Re: A importância da cotação na vida da empresa?

Google: general theory of reflexivity - George Soros:
A reflexividade das cotações tem influência diferente conforme a empresa subjacente:
1) Se a cotação de um banco cai a pique, mesmo que sem razão verdadeira, a ideia de que o banco está mal vai ser publicitada e a cotação vai cair ainda mais. Isso vai criar ainda mais má publicidade e pode surgir uma qualquer notícia a dizer que os depositantes vão perder os seus depósitos ou pelo menos a dizer que o banco está em dificuldades. Aí os depositantes vão ficar receosos, alguns depositantes vão retirar o dinheiro do banco e os outros vão aperceber-se que há uma corrida ao banco e fazer o mesmo e com isso o banco vai ao charco.
2) Se uma empresa com muita dívida de curto prazo vir a sua cotação cair isso significa que o mercado julga (naquele momento) que as perspectivas da empresa são más. Isso vai reflectir-se na taxa que os credores vão pedir nos empréstimos que a empresa vai ter que refinanciar a curto prazo e pode mesmo fazer com que não haja credores interessados. A ideia (mesmo que falsa) de que as perspectivas da empresa são más pode, neste caso, colocar a empresa em dificuldades ou na falência (basta ver exemplos passados de empresas que cresceram de forma altamente alavancada e são vistas a posteriori como exemplos de óptima alocação de capital e/ou negócios de muito boa qualidade mas que, por vezes, estiveram perto da falência por causa destas oscilações - isto lembrou-me que tenho que acabar de ler sobre o John Malone). Salvo erro, o próprio Benjamin Graham sugere que a avaliação que o obrigacionista necessita de fazer é diversa e mais simples do que a do accionista porque tem os accionistas à frente e sugere mesmo que se veja qual é a capitalização accionista para perceber se o valor accionista excede largamente o valor obrigacionista, tornando assim o investimento obrigacionista mais seguro (o que significaria que quando a cotação cai a rede de segurança também cai).
No entanto:
3) Se uma empresa não endividada, com muito cash em mão e com um accionista maioritário vir a sua cotação cair a pique a influência sobre o dia a dia da empresa pode não existir, ou pode resumir-se à hipótese de recompra de acções, situação em que o efeito em vez de ser negativo é positivo.
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I can state the core idea in two relatively simple propositions. One is that in situations that have thinking participants, the participants’ view of the world is always partial and distorted. That is the principle of fallibility. The other is that these distorted views can influence the situation to which they relate because false views lead to inappropriate actions. That is the principle of reflexivity. For instance, treating drug addicts as criminals creates criminal behavior. It misconstrues the problem and interferes with the proper treatment of addicts. As another example, declaring that government is bad tends to make for bad government.
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In the real world, the participants’ thinking finds expression not only in statements but also, of course, in various forms of action and behavior. That makes reflexivity a very broad phenomenon that typically takes the form of feedback loops. The participants’ views influence the course of events, and the course of events influences the participants’ views. The influence is continuous and circular; that is what turns it into a feedback loop.
A reflexividade das cotações tem influência diferente conforme a empresa subjacente:
1) Se a cotação de um banco cai a pique, mesmo que sem razão verdadeira, a ideia de que o banco está mal vai ser publicitada e a cotação vai cair ainda mais. Isso vai criar ainda mais má publicidade e pode surgir uma qualquer notícia a dizer que os depositantes vão perder os seus depósitos ou pelo menos a dizer que o banco está em dificuldades. Aí os depositantes vão ficar receosos, alguns depositantes vão retirar o dinheiro do banco e os outros vão aperceber-se que há uma corrida ao banco e fazer o mesmo e com isso o banco vai ao charco.
2) Se uma empresa com muita dívida de curto prazo vir a sua cotação cair isso significa que o mercado julga (naquele momento) que as perspectivas da empresa são más. Isso vai reflectir-se na taxa que os credores vão pedir nos empréstimos que a empresa vai ter que refinanciar a curto prazo e pode mesmo fazer com que não haja credores interessados. A ideia (mesmo que falsa) de que as perspectivas da empresa são más pode, neste caso, colocar a empresa em dificuldades ou na falência (basta ver exemplos passados de empresas que cresceram de forma altamente alavancada e são vistas a posteriori como exemplos de óptima alocação de capital e/ou negócios de muito boa qualidade mas que, por vezes, estiveram perto da falência por causa destas oscilações - isto lembrou-me que tenho que acabar de ler sobre o John Malone). Salvo erro, o próprio Benjamin Graham sugere que a avaliação que o obrigacionista necessita de fazer é diversa e mais simples do que a do accionista porque tem os accionistas à frente e sugere mesmo que se veja qual é a capitalização accionista para perceber se o valor accionista excede largamente o valor obrigacionista, tornando assim o investimento obrigacionista mais seguro (o que significaria que quando a cotação cai a rede de segurança também cai).
No entanto:
3) Se uma empresa não endividada, com muito cash em mão e com um accionista maioritário vir a sua cotação cair a pique a influência sobre o dia a dia da empresa pode não existir, ou pode resumir-se à hipótese de recompra de acções, situação em que o efeito em vez de ser negativo é positivo.