Re: Incêndios em Portugal

OS INCENDIOS FLORESTAIS
No verão passado ( época dos incendios) assistimos a debates e mais debates nos orgaos de comunicação social! Toda a gente sabia como combater os incendios! Se fosse facil combater os incendios rurais, certamente , que já não existiam… falou-se muito dos incendios…mas, quase ninguém indicou medidas preventivas para evitar este flagelo, que existe ,há decadas, cada vez com maior destruição economica, social, ambiental, etc.
Na nossa modesta opinião existem tres grupos de incendios, a saber:
1º) os incendios de montanha, consumidores de matos e ervas secas nos terrenos com afloramentos rochosos continuos ou quase, pedra sobre pedra a superficie, esqueleticos, solos de classe E ,com muito declive, inacessiveis pelos bombeiros ou outras entidades, sem qualquer aptidão agricola e florestal, incultos, nos quais os incendios só dão prejuizo ambiental ;
2º) Os incendios florestais desordenados, com floresta espontanea, de pinheiros, carvalhos, sobro, e outras espécies, em convivencia com mato e giestas altas, susceptiveis de provocar ignições altamente inflamáveis, de solo mediano, classe C+D , com aptidão florestal, mas, abandonados a sua sorte, porque o rendimento da floresta para os proprietários é quase nulo e a manutencão dos povoamentos é muito cara;
3º) Os incendios florestais ordenados, plantados em solos agricolas, a maior parte de classe C, onde se semeavam cereiais, e que com o apoio da Comissão Europeia deram lugar a povoamentos florestais ordenados, acompanhados pelos proprietários e pelo IFAP, enquanto subsidiados, durante cerca de 20 anos, no caso dos proprietarios individuais;
CAUSAS E COMBATE PREVENTIVO AOS INCENDIOS
-relativamente ao primeiro grupo é evidente que , para além de se poderem fazer aceiros ou estradões em pontos estratégicos, alargar caminhos, para evitar a passagem dos fogos ás zonas florestais e agricolas, não há prevenção possivel, nem recursos humanos e financeiros que sustentem tal intervençao. Só os aviões podem fazer alguma coisa, pouca, sendo o prejuizo muito superior ao beneficio;
-relativamente ao segundo grupo, tratando-se de floresta espontanea e desordenada, com fraco rendimento para os proprietarios, estes não tem possibilidades de limpar o solo , com pequenas máquinas roçadoras, braçais, porque o custo é superior a receita. Nenhum proprietario pode satisfazer custos anuais elevadissimos durante 50 anos para depois vender o povoamento florestal por menos de metade do que gastou…Hoje, ninguem pode optar por instalar culturas permanentes ou povoamentos florestais sem a ajuda das entidades publicas, sob pena de as terras serem desertificadas ,por abandono, como vem acontecendo . Afinal, o proprietario florestal não vive do ar! Para que este flagelo se possa combater preventivamente, é preciso que o Estado intervenha na obrigatoriedade de ordenar a floresta, sempre que um povoamento arde ou é cortado, mas , para isso, tem de criar incentivos sustentáveis, aos proprietários florestais, porque isso, implica muito investimento na instalação e posteriormente na manutenção, uma vez que o preço da madeira nem sequer cobre os custos de manutenção!
-relativamente ao terceiro grupo, tratando-se de povoamentos florestais ordenados, em terras agricolas, ao abrigo dos Fundos comunitários e assistidos pelo EX-IFADAP, hoje, IFAP, em principio não deviam arder. Porém, aqui, foram cometidos muitos erros na instalaçao dos povoamentos florestais! Não compreendemos, como foi possivel instalar povoamentos com um compasso de 2,5 de linha a linha e 1 metro de planta a planta , no caso dos sobreiros , e outras espécies!. O sobreiro é uma árvore frondosa, como se pode ver no Alentejo, chegando a ter uma dezena de metros de altura e outra de largura. Ora, um compasso de 2,5 x 1 metros , impede o desenvolvimento da planta e a lavragem cruzada, o que significa ficar a linha com mato e ervas secas, sugeita a incendios. Só a lavragem previne os incendios, como fica provado sempre que os povoamentos ardem! Os povoamentos lavrados não ardem…Na nossa modesta opinião, nenhum compasso, inclusivamente, eucaliptos, devia ser inferior a 2,50 x 2,50 , para poderem ser lavrados. É certo que estes povoamentos podem ser ordenados, eliminando plantas, mas, fica o povoamento irregular, quando podia ficar instalado vitaliciamente , nos compassos respectivos, conforme as plantas.
