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Caldeirão da Bolsa

Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por Dr Tretas » 9/9/2016 16:26

Gráfico aleatório do dia: Rendimento dos particulares, capital vs. trabalho (em percentagem do total)

fonte: http://www.bportugal.pt/Mobile/BPStat/DominiosEstatisticos.aspx?IndID=723447&SW=1349 (dados processados por mim para fazer o gráfico)

capital_vs_trabalho.png
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Detalhe, notem inflexões perto do momento de adesão à CEE e ao Euro. O que significará :?: Quem sabe... :-k

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Re: Políticas para Portugal

por JoaquimDias » 9/9/2016 9:19

Ocioso Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:O que precisamos é de criação de empresas e novos empregos.

Exacto! Deve-se tentar atrair o investimento de empresários estrangeiros, para que criem a empresa em Portugal, com mão-de-obra portuguesa e, como o nosso mercado é pequeno, que exportem daqui para o mundo. Mas não se chega lá com palavras, os governantes têm de criar um ambiente atractivo ao investimento.


os governantes socialistas estão mais interessados em dar ordenados gigantescos aos funcionários públicos e pensionistas.

e em dividir os fundos europeus por empresas de amigos que daqui a 5 anos estão falidas.
http://www.heritage.org/index/ranking
(ranking de países mais capitalistas neo liberais VS países socialistas/comunistas/colectivistas)

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Portugal: 64º (e a descer...)
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 9/9/2016 1:46

Eheh bom, ao menos não mete ao bolso, partilha com os camaradas. :mrgreen:

Vocês desprezam a parte relevante, que é o TC não deixar acabar com a coisa, e os conflitos que houve no parlamento entre a malta do bloco central que gosta de sugar o Estado (PS e PSD), já nem me lembrava disso. Mas enfim... 8-) Peço desculpa, e reafirmando que se há partido em Portugal no qual é impossível que venha algum dia a votar, é o PCP, neste aspecto, não há muito por onde se lhes apontar o dedo...
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 1:39

JohnyRobaz Escreveu:"Mantendo-se a sua existência, os eleitos do PCP têm procedido de acordo com a orientação acima referida, ou seja não prescindir desse direito, não dar a outros a gestão dessa verba e requerendo-a não é usada em benefício próprio, é entregue ao PCP e posta ao serviço da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo", justificam os comunistas.

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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 9/9/2016 1:33

JohnyRobaz Escreveu:"Mantendo-se a sua existência, os eleitos do PCP têm procedido de acordo com a orientação acima referida, ou seja não prescindir desse direito, não dar a outros a gestão dessa verba e requerendo-a não é usada em benefício próprio, é entregue ao PCP e posta ao serviço da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo", justificam os comunistas.

:mrgreen:
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 1:30

JohnyRobaz Escreveu:De qualquer forma aprecio que seja esse o foco em vez das privatizações ou vendas de empresas já instaladas.
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 9/9/2016 1:08

Ocioso Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:O que precisamos é de criação de empresas e novos empregos.

Exacto! Deve-se tentar atrair o investimento de empresários estrangeiros, para que criem a empresa em Portugal, com mão-de-obra portuguesa e, como o nosso mercado é pequeno, que exportem daqui para o mundo. Mas não se chega lá com palavras, os governantes têm de criar um ambiente atractivo ao investimento.


Segundo ele houve já alguns exemplos a investir, como a Continental, empresas de componentes automóveis, investimentos industriais, ficou-me isto na cabeça, mas sim, também espero que tudo isso se torne de facto relevante. De qualquer forma aprecio que seja esse o foco em vez das privatizações ou vendas de empresas já instaladas.
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 0:52

JohnyRobaz Escreveu:O que precisamos é de criação de empresas e novos empregos.

Exacto! Deve-se tentar atrair o investimento de empresários estrangeiros, para que criem a empresa em Portugal, com mão-de-obra portuguesa e, como o nosso mercado é pequeno, que exportem daqui para o mundo. Mas não se chega lá com palavras, os governantes têm de criar um ambiente atractivo ao investimento.
 
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 9/9/2016 0:33

Ocioso Escreveu:O meu destaque, aos anos mais recentes, serve para realçar a estagnação do país. Sem poupança, com acesso a crédito limitado pela enorme dívida existente, se não atraírem investimento directo, seguir-se-á o declínio.


