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Caldeirão da Bolsa

2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dias!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por BearManBull » 3/1/2023 18:51

Lá está Djo, problemas de burocracias ou culturais/legais.

Tenho ideia que fecharam muita refinaria no 1o mundo. Normal que depois faltem produtos refinados.

Relativo à inflação, a minha percepção real é de que está a crescer desde 2016, claro que quando disparas a bazuka com centenas de milhões de euros de cash distribuídos para consumir à grande e à francesa sem grande critério (os estados não seguem critérios de mercado...) acaba por se provocar um efeito de forte escassez de recursos.

Como dizia Keynes Let them dig holes in the ground., se estiver toda a gente a escavar buracos não sobra ninguém para dar comer a quem esta a escavar buracos.

Acima de tudo a minha critica foi no sentido de não acreditar que a energia tenha sido a unica força inflacionista. Penso que existem uma série de factores, até porque mesmo com o preço da energia no mercado livre a estar mais controlada, continuamos com inflação elevada. Mas claro que acredito que tenha um papel fundamental mas incapaz de sô por si gerar esta onda inflacionista que obrigou os BCs a reformular por completo as estrategias de longo prazo.
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Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por rg7803 » 3/1/2023 18:17

djovarius Escreveu:
BearManBull Escreveu:
djovarius Escreveu:
A China beneficia, sim, é certo, mas também ela não vai escapar, segundo o FMI a crescimento negativo do Produto. Numa Economia altamente exportadora, se a tua clientela está em crise, tu também cais na crise. Um bom exemplo são os vinhos portugueses: alguns levaram grande "pancada" com a perda do cliente Russo...

Abraço
dj


Esse é um exemplo interessante...o que eles aparentemente estão a perder no mercado russo estão a compensar nos preços cobrados cá no mercado interno :| ...os preços quer em loja da especialidade quer em grande superfície têm subido bem acima da inflação média.
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Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por djovarius » 3/1/2023 17:06

BearManBull Escreveu:
djovarius Escreveu:Nesse contexto, mais uma vez ficou a análise sem efeito. Sem guerra, teríamos tido uma inflação alta mas provavelmente breve, incapaz de fazer soar os alarmes dos Bancos Centrais, pelo menos não muito. Com a guerra, tivemos desabastecimentos, escassez de alguns insumos, carestia generalizada de produtos energéticos e alimentares, algo que, de novo, não podíamos antever há um ano.


Não concordo nada com isso, os USA são bastante independentes no consumo de gás e têm a inflação mais alta dos últimos 50 ano, apesar do oil só ter um pequeno spike acima dos $100. A guerra tem um efeito muito muito limitado nos USA e até pode ser benéfica para a China (acesso a energia mais barata).

Existem outros factores de relevo que ninguém se atreve a mencionar, e.g.: a idade média do mundo ocidental é cada vez mais insustentável, boa sorte a encontrar um eletricista/canalizador em Portugal... não tem nada que ver com a guerra é um problema cultural. A somar temos a ultra burocracia, a brutal carga fiscal e o parasitismo institucionalizado.


Obrigado pela participação :)

Em relação ao segundo parágrafo, de facto, nunca o mencionei porque trata-se de outro mercado, o de trabalho, a que se soma, como dizes e bem, as ineficácias do nosso sistema, inclusive a carga fiscal elevada. Mas esse fenómeno já havia em 2019 e ninguém falava de inflação. Já nesse tempo se oferecia na hotelaria € 1.500,00 por mês a bons empregados de mesa + bónus + tips e... poucos queriam, sabiam como ganhar ainda mais. O mesmo se aplica a profissões como as que referiste. Se aqui não conseguirem ganhar... a fronteira está aberta, o Luxemburgo e a Suíça não são longe e até os EAU já não são tão longe assim...

Em relação ao primeiro parágrafo, creio que estás equivocado :P (lá está o nosso problema). Aquilo que eu referi, aplica-se também aos EUA, mesmo sabendo que têm gás 3x mais barato que na Europa e até produção de petróleo. A gasolina por lá chegou a valores nunca vistos na Califórnia e outros locais, chegou a haver escassez de Diesel (reservas para poucos dias) e muitos produtos a faltarem. Lembras-te da bronca da "baby formula" ??? Foi a mais mediática, mas não a única. Então e não chegaram a um "peak" de quase 10% de inflação à mesma??