- Na nossa modesta opinião, a manutenção e a prevenção de incendios, neste grupo, só é possivel se forem criadas agro-ambientais tal como existem para as culturas permanentes. É dificil compreender que as culturas permanentes tenham agro-ambientais de 5 em 5 anos e estes povoamentos florestais, equivalentes a culturas permanentes, tenham apoios ,apenas, durante 5 anos para manutenção! Deve ser eliminado o subsidio da perda de rendimento por troca com as agro-ambientais, com os mesmo requisitos de exigencia ambiental e assim se protege este grupo florestal, com recurso as lavragens cruzadas ( a principal operação cultural de prevenção aos incendios).
- o Governo veio recentemente a publicar uma lei que os terrenos, junto as casas, devem ser limpos pelos proprietários, até 15 de Março. Ora, esta data não faz qualquer sentido, porquanto 15 de Março ainda é Inverno e as ervas e matos começam a crescer na Primavera ate meados de Junho, altura que chega o calor e as ervas secam. Se o proprietário for limpar ate 15 de março, seguramente, tem que limpar de novo no inicio do Verão. Nem as autarquias o fazem , pior do que isso , não limpam os seus caminhos e as suas áreas de intervenção, como podem limpar os terrenos dos proprietários, a suas expensas, como quer o Governo?
-No ultimo ano começaram a arder as aldeias do interior. Não ouvi ninguém falar sobre as razoes que podem estar na origem de ter ardido tanta aldeia e morrido tanta gente! Toda a gente acusa a desertificação como responsavel. É verdade, mas, a agregação das Freguesias não só agravou a desertificação, como transferiu para as novas Sedes, as verbas que o OGE dava a essas pequenas aldeias para limparem as ruas e os terrenos confinantes aos caminhos . Pequenas verbas que são hoje gastas nas Sedes das freguesia agregadas , algumas situadas a 15 km das ditas aldeias, abandonando estes pequenos povos, com uma população de idosos desprotegidos, sem que ninguém do Estado os represente! Ninguém tenha duvidas, que se nada for feito , nos proximos anos, mais aldeias irão arder, por este motivo. Foi um erro gravissimo agregar as Freguesias nos termos em que foi feito.
O Estado, tem a obrigação de estar perto das populações, se se afasta delas, sofre as consequencias. Perda de vidas e bens…
Teodoro farias
No verão passado ( época dos incendios) assistimos a debates e mais debates nos orgaos de comunicação social! Toda a gente sabia como combater os incendios! Se fosse facil combater os incendios rurais, certamente , que já não existiam… falou-se muito dos incendios…mas, quase ninguém indicou medidas preventivas para evitar este flagelo, que existe ,há decadas, cada vez com maior destruição economica, social, ambiental, etc.
Na nossa modesta opinião existem tres grupos de incendios, a saber:
1º) os incendios de montanha, consumidores de matos e ervas secas nos terrenos com afloramentos rochosos continuos ou quase, pedra sobre pedra a superficie, esqueleticos, solos de classe E ,com muito declive, inacessiveis pelos bombeiros ou outras entidades, sem qualquer aptidão agricola e florestal, incultos, nos quais os incendios só dão prejuizo ambiental ;
2º) Os incendios florestais desordenados, com floresta espontanea, de pinheiros, carvalhos, sobro, e outras espécies, em convivencia com mato e giestas altas, susceptiveis de provocar ignições altamente inflamáveis, de solo mediano, classe C+D , com aptidão florestal, mas, abandonados a sua sorte, porque o rendimento da floresta para os proprietários é quase nulo e a manutencão dos povoamentos é muito cara;
3º) Os incendios florestais ordenados, plantados em solos agricolas, a maior parte de classe C, onde se semeavam cereiais, e que com o apoio da Comissão Europeia deram lugar a povoamentos florestais ordenados, acompanhados pelos proprietários e pelo IFAP, enquanto subsidiados, durante cerca de 20 anos, no caso dos proprietarios individuais;
CAUSAS E COMBATE PREVENTIVO AOS INCENDIOS
-relativamente ao primeiro grupo é evidente que , para além de se poderem fazer aceiros ou estradões em pontos estratégicos, alargar caminhos, para evitar a passagem dos fogos ás zonas florestais e agricolas, não há prevenção possivel, nem recursos humanos e financeiros que sustentem tal intervençao. Só os aviões podem fazer alguma coisa, pouca, sendo o prejuizo muito superior ao beneficio;
-relativamente ao segundo grupo, tratando-se de floresta espontanea e desordenada, com fraco rendimento para os proprietarios, estes não tem possibilidades de limpar o solo , com pequenas máquinas roçadoras, braçais, porque o custo é superior a receita. Nenhum proprietario pode satisfazer custos anuais elevadissimos durante 50 anos para depois vender o povoamento florestal por menos de metade do que gastou…Hoje, ninguem pode optar por instalar culturas permanentes ou povoamentos florestais sem a ajuda das entidades publicas, sob pena de as terras serem desertificadas ,por abandono, como vem acontecendo . Afinal, o proprietario florestal não vive do ar! Para que este flagelo se possa combater preventivamente, é preciso que o Estado intervenha na obrigatoriedade de ordenar a floresta, sempre que um povoamento arde ou é cortado, mas , para isso, tem de criar incentivos sustentáveis, aos proprietários florestais, porque isso, implica muito investimento na instalação e posteriormente na manutenção, uma vez que o preço da madeira nem sequer cobre os custos de manutenção!
