CALDEIRÃO DE BOLSA

Agradeço a todos as opiniões e sugestões que me deram. Fiquei com uma ideia mais clara sobre as alternativas que poderão estar ao meus dispor. Nomeadamente, agradeço ao Sr. Raposo Tavares que interpretou bem o meu pensamento. Fica a promessa que irei analisar com minúcia, nos bancos, as duas alternativas que propôs. O meu muito obrigada a todos.

Para finalizar, deixo uma palavrinha amiga à menina "Attentive". Agradeço-lhe, do coração, o poema de Mário Pinto de Andrade que reproduziu. É muito bonito e acredito que muitos "maduros" se identificam com as ideias expressas pelo poeta brasileiro. Contudo, não é o meu caso. Eu sinto-me muito serena e em paz comigo própria. Não tenho revoltas interiores e agradeço a Deus, todos os dias, ter-me proporcionado uma vida tão feliz e preenchida. Quando chegar o meu dia, quando Ele me chamar, espero ter à minha volta os que me amam e partir com a certeza de não ter deixado inimigos e de ter praticado o Bem à minha pequena medida. Agora, em vida, procuro ser útil ao meu semelhante no voluntariado (num hospital aqui de Lisboa) e dirigindo uma organização de apoio aos mais necessitados na paróquia da minha área de residência. Depois, quando partir, naturalmente que também pretendo deixar-lhes uma lembrança, de mim própria e da memória do meu marido, pois estas instituições, que auxiliam o próximo, necessitam, mais do que ninguém, do apoio de quem tem mais um pouco mais, não só financeiramente mas, principalmente, amor para dar. Portanto, menina, aqui tem a minha resposta à sua pergunta: "Nesta fase da sua vida anda a poupar para quê ?". Ando a poupar para os outros, para o meu semelhante, para aqueles que mais precisam. Materialmente. eu tenho (muito) mais do que preciso para viver. Já viajei, percorri o mundo, conheci pessoas de valor, fiz muitas amizades. Tudo isso me preenche e me faz sentir plenamente realizada e de bem comigo própria. Daí ter definido este objectivo para o que me resta da minha vida. Só lhe peço que respeite o meu pensamento como eu respeito o seu.
Muito obrigada a todos.

Beatriz_P Escreveu:Quanto ao artigo da Proteste sobre Seguros, já o li. Fiquei preocupada com 2 coisas: com a questão de nem todos terem ou serem "capital garantido" (terei que ter atenção a isso, não será assim?) e também pela duração de 8 anos.

Ex.ma senhora, é como diz: tem de ficar atenta aos prospectos de todos os produtos, fazer todas as questões que deve fazer sem se intimidar com o incómodo que possa causar ao funcionário que a atende (está lá para isso e para receber as comissões devidas pelos 'produtos' que lhe vende) e não se comprometa com a primeira proposta que lhe agrade no momento imediato aquele em que esta lhe é feita. Durma em cima de cada decisão que tenha de tomar. (Penso que foi a senhora que há uns tempos falou de algumas vicissitudes com alguns produtos do Banif, pelo que esse é um conselho que infelizmente não é necessário transmitir-lhe.)
Quanto à duração dos produtos a 8 anos eles podem ser conseguidos por endosso (é até uma forma de fugir às comissões de que fala a DECO e à devolução de irs por não se manterem estes instrumentos financeiros pelos 8 anos e um dia prescritos).
Adiante: penso que o outro produto de que lhe falei estava mais conforme com a situação que a senhora expôs. Haverá certamente muitos outros produtos semelhantes.
Vejo que a senhora está perfeitamente lúcida, sabe interpretar um prospecto e é uma pessoa inteligente pelo que me abstenho de lhe dar mais bitaites e de me tornar demasiado intrometido nos seus assuntos.

