição dos compromissos que assumiu com a troika. Na hora de proceder a cortes, exige-se que esta redução atinja os privilégios e as rendas atribuídos aos mais poderosos e não seja feita à custa de mais sofrimentos infligidos ao povo. Até porque ao nível dos privilégios há muito por onde cortar.
Comecem, de uma vez por todas, por reduzir os custos das parcerias público-privadas (PPP), desde logo as rodoviárias. Não é admissível que se continuem a garantir, apenas pela existência e disponibilidade de uma qualquer autoestrada, rentabilidades anuais de dezassete a vinte por cento aos concessionários privados. E muito menos se admite que no fim de cada ano estes sejam ainda compensados com bónus milionários... por causa da baixa sinistralidade. Os governantes estão obrigados a baixar os custos que as PPP representam para o erário público em, pelo menos, mil milhões de euros. Para tal, negoceiem a sério ou, em alternativa, expropriem os equipamentos pelo seu real valor, o que diminuiria brutalmente os custos. Em qualquer caso, suspendam de imediato os pagamentos.
Haja ainda coragem de estancar a sangria dos juros da dívida pública, que representam a maior despesa do estado e consomem treze por cento dos impostos pagos por todos os cidadãos e empresas. Para baixar o custo do serviço da dívida é necessário competência para a reescalonar e renegociar, coragem para enfrentar o "lobby" financeiro e credibilidade para colocar parte da dívida no mercado interno. Com uma nova atitude, o estado pouparia bem mais de dois milhões de euros.
Poder-se-iam ainda economizar largas centenas de milhões nas rendas imobiliárias que o estado continua a pagar para favorecer amigos, começando no Campus de Justiça de Lisboa e acabando em qualquer pequena repartição pública na província.
É ao nível dos grandes negócios de favor e da Corte indecente de privilégios que se deve provocar a diminuição da despesa do estado; antes sequer de se discutirem quaisquer novos cortes na saúde ou na educação. Reduzir mais as regalias sociais, apenas para manter intactas as prebendas dos grupos económicos favorecidos pelo regime, seria uma infame traição ao povo."
Até lá, até se acabar com estes e outros sorvedouros absolutamente escandalosos dos dinheiros públicos, considero pornográfico atacar-se o pouco do que já resta a cada um dos já remediados portugueses, muitos deles no limiar de uma sobrevivência digna.
Pois. Nós não estamos num país nórdico. Estamos num país latino. E tudo o que está escrito é interessante, bonito, mas a menos que haja uma revolução o caminho será o mais fácil. Perguntas-me se concordo? Não. Mas é o que vai acontecer. Só estava a usar a minha bola de cristal...
Afinal, se o Relvas fez um mandato de 4 anos em 2 e um curso superior de 4 anos com 4 cadeiras eu também posso tirar um curso de astrólogo...em minutos

Mas não deixo de te dar razão. Agora entre a razão e a realidade...vai uma distância. Não te esqueças que neste país não há sangue....a última revolução que se fez foi com cravos (revolução com cravos!!????). Eras nascida? Portanto, não penses que vai haver grandes loucuras. A menos que eu não conheça o povo português o que acho difícil (passam-me 500 alunos por ano pelas mãos). Por isso há quem possa vir dizer "aguentam, ai aguentam, aguentam". Aconteceu alguma coisa para além de umas bocas? Se fosse em Espanha se calhar teria o carro incendiado ou um tiro na cabeça...Mas Portugal é diferente. Somos os mais brandos dos latinos. Os mais porreiros...E talvez os mais estúpidos. Ou não. Depende do ponto de vista.
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Re: A tábua de pregos nas costas é para o pobre
Dilson Costa Escreveu:darkvader Escreveu:Esta decisão do TC foi profundamente corporativa.
Senão vejamos. Quem vai sofrer com esta decisão serão:
- Os precários que ainda têm algum vínculo ao Estado: RUA.
- Os pobres que recebem algum pouco e magro subsídio do Estado: CORTA e ninguém grita pois os desgraçados não têm palco nas TV's, nem nos comentadores.