Achei interessante a entrevista ao Min Economia pelo Jose Gomes Ferreira. Ele fala lá de uma questão importante. Muita gente fala na queda do investimento estrangeiro, mas de facto muito desse investimento foram privatizações de empresas já bem estabelecidas. O que precisamos é de criação de empresas e novos empregos. Investimento criador de riqueza, e não comprador da riqueza que já existe e está de boa saúde. Veremos se o optimismo dele se confirma.
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 0:24

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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 0:17

JohnyRobaz Escreveu:Era interessante ver um gráfico com a evolução dos salários reais, mas por esses dois gráficos parece perceber-se que não houve uma redução tão acentuada da evolução.

O meu destaque, aos anos mais recentes, serve para realçar a estagnação do país. Sem poupança, com acesso a crédito limitado pela enorme dívida existente, se não atraírem investimento directo, seguir-se-á o declínio.
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 9/9/2016 0:01

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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 8/9/2016 23:59

Era interessante ver um gráfico com a evolução dos salários reais, mas por esses dois gráficos parece perceber-se que não houve uma redução tão acentuada da evolução.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 8/9/2016 23:50

JohnyRobaz Escreveu:Ocioso, esses são os salários reais (já com a inflação descontada) ou não?

Nominais. Evolução semelhante ao CPI.
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 8/9/2016 23:18

Ocioso, esses são os salários reais (já com a inflação descontada) ou não?
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 8/9/2016 23:16

Salários
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 8/9/2016 23:02

lfhm83 Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu: Acho que pagar certos impostos para garantir escola e saúde pública, estradas, tribunais e outro tipo de coisas necessárias ao funcionamento de um país em comunidade não retira liberdade a ninguém nem representa para mim nenhum controlo da economia.


Deixo algumas consequências do aumento de tamanho do estado.

Igualdade

São os agregados familiares com rendimentos brutos entre os 13 500 euros e os 50 mil euros (valores correspondentes ao que se chama de classe média) que pagam a maior percentagem de IRS: quase 47%. É hás famílias incluídas neste intervalo – maioritariamente trabalhadores por conta de outrem e pensionistas – no próximo ano.

Segundo os dados estatísticos sobre o Imposto do Rendimento 2012-2014,” em 2014, para cerca de 47,32% dos agregados não foi apurado qualquer valor de IRS.”

http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2016-09-08-Fisco.-Quase-50-das-familias-portuguesas-nao-pagam-IRS

Liberdade

Governo aprova lei que obriga a comunicar ao Fisco contas acima de 50 mil euros


http://economico.sapo.pt/noticias/governo-aprova-lei-que-obriga-a-comunicar-ao-fisco-contas-acima-de-50-mil-euros_256646.html

Fraternidade

Jerónimo dá subvenção vitalícia ao PCP


http://sol.sapo.pt/artigo/522767/jeronimo-da-subvencao-vitalicia-ao-pcp


Ok, quanto à questão de:

Igualdade: Defendo a progressividade do IRS mas sem ser radical, e também sou contra que o salário mínimo pague zero. Devia pagar uma taxa mínima baixa, e o salário mínimo subir. Para compensar as empresas, reduzia-se o IRC.

Liberdade: Acho, como o Lobo Xavier disse na semana passada, uma parvoice ver um saldo. Fazia sentido verificar transferencias acima de certo valor (ou somatorio de transferencias) e comparar com os rendimentos declarados, agora consultar um saldo só por si, não percebo.

Fraternidade: Epa já vinha bater no PCP antes de ler a notícia, não é que no que sublinho estou com eles? (Sendo verdade, claro)

""Quanto às subvenções vitalícias é conhecida a posição do PCP: opusemos-nos à sua criação, interviemos com vista à sua eliminação o que veio a suceder em 2006, não acompanhámos a proposta para a sua reposição em 2015 e manifestámos a nossa oposição à decisão do Tribunal Constitucional em 2016", lê-se na nota do partido, que mesmo discordando da atribuição desta compensação - que deixou de existir entretanto em 2005 graças ao Governo de José Sócrates - prefere não abdicar de a receber.

"Mantendo-se a sua existência, os eleitos do PCP têm procedido de acordo com a orientação acima referida, ou seja não prescindir desse direito, não dar a outros a gestão dessa verba e requerendo-a não é usada em benefício próprio, é entregue ao PCP e posta ao serviço da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo", justificam os comunistas.

Assim, Jerónimo de Sousa não recebe a subvenção a que têm direito os políticos que exerceram funções a partir de 1985 e antes de 2005, auferindo apenas o que receberia se nunca tivesse entrado para a política.

"No quadro do princípio do PCP de não ser beneficiado nem prejudicado no exercício de cargos públicos, Jerónimo de Sousa aufere um vencimento mensal correspondente ao praticado na empresa metalúrgica onde trabalhou desde os 14 anos (a MEC entretanto encerrada)", esclarece o partido.