Atenciosamente,
Raposo Tavares

Amiga Beatriz, reforço o que o disse RG7803. Aproveite ao máximo o que avida tem de bom. Desfrute ao máximo os bons momentos que tem com as pessoas que mais estima. Nesta fase da sua vida anda a poupar para quê ? Viva a vida. Sou bem mais nova e já há muito que adoptei essa postura. Deixo-lhe com muito gosto este excelente poema:

NB - Já agora, seja muito bem vinda a este excelente fórum.

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

Poema de Mário de Andrade

Contei meus anos
E descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente
Do que já vivi até agora
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
Cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigam pelo
Majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
Minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
Muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge da sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.

Bjs

Agradeço as palavras dos senhores. No entanto, não quero que fiquem com a impressão que eu estou sozinha ou vivo sozinha. Embora não tenha filhos próprios, vivo com uma sobrinha (e afilhada) que é como se fosse uma filha para mim e rodeada pelo carinho de três maravilhosos sobrinhos-netos, que são a luz da minha vida. Digo isto apenas para que saibam que tenho a quem deixar uma lembrança da minha existência e que até faço questão disso mesmo. Não sei se me compreendem. Porque tive a felicidade do meu marido me ter deixado bem financeiramente, não o posso negar, e de ter também a minha pensão, fruto do meu trabalho (fui professora durante mais de 40 anos), isso não me fará cometer loucuras. Quero que não falte nada aos meus sobrinhos (tenho, ao todo, três e somos muito próximos, como família) nem às crianças. Até por isso, sinto mais responsabilidade em administrar convenientemente o que tenho. Pretendo evitar, por exemplo, quando a doença chegar e ficando eu incapacitada, que me transforme num peso seja para quem for. Disso todos estão informados, aliás. Julgo que compreendem. Ora, é precisamente para prever essa situação, que gostaria também de ir amealhando o que, neste momento, não me faz falta. Nunca sabemos o dia de amanhã, mas gostaria que todas as situações estivessem acauteladas e ninguém fosse tomado de surpresa. Por essa razão, fiz testamento manuscrito e cerrado, que se encontra depositado, com o conhecimento dos meus sobrinhos, num Cartório Notarial da minha confiança. É por esta razão, porque tenho família que muito me estima, que eu me sinto na obrigação de gerir bem o rendimento que disponho, assim Deus me conserve com alguma saúde e lúcida de espírito. Não era para escrever tanto, e já é muito tarde, mas não queria que ficassem com ideias erradas relativamente aos meus objectivos ou áquilo que eu efectivamenbte pretendo fazer. Não me vou por a gastar dinheiro só por gastar.

Beatriz_P Escreveu:(...) Tenho 2 enteados, mas por incompreensão e vicissitudes da vida, não estamos ligados. Aliás, vivem ambos no estrangeiro e, desde o falecimento do meu marido, não tive mais contacto, de ambos. Nem no Natal! Foram os advogados que trataram de tudo a que cada um tinha direito. Digo isto com muita tristeza e amargura, mas é a realidade.

Lamento muito a atitude dos seus enteados!

Por aquilo que a Beatriz refere depreendo que os seus 2 enteados não se preocupam consigo, mas garanto-lhe que se preocuparão com os bens da sua herança!!!

Desejo-lhe saúde e procure viver o resto da sua vida, o melhor possível, sem se preocupar com o que deixará em herança!

