Bons dias aos presentes. Só agora entro neste mundo porque já longe iam os tempos dos IPOs e parece que começam a estar de volta, tenho de estar novamente informado

Boas análises que tenho visto aqui mas gosto muitas vezes de tentar perceber as coisas nos sapatos dos outros e não de forma tão estática patente nas demonstrações financeiras.
Temos então primeiro que:
- A definição de startup não diz quando deixa de o ser mas podemos acordar que é uma empresa ainda jovem e talvez esteja agora a maturar.
- Apoiada por Venture Capital (e pelas rápidas análises que vi a estratégia foi a típica de vendas independentemente do equilíbrio de fundo maneio)
- Estrutura accionista forte com elementos venture de peso, PTVentures e Millennium BCP
- Apoio BEI
Depois disto, e talvez porque me identifique muito com as iniciativas privadas e de sucesso e já tive uma startup - infelizmente falhei - sabemos que:
- Estas estratégias de grandes crescimento têm muito cash burning ( seja para entrar no mercado, partir os principais players, seja para provar que existe mercado num nicho - o educacional), muita necessidade de stocks e isso penso que explica o cash flow e níveis de inventário. Estas estratégias não optimizam recursos (talvez agora a estratégia seja a optimização que também é típico quando o negócio começa a ficar maduro e/ou conhecido pela gestão)
- O negócio dos brinquedos é sazonal (pela entrevista que vi ao fundador nas imagens de marca a sazonalidade ainda é forte) e pode explicar os saldos devedores no final de ano (todos sabemos que os grandes retalhistas o prazo médio de recebimento é muito alto) e nunca ouvi falar em não pagamentos destes grandes clientes. (oiço sim dos débitos comerciais que já colocaram aí uma imagem mas se fizer parte do negócio e a margem/cashflow o permitir....)
- A empresa pelo crescimento que teve e pontos acima indicados certamente não gerava cash suficiente para se auto-financiar daí a constante necessidade de se financiar mas se formos a ver os aumentos de capital foram constantes o que se pode entender que a estratégia era consentida pela estrutura accionista.
Vejo também aqui alguma argumentação forte mas, independentemente de valer o que vale, as contas são auditadas por uma das Big4 sem reservas. Se a empresa tivesse assim tanto martelanço penso que não se expunha desta maneira a um IPO, ao escrutínio público e jornalístico. Deverá ter certamente os seus problemas.
Quis dar uma visão optimista da coisa. Uma empresa portuguesa que se quer internacionalizar ainda mais e quer-se capitalizar. Pelo que vejo no prospecto não é um toca e foge também muitas vezes típico de startups, a dispersão do fundador não é assim tão grande face aos valores envolvidos e há um lock na gestão, o que dá segurança.
Eu estou muito curioso com este IPO e estou como o anterior comentador e adiciono. Muitas avaliações deverão ser feitas pelo conceito e estratégia e não por meros rácios financeiros e múltiplos de EBITDAS. Se as empresas nascessem com rácios todos direitos assim seria fácil investir, facilitaria a nossa escolha

Bons investimentos!