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Caldeirão da Bolsa

Perspectivas para 2021

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Perspectivas para 2021

por Flav » 22/12/2020 13:19

Para já aproveito este poste para desejar ao pessoal do Caldeirão boas festas e um novo ano de 2021 bastante melhor que 2020. Para mim o fator chave vai sera evolução do programa dce vacinas na UE e em Portugal. Se os resultados forem sendo muito positivos a economia e a vida dos cidasdãos melhorara com a mesma intensidade.

Junto um documento muito interessante com as últimas previões da UE .

Comunicado de imprensa5 de novembro de 2020Bruxelas

Previsões económicas do outono de 2020: a recrudescência da pandemia agrava a incerteza e suspende a retoma económica.

A pandemia de coronavírus atingiu fortemente a economia mundial e europeia e teve repercussões económicas e sociais muito graves. A atividade económica europeia sofreu um duro golpe no primeiro semestre do ano, tendo registado embora um grande crescimento no terceiro trimestre com o levantamento gradual das medidas de confinamento. O recrudescimento da pandemia nas últimas semanas, que resultou na introdução de novas medidas de saúde pública destinadas a limitar a propagação do vírus, criou, no entanto, novas perturbações. As previsões de crescimento estão sujeitas a um grau de risco e incerteza extremamente elevado em virtude da situação epidemiológica.
Retoma suspensa e incompleta
De acordo com as previsões económicas do outono de 2020, a economia da área do euro registará uma contração de 7,8 % em 2020, seguindo-se um crescimento de 4,2 % em 2021 e de 3% em 2022. As previsões apontam para uma contração da economia da UE de 7,4 % em 2020, seguida de um crescimento de 4,1 % em 2021 e de 3 % em 2022. Comparativamente às previsões económicas do verão de 2020, as projeções de crescimento para a área do euro e para a UE são ligeiramente superiores em 2020 e inferiores em 2021. Não se espera que o produto da área do euro e da UE atinja em 2022 os níveis verificados antes da pandemia.
As repercussões económicas da pandemia variam consideravelmente de um Estado-Membro para outro e o mesmo acontece com as perspetivas de recuperação. Este estado de coisas reflete a propagação do vírus, o rigor das medidas de saúde pública adotadas para contê-lo, a composição setorial das economias nacionais e a firmeza das respostas políticas nacionais.
Aumento moderado da taxa de desemprego relativamente ao recuo da atividade económica
A perda de postos de trabalho e o aumento do desemprego comprometeram gravemente os meios de subsistência de muitos europeus. As medidas políticas adotadas pelos Estados-Membros, bem como as iniciativas a nível da UE, contribuíram para atenuar o impacto da pandemia nos mercados de trabalho. O âmbito sem precedentes das medidas tomadas, em particular graças aos regimes de redução de tempo de trabalho, levou a um aumento moderado da taxa de desemprego relativamente à queda da atividade económica. O desemprego deverá continuar a aumentar em 2021, com a supressão gradual das medidas de apoio de emergência por parte dos Estados-Membros e a entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho, mas deverá melhorar em 2022 com a retoma económica.
As previsões apontam para que a taxa de desemprego na área do euro aumente de 7,5 % em 2019 para 8,3 % em 2020 e 9,4 % em 2021, diminuindo em 2022 para 8,9 %. A taxa de desemprego na UE deverá aumentar de 6,7 % em 2019 para 7,7 % em 2020 e 8.6% em 2021, diminuindo em seguida para 8,0 % em 2022.
Aumento provável do défice e da dívida pública
Este ano, prevê-se uma subida significativa dos défices das administrações públicas em toda a UE, com o aumento das despesas sociais e a diminuição das receitas fiscais, que resultam de medidas políticas excecionais destinadas a apoiar a economia e o efeito dos chamados «estabilizadores automáticos».
As previsões apontam para que o défice orçamental agregado da área do euro aumente de 0,6 % do PIB em 2019 para cerca de 8,8 % em 2020, diminuindo em seguida para 6,4 % em 2021 e 4,7 % em 2022. Estas previsões explicam-se pela supressão progressiva das medidas de apoio de emergência, esperada durante 2021, que deverão acompanhar a melhoria da situação económica.
Refletindo a subida dos défices, as previsões apontam para um aumento do rácio agregado dívida/PIB da área do euro de 85,9 % do PIB em 2019 para 101,7 % em 2020, 102,3 % em 2021 e 102,6 % em 2022.
Inflação moderada
Em agosto e setembro, a queda abrupta dos preços da energia provocou a descida das taxas da inflação nominal para valores negativos. A inflação subjacente, que inclui todas as rubricas, à exceção dos preços da energia e dos produtos alimentares não transformados, sofreu também, no verão, uma queda substancial, provocada por uma menor procura de serviços, sobretudo de serviços relacionados com o turismo e bens industriais. A diminuição da procura, a estagnação do mercado de trabalho e uma forte taxa de câmbio do euro terão por consequência a baixa dos preços.
Prevê-se que a inflação na área do euro, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), seja, em média, de 0,3 % em 2020, aumentando para 1,1 % em 2021 e 1,3 % em 2022, à medida que os preços do petróleo estabilizarem. No que respeita à UE, a inflação deverá atingir 0,7 % em 2020, 1,3% em 2021 e 1,5 % em 2022.
Declarações dos membros do Colégio:
Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo de Uma Economia ao Serviço das Pessoas, declarou: «Estas previsões surgem num momento de grande incerteza, que esta segunda vaga da pandemia veio agravar. Perdemos a esperança de uma retoma rápida. A produção económica da UE não atingirá os níveis pré-pandémicos até ao final de 2022. Mas neste período de turbulência, demos provas de firmeza e solidariedade. Acordámos medidas sem precedentes para auxiliar cidadãos e empresas. Trabalharemos em conjunto para definir o caminho da recuperação, recorrendo a todos os instrumentos de que dispomos. Chegámos a acordo sobre um pacote de recuperação fundamental, o NextGenerationUE – com base no Mecanismo de Recuperação e de Resiliência – que permitirá prestar, em grande escala, apoio às regiões e aos setores mais afetados. Apelo novamente ao Parlamento Europeu e ao Conselho para que concluem rapidamente as negociações, para que os fundos comecem, em 2021, a ser desbloqueados e possamos juntos investir, reformar e reconstruir.»
Paolo Gentiloni, o Comissário responsável pela Economia, declarou: «Após a mais grave recessão da história da UE, no primeiro semestre deste ano, e da extraordinária recuperação registada no verão, a retoma da Europa viu-se suspensa com o aumento de casos da COVID-19. O crescimento voltará a verificar-se em 2021, mas só daqui a dois anos a economia europeia poderá atingir níveis próximos àqueles verificados antes da pandemia. No atual contexto de grande incerteza, as políticas económicas e orçamentais nacionais devem continuar a apoiar a recuperação económica. O NextGenerationUE deverá ser concluído este ano e implementado de forma eficaz no primeiro semestre de 2021.»
Elevado grau de incerteza face aos riscos de revisão em baixa
As incertezas e os riscos que caracterizam as previsões económicas do outono de 2020 continuam a ser excecionalmente elevados. O principal risco decorre do agravamento da pandemia, que requer medidas de saúde pública mais rigorosas e comporta, portanto, um impacto mais grave e duradouro na economia. Estas circunstâncias levaram a uma análise realizada com base em dois cenários alternativos de evolução da pandemia – um mais favorável e outro negativo – e seu respetivo impacto económico. Existe também o risco de que os danos infligidos à economia pela pandemia – as falências, o desemprego de longa duração e as roturas do aprovisionamento – possam ser mais profundos e abrangentes. A economia europeia poderá igualmente sofrer um impacto negativo, se a melhoria da economia global e do comércio mundial forem menores do que o previsto e se as tensões comerciais aumentarem. A possibilidade de tensões nos mercados financeiros constitui outro risco de revisão em baixa.
É, por outro lado, provável que o NextGenerationEU, o programa de recuperação económica da UE, que compreende o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, dê à economia da UE um impulso mais forte do que o previsto. Isto explica-se porque as previsões só têm em conta parte dos benefícios prováveis destas iniciativas, já que a informação disponível sobre os planos nacionais nesta fase é ainda limitada. Um acordo comercial entre a UE e o Reino Unido teria igualmente um impacto positivo na economia da UE, a partir de 2021, pressupondo que o comércio entre a UE e o Reino Unido terá por base a cláusula da nação mais favorecida da OMC.
Contexto
As previsões foram elaboradas num contexto de grande incerteza. Na segunda metade de outubro de 2020, os Estados-Membros anunciaram novas e importantes medidas no domínio da saúde pública destinadas a limitar a propagação do vírus.
As previsões baseiam-se num conjunto habitual de pressupostos técnicos em matéria de taxas de câmbio, taxas de juro e preços dos produtos de base, vigentes em 22 de outubro de 2020. Relativamente a todos os outros dados, incluindo aqueles que se referem às políticas públicas, as previsões têm em conta informações disponíveis até 22 de outubro, inclusive. A menos que as políticas sejam suficientemente pormenorizadas e anunciadas de forma credível, as projeções continuarão a assentar no pressuposto de políticas inalteradas.
As previsões baseiam-se em dois pressupostos técnicos importantes. Em primeiro lugar, parte-se do princípio de que as medidas de saúde pública vigorarão, ainda que parcialmente, durante o período abrangido pelas previsões. Espera-se, todavia, que após um período de exacerbação significativo, no quarto trimestre de 2020, o rigor das medidas venha, em 2021, gradualmente a diminuir. Parte-se também do princípio de que o impacto económico de um determinado nível de restrições diminua com o tempo, à medida que o sistema de saúde e os agentes económicos se adaptarem às circunstâncias impostas pelo coronavírus. Em segundo lugar, tendo em conta que as futuras relações entre a UE e o Reino Unido não são ainda claras, as projeções para 2021 e 2022 baseiam-se no pressuposto técnico de que, a partir de 1 de janeiro de 2021, o comércio entre a UE e o Reino Unido terá por base a cláusula da nação mais favorecida da OMC. Esta hipótese é formulada unicamente para efeitos da elaboração das previsões e não reflete qualquer antecipação ou expectativa quanto aos resultados das negociações entre a UE e o Reino Unido sobre o futuro das suas relações.
As próximas previsões da Comissão Europeia serão uma atualização das projeções do PIB e da inflação, a apresentar no âmbito das previsões económicas do inverno de 2021, provavelmente em fevereiro de 2021.
Para mais informações
Documento integral: Previsões económicas do outono de 2020.
 
