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Caldeirão da Bolsa

Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Andre.pt » 31/12/2019 11:27

Boas,
Para mim nao esta em causa se o senhor vale isso ou não, se é legal ou não.
Acho que para o bem do próprio ,manter -se longe desse tipo de assuntos seria benéfico. Não basta ser sério, tem de parecer também.
Ao contrário do que foi dito, não me parece que seja uma pratica comum.
Abraço
André
 
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 31/12/2019 1:01

Laribau Escreveu:O caso em apreço, digo-vos eu, á parte a questão da sua autorização pelo CA (que eu mantenho, devia conhecer perfeitamente), é de "Lana Caprina" por essa Europa fora, no que toca á remuneração de executivos de topo (sim, mesmo incluindo as mordomias do cônjuge).


Afinal tu é que é estás a fazer o que acusaste os outros... disseste que quem estava a condenar o fazia baseado num «não devia saber», quando isso nem tem grande importância, pelo menos para mim não é isso que realmente importa, mas tu é que dizes que devia conhecer, quando não há nada que aponte nesse sentido...

Acho que a única coisa que ainda resta neste tópico é o facto de te ser difícil compreender que há pessoas que têm uma opinião diferente da tua sobre este assunto! :wink:

EDIT: Já eu não me custa nada a aceitar que tu, e outros, mesmo que sejam muitos, ou todos menos eu, tenham uma opinião diferente da minha, e o caso em apreço não lhes suscite qualquer indignação... até porque há muitas coisas que me indignam bem mais que isto! :wink:
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 30/12/2019 22:30

MarcoAntonio Escreveu:Um tópico dado a hipérboles...

8-)


Tem o moderador toda a razão. É que às vezes torna-se necessário o uso de determinadas figuras de linguagem (também conhecidas como figuras de estilo) para ilustrar o conceito.

Este tópico já vai longo, mas nele não vi, ainda, de parte de qualquer interveniente o "tom de voz" que por vezes se encontra em alguns tópicos, que aquecem até ao rubro. Por aqui é tudo muito urbano... 8-) Enquanto assim for, ´´e bom para arejar as ideias.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por MarcoAntonio » 30/12/2019 22:12

Um tópico dado a hipérboles...

8-)
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 30/12/2019 22:01

ativo Escreveu:Não sei o que diriam, mas suponho que percebem que pagar dividendos (rendimento) aos donos do banco é muito diferente de o banco pagar uma avença mensal de 2000 euros à esposa do CEO, que não trabalha no banco, alegadamente para que o marido tivesse estabilidade emocional!!! :lol:


Não sabes, mas supões que perceberiam. Supões porque vês a questão na tua ótica de investidor. Não te esqueças que neste teu país há pelo menos cerca de 20% de votantes (mais coisa menos coisa) que professa a religião que se consubstancia na afirmação seguinte:

MC.png


Caros amigos, a decência é assim, cada qual vê a decência à sua maneira.

Para estes, a questão essencial não é a desculpa esfarrapada e de última hora que o rapaz arranjou. Para estes, a questão é de substância, não de forma, e eles olham para a decência ou falta dela, de forma muito própria e à luz de outros princípios que não os teus ou os meus. Ao abrirmos as portas ao juízo coletivo sobre a decência e indecência com base nos nossos preconceitos sobre o que é decente ou não, participando no coro dos protestos, estamos a atirar gasolina para a fogueira dos que, estando-se a marimbar para os 2000 € do dito (ou da esposa do dito), muito gostam de arrastar a conversa pública para o domínio do subjetivo, porque aí, o reino da demagogia não tem limites, e a relação privada nos negócios e contratos pode desde logo ser vilipendiada por ser amoral (ou indecente, como queiram).

O caso em apreço, digo-vos eu, á parte a questão da sua autorização pelo CA (que eu mantenho, devia conhecer perfeitamente), é de "Lana Caprina" por essa Europa fora, no que toca á remuneração de executivos de topo (sim, mesmo incluindo as mordomias do cônjuge).
Editado pela última vez por Laribau em 30/12/2019 22:34, num total de 1 vez.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Ativo » 30/12/2019 12:24

Laribau Escreveu:
(...)
Já pensaram nas resposta que se podiam dar às questões suscitadas sobre o que pensam os trabalhadores do banco, e os que viram os seus empréstimos recusados e que eu deliberadamente, para não eternizar a discussão, não quis dar. Pois que pensarão essas pessoas quando vêm um banco a distribuir dividendos pelos seus acionistas? É assim que a sociedade capitalista está organizada, e não sendo um formato ótimo, é sem dúvida o melhor que há. (...)