Beatriz_P Escreveu:Agradeço muito as respostas dos senhores.
Queria esclarecer o Sr. "artista" que eu quero aplicar, mensalmente, as pequenas "migalhas" (passe a redundância) que me sobram. Nunca falei de uma aplicação de "100 mil euros". Não é disso que se trata.
Outro senhor sugeriu um PPR. Pergunto: na minha idade, será que as entidades permitem-me que eu faça um "plano de reforma" estando eu já reformada? Isso não é um contrassenso?
Quanto ao artigo da Proteste sobre Seguros, já o li. Fiquei preocupada com 2 coisas: com a questão de nem todos terem ou serem "capital garantido" (terei que ter atenção a isso, não será assim?) e também pela duração de 8 anos. Gostava muito de pensar "positivo", mas tenho que ser realista. Deus que me desculpe e guarde, mas tenho consciência que não durarei tanto tempo. Tenho 2 enteados, mas por incompreensão e vicissitudes da vida, não estamos ligados. Aliás, vivem ambos no estrangeiro e, desde o falecimento do meu marido, não tive mais contacto, de ambos. Nem no Natal! Foram os advogados que trataram de tudo a que cada um tinha direito. Digo isto com muita tristeza e amargura, mas é a realidade.

Beatriz....junte as poupanças numa conta normal e...goze a vida.
Deixe-se de poupanças. Se diz que tem dois enteados com quem não tem sequer ligação afectiva/emocional (presumo que filhos não terá, senão teria feito a referencia aos mesmos) está a poupar para quê ?
Goze a vida Beatriz, enquanto tiver saúde para tal.
Tudo de bom e muita saudinha.

Agradeço muito as respostas dos senhores.
Queria esclarecer o Sr. "artista" que eu quero aplicar, mensalmente, as pequenas "migalhas" (passe a redundância) que me sobram. Nunca falei de uma aplicação de "100 mil euros". Não é disso que se trata.
Outro senhor sugeriu um PPR. Pergunto: na minha idade, será que as entidades permitem-me que eu faça um "plano de reforma" estando eu já reformada? Isso não é um contrassenso?
Quanto ao artigo da Proteste sobre Seguros, já o li. Fiquei preocupada com 2 coisas: com a questão de nem todos terem ou serem "capital garantido" (terei que ter atenção a isso, não será assim?) e também pela duração de 8 anos. Gostava muito de pensar "positivo", mas tenho que ser realista. Deus que me desculpe e guarde, mas tenho consciência que não durarei tanto tempo. Tenho 2 enteados, mas por incompreensão e vicissitudes da vida, não estamos ligados. Aliás, vivem ambos no estrangeiro e, desde o falecimento do meu marido, não tive mais contacto, de ambos. Nem no Natal! Foram os advogados que trataram de tudo a que cada um tinha direito. Digo isto com muita tristeza e amargura, mas é a realidade.

Pois eu sugeriria um seguro de capitalização, sob a forma de seguro de vida, subscrito junto de uma seguradora de grande dimensão (sistémica) a nível europeu, tipo Allianz ou Zurich. Esta última tem tido rendibilidades razoáveis (na casa dos 3 % em 2015). Tratando-se de seguros de vida, o único risco é o risco da própria seguradora, daí a escolha da mesma ser importante.

Beatriz_P Escreveu:Caros senhores,
Na ninha situação actual, sendo viúva e professora aposentada, tenho possibilidade de colocar de lado, mensalmente, uma parte do meu rendimento. Ora, nestes momentos conturbados e difíceis, em que pouco podemos confiar nos bancos e os seus depósitos a prazo têm taxas próximas do zero, fico em saber onde devo colocar ou aplicar aquele (pequeno) rendimento que, mensalmente, consigo poupar. Os senhores não me poderão dar uma opinião, por favor? Embora tenha contas noutros 2 bancos, ainda do tempo do meu marido, (no antigo Banif agora Santander e no BPI), recebo a minha reforma pela Caixa Geral de Depósito. Gostava que, todos os meses, e automaticamente, o banco transferisse essa poupança (eu diria qual o montante fixo mensal) e assim eu ficava descansada. Não tinha a canseira com as transferências, pois eram automáticas, e sabia que, todos os meses, eu estava a poupar e o dinheiro a render. Não sei se me expliquei bem. Compreenderam?
Dentro desta minha ideia, aconselham-me algum banco ou, em concreto, alguma forma de poupança?
Agradeço desde já a quem me responder.
Obrigada.

