Desde já aproveito para fazer um disclaimer:
Em relação ao Camilo, não lhe reconheço competência na área da economia que justifique ouvi-lo, olhando para o currículo dele verifico que deve ser a única pessoa em Portugal com uma licenciatura em direito económico...
Em relação ao Medina, é economista, como presidente da câmara de Lisboa tem deixado a desejar. Vi a entrevista e não encontrei nada chocante.
Sobre o Barreto, é alguém pela qual tenho um enorme respeito, apesar de nem sempre estar de acordo com todas as opiniões dele, dito isto, vi a entrevista do Medina e a do Barreto, esta ultima deve ser ouvida na integra, é um dever cívico! (obrigado Pata).
Sobre o tema em concreto, depois de ler todos os comentários fico com a certeza que há um desconhecimento muito grande sobre o financiamento da UE, dos princípios que levaram à sua fundação e alargamento ao longo da sua história e sobre o plano de recuperação do COVID em concreto.
Todos os países contribuem para o financiamento da UE (as regras são iguais para quase todos, mas há alguns que tem umas excepções, como a Holanda ou a Alemanha, têm uns descontos, pagam menos (taxa a metade) e todos os países recebem fundos da UE em programas específicos, TODOS sem excepção.
Quando um pais recebe menos do que entrega diz-se que é um contribuinte liquido, para quem quiser consultar a evolução nos últimos anos fica o link:
https://ec.europa.eu/budget/graphs/reve ... iture.htmlContribuintes líquidos (2018, ultimo ano com dados disponíveis) temos:
Alemanha: 13405 M€
França: 6192 M€
Itália: 5059 M€
Holanda: 2460 M€
Suécia: 1524
Áustria: 1346
Dinamarca: 1198
Finlândia: 580
Bélgica: 487
Irlanda: 314
Todos os restantes recebem mais do que contribuem.
Para teremos uma ideia da importância dos valores, por exemplo no caso holandês, a contribuição liquida para o orçamento da EU é inferior a 0,7 % do orçamento do estado holandês (ano 2018). É a mesma coisa que eu ganhar 1000€ e dar 7€…
Em relação ao pacote de ajuda referente ao COVID-19 os Estados não vão contribuir para ele, é financiamento próprio da comissão europeia, assim é falso dizer que os “frugais” vão financiar ou contribuir para os países do sul, a questão não é financeira. É ideológica, eleitoral ou outra.
Deixo o plano:
https://ec.europa.eu/info/live-work-tra ... -europe_ptNão tenho duvidas que é preciso uma resposta conjunta e robusta para enfrentar o problema (COVID-19), só desta forma a UE pode evitar o declínio em relação às outras grandes potencias mas também não tenho duvidas que deve haver fiscalização sobre a utilização dos fundos para evitar desperdício, esse papel deve ser da Comissão Europeia e não de um pais em particular.
Já agora, os países que lideram as fraudes na utilização dos fundos europeus são os países de leste.