-relativamente ao terceiro grupo, tratando-se de povoamentos florestais ordenados, em terras agricolas, ao abrigo dos Fundos comunitários e assistidos pelo EX-IFADAP, hoje, IFAP, em principio não deviam arder. Porém, aqui, foram cometidos muitos erros na instalaçao dos povoamentos florestais! Não compreendemos, como foi possivel instalar povoamentos com um compasso de 2,5 de linha a linha e 1 metro de planta a planta , no caso dos sobreiros , e outras espécies!. O sobreiro é uma árvore frondosa, como se pode ver no Alentejo, chegando a ter uma dezena de metros de altura e outra de largura. Ora, um compasso de 2,5 x 1 metros , impede o desenvolvimento da planta e a lavragem cruzada, o que significa ficar a linha com mato e ervas secas, sugeita a incendios. Só a lavragem previne os incendios, como fica provado sempre que os povoamentos ardem! Os povoamentos lavrados não ardem…Na nossa modesta opinião, nenhum compasso, inclusivamente, eucaliptos, devia ser inferior a 2,50 x 2,50 , para poderem ser lavrados. É certo que estes povoamentos podem ser ordenados, eliminando plantas, mas, fica o povoamento irregular, quando podia ficar instalado vitaliciamente , nos compassos respectivos, conforme as plantas.
- Na nossa modesta opinião, a manutenção e a prevenção de incendios, neste grupo, só é possivel se forem criadas agro-ambientais tal como existem para as culturas permanentes. É dificil compreender que as culturas permanentes tenham agro-ambientais de 5 em 5 anos e estes povoamentos florestais, equivalentes a culturas permanentes, tenham apoios ,apenas, durante 5 anos para manutenção! Deve ser eliminado o subsidio da perda de rendimento por troca com as agro-ambientais, com os mesmo requisitos de exigencia ambiental e assim se protege este grupo florestal, com recurso as lavragens cruzadas ( a principal operação cultural de prevenção aos incendios).
- o Governo veio recentemente a publicar uma lei que os terrenos, junto as casas, devem ser limpos pelos proprietários, até 15 de Março. Ora, esta data não faz qualquer sentido, porquanto 15 de Março ainda é Inverno e as ervas e matos começam a crescer na Primavera ate meados de Junho, altura que chega o calor e as ervas secam. Se o proprietário for limpar ate 15 de março, seguramente, tem que limpar de novo no inicio do Verão. Nem as autarquias o fazem , pior do que isso , não limpam os seus caminhos e as suas áreas de intervenção, como podem limpar os terrenos dos proprietários, a suas expensas, como quer o Governo?
-No ultimo ano começaram a arder as aldeias do interior. Não ouvi ninguém falar sobre as razoes que podem estar na origem de ter ardido tanta aldeia e morrido tanta gente! Toda a gente acusa a desertificação como responsavel. É verdade, mas, a agregação das Freguesias não só agravou a desertificação, como transferiu para as novas Sedes, as verbas que o OGE dava a essas pequenas aldeias para limparem as ruas e os terrenos confinantes aos caminhos . Pequenas verbas que são hoje gastas nas Sedes das freguesia agregadas , algumas situadas a 15 km das ditas aldeias, abandonando estes pequenos povos, com uma população de idosos desprotegidos, sem que ninguém do Estado os represente! Ninguém tenha duvidas, que se nada for feito , nos proximos anos, mais aldeias irão arder, por este motivo. Foi um erro gravissimo agregar as Freguesias nos termos em que foi feito.
O Estado, tem a obrigação de estar perto das populações, se se afasta delas, sofre as consequencias. Perda de vidas e bens…
Teodoro farias