Não sei o que diriam, mas suponho que percebem que pagar dividendos (rendimento) aos donos do banco é muito diferente de o banco pagar uma avença mensal de 2000 euros à esposa do CEO, que não trabalha no banco, alegadamente para que o marido tivesse estabilidade emocional!!! :lol:
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 29/12/2019 22:40

artista_ Escreveu:
Laribau Escreveu:Quando tornamos superlativos os nossos valores, facilmente caímos na tentação de os dogmatizar:


Menorizar os argumentos contrários é uma conhecida e hábil forma de não os debater... ou, se preferires, uma forma dogmática de (não) debater! :wink:

Achas que colocares isso aqui contribui de alguma forma para o debate que temos tido?! Afinal de que lado é que estão os dogmáticos?! Eu até achei interessante o debate e que as coisas estavam esclarecidas, sendo que cada um ficou com opiniões diferentes sobre o assunto... e tu colocas aqui isto?! :-k :-k :oh:


Não, Não.. Não é, nem teve a intenção de ser ofensiva a inserção que fiz. Se acaso é essa a interpretação dada, editarei de imediato o meu post.

Quis apenas sublinhar o perigo em que se incorre quando opomos a nossa moral a comportamentos alheios. O juízo sobre terceiros deve ser muito prudentemente usado, para não incorrer em julgamento precipitado, levado pelo politicamente correto que as "massas" adoram (não digo que seja o caso, que não falamos para as "massas"). Deixemos essa forma de estar para os profissionais do engano, para os moralmente superiores que em nome dessa superioridade, aniquilam a liberdade individual.
Já pensaram nas resposta que se podiam dar às questões suscitadas sobre o que pensam os trabalhadores do banco, e os que viram os seus empréstimos recusados e que eu deliberadamente, para não eternizar a discussão, não quis dar. Pois que pensarão essas pessoas quando vêm um banco a distribuir dividendos pelos seus acionistas? É assim que a sociedade capitalista está organizada, e não sendo um formato ótimo, é sem dúvida o melhor que há.

Já vai longo o nosso debate, fico-me por aqui e vou editar o meu anterior post, que não quero que seja mal interpretado nem criar anticorpos no seio dos foristas que muito prezo e com quem tenciono, volva não volta, arranjar mais umas salutares e amigáveis discussões 8-)
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 29/12/2019 21:25

Laribau Escreveu:Quando tornamos superlativos os nossos valores, facilmente caímos na tentação de os dogmatizar:


Menorizar os argumentos contrários é uma conhecida e hábil forma de não os debater... ou, se preferires, uma forma dogmática de (não) debater! :wink:

Achas que colocares isso aqui contribui de alguma forma para o debate que temos tido?! Afinal de que lado é que estão os dogmáticos?! Eu até achei interessante o debate e que as coisas estavam esclarecidas, sendo que cada um ficou com opiniões diferentes sobre o assunto... e tu colocas aqui isto?! :-k :-k :oh:
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 29/12/2019 20:14

Editado
Editado pela última vez por Laribau em 29/12/2019 22:41, num total de 1 vez.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 29/12/2019 14:43

Além de ter, como já se percebeu, uma opinião diferente sobre o assunto, há coisas que não me parece que estejas a colocar de forma correta, enviesando as posições de cada lado.

Laribau Escreveu:... uma vez que, presumo, não haja do ponto de vista legal qualquer reparo (caso houvesse já o Ministério Publico seria envolvido).


Não me parece que alguém tenha falado na situação do ponto de vista legal... nunca foi isso que esteve em causa, não percebo porque falas disso!?

Laribau Escreveu:..condena-se publicamente com base em "parece-me que não sabia").


Mais uma premissa que está errada, no meu caso a condenação não tem a ver com isso... mesmo tendo eu referido que acho que não sabia, e disse porque é que achava isso, mas não deixaria de condenar de igual forma...

Laribau Escreveu:As condenações públicas com base na decência ou falta dela, têm um problema: qual é a linha vermelha entre a decência e a falta dela? A mim parece-me que, cada vez mais, a linha é a que em cada caso mais convém à turba ululante que frequenta as redes sociais. O perigo do juízo baseado na decência ou falta dela, é que as referências morais de cada um (ou de cada grupo), não coincidem com as dos demais, e assim afirmam-se as preferências pelos valores de quem mais poder de "fogo" possui no comando da opinião pública (ou publicada). Independentemente do caso em apreço, ao concordar com este tipo de condenação pública, baseada na apreciação subjetiva de uma determinada situação, abre-se a porta ao direito de intromissão do coletivo no particular, seja em que circunstância for. Basta um pequeno grupo de ativistas para "linchar" publicamente qualquer um, visto a linha vermelha se traçar onde se quiser.


Muito bem descrito... e é assim para toda e qualquer situação, ou é diferente para outras? Há tantas situações que são condenadas por toda a gente e ninguém esteve a pensar onde estava a linha vermelha, é assim que se forma a opinião pública, não cabe a cada um de nós dizer se a linha está corretamente colocada ou não, resta-nos analisar se a indignação é maior ou menos, mais ou menos generalizada!

Laribau Escreveu:O que é a decência? Há graus de decência (ou falta dela)? Decência e moral são a mesma coisa? E a ética, coincide com a moral? Uma questão pode ser Decente e não ser moralmente aceitável, depende sempre de quem afere a situação.


A mesma coisa, claro que não há, aliás bastava estarmos noutro país para mudarem os casos de indignação da opinião pública.

