Infelizmente, para mim, muita destas discussões em torno de países independentes que já são ex.colónias trazem consigo os fantasmas do passado e aquele sentimento paternalista (da metrópole) e de filho mal agradecido (da colónia).
Não consigo dizer que a presença portuguesa/europeia em África fosse aplaudida ou largamente aceite pelos povos autóctones, mas também não digo que, ao fim de séculos de presença portuguesa, as peças culturais africanas presentes nos museus portugueses não tenham legitimidade de fazerem parte destes.
O que defendo é que, ao fim destes anos todos, é legítimo continuar a partilhar a História cedendo as peças que aqui estiveram por muito tempo e que fazem parte de um caminho comum trilhado por povos/sociedades/países diferentes.
A História e a Cultura são a base para qualquer sociedade: sem características comummente aceites e defendidas não há sociedade. Retirar esse sentimento de pertença e de crença acho desrespeitoso.
Quanto ao investimento, há investimentos que correm mal

E Angola não era país antes da descolonização. Quanto muito era uma zona ultramarina, com um governador que respondia perante Portugal.