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Re: Perspectivas para 2021

por lobus3101 » 21/12/2020 23:47

rsacramento Escreveu:para quem esteja interessado aqui fica o PDF, o qual por razões de tamanho se encontra dividido em dois


Simplesmente excelente.
Apenas : Obrigado.
 
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Re: Perspectivas para 2021

por rsacramento » 21/12/2020 19:42

para quem esteja interessado aqui fica o PDF, o qual por razões de tamanho se encontra dividido em dois
Anexos
Outlook 2021-1.pdf
(815.02 KiB) Transferido 174 Vezes
Outlook 2021-2.pdf
(602.64 KiB) Transferido 155 Vezes
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Re: Perspectivas para 2021

por Ulisses Pereira » 21/12/2020 14:07

Claro que ponho a hipótese dos mercados continuarem a subir, nunca posso fechar a porta a qualquer hipótese e muitas vezes estou bem enganado. Nem era mesmo a minha intenção aqui estar a fazer qualquer tipo de análise. Era apenas para dizer que não creio que esta excelente análise macroeconómica aqui feita pelo Banco BIG (mais no pdf do que aqui) vá mover os mercados, porque acredito que todo o movimento que foi feito foi com base nisto. A forma como evoluirão outros factores (que inclui a injecção de dinheiro no sistema de que bem falas) é que serão determinantes para isso.

Abraço,
Ulisses
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Re: Perspectivas para 2021

por Àlvaro » 21/12/2020 13:50

Ulisses, vejo que continuas pessimista. Nem pões a hipótese dos bancos centrais continuarem a injetar liquidez até haver inflação?! É que se assim for o que fazer com esse dinheiro?
 
