artista_ Escreveu:Laribau Escreveu:E se a "coisa" passasse por atribuir à esposa do dito uma viatura para uso particular, com manutenção, combustível e portagens incluídas, cujo custo mensal rondasse os 2000 € (tudo incluído). Aí, ainda estaríamos no domínio da falta de decência, ou nem por isso?
… O que está em causa é as chefias, as elites deste país …. tratando-se de um banco, todos se lembram dos milhares de milhões que já metemos numa série deles... ninguém nos garante que a CA não venha a ser também «contemplada» no futuro!
Então tudo se resume a dois pecados capitais: Ser um dirigente e envolver um BANCO (

).
Agora está mais claro (para mim) o "banzé" que vai por aí relativamente a este caso! Foi o próprio que, abusando da sua autoridade (dirigente abusador), que atribuiu a si próprio (ou seja, à sua esposa) uma avença, tudo pela calada da noite e sem que no banco ninguém soubesse (a não ser o tesoureiro

). Isto é mau, porque indicia que o sistema de controlo interno não funciona (ou funciona mal!), de tal forma que, nem o próprio Conselho de Administração estava ao corrente. Por outro lado, trata-se de um BANCO, que por ser um BANCO, não é privado, e que apesar de não ter ajudas públicas, pode ainda vir a ter (cria-se assim uma nova categoria de bacos: os que não tendo sido ajudados, podem ainda vir a ser). Estamos neste último caso no domínio da fábula do Cordeiro e do Lobo ( se não foste tu, foi o teu pai...

).
Bem vistas as coisas, quanto a mim, o erro do cavalheiro foi não ter tido a coragem de dizer: Sim senhor, é assim que as coisas se passam. Aceitei o cargo nessas condições e trata-se de um negócio privado entre mim o CA. Provavelmente condicionado pela mentalidade tipicamente R.... (que considera milionária uma reforma de 2 ou 3 mil euros ou um salário de 4 ou 5 mil), achou por bem encontrar uma explicação sem pés nem cabeça.
Mas já agora, que estou com a mão na massa (salvo seja...!), apraz-me perguntar: Será que a senhora não pagava impostos sobre a avença? Tratando-se de uma avença, não me parece que de outra forma pudesse ser. Então, houve prejuízo para o erário público?
Mais uma perguntinha: Neste país, existem milhares de pessoas que usufruem de viatura de serviço de que também fazem uso para fins particulares. Declaram no IRS? Trata-se de "decência "fiscal"? Ou só fazemos juízo sobre os "outros", os tais dirigentes.
E ainda outra: Faz impressão aos Louçãs, Catarinas e Jerónimos (e assimilados) estes devaneios num BANCO (

). E Trabalhadores de empresas públicas altamente deficitárias usufruírem de seguro de saúde à custa do contribuinte? Decente! Então não é só SNS?
É que neste dois casos (apenas a título de exemplo), estamos no domínio do prejuízo público, não se trata de negócio privado, mas como não se trata de um Dirigente nem de um Banco, não interessa nada. Aposto que se se tratasse de um craque da bola que pusesse como condição ter um subsídio de "deslocação" de 10 000 €/mês para a esposa, não faltariam elogios ao craque e ao respetivo empresário.
Passei, ao longo da minha vida profissional, por várias empresas (multinacionais), dos mais variados setores, e não era incomum, encontrar situações deste tipo, ou ainda mais generosas, para os cônjuges do seus principais executivos.
A R... no seu melhor (como diria o AR).