A China beneficia, sim, é certo, mas também ela não vai escapar, segundo o FMI a crescimento negativo do Produto. Numa Economia altamente exportadora, se a tua clientela está em crise, tu também cais na crise. Um bom exemplo são os vinhos portugueses: alguns levaram grande "pancada" com a perda do cliente Russo...

Abraço
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Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por BearManBull » 3/1/2023 9:56

djovarius Escreveu:Nesse contexto, mais uma vez ficou a análise sem efeito. Sem guerra, teríamos tido uma inflação alta mas provavelmente breve, incapaz de fazer soar os alarmes dos Bancos Centrais, pelo menos não muito. Com a guerra, tivemos desabastecimentos, escassez de alguns insumos, carestia generalizada de produtos energéticos e alimentares, algo que, de novo, não podíamos antever há um ano.


Não concordo nada com isso, os USA são bastante independentes no consumo de gás e têm a inflação mais alta dos últimos 50 ano, apesar do oil só ter um pequeno spike acima dos $100. A guerra tem um efeito muito muito limitado nos USA e até pode ser benéfica para a China (acesso a energia mais barata).

Existem outros factores de relevo que ninguém se atreve a mencionar, e.g.: a idade média do mundo ocidental é cada vez mais insustentável, boa sorte a encontrar um eletricista/canalizador em Portugal... não tem nada que ver com a guerra é um problema cultural. A somar temos a ultra burocracia, a brutal carga fiscal e o parasitismo institucionalizado.
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Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por IX Hispana » 3/1/2023 1:42

Bom resumo, obrigado
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Re: 2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dia

por djovarius » 2/1/2023 23:46

(cont. com mais gráficos)


Obrigado pela leitura, façam os vossos comentários / questões
Anexos
USDJPY.png
Este foi o par do ano. Não é comum ver um dos "majors" atingir tamanhas valorizações. Em tempo de guerra, inflação, juros altos, o USD é apetitoso. Mas lá veio o exagero e o BOJ para acalmar os touros enraivecidos. Foi bom para quem queria um "trade" óbvio, raro no Forex, mas agora a tendência parece ter mudado. Vamos ver se o clima dos mercados não levará mesmo a uma fuga a favor do JPY - o que também não seria uma surpresa...
USDJPY.png (47.54 KiB) Visualizado 2957 vezes
BTC.png
Não há palavras para definir o pior do ano. As criptomoedas foram o fracasso do ano, algo já esperado após tempos de "casino global".
Eu diria: nada de novo acontece nos mercados.
O Bitcoin foi mau, mas houve pior. No caso em concreto, ainda há pouco tempo andava em 50K (USD) para vir "morrer" em 16K.
Os escândalos em torno das criptos não devem ajudar estes ativos...
OIL.png
Já se falou das "commodities", mas vale sempre a pena ver a questão do petróleo. Houve um movimento especulativo que se extremou com a guerra (normal) mas acabaria por acalmar. Está praticamente ao nível de há um ano, mas eu não diria que as subidas acabaram. Tudo pode acontecer, mas atenção: uma recessão pode fazer os preços colapsarem...
OIL.png (46.03 KiB) Visualizado 2957 vezes
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2023 – tempo de equívocos; a caminhada para melhores dias!

por djovarius » 2/1/2023 23:35

Adivinhar ou tentar adivinhar o futuro nunca foi um exercício fácil. Conseguir fazê-lo de uma forma consistente é uma impossibilidade lógica. Teríamos uma vida vazia sem surpresas, embora fosse interessante no contexto de acertar a lotaria ou, bom por bom, a “lotaria” dos mercados financeiros.
Ainda assim, com base em acontecimentos mais ou menos recentes, sempre foi possível, não adivinhar o futuro, mas sim, projetar, na medida do possível, com base em probabilidades maiores ou menores, o desempenho de ativos financeiros, sobretudo se não ocorressem as tais surpresas que ninguém pode antever.
É por isso que vivemos tempos em que facilmente nos equivocamos. A série de eventos inesperados que vivenciámos nos últimos anos não permitiram equacionar convenientemente o que viria a seguir. Desde o infame 11 de Setembro de 2001 ou em menor escala desde a crise do “sub-prime” que não assistíamos a nada tão semelhante.

