Bom dia,
Depois de mais um incidente na bolsa de Lisboa (BANIF), fico com a impressão, de que o mercado de Lisboa está a morrer.
Grosso modo, a qualidade das cotadas, o preço unitário, a actuação dos reguladores e porque não dizer os próprios investidores, têm contribuindo para que o mercado não se consiga renovar, tornando-se uma verdadeira fonte de financimento para as empresas. No fundo será um espelho de Portugal?
Nesse sentido o BANIF apenas veio dar o pontapé que precisava para tentar explorar novos mercados (eu apenas compro acções, não faço CFDs, não faço Forex, etc.)
Quais são as minhas dificuldades para investir nesses novos mercados?
No que respeita às transacções, o meu banco, atua em quase todos os mercados, incluindo NYSE, portanto é uma questão de escolher a acção e o mercado. A análise e o seguimento das mesmas é igual ao que fazia para a praça de Lisboa (Caldeirão (embora o Caldeirão esteja mais voltado para Lisboa), ProRealTime, analises de gráficos, stops (nem sempre e quando não os coloco geralmente dá asneira

), etc).
Uma das minhas questões prende-se com a fiscalidade. Um exemplo muito concreto. A poucos dias a Portucel pagou dividendos. O meu banco tirou a parte respeitante ao imposto e à sua comissão e o restante foi para a minha conta, sem que eu tenha que me chatear mais com o caso, IRS incluído. Agora imaginemos que a Portucel estava, por exemplo, no mercado Holandês? O que é que isso implicava em termos de impostos, taxas e taxinhas? E se fosse num mercado fora da zona Euro, por exemplo NYSE? Ainda ficamos com algum dinheiro? Ou ele vai todo para impostos, câmbios, taxas e taxinhas? E quando se trata de compra e venda das acções?
Uma outra questão prende-se com o comportamento dos outros mercados.
Grossaeiramente, podemos dizer, que as empresas no mercado de Lisboa, estão quase todas cotadas até 5€ e se deixamos de almoçar dois dias, podemos comprar mil acções, por exemplo, do BCP. E assim sendo qualquer um o pode fazer.
Por outro lado, na bolsa Belga, que julgo não ser das mais "faladas", as empresas estão quase todas acima dos 30€. Temos que deixar de almoçar muitos dias para comprar as mesmas mil acções, por exemplo da KBC e, nesse caso, na volta, preferimos almoçar. Olhando sobre esta prespectiva eu diria que o mercado Belga é capaz de ser melhor gerido, mais profissional, etc.
Mas como contraponto temos o caso da Mota-Engil (ok, a empresa é Portuguesa), no mercado Holandês e que basicamente acabou como acontece muitas vezes em Lisboa, embora em Lisboa, fiquem a vegetar. Entra a um valor e sai pouco tempo depois a menos de metade do seu valor. É certo que são os investidores que têm de analisar o investimento, é certo que o preço forma-se pela oferta e pela procura, mas para além dessa vertente, alguém, certamente, terá que julgar os fundamentos da empresa antes e durante a sua existência na bolsa, por forma a manter o nível de confiança dos investidores nos produtos e no funcionamento da bolsa. Na bolsa de Lisboa acho que o regulador não faz isso. Qual é a V/ experiência nos outros mercados?
Obrigado e um bom ano de 2016.