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Caldeirão da Bolsa

Presidenciais Americanas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Presidenciais Americanas

por Opcard » 25/4/2024 19:39

“Estag­na­ção eco­nó­mica, este­ri­li­dade demo­grá­fica, escle­rose ins­ti­tu­ci­o­nal e repe­ti­ção cul­tu­ral: estas são as qua­tro carac­te­rís­ti­cas da estag­na­ção civi­li­za­ci­o­nal dos oci­den­tais, argu­menta o colu­nista ame­ri­cano Ross Douthat .

Em 21 de julho de 1969, a civi­li­za­ção oci­den­tal atin­giu o apo­geu da pros­pe­ri­dade e da audá­cia humana. Os homens cami­nha­vam na Lua! Ima­gi­ná­va­mos então que a huma­ni­dade iria con­quis­tar o espaço, colo­ni­zar outros pla­ne­tas, habi­tar outras galá­xias. Can­sado! a era espa­cial, que come­çou em 1957 com o envio do saté­lite Sput­nik, ter­mi­nou em 1986 com a explo­são do Chal­len­ger. Desde então, a huma­ni­dade tem vindo a des­mo­ro­nar-se. Hoje, nós, que temos o mundo no bolso, ao alcance do nosso smartphone, já nem sequer temos as capa­ci­da­des tec­no­ló­gi­cas para regres­sar ao nosso saté­lite. É ver­dade que Elon Musk está a ten­tar, mas, de momento, não está a con­se­guir
De acordo com Ross Douthat, autor de Wel­come to Deca­dence, um livro abso­lu­ta­mente bri­lhante tra­du­zido pela pri­meira vez (pela não menos exce­lente Peggy Sas­tre) por Pres­ses de la cit3/per­rin, "esta resig­na­ção assom­bra a nossa civi­li­za­ção". A espe­rança do pro­gresso per­pé­tuo e o mito da "fron­teira" esta­vam no cen­tro da civi­li­za­ção oci­den­tal. O fim da era espa­cial cor­res­pon­deu, por­tanto, a uma reti­rada para den­tro de si mesmo, a uma escu­ri­dão.

Ao con­trá­rio do que pen­sam os cen­tris­tas assus­ta­dos que vêem na ascen­são da "pola­ri­za­ção" um regresso à década de 1930, o momento em que vive­mos tem mais a ver com a deca­dên­cia do que com a guerra civil, recorda mais a queda do Impé­rio Romano do que as guer­ras reli­gi­o­sas do século XVI ou o tota­li­ta­rismo do século XX. O que é deca­dên­cia? Ross Douthat dá-lhe uma defi­ni­ção bas­tante con­vin­cente: é uma socie­dade rica e pací­fica, mas exausta, depri­mida, ator­men­tada por sur­tos de vio­lên­cia nii­lista, uma socie­dade "vítima do seu pró­prio sucesso". Com uma mente ana­lí­tica tipi­ca­mente Anglo-saxó­nica, o colu­nista do New York Times, con­ser­va­dor e não trum­pista, dis­seca os qua­tro cava­lei­ros da deca­dên­cia: estag­na­ção, este­ri­li­dade, escle­rose e repe­ti­ção.