Por isso é que o nosso tradicional “lançamento” de novo ano, desde o de 2020, não tem tido muita utilidade, rapidamente é ultrapassado pelos acontecimentos. Se é verdade que já se sabe à partida que tal pode sempre ocorrer, também é verdade que se torna verdadeiramente frustrante quando isso se torna recorrente. Regra em vez de exceção.

Na realidade, em 2020 (foi escrito antes de termos o desprazer de conhecer o Sars-Cov2), tínhamos a sensação de que estávamos a entrar em novos momentos de euforia (bolhas) na esfera financeira global. Afirmámos mesmo que isso poderia marcar o início dos anos vinte, até que ocorresse mais uma grave crise pós-bolha, mais lá para o meio ou para o final da década. Como vimos, apenas 3 meses depois, a realidade inesperada trocou as voltas a todo o mundo em todo o mundo. Ao contrário do que se antevia, a crise veio logo com toda a força, pelo que os pressupostos mudaram: afinal, a haver novas euforias, só mesmo lá o fim da década. Mais interessante ainda foi o facto de os mercados terem recuperado das quedas abruptas em apenas poucos meses. Mas isso não foi uma surpresa total, já sabíamos bem a força que os Bancos Centrais podem ter quando atuam em conjunto. No caso, tratou-se de uma liquidez sem precedentes na História, a que se juntaram políticas fiscais das mais laxistas de que temos memória.

Em 2021, nem tivemos grandes surpresas. Logo no início do ano, a grande dúvida passava pela recuperação, pelo ritmo da mesma, mas sobretudo pelo grau de “normalização” das sociedades. Era a grande esperança. A tentativa de regresso à “vida” anterior à pandemia. Na realidade, ainda que a um ritmo lento, começámos a entender que, sim, acabaríamos mais cedo ou mais tarde por retornar à abertura da sociedade e aos negócios como sempre foram.

Por isso é que, o nosso texto, no início de 2022, já falava menos no vírus “per si” e mais nas consequências do combate aos problemas económicos relacionados com o mesmo. A dita extrema liquidez, associada à expansão fiscal dos Governos, não poderia causar outra coisa que não fosse inflação elevada ao nível dos produtores e dos consumidores, até porque a rutura das cadeias de abastecimento para isso contribuía agressivamente. Nesse ponto não nos equivocámos: há anos que sabíamos que a liquidez extrema acabaria por “saltar” para a Economia real, não sabíamos era quando e como isso acabaria por acontecer. A resposta começava a ser clara na transição de 2021 para 2022.
Só que…o mundo das surpresas ainda não tinha dito as últimas palavras. Tal como no 1º trimestre de 2020, o 1º trimestre de 2022 nos trouxe um evento extraordinário que não conseguimos antever. Escusado será dizer que falamos agora da invasão Russa à Ucrânia, um acontecimento totalmente diferente do anterior, mas tão ou mais disruptivo para alguns setores da Economia, como acabaríamos por descobrir pouco depois, ao ponto de nos esquecermos da pandemia, ao ponto de passarmos todos de “virologistas” para “conselheiros militares”. É verdade que o conflito estava latente desde a anexação da Crimeia em 2014, mas nada indicava que uma guerra quente poderia mesmo acontecer. Puro erro da nossa parte.