Laribau Escreveu:Bom, mas este é apenas o meu ponto de vista. Se todos concordássemos em tudo não havia debate, era uma monotonia... :wink:


Exato, no fundo é isto, haverá outras situações que te indignam a ti e a mim não... algumas que indignam a maioria das pessoas e eu não percebo porquê, e outras em que fico indignado e não percebo porque é que quase ninguém se indigna com isso! :D
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Ativo » 29/12/2019 13:37

Laribau Escreveu:
Estão assentes os pontos de vista de cada um. O meu é de que se trata de um assunto que diz exclusivamente respeito ao CA e aos seus acionistas e que a decência, ou falta dela, deve ser avaliada á luz dos critérios da entidade a que diz respeito (acionistas e seus representantes), uma vez que, presumo, não haja do ponto de vista legal qualquer reparo (caso houvesse já o Ministério Publico seria envolvido).

Naturalmente que, cada um tem direito à sua opinião e a expressar a mesma, se assim não fosse não estaríamos aqui a debater o assunto. Não é isso que me impressiona. O que verdadeiramente me cria dúvidas, é a ligeireza com que se condena alguém na praça pública, com base em parece-me que ( pelos vistos não está claro se o CA do CA sabia ou não, mas por via das dúvidas, condena-se publicamente com base em "parece-me que não sabia").

Não afirmei que me parece, afirmei que parece (o que é um pouco diferente) que o Conselho de Administração da instituição de crédito, em causa, não teria atribuído a dita avença porque essa versão foi veiculada pela comunicação social.
No meu entender, a questão se a dita avença foi atribuída à esposa do CEO da instituição de crédito pelo Conselho de Administração, ou se apenas pelo CEO, não é verdadeiramente importante.

ativo Escreveu:
Mesmo que no caso em apreço tivesse havido acordo entre o marido da dita cuja e o Conselho de Administração da instituição de crédito, para quem trabalha, quanto à atribuição à sua mulher de uma avença mensal de 2000 euros para ele ter estabilidade emocional no seu trabalho ( :lol: ), algo que parece que não aconteceu, o acordo diz, de certo modo, também respeito, aos restantes trabalhadores da instituição, os quais precisam e têm de ser respeitados, aos potenciais clientes da instituição de crédito, em causa, e à sociedade em geral, em virtude da já referida responsabilidade social de qualquer empresa, enquanto entidade criadora de riqueza.

A quem tenha dúvidas relativamente à decência ou indecência da "coisa" sugiro que:

- pergunte a todos os restantes trabalhadores da instituição de crédito, em causa, muitos dos quais trabalham, porventura, com instabilidade emocional, originada pela mulher, ganhando bem menos do que a referida avença, o que é que pensam acerca disto e se sentem deste modo respeitados.

- pergunte a quem precisa de um pequeno crédito para tornar mais produtiva a sua exploração agropecuária e não o obtém o que pensa disto.

- pergunte a quem pretende realizar um projeto de solidariedade social e não conta para esse efeito com um donativo da instituição de crédito, em causa, o que pensa disto. Convém ter presente duas coisas: qualquer empresa, como entidade criadora de riqueza, seja ela uma instituição de crédito, ou não, tem responsabilidade para com o bem-estar da sociedade, e o dinheiro gasto numa coisa, não existe para outra.

Uma empresa tem responsabilidade social para com os seus colaboradores, clientes (atuais e futuros) e sociedade em geral!!! Assim há coisas que se deve abster de fazer, por ferirem a decência, o respeito pelos outros, revelando insensibilidade e irresponsabilidade social!!!

Laribau Escreveu:
As condenações públicas com base na decência ou falta dela, têm um problema: qual é a linha vermelha entre a decência e a falta dela? A mim parece-me que, cada vez mais, a linha é a que em cada caso mais convém à turba ululante que frequenta as redes sociais. O perigo do juízo baseado na decência ou falta dela, é que as referências morais de cada um (ou de cada grupo), não coincidem com as dos demais, e assim afirmam-se as preferências pelos valores de quem mais poder de "fogo" possui no comando da opinião pública (ou publicada). Independentemente do caso em apreço, ao concordar com este tipo de condenação pública, baseada na apreciação subjetiva de uma determinada situação, abre-se a porta ao direito de intromissão do coletivo no particular, seja em que circunstância for. Basta um pequeno grupo de ativistas para "linchar" publicamente qualquer um, visto a linha vermelha se traçar onde se quiser.

O que é a decência? Há graus de decência (ou falta dela)? Decência e moral são a mesma coisa? E a ética, coincide com a moral? Uma questão pode ser Decente e não ser moralmente aceitável, depende sempre de quem afere a situação.

E assim somos levados a questionar se haverá mesmo "Decência". :lol:

Como parece haver dúvidas relativamente ao que é a "Decência" vou dizer o que é para mim "Decência". Para mim "Decência" é, por exemplo, respeitar o outro, é ter também em consideração as necessidades dos demais. Ora não foi, manifestamente, isto que aconteceu neste caso. No meu entender, neste caso, não se respeitou os restantes trabalhadores da instituição, os clientes (atuais e futuros) e a sociedade em geral.

Não vale tudo!!!

