Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç
Enviado: 9/1/2021 18:40
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djovarius Escreveu:A Lufthansa não vai entrar em lado nenhum antes de devolver 75% da massa ao Estado germânico.
Ao que parece, em 2019, esta e a United manifestaram interesse porque o Neeleman queria alguém poderoso para consolidar o negócio.
Mas esses tubarões jamais entrariam sabendo que o Estado lusitano era um sócio "forever".
Sem Estado, talvez isso pudesse ocorrer, se o negócio fosse quase de borla para os novos sócios, pois estas companhias poderiam ter interesse no negócio do eixo Atlântico com América do Sul e África.
Porque não venderam muito antes (lá atrás em 2013?) ao Efremovich? Essa é outra novela…
Agora vão gramar com o ministro armado em especialista do negócio aéreo. Boa sorte.
Abraço
dj
djovarius Escreveu:Porque não venderam muito antes (lá atrás em 2013?) ao Efremovich? Essa é outra novela…
Pata-Hari Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/governo-sinaliza-em-bruxelas-que-ve-com-bons-olhos-entrada-da-lufthansa-na-tap
Pata-Hari Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/governo-sinaliza-em-bruxelas-que-ve-com-bons-olhos-entrada-da-lufthansa-na-tap
fosgass2020 Escreveu:Disclaimer: Detive 45k obrigações da TAP que despachei, com prejuízo, a 80.49, no dia 23 de Novembro.
No meu entender, vejo que está a acontecer à TAP o que aconteceu ao país em 2011. Há um buraco que é necessário acautelar de um negócio que não tem pernas para andar. Exactamente igual a Portugal em 2011 (and counting): um país com uma economia que não é viável mas que precisa de dinheiro para continuar a respirar.
E penso que o que vai acontecer à TAP é o mesmo que aconteceu a Portugal: foram tomadas decisões que de outro modo seriam impossíveis de tomar, à conta de uma "obrigação" superior. O processo é idêntico em tudo, o método o mesmo, os protagonistas idem.
O valor das obrigações da TAP extinguiu-se no momento em que não foi exigido o pagamento integral por quebra das condições, tal como previsto no Prospecto, resultado da votação na última AG dos obrigacionistas, a 14 de Setembro. E, se na data o Governo dizia que conseguia acautelar tudo com os 1.200mio€, a coisa aparentava estar controlada. Tudo feito para a aprovação daquele ponto nº2 da AG. Entretanto, começaram a sair as notícias de que o buraco era muito maior e o Governo tinha que ir à UE pedir para lá meter mais dinheiro...
Neste momento o plano de restruturação não incorpora uma perda para os credores. Primeiro porque não há vontade política: custa votos, uma vez que a TAP tem muitos pequenos obrigacionistas, depois porque ninguém o exigiu. Mas o plano vai à UE e não estou a ver forma da UE aprovar um plano de recuperação com entrada de fundos do contribuinte europeu, sem haver perda para os credores. Primeiro vão os accionistas, depois os obrigacionistas. Simplesmente não me parece que seja possível que a TAP se safe sem perdas para os credores (nem que seja transformar as obrigações em capital que será em pouco tempo diluido, fruto das várias intervenções que o Governo vai ter que fazer).
Finalmente, lá irá o Governo dizer que isto só acontece porque é a única forma da UE aprovar o plano e eles é que mandam e blablablabla... já sabem o final!
Posso estar bastante enganado em relação a isto, só o tempo o dirá. Para já, paguei para ver!
fosgass2020 Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/obrigacoes-da-tap-em-queda-apos-governo-admitir-perdas-para-credores
"Na proposta do plano de reestruturação que foi entregue à Comissão Europeia, e que ainda requer aprovação, está também a ser discutido se os credores devem ou não ser incluídos nesta operação, de acordo com o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz."
Tudo a bater certo com o que escrevi... até as notícias saem "à medida".
fosgass2020 Escreveu:Malta,
A pergunta nesta altura é se um upside de um YTM de 14% compensa um downside de um potencial haircut. Nada mais que isso.
Marco Martins Escreveu: concordo que deveria continuar no lado dos privados a gestão
Artista Romeno Escreveu:PIKAS Escreveu:Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.
A quantidade de dinheiro que é necessária é de tal grandeza que a TAP nunca poderia continuar privada. Os privados não tinham dinheiro e se tivessem era uma gota de água neste oceano e por conseguinte a TAP, chegada à enorme chapada do COVID, só tinha dois cenários: ou falia ou o estado intervinha. O estado interveio, como teria que intervir, mesmo que não fosse accionista.
E isto é em Portugal e por todo o lado; em Espanha, em França, na Alemanha, nos EUA e... e... só os estados é que tem capacidade para desembolsar tantos milhares de milhões.
Cumprimentos,
Sim o privado nao metia nem 1 euro! Era falencia ou sopas, e a meu ver uma falencia tipo swissair nao era pior
PIKAS Escreveu:Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.
A quantidade de dinheiro que é necessária é de tal grandeza que a TAP nunca poderia continuar privada. Os privados não tinham dinheiro e se tivessem era uma gota de água neste oceano e por conseguinte a TAP, chegada à enorme chapada do COVID, só tinha dois cenários: ou falia ou o estado intervinha. O estado interveio, como teria que intervir, mesmo que não fosse accionista.
E isto é em Portugal e por todo o lado; em Espanha, em França, na Alemanha, nos EUA e... e... só os estados é que tem capacidade para desembolsar tantos milhares de milhões.