Enfim, depressa muda o “zeitgeist” nestes tempos de agitação e confusão.
Nesse contexto, mais uma vez ficou a análise sem efeito. Sem guerra, teríamos tido uma inflação alta mas provavelmente breve, incapaz de fazer soar os alarmes dos Bancos Centrais, pelo menos não muito. Com a guerra, tivemos desabastecimentos, escassez de alguns insumos, carestia generalizada de produtos energéticos e alimentares, algo que, de novo, não podíamos antever há um ano. A verdade é que a referida inflação de preços ao produtor e ao consumidor, já elevada, acabaria por disparar em quase todo o mundo. A recuperação pós-pandemia ficou adiada, mais uma vez os Estados se viram obrigados a intervir, mas desta vez, sem grande ajuda por parte dos Bancos Centrais, obviamente, porque não se pode combater o fogo com gasolina… imagine-se o que seria aumentar a liquidez num cenário de inflação elevada?
Com isto, temos grandes Economias em estagnação, mais uma vez paira o fantasma da recessão (suave ou severa, veremos), a palavra “crise” teima em não nos abandonar. Os juros ainda estão a subir, como vimos no segundo semestre, assim poderão continuar no 1º semestre de 2023 enquanto se espera que os indicadores financeiros melhorem lentamente ao longo desse período. De novo, entrámos numa luta contra o tempo. Tem sido assim desde o início desta conturbada década.

Perante tudo isso, que dizer sobre 2023?
Continuaremos a assistir a más surpresas? Ou ao menos a eventos que levarão a novo adiamento da esperada recuperação? Ou será que, nalgum momento de 2023, poderemos finalmente iniciar a caminhada para melhores dias? Leia-se: inflação em queda sustentada com retoma do crescimento!
Ao que parece, os mercados ainda poderão piorar antes de melhorar. Desde logo, os Bancos Centrais ainda continuam a subir juros e a “enxugar” a liquidez ao mesmo tempo que o controlo da alta dos preços ainda só obtém um sucesso muito modesto. É tudo lento. Isso significa uma maior perda de rendimento real para a generalidade dos consumidores. Quem tem dívidas, gasta mais no serviço das mesmas, o que sinaliza menor consumo, pelo menos de itens e serviços supérfluos e menor nível de investimento não essencial por parte das empresas. Significa também maior agitação social e pressão sobre os decisores públicos e privados. A somar a isto, temos os problemas não resolvidos que ainda vêm de trás. Não se entende, então, como a maioria da população mundial vai escapar a algum grau de recessão. Aqui, nem sequer vamos entrar no preciosismo da definição da recessão técnica, entendida como dois trimestres consecutivos de recuo do PIB, vamos somente falar de recessão ou estagnação num espaço de tempo em que o crescimento do PIB real andará em torno de zero (nem seria o pior cenário). O fantasma da famosa “estagflação” da década de setenta do século passado volta a pairar, embora ainda não existam quaisquer sinais de que a duração do problema seja capaz de nos acompanhar ao longo de toda a presente década.
É importante que os mercados tenham a perceção de que no meio desses dois fenómenos, os Bancos Centrais continuam focados em primeiro lugar na questão do alívio da inflação. Se existir essa perceção, os juros vão parar de subir, a curva de rendimentos vai deixar de ficar invertida, os mercados poderão começar a antecipar melhores dias.

De momento, ainda tudo sugere a elevação dos juros de mercado, embora não em todos os prazos. Nesse contexto, os mercados de risco não têm condições para rapidamente recuperar o terreno perdido. Na verdade, ainda nada sugere que já vimos o fundo do poço nos mercados. O cenário ideal para a recuperação seria um topo nos juros (nalgum momento do primeiro semestre de 2023) em simultâneo com um fundo nos mercados acionistas e uma queda das “commodities” agrícolas e energéticas (topo na inflação ao produtor). A partir daí poderíamos começar a pensar novamente em investimentos de maior risco. A propósito de matérias-primas, é impossível falar em redução da inflação num cenário em que elas continuem em alta. Todavia, já temos bons indicadores de redução de alguns preços. Seria positivo que tal não mudasse nos próximos meses, sob pena de perdermos o esforço de redução dos ditos preços e assim termos de viver um período mais alargado de estagnação ou pior do que isso.
Por estas razões, é com muitas reservas que lançamos 2023 como um possível ano de recuperação. É desejável que assim seja, mas também é convicção de muitos operadores de que até 2024 teremos grandes dificuldades, pelo que só na última metade da corrente década é que poderíamos beneficiar de um novo período de crescimento consistente com evidente reflexo no andamento dos mercados.
Recorde-se, só para falar nos últimos trinta anos (o espaço de uma geração), que após crises com reflexo nos mercados, sempre tivemos períodos de recuperação consistente. Foi assim de 1994 a 1999, foi também assim de 2003 a 2007 e também de 2010 a 2019. Como vimos, de 2020 até agora, foi tudo diferente, devido às circunstâncias de que já falámos aqui. Continuamos com a convicção de que, após estes tempos conturbados, teremos dias bons nos mercados financeiros, mas, há que repetir, existem ainda todos esses problemas que nos impedem de estar imediatamente otimistas.