Numa coisa concordo: estão assentes os pontos de vista de cada um!
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por serpim1 » 29/12/2019 12:18

Laribau Escreveu:Estão assentes os pontos de vista de cada um. O meu é de que se trata de um assunto que diz exclusivamente respeito ao CA e aos seus acionistas e que a decência, ou falta dela, deve ser avaliada á luz dos critérios da entidade a que diz respeito (acionistas e seus representantes), uma vez que, presumo, não haja do ponto de vista legal qualquer reparo (caso houvesse já o Ministério Publico seria envolvido).

Naturalmente que, cada um tem direito à sua opinião e a expressar a mesma, se assim não fosse não estaríamos aqui a debater o assunto. Não é isso que me impressiona. O que verdadeiramente me cria dúvidas, é a ligeireza com que se condena alguém na praça pública, com base em parece-me que ( pelos vistos não está claro se o CA do CA sabia ou não, mas por via das dúvidas, condena-se publicamente com base em "parece-me que não sabia").
As condenações públicas com base na decência ou falta dela, têm um problema: qual é a linha vermelha entre a decência e a falta dela? A mim parece-me que, cada vez mais, a linha é a que em cada caso mais convém à turba ululante que frequenta as redes sociais. O perigo do juízo baseado na decência ou falta dela, é que as referências morais de cada um (ou de cada grupo), não coincidem com as dos demais, e assim afirmam-se as preferências pelos valores de quem mais poder de "fogo" possui no comando da opinião pública (ou publicada). Independentemente do caso em apreço, ao concordar com este tipo de condenação pública, baseada na apreciação subjetiva de uma determinada situação, abre-se a porta ao direito de intromissão do coletivo no particular, seja em que circunstância for. Basta um pequeno grupo de ativistas para "linchar" publicamente qualquer um, visto a linha vermelha se traçar onde se quiser.

O que é a decência? Há graus de decência (ou falta dela)? Decência e moral são a mesma coisa? E a ética, coincide com a moral? Uma questão pode ser Decente e não ser moralmente aceitável, depende sempre de quem afere a situação.

Bom, mas este é apenas o meu ponto de vista. Se todos concordássemos em tudo não havia debate, era uma monotonia... :wink:


:clap: :clap: :clap:
 
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 29/12/2019 11:58

Estão assentes os pontos de vista de cada um. O meu é de que se trata de um assunto que diz exclusivamente respeito ao CA e aos seus acionistas e que a decência, ou falta dela, deve ser avaliada á luz dos critérios da entidade a que diz respeito (acionistas e seus representantes), uma vez que, presumo, não haja do ponto de vista legal qualquer reparo (caso houvesse já o Ministério Publico seria envolvido).

Naturalmente que, cada um tem direito à sua opinião e a expressar a mesma, se assim não fosse não estaríamos aqui a debater o assunto. Não é isso que me impressiona. O que verdadeiramente me cria dúvidas, é a ligeireza com que se condena alguém na praça pública, com base em parece-me que ( pelos vistos não está claro se o CA do CA sabia ou não, mas por via das dúvidas, condena-se publicamente com base em "parece-me que não sabia").
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Bom, mas este é apenas o meu ponto de vista. Se todos concordássemos em tudo não havia debate, era uma monotonia... :wink:
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 29/12/2019 0:57

Estava aqui a pensar em situações com alguns pontos comuns...

1. No caso da astronómica pensão vitalícia de Jardim Gonçalves, a opinião pública tem alguma coisa a ver com isso ou não? Se por um lado é verdade que numa determinada altura o estado meteu uma carrada de milhões no BCP, também é verdade que o banco já devolveu o dinheiro todo?!

2. Lembro-me de ver casos do género, mas vou considerar um hipotético. Uma empresa privada que dá lucros brutais mas que contrata pessoas qualificadas a quem paga o ordenado mínimo. A opinião pública não tem nada a ver com o assunto?

Quanto a mim qualquer pessoa tem o direito de emitir uma opinião sobre qualquer assunto, seja ele do foro privado ou público. Esta opinião pode é ser mais ou menos valorizada, importante, ou até determinante consoante o caso, mas não podemos em caso nenhum esperar que numa democracia as pessoas não possam emitir opinião sobre qualquer assunto...
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Ativo » 28/12/2019 23:09

Laribau Escreveu:
Relativamente à questão que dizes não ter sido respondida, repara que a mesma foi respondida antes mesmo de ter sido colocada um pouco antes num post anterior, quando referi que, para mim, o erro mais relevante do senhor em causa, teria sido não ter tido a ousadia de ter esclarecido que: "sim senhor, o acordo existe, tratou-se de um acordo entre entidades privadas e só a elas diz respeito". (...)

Um acordo, entre entidades privadas, só a elas diz respeito? Isso não é assim. Se o acordo privado for legal ele não poderá, evidentemente, ser desfeito por terceiros, mas isso não impede que a sua "decência" seja passível de "apreciação" por terceiros.
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ativo Escreveu:
A quem tenha dúvidas relativamente à decência ou indecência da "coisa" sugiro que:

- pergunte a todos os restantes trabalhadores da instituição de crédito, em causa, muitos dos quais trabalham, porventura, com instabilidade emocional, originada pela mulher, ganhando bem menos do que a referida avença, o que é que pensam acerca disto e se sentem deste modo respeitados.

