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Há uma ideia errada que, apesar de múltiplas vezes corrigida, persiste: a de que um trabalhador desconta para pagar a sua pensão. O Sistema de Segurança Social português não está concebido desse modo. Os trabalhadores atuais descontam para pagarem as pensões dos atuais pensionistas, no pressuposto de que os trabalhadores futuros descontem para pagar as pensões futuras dos atuais trabalhadores. O Sistema de Segurança Social português funda-se, portanto, num contrato intergeracional. Assim, na verdade, ninguém desconta para a sua pensão, desconta-se, sim, para a atual pensão de outro(s).
Considero que o Estado tem apenas a obrigação de proporcionar uma pensão digna e não pensões douradas.

Considero também que
o Sistema de Segurança Social deve ser um sistema de pensões de solidariedade social: quem mais ganha mais deve contribuir para a Segurança Social e, desse modo, contribuir para pagar, no fundo, não só a sua pensão (futura), mas também a despesa social com o pagamento das pensões de outras pessoas. Isto conseguir-se-ia estabelecendo um teto ao valor das pensões (2500 euros estaria bem) mas não estabelecendo um teto à contribuição para a Segurança Social, pois ninguém desconta, na realidade, como disse, para a sua própria pensão. Assim teríamos um sistema de pensões solidário.[/quote]
Quanto ao primeiro parágrafo concordo, infelizmente é assim que estamos presentemente. Ou seja, muita despesa necessária e pouca receita. Sei que é pelo motivo que apresenta, mas prefiro a linguagem económica que usei.

Assim sendo, maiores salários deveriam debelar as exigências com o tempo. Uma ou duas gerações.......mas o problema tem ainda outro senão, que é o facto que os Portugueses têm cada vez menos filhos (contribuintes do sistema....) e daqui a uns anos a situação presente será ainda pior, e não vejo outra solução que não seja maiores salários, ou incentivos sérios a se ter mais filhos. Algo que todos os governos falharam em fazer. Os benefícios que existem presentemente são migalhas para aquilo que é o projeto de se ter uma criança (ou mais) até esta ser independente........atenção que não quero interpretações de que os Pais querem tudo pago até o miúdo ter 18 Anos. Há muito por onde apoios, e não necessariamente subsidiar......
Quanto ao 2º parágrafo, aceito o seu limite, mas gosto mais do meu, pois tem a ótica de consequência do aumento de rendimentos de uma forma mais generalizada. 5.000€ no Portugal de hoje é muita fruta, mas noutros países nem por isso, com mão de Obra a ser bem remunerada, chega-se lá. E sobra para as suas pretensões. Não esquecer que quando se desconta para a reforma todos os meses, o valor não é 100% para a reforma, é também para as outras finalidades todas (doença, RSI, etc, etc, etc) da generalidade dos trabalhadores do sistema. Há quem pense que os seus descontos vão para a sua própria conta corrente.......
Os Espanhóis têm um salário mínimo de 1.050€, aqui tem sido um martírio, devido ao paradigma do tecido económico que os empresários e sucessivos governos decidem ter para o país (Construção civil, cafés, pastelarias e atividades turisticas.......). Estamos a viver no passado ainda......
Cps