Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

Porquê trades direcionais em opções quando muitos experts tentam provar que a única forma de ganhar dinheiro com estes produtos é simplesmente assumir posições curtas, vendendo no fundo o esgotamento progressivo da volatilidade na esperança de que o direcionamento dos mercados não passa de um contratempo pontual?
A resposta não é simples, quando detetamos um mercado a subir o que podemos fazer com opções financeiras? Em vez de comprarmos Calls poderíamos por exemplo vender Puts, só que nesse caso auto limitamo-nos a arrecadar como máximo prémio o valor da venda do negócio! A taxa de sucesso das trades vencedoras nas referidas posiçoes curtas ou vendidas é de facto bastante elevada, particularmente no caso das opções “out of the money” (quanto mais afastadas do “strike price”, melhor!), mas o risco duma perda colossal pode vir sempre a suceder, embora num raro evento, nesse cenário seria um verdadeiro pesadelo se o mercado se virasse contra a posição assumida em grande força, veja-se o caso da falência do famoso hedge-fund LTCM gerido, entre outros, por dois ex-prémios Nobel autores do modelo de trading de opções Black-Scholes.
Como dizia um conhecido trader CTA em relação à evolução do capital duma carteira vendedora de opções: “vender opções é comermos como um pássaro quando abrimos posições e ganhamos, e “cag.rmos” como um elefante quando fechamos posições e perdemos”.
Com o parágrafo de trás está tudo dito! Apesar dos riscos bem superiores, na minha opinião penso que é preferível optar por posições longas ou compradas em opções. O problema é conseguirmos manter a “edge” de manter a posição do sentido dominante na esmagadora maioria do tempo em que estamos dentro, e tem de ser por um prazo longo porque a penalização do “slippage” neste produtos pouco líquidos pode ser um verdadeiro desastre! É bem mais difícil do que pode parecer manter um cenário de capital crescente numa carteira de opções longas direcionais mas a recompensa final poderá ser muito mais interessante, apesar dos “drawdowns” substanciais a enfrentar.
Os resultados resumidos dos testes deste sistema de trading, indicados neste tópico na mensagem do dia 17 de abril, traduzem os resultados das trades históricas em produtos do tipo CFD ou futuros.
Por outras palavras, pode-se concluir que o sistema do tipo SAR adaptado a esta carteira dos “big four giants” é muito aliciante, resta concluir se o trading em tempo real e com as devidas adaptações ao que abaixo exponho, para complementar algumas defesas a nível de risco associado ao trading de opções, vale ou não a pena ser seguido numa carteira independente dedicada apenas a este assunto dos sistemas do tipo “Stop And Reverse”.
Verificar ou confirmar se as mesmas conclusões para obtenção de retornos positivos consistentes, ou pelo menos equivalentes e aproximados, são ou não válidos com a utilização de opções financeiras simples ou warrants similares do tipo Call ou Put do tipo “at the money” em posições longas ou compradas, é o problema a enfrentar. Se não resultar, paciência, isto pode ser uma grande barraca mas não custa tentar.
Testar historicamente as trades do passado com modelos de simuladores de opções poderia ser um caminho possível para obter uma resposta definitiva, só que isso iria ocupar um tempo enorme de alguns meses que infelizmente não disponho, logo a confirmação terá de vir de uma experiência com trades em tempo real e por isso tive de recorrer a alguns subterfúgios e princípios simples que passarei a descrever no essencial para ter arrancado com uma carteira deste tipo. Embora ainda seja muito cedo para extrair conclusões apressadas, os resultados até agora parecem ser moderadamente positivos mas não me quero alongar para já em retornos de poucos meses porque isto ainda pode dar uma volta para baixo…
Na verdade há prós e contras no uso deste tipo de derivados alavancados, podendo-se considerar como o fator mais crítico o facto de procurarmos acertar maioritariamente no sentido da tendência ou do ciclo prevalecente ou dominante no gráfico diário.
