CALDEIRÃO DE BOLSA

rasmunssen Escreveu:Olá!
Foi preciso algo assim pra me "empurrar" para o meu primeiro comentário no Caldeirão (embora já siga o que se escreve há algum tempo).
A minha questão é simples, que sinal se está a dar à poupança com medidas desta natureza?
Mesmo sabendo que as minudências de visão macroeconómica vão muito para além da capacidade de poupar, nem toda a gente tem perfil dado a investimentos em bolsa ou até "mixes" de produtos financeiros.

Isto é o resultado do sistema financeiro estar todo marado, a tal ponto que o dinheiro dos aforradores já não é tão importante para os bancos como num sistema bancário clássico. Agora pede-se emprestado aos bancos centrais a custo zero, os bancos criam dinheiro a partir de activos duvidosos, emprestam uns aos outros, enfim, é uma palhaçada pegada e vai obviamente acabar mal.
No meio disto tudo, a banca já mal precisa das poupanças privadas, por isso não as remunera adequadamente.

Os suíços não estão preocupados com a poupança, mas sim com:

A Suíça não quer que a sua divisa se valorize demasiado porque isso retira competitividade às suas empresas e pode contribuir para um nível de inflação demasiado baixo, aumentando mesmo a ameaça de deflação.

Se quiseres saber mais sobre poupança na Suíça pesquisa por "3ème pilier".
Basicamente é um plano de reforma/poupança voluntário com vantagens na dedução de IRS, estes planos são geridos por instituições específicas para o efeito. Os activos variam entre obrigações do estado e acções de empresas suíças. Pode-se levantar o dinheiro a qualquer momento.

A título de curiosidade, mesmo a reforma "normal" também pode ser levantada antes dos 65 anos em três situações: Para compra/remodelação de casa, educação, ou constituição de empresa.

Olá!
Foi preciso algo assim pra me "empurrar" para o meu primeiro comentário no Caldeirão (embora já siga o que se escreve há algum tempo).
A minha questão é simples, que sinal se está a dar à poupança com medidas desta natureza?
Mesmo sabendo que as minudências de visão macroeconómica vão muito para além da capacidade de poupar, nem toda a gente tem perfil dado a investimentos em bolsa ou até "mixes" de produtos financeiros.

AntonioR. Escreveu:Qual é a jogada dos suíços? Primeiro torram dinheiro no EUR para evitar uma valorização do CHF e agora anunciam taxas negativas?

Normalmente, eu diria que isto é meio caminho andado para degradar a política monetária e a própria economia no longo prazo. Mas os suíços são demasiado astutos para cometer erros financeiros.

Com taxas negativas deixam de ter de torrar tanto dinheiro para manter o câmbio nos 1.2. Só não fizeram isto antes, na minha opinião, porque taxas negativas é algo muito agressivo, mas foi uma porta que foi aberta pelo BCE. Os Suíços têm, pelo menos, que acompanhar

E devem ter estado sobre bastante pressão para manter o câmbio, com estas quedas recentes do Euro (últimos 6 meses). As reservas acabam, eventualmente :-) (ver caso Soros vs BoE quando o BoE queria manter as taxas de câmbio da Libra controladas, face ao Marco Alemão, em 1992)

http://www.investopedia.com/ask/answers ... ngland.asp

Abr

Qual é a jogada dos suíços? Primeiro torram dinheiro no EUR para evitar uma valorização do CHF e agora anunciam taxas negativas?

Normalmente, eu diria que isto é meio caminho andado para degradar a política monetária e a própria economia no longo prazo. Mas os suíços são demasiado astutos para cometer erros financeiros.

E já se reflete por toda a Europa Ulisses,

Itália que grande queda nos juros:
http://www.investing.com/rates-bonds/it ... ity_to=290

Portugal também acompanha:
http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ity_to=260

Basicamente, são os suiços a dizer: Russos, não tragam o dinheiro para aqui.


"Banco central suíço impõe taxas negativas para evitar escalada do franco
SÉRGIO ANÍBAL 18/12/2014 - 11:51


Nesta quinta-feira de manhã, o Banco Central da Suíça anunciou que decidiu passar a aplicar uma taxa de juro nos depósitos de -0,25%. A passagem para um valor negativo tem como objectivo desincentivar os bancos a receber demasiados depósitos dos seus clientes, uma vez que aquilo que tiverem como excedente nos seus balanços sairá penalizado pelo banco central.

Esta decisão, que entra em vigor no próximo dia 22 de Janeiro, acontece numa altura em que o banco central suíço está sob pressão para manter o franco dentro do valor limite face ao euro que foi estabelecido no auge da crise europeia. A Suíça não quer que a sua divisa se valorize demasiado porque isso retira competitividade às suas empresas e pode contribuir para um nível de inflação demasiado baixo, aumentando mesmo a ameaça de deflação.

As pressões são particularmente fortes porque nos mercados existe a expectativa de que o Banco Central Europeu venha a aplicar no início do próximo ano novas políticas expansionistas como a compra de um leque mais variado de activos nos mercados. A confirmar-se, isso poderá baixar o valor do euro nos mercados cambiais, elevando o valor relativo do franco suíço.

Além disso, a crise actual na Rússia está a levar muitos investidores a procurarem aquilo que consideram como portos seguros, ou seja, as divisas que menos probalidade têm de perder valor. Nestas alturas, os activos denominados em francos suíços são sempre vistos como boas hipóteses de investimento.

A seguir ao anúncio feito pelo banco central, o franco suíço registou uma depreciação ligeira face ao euro."

(in www.publico.pt)