Cumprimentos,
Roland Berger diz que após reestruturação Estado deve sair da TAP
António Bernardo acredita que a TAP vai ter de entrar em movimentos de consolidação, através de fusão ou compra de posição por uma grande companhia aérea.
Miguel Baltazar/Negócios
Maria João Babo
Maria João Babo mbabo@negocios.pt
11:42
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O presidente da Roland Berger Portugal, António Bernardo, defendeu esta quinta-feira, que a reestruturação da TAP é indispensável, mas que a seguir a este processo "tem de vir a privatização".
Na abertura do webinar "Haverá retoma sem transporte aéreo?", organizado pelo Jornal Económico, o responsável frisou que após a reestruturação da companhia aérea, "o Estado tem de reduzir a posição e se possível privatizar totalmente".
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António Bernardo considerou que o processo que visa redimensionar a TAP "está a ser demasiado politizado" e apontou que "os Estados raramente são acionistas racionais" para defender que o serviço público pode ser apoiado sem ter que ser acionista.
"Restruturação sim, mas Estado deve sair da TAP", afirmou, acrescentando que a companhia nacional "vai ter de entrar em movimentos de consolidação", através de "fusão ou compra de posição por uma grande companhia aérea".
Ainda que reconhecendo que este não é o momento mais oportuno, no futuro o responsável da Roland Berger acredita que "a Lufthansa será um excelente parceiro", tendo até já adquirido outras companhias com a dimensão da TAP.
Frisando que a aviação é um setor de grandes economias de escala, António Bernardo salientou que a TAP já antes era uma empresa demasiado pequena para ter uma rentabilidade aceitável.
Ainda sobre a reestruturação da companhia aérea, defendeu que embora indispensável tem de ser "feita de modo que não hipoteque alavancas competitivas", como as rotas para Brasil, Atlântico Norte e um conjunto de mercados selecionados em África.
Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.
MPCapital Escreveu:Claro que se se pretender usar esta tecnicidade como um trigger e despoletar um reembolso antecipado, tudo bem, mas um prospeto e as obrigações estão sujeitas a regras de governance, a esmagadora maioria dos votos expressos, 96,58%, rejeitou o reembolso antecipado e preferiu deixar correr as obrigações e receber cupão como originalmente planeado. Não vejo os mesmos votos a aceitar perdas nominais furando expectativas da emissão, mas veremos se tiver de se chegar a esse ponto ou pior (a liquidação).
Se estiver a ver bem o tema, se a proposta passada fosse chumbada, no limite o Estado podia estruturar a operação de forma alternativa e atingir o mesmo objetivo evitando o reembolso antecipado das obrigações, utilizando uma forma distinta de conversão em capital via pivot na SGPS e fazendo depois descer os fundos, não me parece nada de especialmente complicado neste contexto.
fosgass2020 Escreveu:MPCapital Escreveu:Credores neste contexto = fornecedores + financiadores.
MPCapital, o que o leva a achar tal coisa? E desde quando é que os obrigacionistas não são financiadores?MPCapital Escreveu: Do lado das obrigações o que poderá fazer sentido é a realização de uma operação de troca, mais perto da maturidade, que não é o mesmo que infligir perdas, seja do lado dos institucionais seja do lado do retalho. PT fez várias destas operações de troca durante os anos troika (tb faz agora mas com outros contornos). Se o plano de reestruturação for credível (se do tamanho do mundo) e bem executado os bancos credores podem agilizar um reescalonamento da dívida condicionado ao cumprimento de objetivos, há muitas formas de se fazer isso.
Há coisas que são a base das leis económicas pelo que lhe peço já desculpa por não aprofundar muito o assunto. Tem que perceber que qualquer alteração às condições iniciais provoca uma perda, porque há um investimento que é feito tendo como base as condições da oferta. Se assim não fosse, era fácil para a TAP dizer que no dia 23 de Dezembro não iria pagar o cupão e que o pagaria um mês mais tarde. Pela sua ordem de ideias, não havia problema nenhum. Pelas regras, a TAP entrava em default.
É que aqui nem estamos a "inventar a roda". Tem noção, por exemplo, da perda que os obrigacionistas já levaram à custa daquela votação na AG? Eu, na minha lógica de investimento, digo-lhe que perdi 15% do valor que lá tinha porque comprei as obrigações a contar com a expectativa que a TAP tinha que as pagar integralmente, porque conhecia o prospecto. Além disso, perdi mais 1% quando as despachei, abaixo do preço que dei por elas.
É claro que nem todos os investidores são iguais e é por isso que ainda existem compradores no mercado. E os pequenos obrigacionistas da TAP até são, na sua maioria, malta que está a ganhar um juro marginal, depois de descontados os custos que a banca impõe nas suas carteiras e a retenção do imposto e certamente preocupam-se pouco com os NPVs e as YTM e até com a cotação da própria obrigação. Mas isso, por si só, não é justificação para pensarmos que não existem perdas, porque elas existem!
MPCapital Escreveu:Credores neste contexto = fornecedores + financiadores.
MPCapital Escreveu: Do lado das obrigações o que poderá fazer sentido é a realização de uma operação de troca, mais perto da maturidade, que não é o mesmo que infligir perdas, seja do lado dos institucionais seja do lado do retalho. PT fez várias destas operações de troca durante os anos troika (tb faz agora mas com outros contornos). Se o plano de reestruturação for credível (se do tamanho do mundo) e bem executado os bancos credores podem agilizar um reescalonamento da dívida condicionado ao cumprimento de objetivos, há muitas formas de se fazer isso.