Eu aconselharia uma leitura atenta das condições da aplicação para garantir que se trata de uma aplicação sem risco e protegida pelo fundo de garantia. Se for uma aplicação inferior a 100 mil euros não haverá problemas em nenhum dos bancos, por isso sugiro que os consulte e procure o que lhe oferece melhores condições neste tipo de aplicação.

Não é que tenha uma confiança cega na Deco -não tenho, de todo...-, mas, já agora, e a propósito da Proteste e da Deco, um link com interesse:

https://www.deco.proteste.pt/investe/me ... 223033.htm

Cumprimentos,
Raposo Tavares

Cara Beatriz, não sou profissional da área e posso apenas dar-lhe duas dicas enquanto cliente. Ao balcões do BCP Millenium pode aceder às ofertas da Ocidental. Não tenho razões de queixa e tenho obtido bons rendimentos com os seus seguros de capital United Linked (segundo link); a situação que relata parece-me ter mais a ver com o primeiro dos links afixados.
Repito que lhe dou apenas duas dicas, pelo que não deixe de se informar de outras opções junto desta seguradora ou junto de outras instituições. Sugiro-lhe ainda que 'não ponha todos os ovos no mesmo cesto' e que evite tudo o que esteja relacionado com obrigações subordinadas e afins.

https://www.ocidental.pt/seguros/partic ... crescente/
https://www.ocidental.pt/seguros/partic ... it-linked/

Cumprimentos,
Raposo Tavares

Edit: como disse, não tenho razões de queixa, tenho obtido bons retornos e não tenho visto nenhum problema com as comissões, bem pelo contrário... Mas por honestidade intelectual, pelo facto de os meus Unit Linked serem emitidos já em 2008 (2ª e 4ª emissão) e por me sentir constrangido ao dar este tipo de dicas, fui ver o que diz a Proteste... Ora a Proteste disse isto há uns meses: https://www.deco.proteste.pt/investe/se ... 093074.htm

de depósitos as prazo e respectivas remunerações não sou entendido; contudo sei que a cgd tem uma conta poupança para a qual, e automaticamente, podemos estipular o envio de uma certa quantia periodicamente, embora não remunere o capital depositado

Os bancos têm esse tipo de produtos. (PPR)
Se preferir uma entidade não bancária, opte por uma seguradora por exemplo.
A Tranquilidade tem esse tipo de produtos.

Em 1996, iniciei uma espécie de PPR, - Seguro jovem - na Tranquilidade, que me dava 4%/ano líquidos. Bons tempos
50€ todos os meses, em 20 anos, 13.700 limpinhos. É sempre uma boa opção. A partir de certa altura, deixa-se de 'sentir' esse débito da conta todos os meses.
Cumps

Caros senhores,
Na ninha situação actual, sendo viúva e professora aposentada, tenho possibilidade de colocar de lado, mensalmente, uma parte do meu rendimento. Ora, nestes momentos conturbados e difíceis, em que pouco podemos confiar nos bancos e os seus depósitos a prazo têm taxas próximas do zero, fico em saber onde devo colocar ou aplicar aquele (pequeno) rendimento que, mensalmente, consigo poupar. Os senhores não me poderão dar uma opinião, por favor? Embora tenha contas noutros 2 bancos, ainda do tempo do meu marido, (no antigo Banif agora Santander e no BPI), recebo a minha reforma pela Caixa Geral de Depósito. Gostava que, todos os meses, e automaticamente, o banco transferisse essa poupança (eu diria qual o montante fixo mensal) e assim eu ficava descansada. Não tinha a canseira com as transferências, pois eram automáticas, e sabia que, todos os meses, eu estava a poupar e o dinheiro a render. Não sei se me expliquei bem. Compreenderam?
Dentro desta minha ideia, aconselham-me algum banco ou, em concreto, alguma forma de poupança?
Agradeço desde já a quem me responder.
Obrigada.