Manuel_13 Escreveu:Parece-me que o risco do malparado dos bancos desta vez não será bem assim.
Aquilo que tem sido dito é que os bancos emprestam mas a garantias são do Estado. Se for assim, taxas de juro de 3% aplicadas às empresas quando se conseguem financiar a menos de 1% é um negócio fantástico.
A banca nunca terá lucros elevados esta ano e no próximo e por isso Rui Rio foi demagogo. Provável será a reentrada dos 3 Bancos nacionais relevantes em prejuízos, embora artificialmente maquilhados por moratórias e "manuseamento consentido pelo BP" nas Auditorias, critérios temporais e contabilísticos das imputações no balanço do Malparado.
I Por isso, o problema dos bancos nem será tanto o mal parado. Que vai subir de forma arrepiante no crédito ao consumo, leasings (muitas empresas deixaram pura e simplesmente de pagar), crédito á habitação e crédito de médio prazo às empresas.
II
Desvalorização dos ativos diretos (deveria ter impacto direto nos ratios e contas dos bancos) e
dos indiretos (garantias reais dos clientes), seja em ativos imobiliários, seja em ativos mobiliários, seja em business plans de start ups , de reestruturações ou de projetos de expansão/promoção/construção.
III Para além desse problema, temos as
moratórias de juros, que implica risco acumulado, protelar artificial do malparado e redução de liquidez CP no sistema bancário.
IV
Overnight menos líquido (spreads teoricamente mais elevados), dependendo diretamente do BCE para manter liquidez e spreads baixos
V
Pioram os ratios LTD - loan to depo (ou rácio de transformação), porque empresas e particulares consomem mais reservas e pedem mais crédito (logo a banca vai ter de recorrer mais vezes ao BCE, ao BP e Estado, menos ao interbancário)
VI
Aumentam os descobertos bancários e esgotam-se linhas de tesouraria.
VII
Baixam os Ratings das agências para bancos e empresas, tornando na teoria mais difícil a concessão de empréstimos suplementares e mais caros se e quando viáveis.
VIII
Rácios de cobertura das empresas deterioram-se tornando muito difícil o rollover de empréstimos logo que a Instituição de crédito analisar contas do 1ºtrim. 2020.
Da banca, a CGD está defendida pelo Estado, o Novobanco saca o que quiser do Estado, o Santander e BPI estão defendidos pelas casas-mãe, o BCP está defendido pelos acionistas...
» O que nos vale a todos é que o BCE vai manter o pé a fundo na impressora gigante para a M1 (treasuries e bonds desses bancos todos), e os Estados vão ser condicionados pela UE a não inflacionarem demasiado via M2 (dívida pública em explosão).
nota - Desunião bancária faz com que a Banca do Norte da Europa (e mesmo da Espanha) não sofram como a banca Portuguesa, Italiana e Gregas. As últimas vão reflexamente sofrer pelo aumento da dívida pública face ao PIB (avaliação do risco bancário depende parcialmente do risco Estatal). O ciclo vicioso de aumento nominal da dívida pública (custos do Estado Luso aumentam, salários e reformas dos Fp's aumentaram bem como a mitigação da crise Macro), origina um aumento brutal do % dessa face ao PIB decrescente (-5% a -10%?). Se a dívida pública Lusa correspondia a 117,7% do PIB 2019 (dados Pordata),
no final de 2020, deveremos ter o recorde de sempre nos 140% do PIB (+ dívida e menos PIB). Tudo sobreviverá uma vez mais graças à política de juros 0 dos bancos Centrais.

- UE Desunião bancária é péssima para os bancos Lusos, Gregos e Italianos.jpg (77.35 KiB) Visualizado 11314 vezes