Mais: o PCP sublinha que o seu líder não recebe qualquer pensão.

"Jerónimo de Sousa continua hoje, com 69 anos, na condição de vida ativa com a respetiva carreira contributiva de 55 anos para a Segurança Social"
, reforçam os comunistas."
Editado pela última vez por JohnyRobaz em 8/9/2016 23:28, num total de 1 vez.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 8/9/2016 22:41

Dr Tretas Escreveu:
lfhm83 Escreveu:
Puseste a questão interessante da inflação, segundo entendo é maior arma para por os "ricos" em cheque mate e redistribuir a riqueza se imprimes muito papel obriga os capitais a fluir ou acabam por perder. Claro que é uma questão interessante, como impedir que os ricos se tornem sempre mais ricos? Acho que a solução é mais tornar os "pobres" mais competitivos vs tirar o dinheiro dos ricos para re-distribuir pelos pobres, que na realidade acaba por ser re-distribuido por "investimentos" estatais.



Os ricos podem safar-se bem em ambiente inflacionário, a sua riqueza não existe sob a forma de notas guardadas debaixo do colchão ou numa conta bancária, mas sim como activos resistentes à inflação como imobiliário e acções de empresas. Quem se lixa é quem vive do ordenado, os exemplos são mais que muitos: a inflação desvaloriza mais o trabalho que o capital.

Portanto desconfiem de quem quer "redistribuir riqueza" com inflação :mrgreen:


Ok acho que isso já é assunto para tese de doutoramento, mas uma coisa vejo como verdade absoluta o caminho para a igualdade é tornar o menos abastados mais competitivos e isso só com educação. Por isso que para mim deveria ser o pilar fundamental do common welfare a saúde é mais secundário e deveria existir a opção de quem tem seguro de saúde ter um desconto mais menos proporcional na segurança social.


E sou contra as reformas geridas por entidades públicas, o estado esteve muito bem desde o 25 de abril até ao virar do milénio, desde então tem sido um crescimento de impostos descontrolado, acompanhado por crescimento de dívida sendo provavelmente o maior problema as subvenções, reformas, pensões, subsídios.

Deixo uma imagem de nostalgia, parece mentira mas já tivemos IVA a 17%! E tínhamos menos direitos nessa altura? Tenho ideia que havia mais direitos e liberdades.

https://www.economias.pt/valor-do-iva-e ... -dos-anos/
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 8/9/2016 22:19

JohnyRobaz Escreveu: Acho que pagar certos impostos para garantir escola e saúde pública, estradas, tribunais e outro tipo de coisas necessárias ao funcionamento de um país em comunidade não retira liberdade a ninguém nem representa para mim nenhum controlo da economia.


Deixo algumas consequências do aumento de tamanho do estado.

Igualdade

São os agregados familiares com rendimentos brutos entre os 13 500 euros e os 50 mil euros (valores correspondentes ao que se chama de classe média) que pagam a maior percentagem de IRS: quase 47%. É hás famílias incluídas neste intervalo – maioritariamente trabalhadores por conta de outrem e pensionistas – no próximo ano.

Segundo os dados estatísticos sobre o Imposto do Rendimento 2012-2014,” em 2014, para cerca de 47,32% dos agregados não foi apurado qualquer valor de IRS.”

http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2016-09-08-Fisco.-Quase-50-das-familias-portuguesas-nao-pagam-IRS

Liberdade

Governo aprova lei que obriga a comunicar ao Fisco contas acima de 50 mil euros


http://economico.sapo.pt/noticias/governo-aprova-lei-que-obriga-a-comunicar-ao-fisco-contas-acima-de-50-mil-euros_256646.html

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Re: Políticas para Portugal

por Dr Tretas » 8/9/2016 11:01

lfhm83 Escreveu:
Puseste a questão interessante da inflação, segundo entendo é maior arma para por os "ricos" em cheque mate e redistribuir a riqueza se imprimes muito papel obriga os capitais a fluir ou acabam por perder. Claro que é uma questão interessante, como impedir que os ricos se tornem sempre mais ricos? Acho que a solução é mais tornar os "pobres" mais competitivos vs tirar o dinheiro dos ricos para re-distribuir pelos pobres, que na realidade acaba por ser re-distribuido por "investimentos" estatais.



Os ricos podem safar-se bem em ambiente inflacionário, a sua riqueza não existe sob a forma de notas guardadas debaixo do colchão ou numa conta bancária, mas sim como activos resistentes à inflação como imobiliário e acções de empresas. Quem se lixa é quem vive do ordenado, os exemplos são mais que muitos: a inflação desvaloriza mais o trabalho que o capital.