Pri­meiro: estag­na­ção. Sem ofen­der as tec­no­lo­gias futu­ris­tas do Vale do Silí­cio, que há déca­das pro­me­tem avan­ços tec­no­ló­gi­cos sur­pre­en­den­tes que muda­rão nos­sas vidas e impul­si­o­na­rão o cres­ci­mento, entra­mos em uma era de limi­tes eco­nô­mi­cos. Estes limi­tes são estru­tu­rais: peso demo­grá­fico de uma socie­dade enve­lhe­cida e, por­tanto, menos pro­du­tiva, excesso de dívida, esgo­ta­mento do pro­gresso na edu­ca­ção (atin­gi­mos um pico de alfa­be­ti­za­ção na década de 1980, que vem dimi­nu­indo desde então), res­tri­ções ambi­en­tais. É claro que a inter­net foi uma revo­lu­ção espec­ta­cu­lar, mas essen­ci­al­mente vir­tual, e o pro­gresso digi­tal ocu­pou os nos­sos cére­bros mais do que mudou as nos­sas vidas, menos do que a elec­tri­ci­dade, o vapor, a estrada de Ferro, a água cor­rente, as vaci­nas e o átomo. Como Peter Thiel resume: "nos pro­me­te­ram car­ros voa­do­res, temos 140 carac­te­res. »
Em segundo lugar: este­ri­li­dade. Ross Douthat tenta des­ven­dar este mis­té­rio: por que as empre­sas mais bem suce­di­das que já exis­ti­ram se recu­sam a repro­du­zir? Embora a taxa de fecun­di­dade que per­mite a reno­va­ção das gera­ções esteja em 2,1, quase todos os paí­ses desen­vol­vi­dos (com a notá­vel exce­ção de Israel) estão agora abaixo. São mui­tos os fac­to­res: a con­tra­ce­ção, a queda da mor­ta­li­dade infan­til, o indi­vi­du­a­lismo, o tra­ba­lho das mulhe­res, a impos­si­bi­li­dade do casal, o fim da reli­gião, mas os resul­ta­dos são ine­qu­í­vo­cos: socie­da­des enve­lhe­ci­das, por­tanto menos dinâ­mi­cas, menos incli­na­das a cor­rer ris­cos, que recor­rem à imi­gra­ção em massa para com­pen­sar a falta de tra­ba­lho e dro­gas psi­co­tró­pi­cas para com­pen­sar a soli­dão que geram.
Ter­ceiro: escle­rose. As ins­ti­tui­ções dos paí­ses oci­den­tais estão a fun­ci­o­nar mal, con­du­zindo a um impasse polí­tico que gera frus­tra­ção e res­sen­ti­mento. Polí­ti­cas limi­ta­das por con­di­ci­o­na­lis­mos tec­no­crá­ti­cos, tetchy por des­con­ten­ta­men­tos cate­gó­ri­cos, inca­pa­zes de pro­du­zir refor­mas estru­tu­rais. Vive­mos em "pat­cho­cra­cias" (Ste­ven Teles), ou seja, sis­te­mas em que cada solu­ção é um patch, mas que já não é capaz de pro­du­zir gran­des mudan­ças. Os Esta­dos Uni­dos, com um sis­tema de equi­lí­brio de poder her­dado do século XIX, são uma demo­cra­cia com­ple­ta­mente blo­que­ada que não pro­du­ziu nenhum acordo fis­cal trans­par­ti­dá­rio desde 1985, nenhum acordo de imi­gra­ção desde 1986 e um Oba­ma­care redu­zido à pele da tris­teza. "A União Euro­peia tor­nou-se um caso clás­sico de deca­dên­cia", escreve o jor­na­lista, obser­vando que, onde a Europa tinha a van­ta­gem de ser com­posta por nações peque­nas, fle­xí­veis e demo­crá­ti­cas, tomou empres­tado o pior do sis­tema ame­ri­cano, trans­fe­rindo o poder para Bru­xe­las, ofe­re­cendo-se à pre­da­ção de lobis­tas e enfra­que­cendo a legi­ti­mi­dade polí­tica.
Ensaio Cul­tu­ral, final­mente. Douthat mos­tra o esgo­ta­mento cul­tu­ral da nossa civi­li­za­ção. O cinema já não pro­duz ape­nas bio­pics ou recri­a­ções de con­te­ú­dos main­s­tream famo­sos pro­du­zi­dos entre as déca­das de 1930 e 1970 (Star Wars, the Mar­vels, Dis­ney rema­kes). A lite­ra­tura apo­drece no gênero jor­na­lís­tico de auto­fic­ção (com a notá­vel exce­ção de Houel­le­becq e Sally Roo­ney, os úni­cos auto­res que pro­du­zi­ram um novo tra­ba­lho). A arqui­te­tura oscila entre a fei­ura ego­ísta e a recons­tru­ção idên­tica. A música vem pro­du­zindo os mes­mos suces­sos pop há trinta anos, Lady Gaga suce­dendo Madonna sem que pos­sa­mos dis­tin­guir cla­ra­mente como a essên­cia de seu gênio difere. A reci­cla­gem é a carac­te­rís­tica cul­tu­ral do nosso tempo.
Já não pro­du­zi­mos nada de novo, e isso é tão ver­da­deiro a nível artís­tico como a nível inte­lec­tual. Os velhos deba­tes sobre as guer­ras iden­ti­tá­rias remon­tam à década de 1970. os pós-colo­ni­ais e os neo­fe­mi­nis­tas ape­nas reto­mam os argu­men­tos já desen­vol­vi­dos pelo des­cons­tru­ci­o­nismo pós-sexagé­simo oitavo. Allan Bloom já tinha dito tudo numa alma desar­mada. Os boo­mers eram jovens na época da última explo­são de cri­a­ti­vi­dade da his­tó­ria oci­den­tal, a que pro­du­ziu o rock'n'roll e o cinema dos anos 1970, por­que tinham diante de si uma cul­tura, um edi­fí­cio civi­li­za­ci­o­nal sólido e tri­un­fante. Foi pre­ciso vita­li­dade para des­truí-lo. Mas, quando já não existe uma cul­tura domi­nante, a con­tra­cul­tura esgota-se. E a inter­net só ace­lera a con­for­mi­dade, matando a cri­a­ti­vi­dade e a ori­gi­na­li­dade em favor de um con­te­údo padro­ni­zado que agrade ao maior número pos­sí­vel de pes­soas.
O nosso futuro é menos vio­lên­cia do que seda­ção. "Pode muito bem ser que a socie­dade oci­den­tal esteja enro­lada numa pol­trona con­for­tá­vel, ligada a algum tipo de infu­são seda­tiva, a dar vol­tas sobre os mai­o­res êxi­tos da sua juven­tude tão louca, rebelde e sel­va­gem, a ima­gi­na­ção em cha­mas, mas na rea­li­dade tran­qui­la­mente anes­te­si­ada. "Somos mais domi­na­dos pela aste­nia do que con­su­mi­dos pela "febre", para empres­tar o título de uma série da moda.
"Nada mais pode­ria der­ro­tar Roma, mas nada pode­ria salvá-la tam­bém. (...) Era o fim do mundo e, coisa ter­rí­vel, pare­cia que nunca teria que aca­bar", escre­veu Ches­ter­ton sobre a queda do Impé­rio Romano. "Uma certa forma de deca­dên­cia não se torna ine­vi­tá­vel quando uma civi­li­za­ção que se tor­nou glo­bal des­co­bre que não tem para onde ir? ", res­ponde como se eco­asse Douthat. Se não pode­mos ir a Marte, pode­mos sem­pre olhar para o céu. A queda de Roma levou ao tri­unfo do Cris­ti­a­nismo. O retorno à trans­cen­dên­cia é a única saída da deca­dên­cia.
 