Do lado positivo encontra-se a enorme alavancagem permitida por estes produtos, se encontramos uma tendência bastante favorável os retornos podem ser muito significativos, chegando no extremo a atingir os 3 dígitos em poucos meses de risco no mercado. Por outro lado se as perdas forem uma realidade ou a tendência se virar contra a nossa posição as opções poderão entrar em terreno “out of the money” e aí a velocidade das perdas é atenuada pelo delta mais suave, inferior a 50% dum produto equivalente em futuros financeiros com a mesma maturidade. Também não deixa de ser um facto positivo concluir que as perdas nunca poderão exceder o valor da compra de cada opção, havendo uma perda catastrófica ela limitar-se-á ao valor inicial das próprias opções colocadas no mercado.
No lado negativo da equação estão alguns fatores que se podem considerar como bastante adversos:
- Comecemos com a componente da volatilidade implícita contida no preço da opção. Ao comprar uma Call ou uma Put “at the money” todo o valor da compra pode-se considerar como sendo uma compra de volatilidade. Mesmo que acertemos na tendência pode-se dar o caso da volatilidade diária contida no preço, ou perda de valor médio da opção em cada sessão, ser superior ao ganho médio diário do subjacente a favor da tendência. Mas dramático, muito dramático mesmo, é não acertar na tendência: aí perdemos não só o valor da componente da volatilidade mas também a parcela do valor subjacente do afastamento cada vez maior do valor da opção contra o sentido que pensávamos ser o correto. Para ajudar à festa, pelo lado negativo, constata-se muitas vezes que a volatilidade implícita das opções excede na maior parte das situações a sua volatilidade histórica ou o seu desvio-padrão anual de preços nas cotações do subjacente. Por outro lado, com o aumento maior da velocidade de perda da volatilidade implícita destes produtos, à medida que nos aproximamos da data de extinção da maturidade, podemos concluir que manter opções em carteira nos seus dois últimos meses de validade é uma estratégia a evitar a todo o custo. Manter uma opção longa, mesmo que a favor da tendência, considero um verdadeiro suicídio. Há que vender a velocidade crescente da volatilidade, ou também chamado o “theta” grego ou “time decay”, em função do tipo parabólico, na reta final da validade das opções.
- Outro ponto crítico negativo é a falta de liquidez acentuada destes produtos, em geral materializada por uma diferença que chega a ser muito acentuada entre o “bid” e o “ask”. Se por exemplo essa diferença for de 8% significa que se comprarmos e vendermos no mesmo dia ao mesmo preço ficamos imediatamente a perder 8%. Logo, as opções financeiras não podem ou não devem ser de modo algum veículos para ser utilizados em “day trading”. Longe disso, para se tirar algum proveito destes produtos temos de interiorizar que a sua otimização reside em usar métodos de negociação que permitam detê-los em carteira pelo prazo médio de alguns meses para permitir extrair vantagens da sua grande variabilidade de valor no tempo. Dito isto, podemos concluir que se detivermos em carteira vários produtos com diferenças substanciais médias entre o comprador e o vendedor, é preferível correr maiores riscos com as opções que ofereçam as diferenças mais pequenas nesta matéria.
Tendo em conta o que atrás foi dito e que o fator de Kelly é superior a 20% numa carteira adaptada a este sistema de trading em particular, pode-se concluir que para a sua aplicação prática se recorreu na carteira a algumas regras ou artifícios profiláticos baseados nas conclusões dos fatores prós e contras indicados mais atrás, nomeadamente:
1) Efetuar um “roll-over” das posições numa data próxima de 2 meses antes da “strike date” ou 2 meses antes de se atingir a maturidade.
2) Escalonar a percentagem de risco a assumir em cada opção inversamente à sua diferença média de “ask/bid”.
Particularmente nesta carteira específica, em que os 4 papéis podem somar em risco no mercado a exposição de risco máximo de 20% do total da carteira, a exposição média de cada um é a seguinte, tendo em conta as opções utilizadas em cada papel:
S&P 500 – 8% (bid/ask médio = 1%)
Petróleo – 6% (bid/ask médio = 1%)
EuroDollar – 4% (bid/ask médio = 5%)
Ouro – 2% (bid/ask médio = 12%)
Total simultâneo = 20% do capital da carteira
Nada a assinalar entretanto nas posições anteriores da carteira, tudo igual como dantes. Quem julga que estas trades estão sujeitas a mudanças dramáticas de reversão todas as semanas, desengane-se, é melhor habituarem-se a uma boa sorna!