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Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 8/9/2016 2:39

 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 8/9/2016 1:25

Worf Escreveu:Antes de mais tenho que dizer que na área da economia sou apenas um curioso. Gosto dessa discussão mais que não seja para saber em que zona se situa a minha ideologia no panorama político/económico seja nacional ou internacional.
Neste momento da minha vida tenho dificuldade em compreender um governo totalitário de direita, na medida que considero o anarquismo capitalista a verdadeira extrema-direita do espectro político. Mas admito que possa estar completamente errado.


Estou exactamente na mesma situação caro Worf :lol:

Também nunca percebi essa da extrema direita ser fascismo, acho que o termo nacional socialismo tem muita mais sentido, uma esquerda ultra-nacionalista.


Worf Escreveu:Até concordo contigo, mas…, existe sempre um mas, quando dizes que o estado controla de 0-30 % a economia é liberal/libertário. Temos que estar conscientes que 30% é muito diferente de 0%.

Um estado em que esteja a 0% na economia é um estado anarca no sentido económico do termo, daí o termo anarcocapitalismo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Anarcocapitalismo

Já um estado que controla 30 % da economia pode ser considerado liberalismo e está na linha que separa a social-democracia ao liberalismo.
Muito sinceramente não sei como se deve chamar àquela facção situada entre o liberalismo clássico e a anarquia. Talvez libertários? Hum… Não sei.


Grato pela observação sim, sem dúvida se num extremo está o comunismo no outro está o anarquismo. Sim deve haver aí uma pequena margem entre o libertário e liberal, talvez o liberal considere o estado social (common welfare) e o libertário já só veja o estado unicamente como entidade reguladora.

Worf Escreveu:Já nos USA a conversa é outra, o termo liberal é usualmente no sentido lato de liberdade

“Liberalism in the United States is a broad political philosophy centered on the unalienable rights of the individual. The fundamental liberal ideals of freedom of speech, freedom of the press, freedom of religion for all belief systems, and theseparation of church and state, right to due process, and equality under the law are widely accepted as a common foundation across the spectrum of liberal thought. “(wikipédia)



O que marquei a negrito é que é o problema. É a lei igual quando uns pagam mais do que outros? E porque não se faz o mesmo no código da estrada? (Quem conduz um BMW devia pagar uma multa mais elevada do que quem conduz um Punto). É que nem sequer a lei é uniforme, muito menos é igual para todos, por isso mesmo nos USA estamos muito longe dessa definição de liberalismo.

Puseste a questão interessante da inflação, segundo entendo é maior arma para por os "ricos" em cheque mate e redistribuir a riqueza se imprimes muito papel obriga os capitais a fluir ou acabam por perder. Claro que é uma questão interessante, como impedir que os ricos se tornem sempre mais ricos? Acho que a solução é mais tornar os "pobres" mais competitivos vs tirar o dinheiro dos ricos para re-distribuir pelos pobres, que na realidade acaba por ser re-distribuido por "investimentos" estatais.

Por isso que defendo que a educação deve ser completamente financiada pelo estado e universal, muito mais do que a saúde. A educação é a maior arma contra a pobreza e contra a desigualdade social.

Worf Escreveu:Quanto ao Stiglitz, Pikety ou o Krugman para mim são economistas ao serviço da política externa dos EUA que recomendam o socialismo aos outros, mas eles não o praticam. Dividem para reinar!


Então é tudo uma conspiração :mrgreen:
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 8/9/2016 0:38

Worf Escreveu:
Já nos USA a conversa é outra, o termo liberal é usualmente no sentido lato de liberdade

“Liberalism in the United States is a broad political philosophy centered on the unalienable rights of the individual. The fundamental liberal ideals of freedom of speech, freedom of the press, freedom of religion for all belief systems, and theseparation of church and state, right to due process, and equality under the law are widely accepted as a common foundation across the spectrum of liberal thought. “(wikipédia)

https://en.wikipedia.org/wiki/Liberalis ... ted_States

O candidato Bernie Sanders que enfrentou Hillary Clinton nas primárias era um verdadeiro socialista à “moda europeia”, ouvi uma reportagem na TSF sobre os comícios dele, diziam eles na reportagem, que se a mensagem a passar tivesse a palavra socialismo as pessoas já não estavam dispostas a ouvir mais conversa, viravam costas. Este é o problema dos Socialistas nos EUA. Até no partido democrata existem mais sociais-democratas do que “socialistas à la Hollande”. Daí que os EUA seja um país completamente virado à direita. Mesmo o Obama, que visto de portugal pode ser considerado socialista na verdade é muito mais à direita que o Robaz (por exemplo).(tem calma robaz :mrgreen: )