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 25/4/2024 16:52

Inicialmente, as terceiras candidaturas pareciam prejudicar especialmente o Biden. Agora, não é tão claro assim. E fica inclusivamente a ideia que se terceiras candidaturas (Kennedy, em especial, que está a obter uma média na ordem dos 10% nas polls) tiverem uma votação forte, as coisas tendem a equilibrar ou mesmo a inverter.

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Aqui ficam os dados do spread entre Biden e Trump versus votação em terceiros candidatos para as ultimas 25 polls disponíveis no fivethirtyeight (correspondem sensivelmente ao último mês). A relação é ténue e tem pouca relevância estatística (r2=0.07; p=0.20). Mas ainda assim...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 22/4/2024 18:04

Top 10 para as probabilidades inferidas a partir da Betfair (exchange):

42.50% - Trump (R)
40.65% - Biden (D)
3.46% - Kennedy (I)
2.83% - Obama (D)
1.35% - Newsom (D)
1.35% - Harris (D)
1.06% - Haley (D)
0.48% - Whitmer (D)
0.35% - Ramaswamy (R)
0.32% - DeSantis (R)
---------------------------------------
5.64% - Outros

(baseado nas betting odds disponíveis aqui)


Mapa provisório indicativo:

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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por BearManBull » 21/4/2024 18:03

EUA destacam-se como os maiores produtores mundiais de petróleo?