- pergunte a quem precisa de um pequeno crédito para tornar mais produtiva a sua exploração agropecuária e não o obtém o que pensa disto.

- pergunte a quem pretende realizar um projeto de solidariedade social e não conta para esse efeito com um donativo da instituição de crédito, em causa, o que pensa disto. Convém ter presente duas coisas: qualquer empresa, como entidade criadora de riqueza, seja ela uma instituição de crédito, ou não, tem responsabilidade para com o bem-estar da sociedade, e o dinheiro gasto numa coisa, não existe para outra.

Laribau Escreveu:
(...) E a situação descrita é um benefício atribuído a um Colaborador, pode é ser legítimo ou ilegítimo e isso caberá ao CA ajuizar não à opinião pública). (...)

Não se trata da atribuição de um benefício a um colaborador, mas sim à esposa de um colaborador que não é trabalhadora na instituição, em causa. A atribuição, mal ou bem, caberia ao Conselho de Administração (pelo que se sabe parece que não atribuiu o dito benefício, este foi simplesmente atribuído pelo marido da dita esposa, CEO da instituição), mas o Juízo sobre a "decência" de tal atribuição, cabe, também, aos restantes trabalhadores, aos potenciais clientes e à sociedade em geral, como referi.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 28/12/2019 22:47

Pois, eu também acho que são coisas dos privados, mas ao contrário de ti, inclino-em mais para a outra hipótese, não estou a ver porque razão ele acabaria com a avença e mentiria à jornalista, que não fosse o facto de o CA não saber(?!). Penso que a opinião pública tem o direito de abordar o assunto, apartir do momento em que se tornou público, mesmo não tendo nada a ver com isso... embora, como já atrás referi, seja difícil a qualquer um não dar alguma atenção às questões da banca, «gato escaldado»...

Em relação aos países nórdicos tu acabaste por referir um bom exemplo de que precisamos de evoluir e convém conhecer o caminho!
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 28/12/2019 21:47

artista_ Escreveu:
ativo Escreveu:No sentido de branquear este tipo de "coisa" misturam-se depois outras situações, diferentes, para que depois o relativismo, muito em voga, faça o resto :.. Esta técnica de branqueamento das "patifarias" é bem conhecida ... Assim, chegámos aonde nos encontramos atualmente!

A "compreensão" para este tipo de "coisa" existente, por mais pessoas do que seria de supor, é bem reveladora da falta de "valores" da nossa sociedade e de quanto estamos longe, neste âmbito, de outros povos, como os escandinavos, por exemplo.


É exatamente com isto que me revejo, estamos muito atrasados, temos muito por onde melhorar, temos de fazer esse caminho... quanto mais rápido melhor!


Ainda uma última nota sobre os escandinavos. Pois foi numa empresa bem escandinava que exerci, no final da minha carreira, um cargo com elevada responsabilidade. Também nessa empresa havia algumas mordomias, explicitamente aprovadas pelo Board. Se alguém ultrapassava a linha, era problema do Board e era este que agia em conformidade, tendo em conta o desvio e a responsabilidade do "desviante" (quanto maior mais estrito o juízo), mas não era caso de escândalo Nacional no País (de origem…!). Para que não restem dúvidas, sobre o que penso relativamente ao conjunto de questões que enunciei: Uma vez, no meu aniversário, foi-me oferecido pelo Board um relógio de elevado valor - paguei IRS sobre o mesmo…!
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 28/12/2019 21:36

artista_ Escreveu:
Pois, se calhar é por eu não me rever nesse tipo de coisas que enuncias, que me faz mais confusão que a ti... registo que não respondeste às minhas questões sobre ele ter acabado com a avença quando houve denúncias anónimas e o ter escondido dos jornalistas, mentindo. Se até o próprio tem vergonha de o assumir...


A mim o que me faz confusão é a duplicidade de critérios no juízo que se faz, do ponto de vista coletivo ( a chamada opinião pública), relativamente às questões suscitadas, não tanto a tua opinião ou a do Ativo. Relativamente à questão que dizes não ter sido respondida, repara que a mesma foi respondida antes mesmo de ter sido colocada um pouco antes num post anterior, quando referi que, para mim, o erro mais relevante do senhor em causa, teria sido não ter tido a ousadia de ter esclarecido que: "sim senhor, o acordo existe, tratou-se de um acordo entre entidades privadas e só a elas diz respeito". Acresce que, e aqui respondendo ao Ativo, uma de duas: ou o CA sabia e havia, portanto, um acordo entre privados, ou o CA não sabia e compete-lhe a ele, representante dos acionistas, gerir o assunto, disciplinarmente, criminalmente, ou nada, pelos vistos optou pelo nada. Ou sabia ou, não sabia e quando soube entendeu que não tinha gravidade. Inclino-me mais para que sabia perfeitamente.

Quanto às questões do Ativo, relativamente à responsabilidade social da entidade, é verdade para uma multiplicidade de decisões tomadas pela instituição ( por exemplo: se atribuir um qualquer benefício a um colaborador ou grupo de colaboradores, pode colidir também com outras opções para o emprego desse recurso. E a situação descrita é um benefício atribuído a um Colaborador, pode é ser legítimo ou ilegítimo e isso caberá ao CA ajuizar não à opinião pública).

