lfhm83 Escreveu:Mas pelo que percebi são agências reguladoras e não agências de rating. Depois de uma crise destas não é muito claro como é que não se criam agências de rating suportadas pelos contribuintes (aliás dos dois lados do atlântico+China para o mercado não ser suportado artificialmente). Quer dizer, das duas uma, ou não se resgatam as entidades ou o contribuinte deve saber que anda a pagar ratings inúteis.
Fannie Mae e
Freddie Mac não são agências de rating nerm reguladoras, são os nomes populares de 2 empresas financeiras mistas público-privadas que têm por missão comprar aos bancos as hipotecas que fazem e revendê-las no mercado secundário. Isto foi uma maneira de garantir liquidez aos bancos para financiarem o mercado imobiliário a seguir à Grande Depressão.
Esta foi uma das razões para as agências de rating darem sempre o nível AAA a todo e qualquer crédito imobiliário porque tinham o estado federal como garantia de compra das hipotecas.
Quando os grandes bancos de investimento perceberam isso, entraram de pés e cabeça no mercado de derivados, comprar pacotes de hipotecas e vender obrigações (CDOs, etc.) sobre elas.
lfhm83 Escreveu:Muito menos gostei da perspectiva do filme que a culpa é toda do sistema e que as stripers com 3 casas eram todas umas coitadinhas. A velha história vou fazer um empréstimo só porque posso...
É claro que muita gente, mesmo a nível popular, se aproveitou da situação. Com o mercado imobliário a valorizar sempre durante mais de 20 anos e crédito fácil e às tantas sem sequer verificação de rendimentos, muita gente aproveitou para de ano a ano refinanciar uma casa com uma nova hipoteca por um valor mais alto, liquidando a anterior.
Por exº, se as casas valorizam 10% ao ano (chegou a acontecer) quem compra uma casa por 200 mil ao fim de um ano faz uma nova hipoteca por 220 mil, liquida a anterior e fica com 20 mil no bolso sem fazer nada (menos umas despesas e juros, claro). Ao fim de um ano, repetir. Se em vez de uma tiver 3 ou 4 ou mais casas, todas compradas com dinheiro emprestado pelos bancos, dá para viver sem fazer mais nada! Isto acontecia, conheci diretamente casos desses.
Tudo isso era incentivado pelos bancos que tinham interesse em fazer novas hipotecas com cash liberto pela venda das anteriores aos Freddies, pelos angariadores de empréstimos que ganham uma comissão sobre cada hipoteca, pelos construtores e empresas imobiliárias porque o mercado crescia sem parar, etc.
O caso da AIG foi diferente. a AIG era um a companhia de seguros, a maior do mundo na altura, e vendiam CDS (swaps, ou seguros de crédito) e enquanto as coisas corriam bem era um negócio excelente, mas quando de repente os defaults entraram em catadupa não tinha liquidez para os satisfazer a todos.