De acordo com esses dados, os EUA continuam a liderar a produção mundial de petróleo bruto, com 11,89 milhões de barris por dia, mas a diferença em relação aos outros países é menor, devido à não inclusão nas contas do petróleo de xisto, areias petrolíferas e líquidos de gás natural.

Seguem-se a Arábia Saudita (10,64 milhões de barris), a Rússia (10,28 milhões), o Canadá (4,54 milhões) e o Iraque (4,47 milhões).

Desde 2018 que os EUA passaram a liderar a produção mundial de petróleo bruto. Alcançaram mesmo a independência energética, com o impulso da indústria do gás de xisto (via “fracking”, um desastre ecológico), e produzem hoje mais petróleo no seu território do que consomem. Só continuam a importar porque é mais barato (mesmo pagando o transporte) e a maior parte da capacidade própria de refinação está calibrada para o crude mais pesado do Médio Oriente.


O Biden que prometia the end of oil :lol:
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 20/4/2024 21:56

Nightrader Escreveu:A transcrição correcta é:

"(...) and you not gonna be able to sell those cars if I get elected... now, if I don't get elected, it's gonna be a bloodbath (...)


Quanto à transcrição correcta, só tenho a acrescentar um ponto de exclamação que não assinalei ontem. Há uma pausa, uma separação fonética, entre "cars" e "if". Pode ser representado também por uma vírgula. Mas a duração da pausa e a mudança de entoação sugere mais um ponto final (ou, por outra, o ponto final reflecte melhor a versão oral do discurso). Se não se puser lá nada, não vem um grande mal ao mundo pois não altera nada semanticamente.

"(...) and you not gonna be able to sell those cars. If I get elected!... Now, if I don't get elected, it's gonna be a bloodbath for the whole... that's gonna be the least of it, it's gonna be a bloodbath for the country, that will be the least of it... (...)"

Segue-se o espectrograma e o contorno do F0 (pitch/tom) - a linha a azul sobre o espectrograma - com a pontuação anotada à mão, a vermelho, para o trecho transcrito acima:

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Sinal ouvido, visualizado e analisado via Praat. Algumas outras interrupções aparentes visíveis no sinal não são pontuação, são fricativas e oclusivas não vozeadas (o /t/ em particular é bastante pronunciado). Como estava com a mão na massa, assinalei grande parte dessas ocorrências a roxo, assim como a verde duas ocorrências significativas de ruído de fundo que não são o Trump a falar.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 20/4/2024 17:03

Nightrader Escreveu:Para contextualizar, Trump está a explicar o que está a acontecer com a indústria automóvel nos EUA. 34% da produção foi transferida dos EUA para o México e agora os Chineses estão a construir enormes fábricas de automóveis no México convencidos que vão vender os automóveis livremente nos EUA. Mas não. Vão ser impostas tarifas de 100% e eles não vão conseguir vender os carros nos EUA se Trump for eleito. Agora, se Trump não for eleito, então aí sim vai ser um banho de sangue.


Eu sei do que ele está a falar, sendo também que ele está a fazer uma promessa eleitoral, de algo que vai acontecer se for eleito.

E interrompe para, obviamente, dizer que se não for eleito (a alternativa, em contraste com a situação de ser eleito), isso (o problema da industria automóvel, que apresentaste correctamente como sendo o contexto) vai ser o de menos.

Ele repete a ideia duas vezes, não há como enganar.