Ainda quanto à forma de validar quão "indecente" é a situação: perguntar a.... Pois perguntem ao sem abrigo o que pensa de um salário de 600 €, ou a um reformado com uma pensão de 400 €, o que pensa de uma pensão de 1200 €, dirão certamente que são uma injustiça. Perguntem à Gazela o que pensa do Leão…!

Por último (da minha parte):

Parece-me que a diferença de opinião resulta da perspetiva de cada um. Eu defendo que, o que é de natureza privada, só deve ser objeto de escrutínio público na medida do que lese o interesse público, seja económico ou mais lato, mas só na estrita medida desse interesse, não baseado em conjeturas de natureza moral.

Cá no burgo, há muito a propensão para agigantar questões menores. Deve ser à falta de questões mais relevantes…!
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 28/12/2019 21:05

ativo Escreveu:No sentido de branquear este tipo de "coisa" misturam-se depois outras situações, diferentes, para que depois o relativismo, muito em voga, faça o resto :.. Esta técnica de branqueamento das "patifarias" é bem conhecida ... Assim, chegámos aonde nos encontramos atualmente!

A "compreensão" para este tipo de "coisa" existente, por mais pessoas do que seria de supor, é bem reveladora da falta de "valores" da nossa sociedade e de quanto estamos longe, neste âmbito, de outros povos, como os escandinavos, por exemplo.


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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 28/12/2019 21:00

Laribau Escreveu:
artista_ Escreveu:Laribau, tanta conversa para tão pouco assunto?!


É esse exatamente o ponto. Tanta conversa para tao pouco assunto. Ainda bem que alguém reconhece que o assunto não merece a relevância que na Tugalândia se dá a questões como esta.

Até parece que não somos um povo que vê com alguma simpatia o pequeno truque para não pagar impostos (vulgo : o senhor quer fatura?), ou a comiseração que nos merece o: "eh pá, estou com baixa, já não consigo encarar o Manel lá na empresa". Ou ainda: "arranjei um emprego porreiro, pagam-me uma boa parte em ajudas de custo e Kms". Ou: "Na terça é feriado, já pedi ao chefe para não vir na segunda, disse-lhe que tenho uma consulta". Tudo isto é visto, por nós, portugueses, com uma certa bonomia, mas quando chega ao chefe ou ao BANCO, aqui d' El Rei, rasgamos as vestes contra o ignomínia, as mais das vezes por assuntos de "dá cá aquela palha". É isto... :roll:


Pois, se calhar é por eu não me rever nesse tipo de coisas que enuncias, que me faz mais confusão que a ti... registo que não respondeste às minhas questões sobre ele ter acabado com a avença quando houve denúncias anónimas e o ter escondido dos jornalistas, mentindo. Se até o próprio tem vergonha de o assumir...
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Ativo » 28/12/2019 20:27

Laribau Escreveu:
artista_ Escreveu:
Laribau Escreveu:E se a "coisa" passasse por atribuir à esposa do dito uma viatura para uso particular, com manutenção, combustível e portagens incluídas, cujo custo mensal rondasse os 2000 € (tudo incluído). Aí, ainda estaríamos no domínio da falta de decência, ou nem por isso?


… O que está em causa é as chefias, as elites deste país …. tratando-se de um banco, todos se lembram dos milhares de milhões que já metemos numa série deles... ninguém nos garante que a CA não venha a ser também «contemplada» no futuro!


Então tudo se resume a dois pecados capitais: Ser um dirigente e envolver um BANCO ( :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: ).

Agora está mais claro (para mim) o "banzé" que vai por aí relativamente a este caso! Foi o próprio que, abusando da sua autoridade (dirigente abusador), que atribuiu a si próprio (ou seja, à sua esposa) uma avença, tudo pela calada da noite e sem que no banco ninguém soubesse (a não ser o tesoureiro 8-) ). Isto é mau, porque indicia que o sistema de controlo interno não funciona (ou funciona mal!), de tal forma que, nem o próprio Conselho de Administração estava ao corrente. Por outro lado, trata-se de um BANCO, que por ser um BANCO, não é privado, e que apesar de não ter ajudas públicas, pode ainda vir a ter (cria-se assim uma nova categoria de bacos: os que não tendo sido ajudados, podem ainda vir a ser). Estamos neste último caso no domínio da fábula do Cordeiro e do Lobo ( se não foste tu, foi o teu pai... :roll: ).

Bem vistas as coisas, quanto a mim, o erro do cavalheiro foi não ter tido a coragem de dizer: Sim senhor, é assim que as coisas se passam. Aceitei o cargo nessas condições e trata-se de um negócio privado entre mim o CA. Provavelmente condicionado pela mentalidade tipicamente R.... (que considera milionária uma reforma de 2 ou 3 mil euros ou um salário de 4 ou 5 mil), achou por bem encontrar uma explicação sem pés nem cabeça.