BN
A resposta não é simples, quando detetamos um mercado a subir o que podemos fazer com opções financeiras? Em vez de comprarmos Calls poderíamos por exemplo vender Puts, só que nesse caso auto limitamo-nos a arrecadar como máximo prémio o valor da venda do negócio! A taxa de sucesso das trades vencedoras nas referidas posiçoes curtas ou vendidas é de facto bastante elevada, particularmente no caso das opções “out of the money” (quanto mais afastadas do “strike price”, melhor!), mas o risco duma perda colossal pode vir sempre a suceder, embora num raro evento, nesse cenário seria um verdadeiro pesadelo se o mercado se virasse contra a posição assumida em grande força, veja-se o caso da falência do famoso hedge-fund LTCM gerido, entre outros, por dois ex-prémios Nobel autores do modelo de trading de opções Black-Scholes.
Como dizia um conhecido trader CTA em relação à evolução do capital duma carteira vendedora de opções: “vender opções é comermos como um pássaro quando abrimos posições e ganhamos, e “cag.rmos” como um elefante quando fechamos posições e perdemos”.
Com o parágrafo de trás está tudo dito! Apesar dos riscos bem superiores, na minha opinião penso que é preferível optar por posições longas ou compradas em opções. O problema é conseguirmos manter a “edge” de manter a posição do sentido dominante na esmagadora maioria do tempo em que estamos dentro, e tem de ser por um prazo longo porque a penalização do “slippage” neste produtos pouco líquidos pode ser um verdadeiro desastre! É bem mais difícil do que pode parecer manter um cenário de capital crescente numa carteira de opções longas direcionais mas a recompensa final poderá ser muito mais interessante, apesar dos “drawdowns” substanciais a enfrentar.
Os resultados resumidos dos testes deste sistema de trading, indicados neste tópico na mensagem do dia 17 de abril, traduzem os resultados das trades históricas em produtos do tipo CFD ou futuros.
Por outras palavras, pode-se concluir que o sistema do tipo SAR adaptado a esta carteira dos “big four giants” é muito aliciante, resta concluir se o trading em tempo real e com as devidas adaptações ao que abaixo exponho, para complementar algumas defesas a nível de risco associado ao trading de opções, vale ou não a pena ser seguido numa carteira independente dedicada apenas a este assunto dos sistemas do tipo “Stop And Reverse”.
Verificar ou confirmar se as mesmas conclusões para obtenção de retornos positivos consistentes, ou pelo menos equivalentes e aproximados, são ou não válidos com a utilização de opções financeiras simples ou warrants similares do tipo Call ou Put do tipo “at the money” em posições longas ou compradas, é o problema a enfrentar. Se não resultar, paciência, isto pode ser uma grande barraca mas não custa tentar.
Testar historicamente as trades do passado com modelos de simuladores de opções poderia ser um caminho possível para obter uma resposta definitiva, só que isso iria ocupar um tempo enorme de alguns meses que infelizmente não disponho, logo a confirmação terá de vir de uma experiência com trades em tempo real e por isso tive de recorrer a alguns subterfúgios e princípios simples que passarei a descrever no essencial para ter arrancado com uma carteira deste tipo. Embora ainda seja muito cedo para extrair conclusões apressadas, os resultados até agora parecem ser moderadamente positivos mas não me quero alongar para já em retornos de poucos meses porque isto ainda pode dar uma volta para baixo…
Na verdade há prós e contras no uso deste tipo de derivados alavancados, podendo-se considerar como o fator mais crítico o facto de procurarmos acertar maioritariamente no sentido da tendência ou do ciclo prevalecente ou dominante no gráfico diário.
Do lado positivo encontra-se a enorme alavancagem permitida por estes produtos, se encontramos uma tendência bastante favorável os retornos podem ser muito significativos, chegando no extremo a atingir os 3 dígitos em poucos meses de risco no mercado. Por outro lado se as perdas forem uma realidade ou a tendência se virar contra a nossa posição as opções poderão entrar em terreno “out of the money” e aí a velocidade das perdas é atenuada pelo delta mais suave, inferior a 50% dum produto equivalente em futuros financeiros com a mesma maturidade. Também não deixa de ser um facto positivo concluir que as perdas nunca poderão exceder o valor da compra de cada opção, havendo uma perda catastrófica ela limitar-se-á ao valor inicial das próprias opções colocadas no mercado.