Agora, o que ele quer dizer exactamente com "banho de sangue para todo (...)" e "banho de sangue para o país", podemos ficar aqui a argumentar. Eu não vou. Mas podíamos. O que é claro é que não é um banho de sangue meramente para a indústria automóvel pois ele diz e repete que "isso vai ser o de menos". Está, nessa breve passagem, a falar de uma escala de consequência maior ("for the whole" / "for the country") e em que o problema da industria automóvel passa a ser o de menos ("that's gonna be the least of it").
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por Nightrader » 20/4/2024 17:01

MarcoAntonio Escreveu:
Nightrader Escreveu:O que ele quer dizer com "bloodbath" é passível de interpretação e possivelmente estará a falar em sentido figurado. Mas é perfeitamente evidente que ele abriu um parentisis no assunto de que estava a falar (e que retoma logo adiante) para falar de algo maior. Ele não está a falar sobre a industria automóvel nessa breve passagem. O que ele está a dizer, isso sim, é que o problema da industria automóvel vai ser o de menos...
Como é que ele repete esta ideia duas vezes e alguém consegue sugerir sequer que ele está a falar do mesmo assunto?
Daqui até às eleições, a cacofonia vai dominar.



Para contextualizar, Trump está a explicar o que está a acontecer com a indústria automóvel nos EUA. 34% da produção foi transferida dos EUA para o México e agora os Chineses estão a construir enormes fábricas de automóveis no México convencidos que vão vender os automóveis livremente nos EUA. Mas não. Vão ser impostas tarifas de 100% e eles não vão conseguir vender os carros nos EUA se Trump for eleito. Agora, se Trump não for eleito, então aí sim vai ser um banho de sangue.

A tua transcrição é:

"(...) and you not gonna be able to sell those cars. If I get elected... now, if I don't get elected, it's gonna be a bloodbath (...)

mas o primeiro "if" está necessariamente relacionado com a frase anterior caso contrário não teria oração subordinada condicional que expresse uma consequência. A transcrição correcta é:

"(...) and you not gonna be able to sell those cars if I get elected... now, if I don't get elected, it's gonna be a bloodbath (...)

o "now" é um conectivo temporal que indica que esta frase é o seguimento da frase anterior e que marca um contraste com a frase anterior.

Peço desculpa mas não há nenhuma outra interpretação possível.


Está aqui o discurso dentro de contexto:

https://www.youtube.com/watch?v=ENMZcy6AcxY
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 20/4/2024 4:54

Nightrader Escreveu:E aqui as fake news das redes sociais:

https://twitter.com/elonmusk/status/1769347889392730271


"(...) and you not gonna be able to sell those cars. If I get elected... now, if I don't get elected, it's gonna be a bloodbath for the whole... that's gonna be the least of it, it's gonna be a bloodbath for the country, that will be the least of it... but they not gonna sell those cars. They are building massive factories (...)"

O que ele quer dizer com "bloodbath" é passível de interpretação e possivelmente estará a falar em sentido figurado. Mas é perfeitamente evidente que ele abriu um parentisis no assunto de que estava a falar (e que retoma logo adiante) para falar de algo maior. Ele não está a falar sobre a industria automóvel nessa breve passagem. O que ele está a dizer, isso sim, é que o problema da industria automóvel vai ser o de menos...

Como é que ele repete esta ideia duas vezes e alguém consegue sugerir sequer que ele está a falar do mesmo assunto?

Daqui até às eleições, a cacofonia vai dominar.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por Nightrader » 20/4/2024 2:32

previsor Escreveu:
Não vou discutir a diferença entre jornalismo credenciado e fake news das redes sociais, porque a diferença é óbvia.
Não vou discutir mais sobre as sonecas do trump. Ja é mais do que o suficiente.


Aqui temos jornalismo credenciado:

https://www.dn.pt/395701658/trump-antec ... s-dos-eua/

https://www.cnnbrasil.com.br/internacio ... s-nos-eua/

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticia ... de-sangue/

https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/d ... ara-o-pais

https://cnnportugal.iol.pt/presidenciai ... e0c08ae839


E aqui as fake news das redes sociais:

https://twitter.com/elonmusk/status/1769347889392730271
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por BearManBull » 16/4/2024 0:32

Felizmente estudei e tenho pensamento critico para não comer veneno mediático.