Epa tens que me dizer em que é que o Obama te pareceu mais à direita que eu, e admito que possa ser, só não sei é no quê. :mrgreen: :mrgreen:

Portanto julgo que os Socialistas à portuguesa/europeia (que se identificam com os países nórdicos, com os EUA, etc…) mais não fazem do que colarem-se aos países bem-sucedidos no que concerne ao bem-estar social para defenderem as suas teorias e se perpetuarem no poder.

Quanto ao Stiglitz, Pikety ou o Krugman para mim são economistas ao serviço da política externa dos EUA que recomendam o socialismo aos outros, mas eles não o praticam. Dividem para reinar!


O que são socialistas à portuguesa/europeia? Achas, de forma séria, que o "socialismo europeu" tem alguma coisa a ver com o que se passa na Venezuela ou Coreia do Norte, ou com aquela historinha de dividir as notas dos alunos, como já vi aqui referido? Mas sim, concordo que o nome socialismo está mal nos partidos socialistas europeus porque nada têm a ver com socialismo mas sim com social-democracia, obviamente. Mas enfim, por isso é que não defendo partidos, mas sim ideias. E os nórdicos têm boas ideias. :mrgreen:
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Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 8/9/2016 0:22

lfhm83 Escreveu:
Um país onde o estado controla 90% da economia é comunista, de 40% a 60% é socialista, de 30% a 40% é social democrata (não no sentido Portuguès), liberal/libertário é menos de 30%.

Quanto mais se avança da direita para a esquerda aumenta o estado e reduz-se a liberdade por isso ser de esquerda e liberal é para mim um paradoxo.


Bom, deixo o meu resultado do political compass já que o Worf me relmbrou de o fazer com o post dele. Acho que pagar certos impostos para garantir escola e saúde pública, estradas, tribunais e outro tipo de coisas necessárias ao funcionamento de um país em comunidade não retira liberdade a ninguém nem representa para mim nenhum controlo da economia. Julgo que o extremo da direita, o tal anarco-capitalismo ou mesmo a anarquia não dão mais liberdade às pessoas. Isso sim, é para mim um paradoxo. O Estado para mim não deve intervir na economia de forma activa mas sim como regulador, e depois deve ter como função o promover da igualdade de oportunidades para os seus cidadãos. E é aqui que entra a saúde e a educação pública. Não é liberdade nenhuma que uma criança não possa estudar por não ter dinheiro para isso ou morrer às portas de um hospital por não ter dinheiro para o tratamento de alguma doença ou acidente.

Quando vejo o Stiglitz, o Pikety ou o Krugman dizerem que são anti austeridade, fico sempre com a sensação de que não passam de falsos liberais como tanto defendem, ou então não passa de campanha populista para terem um bom status públicos nas comunidades que não gostam deles, porque são uns completos adeptos dos mercados livres deviam saber que o aumento dos gastos do estado reduz sempre a liberdade no mercado.

Claro que existe um caminho para ser liberal expansionista, que é o caminho da dívida o problema é que não dura muito tempo e no final paga-se bem as consequências com um custo para a liberdade que inclui a soberania do próprio estado, como foi/é o nosso caso.

Para o verdadeiro liberal tem um único objectivo para o estado: "a principal tarefa do estado é criar uma moldura legal para garantir a competição livre, em benefício de todos os cidadãos.”


Quanto ao Piketty não consegui acabar de ler o livro dele mas a abordagem era claramente numa de combate às desigualdades e também da relação mérito/herança, a tal questão dos impostos sucessórios e da relação entre impostos sobre o capital e sobre o trabalho. Eu, pelo menos, compreendi e aceitei os argumentos dele, e considero-os, a meu ver, liberais. Ou, pelo menos, se quiserem, promotores da liberdade de escolha de oportunidades por parte de todos e não só daqueles que herdam bom dinheiro. A questão da austeridade não conheço a posição dele, mas por vezes a austeridade é vista como um castigo e nisso percebo porque a possa considerar contraproducente. Mas isso já é outra história.

Quanto à tua última frase, a parte "em benefício de todos os cidadãos", inclui os que nascem com pouco dinheiro? :mrgreen:
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Re: Políticas para Portugal

por malakas » 8/9/2016 0:00

euro-born, concordo e assino por baixo com tudo o que escreveste :clap:
 
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