Agora, vamos recuperar, através de gráficos, o mais importante dos últimos 12 meses dos mercados que mais interessam.
Anexos
SP500.png
O SP500 (SPX), símbolo das bolsas internacionais, teve finalmente um ano mau, mas sem descalabro. Não é um "bear market", mas não se pode negar que as coisas podem piorar antes de melhorar. Quando a liquidez seca, acabam as euforias. No longo prazo, estas correções são saudáveis. Alcançou o topo há mais de 12 meses, começou a ruir ainda antes da guerra, pois já tinha começado outra "guerra", a dos preços altos...
SP500.png (49.77 KiB) Visualizado 2981 vezes
Nasdaq.png
Vale a pena colocar o gráfico do Nasdaq, o qual até tem semelhanças com muitos outros. "Lower-highs" e "lower-lows" ao longo do ano, mas aqui o que importa é a amplitude da coisa, é um índice em território "bear" após perder mais de 30% do valor máximo histórico atingido há mais de um ano. Ainda não se antevêm sinais de inversão de tendência, talvez falte aqui ainda uma espécie de "jogar a toalha ao chão".
Nasdaq.png (49.66 KiB) Visualizado 2981 vezes
DJCI.png
Eis o gráfico que ganhou extrema importância nos últimos anos. É o Dow Commodity Index, apresentado aqui numa versão que mostra os últimos 5 anos. Repare-se como os preços estavam relativamente estáveis antes da C-19, não puxando pela inflação, veja-se como chegaram a um mínimo no início dessa crise em 2020, começando depois a subir loucamente, atingindo mesmo um "blowout top" por conta da guerra, puxado principalmente mas não só pelo petróleo. Entretanto, já voltou ao nível de há um ano atrás. É essencial que não suba mais para poder contribuir para o esforço de combate à inflação. Se houver recessão, pode mesmo cair mais alguma coisa...
DJCI.png (40.13 KiB) Visualizado 2981 vezes
US10Y.png
Mais um título de referência para todos nós, a OT a dez anos do Tesouro norte-americano. Pode parecer trivial a passagem dos juros anuais da casa de 1,4% para mais de 4% num certo momento, mas a verdade é que os juros triplicaram (?) algo nada banal e que ajuda a explicar muito do que se passa nos mercados de risco. Pode ser que ainda não tenhamos visto um topo nas taxas de juro...
US10Y.png (46.78 KiB) Visualizado 2981 vezes
DE10Y.png
E agora a mesma coisa, mas passamos para o título de dívida alemão, grande referência da Europa. Como sempre, juros mais baixos que nos EUA, mas o que salta à vista é o facto de ainda há um ano atrás andar com "yields" negativas. Passou muito tempo assim como se fosse algo normal. De menos que zero, rende agora mais de 2%, o que também não é normal atendendo à inflação e à política monetária. Também tem potencial para cair mais = juros a subir no gráfico, antes de finalmente acalmar...
DE10Y.png (48.01 KiB) Visualizado 2981 vezes
EURUSD.png
Em 2022, poderemos ter assistido ao fim de um velho "bear" do EUR/USD, como se vê no gráfico.
A partir desse mínimo já vimos uma recuperação de 10% simbolizando a vontade de normalização da política monetária da zona EUR. Ainda é cedo para dizer que as quedas do par acabaram, mas a quebra daquela longa LT descendente é um sinal técnico nada bizarro. Vamos a ver se o nervosismo dos mercados não nos traz mais surpresas...
EURUSD.png (52.27 KiB) Visualizado 2981 vezes
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