Ulisses, muitos parabéns pelo artigo.
Já passaram alguns dias desde o artigo, e após novas subidas nas bolsas, o caminho agora parece-te mais claro, ou a confusão ainda aumentou mais?
Grande parte das vezes, quando me começo a convencer da direção do mercado, é quando ele faz o contrário. Ora neste momento começo a convencer-me que a direção é para cima.
Abraço
Olá afcapitão, nas últimas 2 semanas os mercados voaram num fortíssimo ressalto em resposta a um dos mais violentos "crash" da História das Bolsas. O mercado tem estado animado quer pelos estímulos financeiros que a FED tem injectado (de uma dimensão sem precedentes, querendo mostrar que vão defender o mercado e as empresas a qualquer preço), quer pelas notícias de que Itália e Espanha já terão atingido o pico, que os Estados Unidos para lá caminham e que alguns países europeus vão começar a abrir a sua economia.
Depois destas subidas violentas, estou pessimista para os próximos tempos, porque apesar desta onda colectiva de retorno à normalidade, os mercados vão começar a perceber que de normal não tem nada e que este arranque vai ser lento, lento, lento. E os médicos que têm dito que as pessoas não podem ficar eternamente em casa, também dizem que terá que ser tudo muito lento e controlado de forma a que o número de infectados dispare de novo.
Houve uma entrevista muito interessante ao líder dos Jogos Olímpicos que passou despercebida à grande generalidade da Imprensa. Ele disse que não podia garantir que iria haver JO de Tóquio. E o jornalista ripostou: "Estamos a falar de 2021, não de 2020", ao que ele reforçou: "Sim, mas nem eu nem ninguém pode garantir que os JO se vão realizar. Só se houver uma vacina antes disponível é que podemos garantir isso". E, apesar de haver esperanças nisso, não há certezas. Isto diz bem do grau de incerteza com que estamos a lidar. E dos riscos que a economia está a correr.
Aquilo que pode inverter tudo isto é a descoberta de um anti-viral. E com a velocidade a que trabalha a ciência, toda direccionada para isto, é bem possível que isso aconteça. Enquanto não acontecer, podem esquecer desporto ao vivo, restaurantes cheios, turismo, viagens de avião, concertos, etc.... A economia irá abrir muito devagar, com consequências fortes.
Acredito que é nisso que os mercados se vão focar em breve, nas próximas semanas. Por isso, volto a estar pessimista e acredito que daqui a 2 ou 3 semanas estaremos bem abaixo do que estamos hoje.
Abraço,
Ulsses