Era o que faltava agora a verdade ser exclusiva das fontes certificadas.

Verdade seja dita os tempos modernos são terreno fértil para as autocracias.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 23:42

BearManBull Escreveu:
previsor Escreveu:Não vou discutir a diferença entre jornalismo credenciado e fake news das redes sociais, porque a diferença é óbvia.


Credenciado por quem?

Pelo ChatGPT? Pelo Biden?


Por acaso, depois da tua mensagem, usei o ChatGPT para ver como funciona nos EUA e agora sei como funciona e a diferença que há entre Portugal e EUA, e também quem emite credenciais. Mas não me apetece escrever mais sobre isto. Se quiseres, pesquisa tu
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por BearManBull » 15/4/2024 22:47

previsor Escreveu:Não vou discutir a diferença entre jornalismo credenciado e fake news das redes sociais, porque a diferença é óbvia.


Credenciado por quem?

Pelo ChatGPT? Pelo Biden?
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 22:24

Não acho nada de extraordinário fechar os olhos de cansaço e adormecer por instantes. Até parece ser recorrente nele.

Haberman quickly stepped in to say Trump's social media director Dan Scavino told aides at the time that Trump had fallen asleep while writing the tweet — further proof of the power of naps.
https://theweek.com/speedreads/876206/t ... fefe-tweet


Não vou discutir a diferença entre jornalismo credenciado e fake news das redes sociais, porque a diferença é óbvia.
Não vou discutir mais sobre as sonecas do trump. Ja é mais do que o suficiente.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MVP » 15/4/2024 21:44

"
previsor Escreveu:
MVP Escreveu:
Queres colocar uma foto que comprove que estava a dormir? Ou vais apenas replicar fake news?


Hahaha

Acredito em jornalistas credenciados


Acredita mas verifica.. Mostra la a foto desta ocasião a dormir e não o relato de alguém "que lhe pareceu que" e eu reconsidero. Não fotos dessas que até eu te tiro a ti (tiro 100 fotos em 10 segundos, uma delas apanho-te com olhos fechados).

Pela personalidade e energia da pessoa, é só mais uma corrente de fake news.

https://youtu.be/ejOcM1UmCWU?si=sv-w_nPONdBQjVP1
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 21:30

É frequente ele adormecer em lugares públicos. Não é novidade. Existem fotos dele a dormir. Dorme só 4/5h /dia.

https://www.cnbc.com/2017/11/07/trump-h ... fruit.html
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 21:23

MVP Escreveu:
Queres colocar uma foto que comprove que estava a dormir? Ou vais apenas replicar fake news?


Hahaha

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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MVP » 15/4/2024 21:19

previsor Escreveu:O Trump parece ter adormecido no tribunal, mas parece ser habitual nele.

A Weary Trump Appears to Doze Off in Courtroom Ahead of Criminal Trial
The former president flashed signs of irritation at times, but also seemed to fall asleep, before jolting back awake.
https://www.nytimes.com/2024/04/15/nyre ... trial.html


Trump adormece durante discurso da rainha Isabel II
https://www.cmjornal.pt/mundo/amp/donal ... buckingham


Queres colocar uma foto que comprove que estava a dormir? Ou vais apenas replicar fake news?
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 20:52

O Trump parece ter adormecido no tribunal, mas parece ser habitual nele.

A Weary Trump Appears to Doze Off in Courtroom Ahead of Criminal Trial
The former president flashed signs of irritation at times, but also seemed to fall asleep, before jolting back awake.
https://www.nytimes.com/2024/04/15/nyre ... trial.html


Trump adormece durante discurso da rainha Isabel II
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 15/4/2024 19:52

Entre 2003 e 2007, tanto os índices como o petróleo subiram. Pode acontecer algo semelhante de novo
Editado pela última vez por previsor em 15/4/2024 20:59, num total de 1 vez.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por BearManBull » 12/4/2024 17:44

Este bull market no oil está para o Biden como o covid esteve para Trump nas ultimas eleições.