- Os que agora queriam aumento do salário mínimo: CIAO CIAO arriverdeci
- os FP's de baixas habilitações: RUA
- os profs no horário 0: RUA
- as fundações e institutos onde houve corte de 30%, passa a haver de 100% (este já não são assim tão pobres, mas há algumas instituições de solidariedade social que vão com a água do banho)
Os caríssimos amigos Juízes e outros marajás do Estado, esses jamais serão tocados, pois devido à famosa teoria da separação de poderes, o gov. nunca poderá despedir Juízes e afins.
Bem jogado sem dúvida, por esta cambada de Pançudos!
Subscrevo!!
Afinal, os Juizes do TC são.... Funcionários Púlicos, defenderam o seu subsídio pois... do alto da sua cadeira de sonho, têm tudo garantido, limpinho!! Que moral tem esta gente de falar em igualdade?
Como castigo por não terem feito o trabalho de casa e por isso produzirem (se é que produzem alguma coisa)um acórdão Umbigal, deviam passar a só puderem passar à "superior aposentação" a partir dos 42 anos ou mesmo 43...

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Re: A tábua de pregos nas costas é para o pobre
darkvader Escreveu:Esta decisão do TC foi profundamente corporativa.
Senão vejamos. Quem vai sofrer com esta decisão serão:
- Os precários que ainda têm algum vínculo ao Estado: RUA.
- Os pobres que recebem algum pouco e magro subsídio do Estado: CORTA e ninguém grita pois os desgraçados não têm palco nas TV's, nem nos comentadores.
- Os que agora queriam aumento do salário mínimo: CIAO CIAO arriverdeci
- os FP's de baixas habilitações: RUA
- os profs no horário 0: RUA
- as fundações e institutos onde houve corte de 30%, passa a haver de 100% (este já não são assim tão pobres, mas há algumas instituições de solidariedade social que vão com a água do banho)
Os caríssimos amigos Juízes e outros marajás do Estado, esses jamais serão tocados, pois devido à famosa teoria da separação de poderes, o gov. nunca poderá despedir Juízes e afins.
Bem jogado sem dúvida, por esta cambada de Pançudos!
Subscrevo!!
Afinal, os Juizes do TC são.... Funcionários Púlicos, defenderam o seu subsídio pois... do alto da sua cadeira de sonho, têm tudo garantido, limpinho!! Que moral tem esta gente de falar em igualdade?
Na bolsa como na vida, tudo é possível...
VIXIUM Escreveu:
(...)
Agora...há uma coisa que o pessoal parece esquecer-se nestes fóruns: continuamos a viver e temos que continuar a viver. E não podemos viver tão seriamente que nem saibamos rir um pouco. Até porque nos faz bem. A menos que queiramos ir todos ocupar os hospitais nos serviços de psiquiatria...
Rir é mesmo o melhor remédio.

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Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, United Kingdom, Ireland (Éire), USA, France, Belgique, Monaco, España, Italia, Deutschland, Österreich, Luxemburg, Schweiz, 中国
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As minhas cruzes do euromilhões são as seguintes;
- Mais cortes no RSI;
- Corte na duração do subsidio de maternidade, doença e desemprego;
- Mobilidade á bruta e novos contratados na FP a valores substancialmente inferiores e mais precários;
- Corte substancial nas bolsas, propinas a partir do 9º Ano e aumento das propinas no ensino superior;
- Aumento das taxas moderadoras;
- Desmantelamento da ADSE;
- Renegociação de algumas PPPs;
- Extinção de postos médicos e supressão de serviços de urgência em mais hospitais;
- Pressão sobre os funcionários públicos excedentários;
- Combate mais efetivo sobre a irregular circulação rodoviária;
- Encerramento de escolas;
- Menor comparticipação sobre passes sociais e subsidios complementares;
- Menor apoio ao emprego e á criação do próprio negócio;
- Menor comparticipação sobre os medicamentos;
- Maior burocracia.