Mas já agora, que estou com a mão na massa (salvo seja...!), apraz-me perguntar: Será que a senhora não pagava impostos sobre a avença? Tratando-se de uma avença, não me parece que de outra forma pudesse ser. Então, houve prejuízo para o erário público?

Mais uma perguntinha: Neste país, existem milhares de pessoas que usufruem de viatura de serviço de que também fazem uso para fins particulares. Declaram no IRS? Trata-se de "decência "fiscal"? Ou só fazemos juízo sobre os "outros", os tais dirigentes.
E ainda outra: Faz impressão aos Louçãs, Catarinas e Jerónimos (e assimilados) estes devaneios num BANCO ( :twisted: :twisted: :twisted: ). E Trabalhadores de empresas públicas altamente deficitárias usufruírem de seguro de saúde à custa do contribuinte? Decente! Então não é só SNS?

É que neste dois casos (apenas a título de exemplo), estamos no domínio do prejuízo público, não se trata de negócio privado, mas como não se trata de um Dirigente nem de um Banco, não interessa nada. Aposto que se se tratasse de um craque da bola que pusesse como condição ter um subsídio de "deslocação" de 10 000 €/mês para a esposa, não faltariam elogios ao craque e ao respetivo empresário.

Passei, ao longo da minha vida profissional, por várias empresas (multinacionais), dos mais variados setores, e não era incomum, encontrar situações deste tipo, ou ainda mais generosas, para os cônjuges do seus principais executivos.

A R... no seu melhor (como diria o AR).

Não, não se resume tudo aos pecados de estar um banco e um dirigente em causa!

Parece que o Conselho de Administração não sabia (penso que nem quereria saber, dada a indecência da "coisa") e se fosse consultado, suponho, que diria que não. Por isso, imagino, nem foi consultado a esse respeito, nem muito menos deu a sua concordância. É que quando este tipo de "coisa" vem a público ou é do conhecimento de um grupo mais alargado de pessoas, este tipo de "coisa" "torna-se" indecente mas quando é mantida em segredo ´tende a parecer a coisa mais natural do mundo. Porque será? :mrgreen:

E, não, mesmo que a avença tenha sido tributada isso não a torna "decente". Há "coisas" que nenhuma "lavagem" fiscal torna "decente"! :shame:

No sentido de branquear este tipo de "coisa" misturam-se depois outras situações, diferentes, para que depois o relativismo, muito em voga, faça o resto :.. Esta técnica de branqueamento das "patifarias" é bem conhecida ... Assim, chegámos aonde nos encontramos atualmente!

A "compreensão", existente, para este tipo de "coisa", por mais pessoas do que seria de supor, é bem reveladora da falta de "valores" da nossa sociedade e de quanto estamos longe, neste âmbito, de outros povos, como os escandinavos, por exemplo.

A quem tenha dúvidas relativamente à decência ou indecência da "coisa" sugiro que:

- pergunte a todos os restantes trabalhadores da instituição de crédito, em causa, muitos dos quais trabalham, porventura, com instabilidade emocional, originada pela mulher, ganhando bem menos do que a referida avença, o que é que pensam acerca disto e se sentem deste modo respeitados.

- pergunte a quem precisa de um pequeno crédito para tornar mais produtiva a sua exploração agropecuária e não o obtém o que pensa disto.

- pergunte a quem pretende realizar um projeto de solidariedade social e não conta para esse efeito com um donativo da instituição de crédito, em causa, o que pensa disto. Convém ter presente duas coisas: qualquer empresa, como entidade criadora de riqueza, seja ela uma instituição de crédito, ou não, tem responsabilidade para com o bem-estar da sociedade, e o dinheiro gasto numa coisa, não existe para outra.
Editado pela última vez por Ativo em 28/12/2019 21:17, num total de 1 vez.
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 28/12/2019 20:17

artista_ Escreveu:Laribau, tanta conversa para tão pouco assunto?!


É esse exatamente o ponto. Tanta conversa para tao pouco assunto. Ainda bem que alguém reconhece que o assunto não merece a relevância que na Tugalândia se dá a questões como esta.

Até parece que não somos um povo que vê com alguma simpatia o pequeno truque para não pagar impostos (vulgo : o senhor quer fatura?), ou a comiseração que nos merece o: "eh pá, estou com baixa, já não consigo encarar o Manel lá na empresa". Ou ainda: "arranjei um emprego porreiro, pagam-me uma boa parte em ajudas de custo e Kms". Ou: "Na terça é feriado, já pedi ao chefe para não vir na segunda, disse-lhe que tenho uma consulta". Tudo isto é visto, por nós, portugueses, com uma certa bonomia, mas quando chega ao chefe ou ao BANCO, aqui d' El Rei, rasgamos as vestes contra o ignomínia, as mais das vezes por assuntos de "dá cá aquela palha". É isto... :roll:
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por artista_ » 28/12/2019 19:29

Laribau, tanta conversa para tão pouco assunto?! Se queres escrever um romance arranja um assunto mais interessante! :mrgreen: :mrgreen:

1. Em relação a ser um banco, sim, desde que o dinheiro dos contribuintes passou a ser gasto a torto e a direito para salvar bancos, estes têm de passar a ter regulação especial por parte do estado, para ver se não voltam a acontecer...
2. Não quer dizer que neste caso ache que o estado deva intervir, acho que não é motivo para tanto... a questão coloca-se mais a nível pessoal, talvez fosse melhor fazer de outra forma do que desta, que passa uma má imagem das chefias...