A FED tem margem zero para contribuir para campanha de Biden. Se baixa os juros arrisca-se a meter o oil para cima dos $100.
Anexos
oil.png
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 10/4/2024 16:53

Democrats nervous Trump wooing centrists from Biden

Democrats are growing increasingly nervous that former President Trump will woo centrist voters away from President Biden.

They say Trump, after quickly securing victory in the GOP primary, is now taking steps that could help him win the support from the broad middle of the country.

The best example is the former president’s decision to not back a 15-week ban on abortion and instead say the issue should be up to the states — clearly the move of a candidate with his mind trained on the middle of the electorate.

“If the election were held today, Trump would win and that means he’s winning moderates over as we speak,” one Democratic strategist acknowledged.

(...)
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 10/4/2024 16:06

Pois, é normal que os problemas cresçam com o comprimento dos dados (número de tokens).

O Yann LeCun famosamente tem apontado que a divergência tende a crescer exponencialmente:

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"I have claimed that Auto-Regressive LLMs are exponentially diverging diffusion processes.
Here is the argument:
Let e be the probability that any generated token exits the tree of "correct" answers.
Then the probability that an answer of length n is correct is (1-e)^n

Errors accumulate.
The probability of correctness decreases exponentially.
One can mitigate the problem by making e smaller (through training) but one simply cannot eliminate the problem entirely.
A solution would require to make LLMs non auto-regressive while preserving their fluency."



Mas pronto, isto já tem pouco que ver com este tópico.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por previsor » 10/4/2024 15:59

MarcoAntonio Escreveu:
previsor Escreveu:Foi mais rápido como fiz. Não escrevi os valores. Fiz copy paste da página, pedi para calcular e calculou. Se no fim escrever errado ou para verificar de novo, vai fazer o cálculo de novo. Se o resultado der duas vezes o mesmo valor, então é porque está certo.


Bom, se é preciso pedir várias vezes e se nem assim temos a certeza se está certo (não sem termos um método alternativo para podermos verificar) então nem é muito rápido nem é muito útil. Convém assinalar que em 4 oportunidades, ele errou as 4 vezes.

E que, conforme já apontaste, mesmo quando pediste para corrigir, ele voltou a errar uma segunda vez (felizmente tu já sabias a resposta certa, mas não foi graças ao ChatGPT).


Tens razão. Faz muito mal as contas. Repeti o processo todo com a página que tinha mais sondagens e ao pedir várias vezes para calcular de novo ele continua a dar valores novos e errados e mesmo quando dá um valor repetido é um valor errado e logo a seguir dá um outro valor diferente e errado. Faz bem contas simples como 4+4 mas se for uma operação com muitos valores faz errado.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 10/4/2024 15:45

Inflação nos EUA acelera mais do que o esperado para 3,5% em março

O número ficou acima da expectativa dos economistas que apontavam para uma subida de 3,4%. Em fevereiro, a inflação tinha-se cifrado em 3,2%.
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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

por MarcoAntonio » 10/4/2024 15:12

MarcoAntonio Escreveu:Mas o ChatGPT vive noutro "planeta"...


Uma analogia para o "planeta" em que o ChatGPT vive...

Imagina que o ChatGPT foi treinado com respostas de exames. As respostas (dos alunos) têm uma distribuição para cada questão. Mas se o exame é um exame de matemática e as respostas são resultados de cálculos, nessas distribuições, todos os valores estão errados excepto um. O ChatGPT só entende a distribuição. Ele não faz a mínima porque é que há um valor que está certo e porque é que todos os outros estão errados.



A OpenAI entretanto trabalhou com o Stephan Wolfram e penso que está disponível na versão paga um plug-in que integra os algoritmos do Wolfram no ChatGPT. O problema do ChatGPT com cálculos (simples) foi identificado desde logo e nas versões mais recentes a OpenAI tem tentado melhorar, quer com fine-tuning (treino adicional que melhora o desempenho do LLM em tarefas específicas) quer com ferramentas adicionais.
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