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Re: Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 9/7/2022 17:38
por PXYC
Eu creio que 70% das pessoas que conheço abandonaria o seu trabalho, se pudesse. Trabalho numa área muito stressante e com poucas oportunidades de disfrutar exitos, portanto esta percentagem está influenciada pela realidade que conheço.

Acho interessantíssimo que as pessoas não queiram trabalhar, e mais ainda que o possam fazer não apenas nos estratos priveligiados mas também noutros estratos (as noticías de falta de mão de obra nos restaurantes fast food americanos são exemplificativos). Interessante tanto nas causas que permitem isto, mas também nas consequencias.
A entrada da mulher no mercado de trabalho mudou o mundo, o "Great Resignation" também poderia mudar na medida em que o trabalho já não é um sine qua non para o status. Apesar de tudo, acho que é um fenomemo muito circunstancial, como já alguém referiu neste tópico, ligado ao "free money" e apreciação de activos. Mas que pode ser uma semente para uma mudança de paradigma, isso pode.

Poderia ser uma realidade em Portugal. Quantas famílias não viram o seu património subir do 1M€ com a apreciação imobiliária em Lisboa?, bastava vender tudo e mudar para o interior e viver como classe média o resto da vida.

Re: Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 8/7/2022 13:16
por AC2719
carlosdsousa Escreveu:Boas
As empresas onde core é o "trabalho de braço" é onde isso a que te referes mais acontece.
A ideia que tenho, é que uma grande percentagem, encara o trabalho que tem, como um meio para atingir um fim (ter dinheiro para poder gerir o melhor que pode a sua vida). O trabalho que têm, não é o que idealizavam a vários níveis, mas é o que permite ter um rendimento ao fim de cada mês.
Vejo esses valores, não como a percentagem de pessoas que querem parar de trabalhar, mas como, os que estão descontentes com algo no seu trabalho e querem mudar para outro.

cumprimentos


Problema antigo...
O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar, para ser o tal poeta à solta.

Agostinho da Silva, in “Conversas Vadias” (1990)

Re: Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 8/7/2022 11:17
por Opcard
Bom dia RG , sondagem não é feita nos USA o fenómeno de desamor pelo trabalho do lado de lá do Atlântico já é antigo novidade é que tal aconteça em
2 países Japão e Alemanha que são conhecidos pelo amor ao trabalho .

Hoje as nossas sociedades dissociaram o rendimento do trabalho , há cheques de poder de compra em vários países . há países em que além do subsídio ,há o cheque ,ensino , cultural , transporte , desporto ….ter dinheiro não mais é associado ao esforço .
As gerações antigas ainda tinham vergonha ( num deste países perguntei a uma auxiliar só com 2 filhos porque vinha trabalhar eu sabia que ela perdia bastante ao fazê-lo mas ela disse-me que era para dar o exemplo aos filhos )

Os bancos centrais ajudaram ao espalharem a notícia que o dinheiro era grátis ,fácil e ilimitado.

Reforma aos 40 era O título de “Fig Mag”?
Serão Idealistas?, ou aproveitadores? são franceses que não querem mais trabalhar”.
“A novidade é que a própria ideia de trabalhar menos se tornou-se sinónimo de felicidade”.

Re: Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 8/7/2022 9:23
por rg7803
Bom dia.
O “Big Quit” ou “Great Resignation” conforme é conhecido foi um fenómeno local, focado no mercado laboral americano, e que teve um contexto (causas) muito específico, que de forma alguma tem paralelo na Europa ou muito menos em Portugal.
Ocorreram dois drivers que estiveram na sua génese: a pandemia que aumentou os receios individuais (doença grave, morte etc) e o boom dos mercados financeiros americanos depois do “mini crash” de Abril 2020. As contas reforma (401k e IRA) dos americanos de meia idade num prazo relativamente curto “engordaram” para valores que os depositantes só esperavam que se materializassem 10 ou 15 anos depois … e este súbito enriquecimento fez muita gente questionar-se sobre o “sentido da vida” e se se justificaria a manutenção das suas carreiras profissionais. Houve ainda um terceiro fator que facilitou este “early retirement” de muita gente: lá como cá o mercado imobiliário está em crescendo, em particular em áreas como o Texas, Oregon etc e isso gerou muitas mais valias em especulação imobiliária.
Não penso de todo que o fenómeno seja comparável á nossa realidade ou da maioria dos países que esse estudo refere.
Cumprimentos.

Re: Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 8/7/2022 9:14
por carlosdsousa
Boas
As empresas onde core é o "trabalho de braço" é onde isso a que te referes mais acontece.
A ideia que tenho, é que uma grande percentagem, encara o trabalho que tem, como um meio para atingir um fim (ter dinheiro para poder gerir o melhor que pode a sua vida). O trabalho que têm, não é o que idealizavam a vários níveis, mas é o que permite ter um rendimento ao fim de cada mês.
Vejo esses valores, não como a percentagem de pessoas que querem parar de trabalhar, mas como, os que estão descontentes com algo no seu trabalho e querem mudar para outro.

cumprimentos

Pior que a guerra para os mercados

MensagemEnviado: 8/7/2022 7:24
por Opcard
Gostava de ter resultado por empresa , mais que a guerra isto será terrível para a economia sem trabalho não ha produção sem salários não há consumo e os mercados sofrem , tenho reduzido posições vou dedicar este fim de semana a tentar perceber está sondagem .

“1/3 de trabalhadores pensa abandonar o seu emprego dentro de seis meses, em particular por causa da falta de perspectivas de desenvolvimento, de acordo com um estudo realizado pela empresa BCG em sete países e publicado na quinta-feira.

Japoneses (42%) e britânicos (41%) são os menos apegados ao trabalho, seguidos por australianos (36%), indianos e franceses (34%), americanos e alemães (33%), especifica o relatório ,com base em uma amostra representativa de mais de 7.000 pessoas. “