É a minha opinião, não tens de concordar! Por alguma razão ele acabou com isso quando alguns enviaram cartas anónimas a denunciar a situação, se era uma coisa normal porque é que o fez?

EDIT: Não só o fez como aparentemente negou tê-lo feito quando a jornalista lhe fez a pergunta... ou seja, mentiu para tentar ocultar essa situação. Não é só para mim, para ele próprio a situação é vergonhosa!
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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Laribau » 28/12/2019 18:45

artista_ Escreveu:
Laribau Escreveu:E se a "coisa" passasse por atribuir à esposa do dito uma viatura para uso particular, com manutenção, combustível e portagens incluídas, cujo custo mensal rondasse os 2000 € (tudo incluído). Aí, ainda estaríamos no domínio da falta de decência, ou nem por isso?


… O que está em causa é as chefias, as elites deste país …. tratando-se de um banco, todos se lembram dos milhares de milhões que já metemos numa série deles... ninguém nos garante que a CA não venha a ser também «contemplada» no futuro!


Então tudo se resume a dois pecados capitais: Ser um dirigente e envolver um BANCO ( :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: ).

Agora está mais claro (para mim) o "banzé" que vai por aí relativamente a este caso! Foi o próprio que, abusando da sua autoridade (dirigente abusador), que atribuiu a si próprio (ou seja, à sua esposa) uma avença, tudo pela calada da noite e sem que no banco ninguém soubesse (a não ser o tesoureiro 8-) ). Isto é mau, porque indicia que o sistema de controlo interno não funciona (ou funciona mal!), de tal forma que, nem o próprio Conselho de Administração estava ao corrente. Por outro lado, trata-se de um BANCO, que por ser um BANCO, não é privado, e que apesar de não ter ajudas públicas, pode ainda vir a ter (cria-se assim uma nova categoria de bacos: os que não tendo sido ajudados, podem ainda vir a ser). Estamos neste último caso no domínio da fábula do Cordeiro e do Lobo ( se não foste tu, foi o teu pai... :roll: ).

Bem vistas as coisas, quanto a mim, o erro do cavalheiro foi não ter tido a coragem de dizer: Sim senhor, é assim que as coisas se passam. Aceitei o cargo nessas condições e trata-se de um negócio privado entre mim o CA. Provavelmente condicionado pela mentalidade tipicamente R.... (que considera milionária uma reforma de 2 ou 3 mil euros ou um salário de 4 ou 5 mil), achou por bem encontrar uma explicação sem pés nem cabeça.

Mas já agora, que estou com a mão na massa (salvo seja...!), apraz-me perguntar: Será que a senhora não pagava impostos sobre a avença? Tratando-se de uma avença, não me parece que de outra forma pudesse ser. Então, houve prejuízo para o erário público?

Mais uma perguntinha: Neste país, existem milhares de pessoas que usufruem de viatura de serviço de que também fazem uso para fins particulares. Declaram no IRS? Trata-se de "decência "fiscal"? Ou só fazemos juízo sobre os "outros", os tais dirigentes.
E ainda outra: Faz impressão aos Louçãs, Catarinas e Jerónimos (e assimilados) estes devaneios num BANCO ( :twisted: :twisted: :twisted: ). E Trabalhadores de empresas públicas altamente deficitárias usufruírem de seguro de saúde à custa do contribuinte? Decente! Então não é só SNS?

É que neste dois casos (apenas a título de exemplo), estamos no domínio do prejuízo público, não se trata de negócio privado, mas como não se trata de um Dirigente nem de um Banco, não interessa nada. Aposto que se se tratasse de um craque da bola que pusesse como condição ter um subsídio de "deslocação" de 10 000 €/mês para a esposa, não faltariam elogios ao craque e ao respetivo empresário.

Passei, ao longo da minha vida profissional, por várias empresas (multinacionais), dos mais variados setores, e não era incomum, encontrar situações deste tipo, ou ainda mais generosas, para os cônjuges do seus principais executivos.

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Re: Crédito Agricola pagava 2.000 euros à mulher do CEO

por Ativo » 28/12/2019 18:29

Laribau Escreveu:
ativo Escreveu:Por a "coisa" poder ser feita de outro modo, ou seja, em vez da esposa do dito cujo receber 2000 euros por mês receber ele a mais esse dinheiro por mês, isso não obsta a que a este respeito se faça um juízo negativo, pois ainda (suponho eu) há uma coisa chamada "DECÊNCIA". Isto, penso eu, basta para que não valha tudo e nem todas as "explicações" sejam aceitáveis. :evil:


E se a "coisa" passasse por atribuir à esposa do dito uma viatura para uso particular, com manutenção, combustível e portagens incluídas, cujo custo mensal rondasse os 2000 € (tudo incluído). Aí, ainda estaríamos no domínio da falta de decência, ou nem por isso?

Continuariamos, obviamente, no domínio da indecência (falta de decência)!
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