- Mais cortes no RSI;
- Corte na duração do subsidio de maternidade, doença e desemprego;
- Mobilidade á bruta e novos contratados na FP a valores substancialmente inferiores e mais precários;
- Corte substancial nas bolsas, propinas a partir do 9º Ano e aumento das propinas no ensino superior;
- Aumento das taxas moderadoras;
- Desmantelamento da ADSE;
- Renegociação de algumas PPPs;
- Extinção de postos médicos e supressão de serviços de urgência em mais hospitais;
- Pressão sobre os funcionários públicos excedentários;
- Combate mais efetivo sobre a irregular circulação rodoviária;
- Encerramento de escolas;
- Menor comparticipação sobre passes sociais e subsidios complementares;
- Menor apoio ao emprego e á criação do próprio negócio;
- Menor comparticipação sobre os medicamentos;
- Maior burocracia.
Na bolsa como na vida, tudo é possível...
VIXIUM Escreveu:Mas a verdade, para além da ironia, é que talvez 50% do que digo vai ser verdade. A decisão do TC coloca-nos a mais 700/800 milhões a mais em relação aos 4000 milhões que já faltavam.
Concordo que a próxima 5ª feira vai ser absolutamente decisiva na renegociação da dívida. Se correr mal ficamos muito mais próximos da Grécia do que pensamos. E mesmo que corra bem...já está a correr tão mal que não há como fugir a algumas destas medidas. Agora os próximos cortes vão ser a doer mesmo.
E eu falo por mim: sou professor universitário (público) e não posso estar mais contra o que o TC fez.
Mesmo que condimentado com ironia (embora não me atreva a fazê-lo neste caso, tal a gravidade da situação e do que está em causa) permita-me dizer que discordo, especialmente nas medidas que aponta. Eu sei que essas poderão ser as medidas mais fáceis de serem executadas, pois é infinitamente mais fácil ser forte com os fracos. Pelos vistos, eles têm aguentado e aguentarão!
Agora, eu enquanto cidadã, não concebo que não se ataque primeiramente os verdadeiros buracos negros para os quais os sucessivos incompetentes governos nos arrastaram em conluio com interesses mais altos que não os mais nobres.
Alguns deles estão muito bem descritos pelo Paulo Morais no CM de hoje:
"Os cortes e a Corte
O estado português tem de reduzir a despesa em quatro mil milhões de euros, por imposição dos compromissos que assumiu com a troika. Na hora de proceder a cortes, exige-se que esta redução atinja os privilégios e as rendas atribuídos aos mais poderosos e não seja feita à custa de mais sofrimentos infligidos ao povo. Até porque ao nível dos privilégios há muito por onde cortar.
Comecem, de uma vez por todas, por reduzir os custos das parcerias público-privadas (PPP), desde logo as rodoviárias. Não é admissível que se continuem a garantir, apenas pela existência e disponibilidade de uma qualquer autoestrada, rentabilidades anuais de dezassete a vinte por cento aos concessionários privados. E muito menos se admite que no fim de cada ano estes sejam ainda compensados com bónus milionários... por causa da baixa sinistralidade. Os governantes estão obrigados a baixar os custos que as PPP representam para o erário público em, pelo menos, mil milhões de euros. Para tal, negoceiem a sério ou, em alternativa, expropriem os equipamentos pelo seu real valor, o que diminuiria brutalmente os custos. Em qualquer caso, suspendam de imediato os pagamentos.
Haja ainda coragem de estancar a sangria dos juros da dívida pública, que representam a maior despesa do estado e consomem treze por cento dos impostos pagos por todos os cidadãos e empresas. Para baixar o custo do serviço da dívida é necessário competência para a reescalonar e renegociar, coragem para enfrentar o "lobby" financeiro e credibilidade para colocar parte da dívida no mercado interno. Com uma nova atitude, o estado pouparia bem mais de dois milhões de euros.
Poder-se-iam ainda economizar largas centenas de milhões nas rendas imobiliárias que o estado continua a pagar para favorecer amigos, começando no Campus de Justiça de Lisboa e acabando em qualquer pequena repartição pública na província.
