salgadomar Escreveu:O que realmente pretendo é alienar os 5.600 direitos ficando em carteira com as 5.600 ações antigas guardando a mais valia dos direitos.
Ok, era o que se percebia do post mas existia uma certa ambiguidade e era importante esclarecer se efectivamente era isto que pretendia.
É importante sublinhar que os direitos
não são realmente uma mais valia, apenas contam como uma mais valia para efeitos fiscais (possivelmente já saberá isso, mas nunca é demais sublinhar).
Note também que ao alienar os direitos, está a alienar a maior parte da posição que tinha antes. Para todos os efeitos,
é o mesmo que não existir AC nenhum e vender a maior parte das acções. Ao manter 5600 acções, não está a manter a posição antiga mas uma bem mais pequena (daí sobrar-lhe dinheiro na mão no fim da operação). Mais uma vez, deixo isto em tom de esclarecimento, nada mais.
salgadomar Escreveu:Estou consciente que terei de pagar impostos sobre a mais valia, resultante da venda dos direitos, de 28% de IRS.
(...)
Portanto, esclarecido o cenário, solicito-lhe ajuda como devo proceder para minimizar o feito fiscal da mais valia dos direitos.
Exacto, quando os direitos foram obtidos via destaque da acção, para efeitos fiscais contará como uma mais valia uma vez que custo de aquisição que será considerado será
zero, não obstante o facto os direitos não terem realmente custo zero (para todos os efeitos comprou os direitos quando comprou a acção; quando se dá o destaque do direito, entregam-lhe o direito mas a cotação imediatamente cai para reflectir a saída do direito).
Isto quer dizer que se está a pagar o direito através da desvalorização da acção, não se estando a receber realmente algo "de graça". O que quer dizer também que
a suposta mais valia só é compensada quando vende a acção correspondente (onde está a correspondente perda/menos-valia).
Existem várias formas de contornar/minimizar os efeitos mas que vão dar sempre basicamente ao mesmo: vender acções com menos valia para compensar (pode fazê-lo em datas diferentes, com acções diferentes - nem precisariam de ser acções do BCP em boa verdade - etc).
Não é possível "optimizar" sem conhecer o valor a que adquiriu as acções, mas o que pode fazer é vender uma parte das acções e dos direitos (ou mesmo todas as acções e a maior parte dos direitos) e subscrever o restante. Pode fazer diferentes combinações.
O ideal é vender tantas acções quantas as necessárias para cancelar a mais valia dos direitos.
Exemplo 1 (vendendo todas as acções):
Vende as 5600 acções (~880 euros)
Vende 5226 direitos (~4600 euros)
Fica com 374 direitos e vai ao AC com esses 374 direitos (permitem comprar 5610 acções).
Isto custa 527 euros, fica no final com 5610 acções + cerca de 4950 euros.
Exemplo 2 (vendendo metade das acções):
Vende as 2800 acções (~440 euros)
Vende 5413 direitos (~4760 euros)
Fica com 187 direitos e vai ao AC com esses 187 direitos (permitem comprar 2805 acções).
Isto custa 264 euros, fica no final com 5605 acções + cerca de 4940 euros.
(custos em comissões e afins ignorados)Em ambos os casos ficará com cerca de 850~900 euros investidos no BCP (5600 acções).
Note que se optar pela solução 1, não pode mexer nessas acções até 9 de Fevereiro (no segundo caso pode mexer nas 2800 que ficam sempre em carteira). O segundo caso também deverá ser suficiente para anular a mais valia, mas não é possível dizê-lo com certeza sem conhecer o valor original da compra.
Pode experimentar ainda com outros pares de valores em que o resultado final seja sempre ficar com cerca de 5600 acções.