No lado negativo da equação estão alguns fatores que se podem considerar como bastante adversos:
- Comecemos com a componente da volatilidade implícita contida no preço da opção. Ao comprar uma Call ou uma Put “at the money” todo o valor da compra pode-se considerar como sendo uma compra de volatilidade. Mesmo que acertemos na tendência pode-se dar o caso da volatilidade diária contida no preço, ou perda de valor médio da opção em cada sessão, ser superior ao ganho médio diário do subjacente a favor da tendência. Mas dramático, muito dramático mesmo, é não acertar na tendência: aí perdemos não só o valor da componente da volatilidade mas também a parcela do valor subjacente do afastamento cada vez maior do valor da opção contra o sentido que pensávamos ser o correto. Para ajudar à festa, pelo lado negativo, constata-se muitas vezes que a volatilidade implícita das opções excede na maior parte das situações a sua volatilidade histórica ou o seu desvio-padrão anual de preços nas cotações do subjacente. Por outro lado, com o aumento maior da velocidade de perda da volatilidade implícita destes produtos, à medida que nos aproximamos da data de extinção da maturidade, podemos concluir que manter opções em carteira nos seus dois últimos meses de validade é uma estratégia a evitar a todo o custo. Manter uma opção longa, mesmo que a favor da tendência, considero um verdadeiro suicídio. Há que vender a velocidade crescente da volatilidade, ou também chamado o “theta” grego ou “time decay”, em função do tipo parabólico, na reta final da validade das opções.
- Outro ponto crítico negativo é a falta de liquidez acentuada destes produtos, em geral materializada por uma diferença que chega a ser muito acentuada entre o “bid” e o “ask”. Se por exemplo essa diferença for de 8% significa que se comprarmos e vendermos no mesmo dia ao mesmo preço ficamos imediatamente a perder 8%. Logo, as opções financeiras não podem ou não devem ser de modo algum veículos para ser utilizados em “day trading”. Longe disso, para se tirar algum proveito destes produtos temos de interiorizar que a sua otimização reside em usar métodos de negociação que permitam detê-los em carteira pelo prazo médio de alguns meses para permitir extrair vantagens da sua grande variabilidade de valor no tempo. Dito isto, podemos concluir que se detivermos em carteira vários produtos com diferenças substanciais médias entre o comprador e o vendedor, é preferível correr maiores riscos com as opções que ofereçam as diferenças mais pequenas nesta matéria.
Tendo em conta o que atrás foi dito e que o fator de Kelly é superior a 20% numa carteira adaptada a este sistema de trading em particular, pode-se concluir que para a sua aplicação prática se recorreu na carteira a algumas regras ou artifícios profiláticos baseados nas conclusões dos fatores prós e contras indicados mais atrás, nomeadamente:
1) Efetuar um “roll-over” das posições numa data próxima de 2 meses antes da “strike date” ou 2 meses antes de se atingir a maturidade.
2) Escalonar a percentagem de risco a assumir em cada opção inversamente à sua diferença média de “ask/bid”.
Particularmente nesta carteira específica, em que os 4 papéis podem somar em risco no mercado a exposição de risco máximo de 20% do total da carteira, a exposição média de cada um é a seguinte, tendo em conta as opções utilizadas em cada papel:
S&P 500 – 8% (bid/ask médio = 1%)
Petróleo – 6% (bid/ask médio = 1%)
EuroDollar – 4% (bid/ask médio = 5%)
Ouro – 2% (bid/ask médio = 12%)
Total simultâneo = 20% do capital da carteira
Nada a assinalar entretanto nas posições anteriores da carteira, tudo igual como dantes. Quem julga que estas trades estão sujeitas a mudanças dramáticas de reversão todas as semanas, desengane-se, é melhor habituarem-se a uma boa sorna!
BN