É ao nível dos grandes negócios de favor e da Corte indecente de privilégios que se deve provocar a diminuição da despesa do estado; antes sequer de se discutirem quaisquer novos cortes na saúde ou na educação. Reduzir mais as regalias sociais, apenas para manter intactas as prebendas dos grupos económicos favorecidos pelo regime, seria uma infame traição ao povo."
Até lá, até se acabar com estes e outros sorvedouros absolutamente escandalosos dos dinheiros públicos, considero pornográfico atacar-se o pouco do que já resta a cada um dos já remediados portugueses, muitos deles no limiar de uma sobrevivência digna.
Editado pela última vez por Manushe em 7/4/2013 22:36, num total de 1 vez.
"You can sedate all the people some of the time, and some of the people all of the time, but you cannot sedate all of the people all of the time."
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
"É uma infelicidade da nossa época....que os doidos guiem os cegos."
William Shakespeare
PMACS Escreveu:lfhm Escreveu:Entretanto o BE sobe para 7,8%![]()
nas intenções de voto
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Só temos o que merecemos...
Qual é a fonte dessa sondagem?
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... o_psd.html
Boas Manusche:
Eu sou o irónico de serviço!
O pessoal anda em pânico demais e leva os debates, então nestes blogs, demasiado a sério. Mais: levam-se demasiado a sério e todos querem explicações híper fundamentadas e estudadas. Parece que está tudo a escrever papers em vez de descontrair um bocadinho...
Mas a verdade, para além da ironia, é que talvez 50% do que digo vai ser verdade. A decisão do TC coloca-nos a mais 700/800 milhões a mais em relação aos 4000 milhões que já faltavam.
Concordo que a próxima 5ª feira vai ser absolutamente decisiva na renegociação da dívida. Se correr mal ficamos muito mais próximos da Grécia do que pensamos. E mesmo que corra bem...já está a correr tão mal que não há como fugir a algumas destas medidas. Agora os próximos cortes vão ser a doer mesmo.
E eu falo por mim: sou professor universitário (público) e não posso estar mais contra o que o TC fez. Mas já fez. E não vislumbro saídas para isto. Por nós próprios, seguramente não vejo.
Valha-nos, no meio disto, que o governo não se demitiu.
Mas para te responder e sem medos porque eu não mordo digo-te que boa parte não é ironia. É Grécia mesmo.
Agora...há uma coisa que o pessoal parece esquecer-se nestes fóruns: continuamos a viver e temos que continuar a viver. E não podemos viver tão seriamente que nem saibamos rir um pouco. Até porque nos faz bem. A menos que queiramos ir todos ocupar os hospitais nos serviços de psiquiatria...
Eu sou o irónico de serviço!

O pessoal anda em pânico demais e leva os debates, então nestes blogs, demasiado a sério. Mais: levam-se demasiado a sério e todos querem explicações híper fundamentadas e estudadas. Parece que está tudo a escrever papers em vez de descontrair um bocadinho...
Mas a verdade, para além da ironia, é que talvez 50% do que digo vai ser verdade. A decisão do TC coloca-nos a mais 700/800 milhões a mais em relação aos 4000 milhões que já faltavam.
Concordo que a próxima 5ª feira vai ser absolutamente decisiva na renegociação da dívida. Se correr mal ficamos muito mais próximos da Grécia do que pensamos. E mesmo que corra bem...já está a correr tão mal que não há como fugir a algumas destas medidas. Agora os próximos cortes vão ser a doer mesmo.
E eu falo por mim: sou professor universitário (público) e não posso estar mais contra o que o TC fez. Mas já fez. E não vislumbro saídas para isto. Por nós próprios, seguramente não vejo.
Valha-nos, no meio disto, que o governo não se demitiu.
Mas para te responder e sem medos porque eu não mordo digo-te que boa parte não é ironia. É Grécia mesmo.
Agora...há uma coisa que o pessoal parece esquecer-se nestes fóruns: continuamos a viver e temos que continuar a viver. E não podemos viver tão seriamente que nem saibamos rir um pouco. Até porque nos faz bem. A menos que queiramos ir todos ocupar os hospitais nos serviços de psiquiatria...

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