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Re: Perspectivas para 2021

por rsacramento » 21/12/2020 13:44

Ulisses Pereira Escreveu:Quanto ao conteúdo em si, tive a oportunidade de ler a análise do Banco Big para o "outlook" de 2021 que esteve na génese deste vídeo

O meu primeiro intuito foi o de colocar aqui o PDF a que te referes, mas nem zipado o software do fórum deixou (por ser superior a 1MB)
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Re: Perspectivas para 2021

por Ulisses Pereira » 21/12/2020 13:03

Em primeiro lugar, quero dizer ao Nirsup que a voz, apresentação e idade de uma pessoa nada me diz sobre a sua capacidade profissional, seja nos mercados financeiros ou em qualquer outra área profissional. Quanto muito, pode dizer na área da comunicação, não do conteúdo.

Quanto ao conteúdo em si, tive a oportunidade de ler a análise do Banco Big para o "outlook" de 2021 que esteve na génese deste vídeo. A análise macroeconómica está muito bem feita e é algo muito interessante de se ler para alguém que quer estar informado das perspectivas económicas. O problema - tal como o Nirsup aqui colocou - é que aquilo é a perspectiva da economia e que fazer dali um paralelismo para o mercado é muito perigoso, porque o mercado já incorporou aqueles cenários que são aqueles mais previsíveis.

Abraço,
Ulisses
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Re: Perspectivas para 2021

por NirSup » 20/12/2020 14:41

rsacramento Escreveu:Partilho este vídeo (confesso que não recebi qualquer comissão do banco :wink: )

https://www.youtube.com/watch?v=3GEfccW ... e=youtu.be


Vi o vídeo até ao fim (fazendo um apelo à minha paciência).
Primeiras impressões (quero salientar que são as minhas impressões e por isso mesmo subjetivas):

- os locutores têm todos ar de meninos de coro. Sem pretender dizer com isto que tal facto seja um defeito em si também nada abona a respeito;
- dizem o óbvio. Apostam no óbvio. Quem estava à espera de alguma novidade ou uma aposta disruptiva perdeu o seu tempo;
- repetem as apostas feitas pelos fundos de investimento e hedge funds mais tradicionais (é impressionante constatar como os hedge funds se copiam uns aos outros fazendo as maiores apostas nos mesmos ativos).
- conclusão: nada de novo na frente ocidental. Ponto. Final.
By Nirvana
Não há machado que corte a raiz ao pensamento. Não há morte para o vento. Não há morte.
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Re: Perspectivas para 2021

por Minsk » 18/12/2020 19:57

rsacramento Escreveu:
Minsk Escreveu:lá mais para o 2H 2021

2H = 2º semestre?


exacto. 2nd half.
 
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Re: Perspectivas para 2021

por rsacramento » 18/12/2020 19:46

Minsk Escreveu:lá mais para o 2H 2021

2H = 2º semestre?
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Re: Perspectivas para 2021

por Minsk » 18/12/2020 19:41

rsacramento Escreveu:Partilho este vídeo (confesso que não recebi qualquer comissão do banco :wink: )

https://www.youtube.com/watch?v=3GEfccW ... e=youtu.be


Obrigado pela partilha rsacramento.

Concordo com as ideias ou chamemos-lhe "palpite"... Os meus também andam por esse campo

ETF's:
- World Information Technology
- World Healthcare
- Clean Energy (gosto muito de 2 da Invesco)

Fundos:
- Technologia, Saude
- Acrescento aqui fundo para o 5G (gosto do Neuberger Berman 5G )

Ações (para cavalgar a recuperação do Turismo, lá mais para o 2H 2021):
- Carnival, Norge cruises (cruzeiros)
- IAG, Lufthansa
- Melia, NH hotels
 
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Perspectivas para 2021

por rsacramento » 18/12/2020 17:32

Partilho este vídeo (confesso que não recebi qualquer comissão do banco :wink: )

https://www.youtube.com/watch?v=3GEfccW ... e=youtu.be
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