Re: portugal e os professores - off topic

Limonov Escreveu:Bom dia a todos,
Não há cão nem gato que não tenha opinião formada sobre o assunto “professores”, já nem digo “ensino” ou “educação”, mas no tema “professores” o tuga em geral, conseguiu doutorar-se, e apenas com uma referência bibliográfica: o Correio da Manhã.
Um engenheiro que trabalhe no Estado em início de carreira ganha o mesmo que o professor com horário completo (mais coisa menos coisa). Se um professor em início de carreira tiver horário completo é uma exceção à regra, se tiver qualquer tipo de horário será uma sorte. Um professor numa escola privada provavelmente não ganha o mesmo que no público, ganhará menos (talvez o mesmo que um engenheiro no privado?), tendo a vantagem de não andar com a casa às costas e de ter uma situação profissional mais estável.
O que é o início de carreira para um professor? Dez ou quinze anos de contrato? 1050 euros líquidos se tiver horário completo? Quanto tempo dura o início?
Essa coisa da natalidade e do aumento do número de professores é treta, o próprio Crato o reconheceu em entrevista. Então quando tivermos 60 alunos por turma, e que a regra seja dois anos letivos na mesma sala, podemos concluir que estamos com alunos a mais? Vão aprender para os PALOP porque lá há muitos professores seus alunos ranhosos!
O que está verdadeiramente em causa é a decisão de onde cortar. Decidiu-se que a educação não é assim tão fundamental, pois bem, sigamos em frente. Conheço uma aldeia que no pós 25 de abril teve de escolher entre uma praça de touros e uma escola (espécie de orçamento participativo), escolheram a praça de touros porque quase ninguém sabia ler mas quase todos gostavam de touradas, foi democrático...
Não sou professor mas sou pai e este assunto preocupa-me muito. Só agora que surgiu esta barraca com as colocações, é que muita gente começou a duvidar um bocadinho deste ministro da educação, intelectualmente limitado, saloio, mas bem-falante… antes era o herói que ia implodir o Ministério da Educação, agora é a besta que deixa as criancinhas sem professores mais de um mês…
Finalizando: há uns dias quando fui buscar o Limonovzinho à escola, estava um pai preocupadíssimo, o filho não tinha os professores todos e ele tinha de estar a sair mais cedo do emprego todos os dias, acabou por dizer que não compreendia como é que havendo tantos professores desempregados não havia nenhum que quisesse trabalhar, nem que fosse umas horinhas…
Umas horinhas em contratos MENSAIS já é o que estes jornaleiros da educação fazem senhor eleitor! (foi o que me apeteceu dizer).
Destruir a escola pública é fundamental para os governos pouco sérios, é a melhor forma de granjear um eleitorado que acha que sabe as respostas, e quem se vê nestas condições, nunca chegará a compreender, que o poder está do lado de quem pergunta.
Poderia continuar, mas tenho fome…
E você caro colega, é um cidadão que pergunta ou um eleitor que responde?!?!
Saúde,
Limonov
Bom texto.
A respeito das "horinhas"...
Na escola onde trabalho, há, pelo menos, um professor que tem apenas 5 horas de trabalho e vive a 50km de distância... ou seja, está a pagar para trabalhar.
Para este ministro e este governo o ensino é um custo e não um investimento... e o ensino público é para destruir e dar lugar aos amigos...
a colocação de professores nunca foi perfeita, mas o CAOS deste ano é exclusivo deste governo... e agora querem safar-se a dizer que o que está mal é o sistema ser centralizado.
ERRADO!
O sistema centralizado de colocações de professores é do melhor que há, pois é imune às cunhas e compadrio... bastava a plataforma funcionar bem, que todos os professores estariam colocados, na pior das hipóteses, em meados de agosto.
É impensável o que esta a acontecer e as consequências passam por manter os mesmo "incompetentes" a gerir.
