Isto é de doidos
Montepio aberto a receber dinheiro recuperado pelos lesados do BEShttp://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/montepio-aberto-areceberdinheiro-recuperado-pelos-lesados-do-bes Escreveu:O banco poderá vir a apresentar uma proposta comercial aos clientes que queiram investir o dinheiro que vierem a receber do mecanismo de compensação, avança a Lusa.
A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial tem tido contactos com o Montepio e o banco poderá apresentar uma proposta comercial atractiva aos clientes que queiram investir o dinheiro que vierem a receber do mecanismo de compensação.
Esta hipótese foi hoje apresentada por advogados da associação a cerca de 200 clientes que investiram, através de balcões do banco BES, em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo e que perderam tudo com a implosão do grupo em 2014.
Estes clientes reuniram-se hoje ao fim da tarde num hotel em Lisboa para uma sessão de esclarecimento, após a sessão pública de apresentação oficial da solução que os permitirá compensar das perdas sofridas, hoje ocorrida na residência oficial do primeiro-ministro, com a presença de António Costa.
Como o advogado Miguel Henrique explicou no fim aos jornalistas, foram contactados vários bancos, portugueses e estrangeiros, e a administração da Caixa Económica Montepio Geral mostrou-se interessada em apresentar uma proposta comercial atractiva aos clientes, caso o valor que estes investirem no banco seja considerável.
O advogado garantiu que cada cliente é "livre, completamente autónomo" de decidir se quer investir o dinheiro que poderá receber no Montepio, ou não, e que o objectivo é que a proposta incida sobre "os produtos mais conservadores que existem no mercado".
"A ideia é que, em bloco, estas pessoas consigam mais valor", afirmou Miguel Henriques.
Em causa está o montante de cerca de 286 milhões de euros que seria recebido pelos lesados do papel comercial, caso a totalidade dos cerca de 4.500 aderissem à solução hoje apresentada oficialmente.
Este valor significa para os clientes uma perda total de 199 milhões de euros, mas significa também que recebem este dinheiro num prazo de dois anos (30% até Junho de 2016 e o restante até aos primeiros meses de 2019) e que não têm de esperar por decisões de tribunais que podem demorar anos.
Questionado sobre a viabilidade do Montepio, o advogado Miguel Henrique disse que não há qualquer motivo para ter essa dúvida e que é um banco tão viável como os outros que operam em Portugal.
A apresentação pública do mecanismo para compensar os lesados do papel comercial decorreu hoje, sem que fossem avançados pormenores técnicos da solução que será colocada à avaliação de cada cliente, nem como será feita a criação de um fundo de indemnizações a partir do qual sairá o dinheiro para compensar.
Também não houve direito a perguntas dos jornalistas.
Das informações recolhidas pela Lusa junto de fontes envolvidas nas negociações, os clientes lesados que aceitarem a solução têm garantido que receberão 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, nas aplicações até 500 mil euros, e 50% para as aplicações acima dos 500 mil, valor que será pago até 2019.
O valor será reembolsado por aplicação e não por cliente. Neste processo, estão contabilizadas 2.000 aplicações detidas por 4.000 clientes (ou seja, em média, cada aplicação tem dois titulares).
Por exemplo, para uma aplicação de 400 mil euros serão pagos 250 mil euros, porque é o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros.
Ou seja, de forma garantida, os clientes assumem sempre perdas, mas recebem desde já dinheiro por que teriam de esperar anos, provavelmente, para recuperar em processos em tribunal e de forma incerta.
A primeira 'tranche' deverá ser paga logo no momento do contrato de adesão, que cada cliente terá de assinar, e que será equivalente a cerca 30% do valor a que cada lesado tem direito, tendo sido esta percentagem calculada com base no que a consultora Deloitte considerou que era o valor que os credores comuns receberiam se o BES tivesse sido liquidado em 3 de Agosto de 2014, em vez de ter seguido o caminho da resolução, como aconteceu.
O valor será pago por um veículo que ainda será criado - um fundo de indemnizações -, mas uma vez que este nascerá sem dinheiro, a intenção é que seja conseguido o valor necessário através de um financiamento junto da banca, com garantia do Estado e contragarantia do Fundo de Resolução bancário, pelo que se colocam dúvidas sobre o impacto que esta solução terá no défice orçamental do próximo ano.
O empréstimo que será pedido aos bancos depende da adesão dos clientes lesados a esta solução, estando já estimado que se todos aderirem serão necessários 286 milhões de euros.
O banco Montepio também poderá estar interessado em conceder este empréstimo, que terá garantia estatal.
Quanto aos clientes que quiserem aderir a este mecanismo, têm de cumprir uma série de obrigações.
Em primeiro lugar, têm de ceder os direitos judiciais dos processos já colocados em tribunal, contra entidades e administradores ligados ao GES, ao veículo que será criado. Esse veículo assumirá, depois, a litigância desses processos na Justiça e receberá eventuais compensações decididas pelos tribunais.
O objectivo é que esse fundo consiga recuperar em tribunal nos próximos anos pelo menos o valor pago aos clientes lesados.
Os clientes terão ainda de comprometer-se a renunciar a reclamações e processos judiciais contra uma série de entidades, que, para já, são Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Fundo de Resolução bancário, o Estado, o Novo Banco e o seu futuro comprador. Mas a lista ainda está em processo de revisão.
Este mecanismo de compensação foi discutido desde Março entre o grupo de trabalho constituído pela Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, Banco de Portugal, CMVM e 'banco mau' BES, com mediação do Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado.
Nesta gostei particularmente da cara do policia, não que seja feio ou bonito, mas da expressão facial ...
BES: Emigrantes lesados sentem-se “abandonados” pelo país e esperam uma solução
https://www.dinheirovivo.pt/banca/bes-emigrantes-lesados-sentem-abandonados-pelo-pais-esperam-solucao/ Escreveu:"Só não conseguimos reunir-nos com o Novo Banco, o que é muito estranho. Não sei que poder têm para se recusarem a vir às negociações" A seguir BES. Solução para lesados admite deduções fiscais para perdas Mais vistas The-Digital-Aquarium Bill Gates Esqueça a fábrica do Willy Wonka. Veja a casa de 120 milhões do Bill Gates Singer Katy Perry sings during a concert and campaign rally for U.S. Democratic presidential nominee Hillary Clinton in Philadelphia, Pennsylvania, U.S., November 5, 2016. REUTERS/Lucas Jackson Fotogaleria M&M castanhos aqui não. Os pedidos mais excêntricos de 18 estrelas Fotografia: EPA/RITCHIE B. TONGO WhatsApp WhatsApp. Quer apagar mensagens já enviadas? luke Moore crédito Australiano fica rico por engano do banco. Gasta o dinheiro e é preso Fotografia: REUTERS/Sergio Perez Uber Uber com prejuízos “sem precedentes” de 800 milhões de dólares A associação dos emigrantes lesados pelo BES disse hoje que estes se sentem “abandonados”, esperando que também se encontre uma resolução para o seu caso, depois de segunda-feira ter sido anunciada uma solução para os lesados do papel comercial. “Tem havido reuniões que nos levam a crer que há vontade de encontrar uma solução, sobretudo da parte do Governo”, disse a vice-presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMEL), Helena Batista, à Lusa, referindo que os encontros têm acontecido com o advogado Diogo Lacerda Machado, mediador pelo lado do Governo, e também com representantes do Banco de Portugal e da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).
Já o Novo Banco continua a recusar-se a participar nos encontros, disse. “Só não conseguimos reunir-nos com o Novo Banco, o que é muito estranho. Não sei que poder têm para se recusarem a vir às negociações”, considerou. Helena Batista disse que espera que saia das negociações uma solução viável, que seja favorável aos emigrantes tal como a dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), que foi apresentada na segunda-feira na presença do primeiro-ministro, mas afirmou que para já não há qualquer indicação de que surja em breve um mecanismo que permita compensar as cerca de 2.000 famílias que não aceitaram a solução comercial proposta pelo Novo Banco ou que não receberam qualquer solução (devido à natureza dos produtos em que investiram). “Faço um apelo ao Governo e ao Presidente da República para que se lembrem dos emigrantes”, pediu a vice-presidente da AMELP, acrescentando que estão já a pensar em novas ações de luta, sendo que continuam a distribuir panfletos para que os portugueses que estão no estrangeiro não mandem mais remessas para os bancos em Portugal. Segundo Helena Batista, estes emigrantes não foram gananciosos nem foram para produtos complexos por darem maior remuneração, mas escolheram pôr o dinheiro em Portugal por motivos emocionais. “Venderam-nos [os produtos] na altura como depósitos para não residentes. Eu consegui 2,7% [de juro] e na altura era fácil nesses anos ter taxas mais altas no país em que residia, e se trouxe o dinheiro para Portugal foi para ajudar o país e agora vejo-me abandonada pelo meu país”, disse Helena Baptista. Após a resolução do Banco Espírito Santo (BES), em 04 de agosto de 2014, cerca de 8.000 clientes emigrantes do banco vieram reclamar um total de 728 milhões de euros, acusando o banco de ter aplicado o dinheiro em produtos arriscados sem o seu consentimento. Para tentar minimizar as perdas, o Novo Banco (a instituição de transição que ficou com ativos do BES) propôs aos emigrantes uma solução comercial, que teve a aceitação de cerca de 6.000 clientes (80% do total) que tinham 500 milhões de euros em produtos de poupança. No entanto, houve 2.000 clientes que não aceitaram a solução por considerarem que não era justa e não se adequava ao seu perfil, sendo que o Novo Banco também não fez qualquer proposta aos clientes dos produtos EG Premium e Euro Aforro10, argumentando que não era possível devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos por estes produtos, sendo assim a única alternativa a reclamação do dinheiro em tribunal. A vice-presidente da AMELP voltou hoje a dizer que a solução apresentada pelo Novo Banco foi negativa para os clientes. “Ainda ontem [segunda-feira] uma pessoa me ligou a dizer que só ontem recebeu uma carta e percebeu o que assinou. Durante seis anos não podem mexer em nada, se mexem para o negócio. Ao fim de seis anos podem ir ao mercado vender aquilo [as obrigações], mas ninguém quer comprar se não têm cupão e só tem maturidade em 2049 e 2051”, contou. Segundo Helena Baptista, o que agora pode ajudar estes clientes é “apenas a vontade política”. A AMELP é constituída por mais de 400 associados, sobretudo trabalhadores emigrantes portugueses, e já protagonizou vários protestos em Paris, França, e em cidades portuguesas com o objetivo de conseguirem reaver as poupanças.